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Aprendizagens ativas e outras nomenclaturas

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A escola, o professor e a prática docente

1.3 Aprendizagens ativas e outras nomenclaturas

No contexto da escola e do estudante do século XXI, as aprendizagens ativas podem ser caracterizadas como estratégias que combinam, de forma equilibrada, a teoria que reflete a prática, envolvendo a resolução de desafios motivadores que possibilitem a contextualização e a relação com a teoria que os embasa.

Segundo Moran (2015), se desejamos que os alunos sejam criativos, faz-se necessário que o professor ofereça possibilidades para que o aluno experimente inúmeras maneiras de mostrar sua iniciativa. O autor ilustra o caso comentando que, para aprender a dirigir um carro, não basta ler muito sobre esse tema;

tem que experimentar, rodar com ele em diversas situações com supervisão, para depois poder assumir o comando do veículo sem riscos. As metodologias precisam acompanhar os objetivos pretendidos. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. (MORAN; 2015, s/no)

Uma das técnicas das aprendizagens ativas (NMC, 2015) é a utilização do PBL (Problem-Based Learning), no qual a proposta de atividade pedagógica "é direcionada pela apresentação de problemas aos alunos, que devem procurar ativamente métodos para sua resolução" (GUDWIN'S, 2016), passando, assim, de alunos receptores para alunos ativos na produção do conhecimento referente ao problema proposto.

Embora as aprendizagens ativas incentivem ações transformadoras na construção do conhecimento, é importante ressaltar que, independentemente da abordagem pedagógica utilizada, as técnicas e métodos de ensino não devem se reduzir a medidas, procedimentos e técnicas. Segundo Libâneo (1994), elas deverão decorrer de uma concepção de sociedade, da natureza da atividade prática humana no mundo, do processo de conhecimento e, particularmente, da compreensão da prática educativa numa determinada sociedade.

É relevante considerar que a aprendizagem hoje está intrinsecamente relacionada com o desenvolvimento tecnológico de uma forma autoral ao produzir, acessar e consumir a informação. O século XXI poderia então ser nomeado como o século das multipossibilidades digitais de informação social.

Entretanto, é fato que o professor, na maioria das vezes, no exercício da sua profissão no século XXI, precisa dar conta de muitas demandas, e muitas vezes não é preparado para

lidar – nem pela escola nem tampouco pelas políticas públicas – com a alfabetização ou com o letramento digital.

O século do wi-fi zone, das hashtags (#), do “curtir”, do “publicar”, do “compartilhar”, dos comunicadores instantâneos, das selfies, dos verbos encapsulados como o “googar” e “tuitar”, da “nuvem” que não se refere ao ciclo da água, da imersão multissensorial dos games, da realidade aumentada, da consulta e produção “linkada”, das comunidades virtuais, do “tudo” no dispositivo móvel e das diversas conexões e reações.

Com feito, segundo Fantin e Rivotela (2012), estamos vivendo numa “sociedade multitela" com a "multiplicação dos espaços do ver”. Movimentos de uma "sociedade multitela e a multiplicação dos espaços do ver" que geram tendências que permearão a escola.

No quadro a seguir, reproduz-se o guia de referência mundial de exploração e promoção do uso de tecnologia educacional na educação básica, o Horizon Report: Educação

Básica15 (NMC; 2015), em que se destacam tendências de aprendizagem personalizada que

estimulam novas abordagens sobre o uso da tecnologia.

Quadro 2 - Síntese das tendências de aprendizagem com o uso da tecnologia

Aprendizagem profunda

centrada no aluno, permite ao professor promover experiências de aprendizagem ativas, dentro e fora da sala de aula, utilizando dispositivos móveis (tablets e smartphones) a fim de conectar o currículo com aplicações reais que visam à solução de problemas.

Aprendizagem colaborativa

a aprendizagem é uma construção social, envolvendo atividades que geralmente colocam o aluno no centro, que enfatizam a interação e ação, que trabalham em grupos e que desenvolvem soluções para os problemas do mundo real, através da utilização de ferramentas on- line.

Aprendizagem híbrida16

ensinos on-line e presencial que dão suporte ao ensino personalizado, permitindo ao aluno praticar e conseguir o domínio do conteúdo em seu próprio ritmo e, ao professor, a gestão de atender, em pequenos grupos, alunos que precisam de mais atenção para ter sucesso em seu aprendizado.

15

Pesquisa produzida em conjunto com New Media Consortium (NMC) e o Consortium of School Networking (CoSN).

16

No segundo capítulo desta dissertação, será aprofundada a aprendizagem híbrida, por se tratar de um dos objetos de estudo desta pesquisa.

Aprendizagem autêntica

permite o contato com os problemas do mundo real e situações de trabalho a partir de várias estratégias pedagógicas, que visam imergir os alunos em ambientes onde eles possam adquirir habilidades de aprendizagem ao longo da vida, integrando o aprendizado autêntico ao currículo, a fim de melhor prepará-los para a educação continuada, carreira profissional e cidadania global.

Aprendizagem personalizada

cria possibilidades de uma educação baseada em competências para que os alunos determinem estratégias individuais, no ritmo em que eles aprendem, utilizando tecnologias facilitadoras, tais como dispositivos móveis e ambientes de aprendizagem adaptativas, recebendo apoio diferenciado do professor com base em suas necessidades individuais de aprendizagem.

Aprendizagem adaptativa

no sentido de personalizar experiências de aprendizagem para cada indivíduo, reconhecendo que a abordagem sem customização de ensino aliena os alunos que estão com dificuldades em conceitos específicos, utiliza-se então tecnologias de aprendizagem adaptativas que proporcionam uma via potencial de oportunidades educacionais customizadas.

Fonte: a autora, a partir do Horizon Report: Educação Básica (NMC; 2015)

No quadro Síntese das tendências de aprendizagem com o uso da tecnologia, observa- se que a aula expositiva não dialogada não deve permanecer como a prática pedagógica mais utilizada no processo de ensino deste século, pois as tendências indicam que não basta mais o professor falar para que os alunos aprendam. É preciso diversificar os meios e as dinâmicas na construção do conhecimento. O aluno precisa ouvir, refletir, contextualizar, atuar, estando assim no centro do processo.

Segundo a Síntese das tendências de aprendizagem com o uso da tecnologia, a aprendizagem do século XXI precisa ser centrada no aluno, permitindo ao professor promover experiências de aprendizagem que enfatizem a interação e a ação. Os alunos podem trabalhar melhor se estiverem em grupos, desenvolvendo soluções para os problemas do mundo real e adquirindo habilidades de aprendizagem ao longo da vida.

A aprendizagem pode pautar-se por uma construção social, envolvendo atividades que utilizem recursos on-line e presenciais, que darão suporte a um ensino personalizado, o que permite ao aluno conseguir o domínio em seu próprio ritmo, utilizando-se então de

tecnologias de aprendizagem adaptativas que proporcionem uma via potencial de oportunidades educacionais.

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