4. APRESENTAÇÃO DO SOFTWARE E MODELO DE
5.2. A NÁLISE AO S OFTWARE
5.2.2. C OMPARAÇÃO DO CONTROLO VIA SOFTWARE VS CONTROLO PRATICADO PELA EMPRESA
5.2.2.3. Apresentação e análise de resultados decorrentes do controlo em obra
A análise dos resultados obtidos é um ponto determinante para uma melhoria nos processos, tanto no que se refere a resultados positivos, como falhas encontradas no controlo de conformidade. Como se tem destacado no presente trabalho, o programa oferece potencialidades no âmbito da análise de dados, através de métricas programadas, que permitem ao utilizador consultar, em tempo real, todos os resultados do controlo de conformidade, compilados e de fácil acesso. No que respeita á metodologia adotada pela empresa responsável pelo controlo de qualidade, isso não é tão linear, não existindo uma análise aos resultados decorrentes do controlo, sendo possível apenas por consulta de todos os documentos respeitantes á conformidade, com maior relevância para o “Diário de empreitada” e “Relatórios mensais”. Os templates para documentos que registem o progresso e, por conseguinte, a análise de dados, encontram-se já criados, ainda assim, a sua aplicação não se verifica. Decorrem dois pontos da análise de resultados:
1 Falhas frequentes;
2 Performances gerais e de intervenientes;
Mais uma vez, tirando partido dos parâmetros de avaliação criados, decorre-se a uma análise dos dois pontos anteriores. Uma mais-valia do software é a sua capacidade de, automaticamente, proceder a um diagnóstico dos dados, atualizados no momento e com total consulta por parte do utilizador. No que respeita ao modelo tradicional utilizado em obra, isso não é possível. Para proceder à análise de resultados é necessário escrutinar os documentos escritos que se possui, referentes ao controlo de conformidade, e estabelecer uma relação quantitativa e qualitativa que se traduza em resultados. Apesar disso, a complexidade da obra não permite á equipa responsável pelo controlo de conformidade uma análise de dados detalhada, que seria largamente facilitada através do software.
Tabela 24 - Exequibilidade de processos através dos dois métodos
Processos Método atual Método Informático
Falhas frequentes
Performances gerais e de
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De seguida, é apresentada a avaliação segundo os parâmetros definidos:
Tabela 25 - Avaliação do ponto Falhas frequentes
Processo Falhas frequentes
Parâmetro Modelo atual Modelo via software
A 0 4 B 0 3 C 0 3 D 0 4 E 0 3 F 0 3 G 0 3 Média 0.00 3.29
A atribuição de cotação 0 aos parâmetros referentes ao modelo atual explica-se devido ao facto de, sendo possível efetuar uma análise de resultados, mesmo que não completamente precisa, esta não se processa, o que é compreensível, dadas as ferramentas rusticas que a equipa de controlo de conformidade possui e os prazos muito apertados que se vislumbram nesta obra específica. No que diz respeito ao programa, essa avaliação é automática, precisa, em tempo real e com acesso facilitado, uma vez que possui um menu unicamente destinado a esse efeito.
Tabela 26 - Processo 1 “Falhas frequentes” (ambos os modelos)
Modelo atual
X
Modelo via software
Utilizando a ferramenta informática para o controlo da conformidade, fica facilitada a análise dos resultados, uma vez que o próprio programa, através do check-up às FCC consegue gerar resultados referentes tanto a falhas frequentes, como a performances gerais, de intervenientes e de tarefas.
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Tabela 27 - Avaliação do ponto “Performances gerais e de intervenientes”
Processo Performances gerais e de intervenientes Parâmetro Modelo atual Modelo via software
A 0 4 B 0 3 C 0 2 D 0 4 E 0 3 F 0 3 G 0 3 Média 0.00 3.14
Repetindo novamente, devido aos argumentos anteriormente referidos, o modelo atual sofre uma avaliação de 0, segundo as escalas previamente definidas. A utilização do software é uma boa forma de poupar tempo e trabalho na análise de dados, sofrendo apenas uma avaliação de 2 para o parâmetro c, “Análise da informação”, devido ao facto de, para o utilizador tirar o maior partido dos KPI´s proposto pelo autor do programa, seja necessária a compreensão total das formulas geradoras dos KPI’s apresentados, caso isso não aconteça, as percentagens correspondentes podem ser mal interpretadas.
Tabela 28 - Processo 2 “Performances” (ambos os modelos)
Modelo atual
x
Modelo via software
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Tabela 29 - Avaliação final dos processos associados à análise de resultados
Média por processo
Processos Modelo atual Modelo via software
Falhas frequentes 0.00 3.29
Performances gerais e de
intervenientes 0.00 3.14
Média final 0.00 3.22
Como é percetível, o programa facilita muito a obtenção e análise de resultados, principalmente em obras com grande complexidade e prazos restritos, visto reduzir largamente o volume de trabalho da equipa de controlo de qualidade.
