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Motivar os alunos para a leitura

Capitulo I Enquadramento teórico

1. A Leitura no 1º ciclo

1.3. Motivar os alunos para a leitura

Todos os dias os professores se devem empenhar para encontrar maneiras de motivar os alunos mais desinteressados, tentando arranjar as mais variadas estratégias de motivação em relação ao processo de ensino aprendizagem.

Sabemos que a motivação é determinante, para haver sucesso em qualquer tipo de tarefa, logo é essencial que o aluno se sinta interessado, havendo a necessidade de que toda a comunidade envolva o aluno afetivamente na leitura. “Considerando que ninguém nasce a saber ler, que se aprende a fazê-lo ao longo da vida, num processo contínuo e sistemático, a escola e os professores têm o dever de tentar em qualquer momento do processo escolar, levar os alunos a aprender a ler corretamente e inclusivamente a gostar de o fazer”:(Sardinha:e:Azevedo:2013, p. 41).

Importa apresentar de forma geral o conceito: de: motivação: ”ato de motivar, conjunto: de: fatores: que: determinam: a: conduta: de: alguém”: (Dicionário de Língua Portuguesa, 1999, p. 1126). Quando estamos motivados para uma atividade, a nossa vontade aumenta, bem como a determinação, a energia e o tempo, fazendo assim que tudo se faça mais naturalmente e por vontade própria. Contudo esta motivação pode ser intrínseca e extrínseca. É extrínseca quando:é:algo:“exterior:de:fora”(Dicionário de Língua Portuguesa, 1999, p.722 ). Por exemplo, quando um aluno lê porque os pais lhe prometeram que se tiver boas notas vai poder sair com os amigos, o seu comportamento é influenciado pelo meio, realizando a atividade apenas por receber algo em troca. Se por outro lado esta motivação aparecer sem influência do meio, isto é, sem aparente recompensa, vai ser uma motivação intrínseca algo que se passa no “interior”:(Dicionário de Língua Portuguesa, 1999, p. 947), o que na nossa opinião será uma motivação muito mais duradoira pois faz parte da vontade interior do aluno, não havendo qualquer envolvência exterior.

Neste caso da leitura, torna-se essencial que haja uma envolvência constante entre o aluno e a leitura para que a realização da mesma não seja feita apenas por razões extrínsecas, tornando-se fatigante e rapidamente desmotivante.

“É: preciso: ler: vai: ler!”: é: uma: expressão: muito: comum: utilizada: para: tentar: sensibilizar o aluno à leitura, porém, como refere Pennac (1996, p. 11) “O…verbo…ler… não suporta o imperativo…É…uma…aversão…que…compartilha…com…outros…o…verbo…amar…o… verbo…sonhar

É evidente que se pode sempre tentar. Vejamos: Ama-me! Sonha! Lê já te disse, ordeno-te que leias!

Resultado?…Nada!”

O desenvolvimento do interesse e dos hábitos de leitura começam no seio familiar, sendo este o primeiro educador da criança e por isso o principal exemplo de conduta ao longo da vida. As crianças que vêm os adultos ler interiorizam mais esse interesse. Como refere Manzano (1998, citado por Menezes, 2010, p. 50): “A: família: é: o: lugar: privilegiado:para:a:criança:despertar:para:o:interesse:pela:leitura”:Neste:sentido, os pais e familiares funcionam como modelos e trazem às crianças uma vontade e motivação para iniciar as suas atividades leitoras.

O ato de ler, ou de contar uma história, faz com que além de trazer um envolvimento e uma ligação mais vincada entre a família, desperta o interesse pelo mundo da criança estimulando a imaginação e o seu sentido crítico, motivando a criança para procuras futuras.

Estas primeiras ligações tornam-se essenciais para que esse pequeno aprendiz aja como uma esponja insaciável e curiosa com tudo e todos, a fim de deter a maior quantidade possível de informação, conhecimento e experiência. Se não for motivado e guiado, essa necessidade de novidade poderá, com o tempo, distanciar-se do caminho que leva à leitura e ao hábito de ler, quer seja uma simples revista ou um livro mais complexo. Como afirma Azevedo (2006, p.27), é importante “familiarizar: precocemente as crianças com uma variedade de textos literários, dando-lhes oportunidades para conhecer diferentes obras com temas, géneros e modos diversificados”.

