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PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

RESULTADOS

No presente capítulo é efetuada a análise da informação recolhida através das entrevistas, como indicado no capítulo anterior.

A análise de seguida efetuada resulta da sistematização da informação transcrita das entrevistas e de uma leitura abrangente da literatura existente, aliada à análise de conteúdo. Neste sentido, será feito um estudo da informação obtida dos Encarregados de Educação e dos docentes sobre as representações sociais (Bloco II), de forma a obter-se uma visão acerca das suas representações relativamente á disciplina de Educação Física.

De seguida, serão analisados os resultados obtidos de acordo com as categorias delineadas na análise de conteúdo: conceito da (EF); Educação Física no currículo escolar; valorização da EF na comunidade comparativamente às restantes disciplinas; benefícios da EF; importância no futuro dos alunos/educandos; aspetos mais valorizados na EF; aspetos menos valorizados na EF; gosto e motivação pela Educação Física; modalidades mais preferidas; modalidades menos preferidas; e melhorias necessárias na EF.

Categoria 1. Conceito da Educação Física

Para Silva (2000), a identidade não é um conceito fixo, estável, coerente e permanente. Segundo o autor a identidade,

tão pouco é homogénea, definitiva, acabada, idêntica, transcendental. Por outro lado podemos dizer que a identidade é uma construção, um efeito, um processo de produção, uma relação, um ato performativo. A identidade é instável, contraditória, fragmentada, inconsistente, inacabada. A identidade está ligada a estruturas discursivas e narrativas. A identidade esta ligada a sistemas de representação. A identidade tem estreitas relações com conexões de poder (pp. 96- 97).

Já Sawaia (2001, p. 123) alerta para o fato de a identidade representar “um conceito político ligado ao processo de inserção social em sociedades

44 como estratégia para regular as relações de poder ou para estigmatizar, discriminar e explorar o outro.

Em particular no contexto educativo, Stark e Lattuca (1997) defendem que o conceito ou identidade de uma unidade curricular encontra-se diretamente relacionado com dois fatores fundamentais: as competências conceituais, técnicas e contextuais transmitidas e das mesmas competências com a prática.

Quando inquiridos sobre o conceito atribuído à Educação Física, os Encarregados de Educação consideraram maioritariamente a Educação Física como uma disciplina curricular do atual sistema educativo, relacionada com o exercício físico, desporto e saúde.

“É uma disciplina que faz parte da componente letiva do meu filho” (EE1)

“A Educação Física é uma disciplina ligada ao exercício físico e ao desporto e que complementa todas as outras disciplinas do nosso currículo nacional e que todos os alunos de todas as faixas etárias, deveriam ter apesar de não se verificar este fato em todas escolas” (EE4)

Estas opiniões acima relatadas vão ao encontro dos excertos relativos aos docentes de outras áreas curriculares:

“A Educação Física trata-se de uma disciplina na minha opinião que ajuda os jovens (…) melhora as suas capacidades a nível do reforço de regras, porque os jogos coletivos é isso que lhes ensina (…), contribui também para a melhoria da saúde (…) contribui para a educação do desporto e para as praticas (…)” (P1)

“Educação Física é uma disciplina escolar, onde se pratica desportos e atividade física” (P8)

Com base no que foi previamente exposto, consta-se que o significado da Educação Física encontra-se na sua maioria associado ao contexto escolar, sendo considerada maioritariamente uma disciplina prática e importante para a promoção da saúde e bem-estar físico dos alunos.

Estes resultados vão ao encontro da informação amplamente distribuída na literatura, uma vez que é mundialmente reconhecida a importância da

45 Educação Física como meio de promoção de saúde e de hábitos e estilos de vida saudáveis (Gois Junior & Lovisolo, 2005).

Vários estudos nacionais e internacionais têm sido efetuados de forma a analisar o conceito da Educação Física em contexto escolar. De acordo com um estudo de Neves (1995) sobre as representações da EF, o autor constatou uma associação direta entre a Educação Física e entre a educação para a saúde.

Numa outra investigação de Cale (2000) sobre as representações da EF na escola, verificou-se que a larga maioria dos inquiridos da comunidade educativa (92%) associa a Educação Física a uma unidade curricular fundamental para promoção do desporto e saúde.