5.2.2.4. Registo e tratamento de não conformidades
Um ponto central da presente tese de mestrado e do controlo de conformidade no seu todo prende-se com o tratamento de não conformidades, desde a sua deteção, passando pelo seu tratamento, atribuição de responsabilidades e implicações causadas pela mesma. No que respeita ao modelo praticado em obra, apesar de não existir um documento específico para o seu registo, as não conformidades vão sendo documentadas noutro tipo de registo, tanto no “Diário de empreitada” como nos “Relatórios mensais”. Para a consulta e análise da informação daí decorrente, esta metodologia não se apresenta como a mais vantajosa.
Tendo em conta o caminho percorrido pela não conformidade, adotam-se três processos decorrentes desta temática:
1 Registo de não conformidades; 2 Tratamento de não conformidades;
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Tabela 30-Processo 1, 2 e 3 (ambos os modelos)
Modelo atual Modelo via software
Todos os processos são exequíveis e executados em ambas as metodologias de controlo de conformidade, com maior ou menor proveito para a equipa responsável pelo controlo de conformidade.
Tabela 31 - Exequibilidade de processos através dos dois métodos
Processos Método atual Método Informático Registo de não conformidades
Tratamento de não conformidades
Implicações e atribuição de responsabilidades
Aplicando a metodologia de avaliação adotada, apresentam-se os seguintes resultados para o processo 1-Registo de não conformidades:
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Tabela 32 - Avaliação do processo “registo de não conformidades”
Processo Registo de não conformidades
Parâmetro Modelo atual Modelo via software
A 2 3 B 2 3 C 3 4 D 2 4 E 3 3 F NA NA G NA NA Média 2.40 3.40
Dada a dispersão no registo de informação, a avaliação da metodologia utilizada pela empresa responsável pelo controlo de qualidade não é a mais favorável. O registo via software é intuitivo, com um menu próprio para o registo e tratamento das não conformidades soltas e decorrentes de FCC. O processo 2, resultante do desenrolar da não conformidade, com medidas a adotar, prazos e a resolução da mesma, apresenta os seguintes resultados para os dois métodos a avaliar:
Tabela 33 - Avaliação do processo “tratamento de não conformidades”
Processo Tratamento de não conformidades
Parâmetro Modelo atual Modelo via software
A 2 3 B 2 3 C 1 4 D 2 4 E 3 3 F 2 3 G 2 3 Média 2.00 3.60
O modo organizado como as não conformidades são tratadas no programa apresenta-se como uma mais- valia. Os resultados decorrentes das não conformidades ajudam o utilizador na gestão das mesmas, no que respeita fundamentalmente a prazos. Para a análise de resultados ser ainda mais pormenorizada, seria interessante gerar medidores de performance, que incluíssem também as não conformidades soltas. Quanto ao modelo atual, a menor organização da informação desvaloriza o processo, com implicações na compilação de informação e, consequente, na reprodução de resultados exatos.
Por último, o processo 3, esmiuçado durante a estadia em obra e posto em prática no software pelo seu criador, após discussão da temática.
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Tabela 34 - Avaliação do processo “implicações e atribuição de responsabilidades”
Processo Implicações e atribuição de responsabilidades Parâmetro Modelo atual Modelo via software
A 1 3 B 2 3 C 2 3 D 3 4 E 3 3 F 2 3 G 2 2 Média 2.14 3.00
No que concerne às implicações, a ferramenta informática já possui particularidades que permitem aos seus utilizadores, através da introdução de dados, gerar custos decorrentes das não conformidades detetadas. Este facto facilita o cálculo de custos de obra, tanto por tarefas, como na generalidade da mesma, facilitando a organização da conta corrente e do mapa de controlo de custos, importante tanto na ótica do D.O., através da equipa de controlo de conformidade/qualidade, como do próprio empreiteiro. No que respeita á análise de desempenho, a aplicação peca por ainda não conseguir gerar KPI’s de avaliação de não conformidades, filtrados por interveniente ou mesmo por tarefa. Neste processo, as limitações do modelo atual, quando comparado com o modelo informatizado, são mais patentes, dada a organização que o software imprime ao processo, e os dados que se consegue recolher após todo o caminho percorrido pela não conformidade.
Tabela 35 - Avaliação final dos processos associados ao registo e tratamento de não conformidades
Média por processo
Processos Modelo atual Modelo via software Registo de não conformidades 2.40 3.40 Tratamento de não conformidades 2.00 3.60 Implicações e atribuição de responsabilidades 2.14 3.00 Média final 2.18 3.33
Da avaliação final aos processos associados ao registo e tratamento de não conformidade, é possível reter que, o modelo executado via software se apresenta mais vantajoso, dada a sua organização, principalmente no que respeita a dados introduzidos e análise dos mesmos. De referir que existe margem para aperfeiçoar a medição de performances, com um contributo fundamental para uma melhoria contínua do controlo de conformidade, no que respeita a não conformidades soltas.
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