Nos dias de hoje está-se a perder o hábito de os pais contarem histórias em casa. Assim, a escola ganha um papel fundamental para motivar e estimular a criança para a leitura. Este papel passa não só por cumprir o programa estipulado, mas também por arranjar as mais diversas estratégias para criar nos alunos hábitos de leitura e essencialmente criar-lhe o gosto de ler, contribuindo assim para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional.

Como refere Yabar (2007, citado por Menezes 2010, p. 51):

“(): a escola deve promover a alfabetização dos alunos, mas não deve limitar-se a ensinar a ler, deve procurar, acima de tudo, formar leitores para a leitura autónoma, na qual o leitor se sinta motivado para procurar o livro por iniciativa própria, com motivação, gosto e interesse e com as competências linguísticas suficientes que lhe possibilitem a construção de um conhecimento amplo.”

Assim, não basta colocar livros à disposição dos alunos, é preciso dar-lhes vida. Cabe à escola aproveitar todos os recursos que estão disponíveis, e apresentá-los aos alunos, nos vários suportes que podemos utilizar conforme as situações de aprendizagem, criando assim estratégias e ações sensibilizando todos de igual modo. Para:Cerrillo:(2009:p:14):um:leitor:“será aquele que lê livremente diversos tipos de textos, em situações diversas, sendo capaz de descriminar, refletir e opinar acerca dos

Como refere Pennac (1996, p. 122), para haver harmonia entre o aluno e a leitura é necessário apenas uma condição: “não: pedir:nada: em: troca: Absolutamente: nada: Não: erguer: qualquer: barreira: de: conhecimentos: prévios: em: torno: do: livro”, salientando mais uma vez a importantíssima tarefa que tem toda a comunidade que envolve a criança.

Na sequência destas ideias importa delinear algumas sugestões que possam apoiar esta tarefa.

Ao longo da escolaridade é essencial envolver os alunos nas mais diversas formas de ler e aceder a leitura, para que estes descubram as suas próprias motivações para ler. Para isso existe a necessidade de envolver o aluno num universo de leitura utilizando as mais diversas estratégias dinamizadoras:

-Fazendo leitura em voz alta; -Leitura em grupos;

-Leitura de diversos tipos de texto com diversos tipos de formas;

-Envolver a comunidade, convidando um familiar ou amigo/conhecido a ir ler à sala de aula;

- Criar em sala de aula o cantinho da leitura, tendo sempre disponíveis vários livros apropriados para o ano escolar com conteúdo de qualidade.

Outro fator muito importante nestas estratégias de motivação de leitura é a biblioteca escolar. É neste local que os alunos têm acesso ao maior número de livros com os mais diversos temas. É necessário que haja também particular cuidado por parte da comunidade escolar por manter sempre este espaço dinamizado para, assim, despertar continuamente a atenção dos alunos. É possível realizar nestes espaços feiras de livros, apresentações de livros, leituras dinamizadoras em grande grupo onde futuramente os alunos o podem voltar a consultar, etc.

É, também, importante que nestes espaços existam meios tecnológicos como Dvd´s e televisão, bem como computadores, se possível ligados à internet para que os alunos tirem partido dos diversos sites de leitura digital e até dos sites realizados pela própria escola, havendo aí muito material de leitura.

Como refere Poslaniec (2006, p. 10), se o nosso objetivo é motivar os jovens temos também que ter em conta mais alguns aspetos:

“- Propor-lhes uma escolha muito variada de livros, porque nunca sabemos de antemão o livro que pode agradar à criança;

- Propor-lhes livros que se dirijam ao imaginário;

- Não os obrigar a ler, mesmo sabendo que ler bem é necessário para o sucesso escolar e social;

- Não os obrigar a dar conta da leitura a não ser para saber se eles efetivamente leram ou compreenderam; frequentemente, obriga-se as

- Não censurar as leituras deles, nem lhes dar a impressão, através das nossas atitudes, de que reprovamos este ou aquele livro, esta ou aquela coleção;

- Não impor a uma criança um sentido canónico para um texto;

- Não impor à criança um ritmo de leitura, como acontece na leitura integral”

No entanto, esta responsabilidade de levar o aluno à leitura não deve ser apenas da área de Língua Portuguesa, todas as áreas curriculares têm de estar responsabilizadas. Para cumprir esta tarefa difícil, temos de unir esforços e partilhar esta responsabilidade com todas as áreas e conteúdos das várias disciplinas, como também com professores, pais, encarregados de educação, e de todos os serviços presentes na área de educação.

1.4. O Plano Nacional de Leitura (PNL) e a sua implementação