Categoria 2. Educação Física como disciplina escolar

A segunda categoria formulada na grelha de análise categorial encontra- se dividida em quatro subcategorias para uma melhor compreensão da caraterização da Educação Física como unidade curricular.

Subcategoria 2.1. Integração curricular da EF

No que concerne ao contexto educacional da EF, todos os participantes no estudo foram unânimes em defender a obrigatoriedade da disciplina no 9º ano, chegando alguns entrevistados a defender uma obrigatoriedade em todos os níveis educativos.

“Concordo. Dá alguma disciplina aos alunos” (EE2)

“Sim. Claro que sim e não só, concordo com a obrigatoriedade em todos os anos até ao 12º” (EE8)

“Sim concordo. Acho que é muito importante, no 9º e quem diz no 9º diz nos outros anos, deve haver a prática de desporto para os alunos porque muitos alunos (…) têm uma vida muito sedentária (…)” P2

46 “Sim eu concordo, acho que deve ser obrigatória, porque já diz lá o velho ditado mente sã em corpo são e portanto acho que a Educação Física deve constar no currículo” (P9)

Estes resultados vão ao encontro das constatações de Ferrer-Caja e Weiss (2000) também defendem a obrigatoriedade da Educação Física em contexto escolar. Estes autores também alertam que os jovens e as crianças estão inseridos num período crítico educacional, sendo que a participação em Educação Física poderá promover o seu futuro envolvimento na prática de desporto.

Seguindo esta linha de pensamento, a escola torna-se uma das principais instituições responsáveis pela promoção de prática desportiva, uma vez que com o ensino obrigatório incute, desde cedo, às crianças o desenvolvimento de uma boa condição desportiva ao longo do seu percurso escolar (Wang et al., 2006).

Subcategoria 2.2. Importância da EF no 9º ano

Relativamente à importância atribuída à Educação Física na Escola e no 9ºano, os resultados foram unânimes. Todos os participantes, tanto Encarregados de Educação como docentes, afirmam ser muito importante. Os principais fatores apontados para essa importância encontram-se relacionados com a prática de desporto (num combate ao sedentarismo), a saúde e a transmissão de valores.

Veja-se os seguintes excertos, relativamente à importância atribuída à Educação Física na Escola:

“É uma disciplina muito importante (…) é também uma forma de criar nos jovens hábitos de vida de vida saudáveis.” (EE4)

“Como já disse faz bem à saúde; depois temos o espírito de entre ajuda e espirito de equipa; também libertam-se mais depois da aulas de Educação Física (…)” (EE10)

47 “(…) acho que é muito importante haver Educação Física na escola, no 9º ano como noutro ano qualquer (…) para os alunos poderem praticar desporto, praticar Educação Física (…)” (P2)

Os principais fatores apontados estão em concordância com um estudo de Jones e Cheetham (2001) sobre as perceções dos benefícios da Educação Física. Os autores observaram que o principal propósito da EF é visto como a introdução ao desporto, ou seja, a EF é vista como sinónimo de atividade física e promoção de bem-estar.

Vários estudos também têm sido referidos na literatura a respeito dos benefícios da prática da atividade física associados à saúde e ao bem-estar, assim como os riscos que predispõem o aparecimento e ao desenvolvimento de disfunções orgânicas relacionadas ao sedentarismo (Mendes et al., 2006).

Subcategoria 2.3. Importância comparativamente às restantes disciplina

Quanto à importância da Educação Física comparativamente às outras áreas curriculares, verificou-se que a maioria afirma ter a mesma importância.

“Eu penso que todas elas são importantes, não há disciplinas mais importantes nem menos importantes (…)” (EE3)

“Eu considero que é tão importante como as outras, não acho que seja uma disciplina menos importante ou mais importante (…)” (EE6).

“É igualmente importante (…) porque mais uma vez contribui para aprendizagens sociais, aprendizagens de saúde física, aprendizagens sobre a própria pessoa, até personalidade (…)” (P8)

No entanto, três entrevistados (um professor e dois encarregados de educação) defendem que a Educação Física, enquanto disciplina, não apresenta a mesma importância para os alunos como outras disciplinas consideradas mais importantes, como a Matemática ou o Português.

48 “É importante. No entanto, se calhar dou mais valor ao Português e a Matemática. Porque essas são as disciplinas fundamentais do currículo” (EE1)

“Na minha opinião sincera, eu gosto muito de desporto mas eu acho que tem um bocadito menos peso, é menos importante que as outras (…) porque sinceramente acho que não é pelo desporto que eles vão ter um futuro, acho que eles têm de aprender Matemática, Física, Português (…)” (P2)

Como se pode verificar com os resultados obtidos, verifica-se que a larga maioria dos entrevistados atribui à Educação Física, a mesma importância que as restantes disciplinas do currículo escolar dos alunos do 9º ano.

As principais razões apontadas relacionam-se com fato da disciplina em questão basear-se em métodos e conteúdos muito distintos das restantes disciplinas. O contexto e os métodos diferentes utilizados na Educação Física, também são apontados como aspetos positivos no estudo de Kjønniksen, Fjørtoft & Wold (2009).

Não obstante, os resultados obtidos demonstram que embora a Educação Física seja considerada importante como unidade curricular, quando comparada com outras áreas curriculares historicamente consideradas mais importantes como a Matemática ou o Português, a EF se encontra por vezes desvalorizada. De acordo com Teixeira (1993, p. 81), este fato deve-se ao estereótipo generalizado de que a disciplina é “um eterno repetidor de procedimentos de duvidosa fundamentação teórica, sem conhecer sua real função no processo educacional, bem como seu potencial de contribuição para o desenvolvimento de seus alunos”.

Subcategoria 2.4. Carga Horária

A grande maioria dos questionados defende a necessidade de aumentar a carga horária da Educação Física na escola.

49 “A carga horaria, eu acho que deveria ser um bocadinho mais, sinceramente deveria ser um bocadinho mais (…)” (P2)

“Não, não é adequada, se pensarmos que todos nos deveríamos de fazer pelo menos 1 hora de desporto por dia, duas horas por semana não são nada (…)” (P6)

De acordo com os resultados, constata-se o sentimento generalizado de que a carga horária da Educação Física ainda é relativamente pequena, para permitir uma abordagem aprofundada do desporto e da atividade física. Estes resultados também são corroborados pelo estudo de Gonçalves e Brauner (2011), no qual aplicaram questionários a cinco turmas do Ensino Básico e verificaram que há necessidade de aumentar a carga horária destinada à disciplina de Educação Física no currículo escolar.

Categoria 3. Valorização da EF na comunidade comparativamente

às restantes disciplinas

A grande maioria dos docentes afirma que os pais atribuem menos importância à Educação Física do que os docentes e os próprios alunos; consequentemente referem que a Educação Física enquanto disciplina encontra-se desvalorizada comparativamente com as restantes.

“(…) pais atribuem uma importância menor a escola, nós vemos isso no comportamento dos nossos alunos, (…) isso também se passa na Educação Física (…) acham que é uma disciplina menor (…)” (P1) “Vou ser honesta (…) eu acho que o papel da Educação Física é muitas vezes diminuído (…) nos alunos não me parece que seja essa a ideia, eles são mt recetivos à pratica da Educação Física (…)” (P3)

“A apreciação que tenho é que é pouco valorizada (…)” (P4)

“Os pais e a comunidade escolar atribuem importância ao sucesso escolar dos filhos, a Educação Física muitas vezes não é parte integrante desse objetivo que é o sucesso (…)” (P8)

Estes testemunhos são um reflexo da realidade que muitos autores têm vindo a defender relativamente à Educação Física. Na comunidade escolar,

50 esta disciplina é vista como uma matéria extracurricular baseada em atividades recreativas e de forma lúdica (Silva & Damazio, 2008).

Categoria 4. Benefícios da EF

No presente estudo, todos os docentes e os Encarregados de Educação apontam benefícios físicos, sociais e até psicológicos associados à disciplina de Educação Física.

“A nível físico porque descarrega as energias que precisa, a nível social porque ao praticar jogos de grupo, jogos de equipa, portanto estabelecem-se as laços sociais e as regras de viver em sociedade” (EE5)

“A nível social eles aprendem a trabalhar em equipa, aprendem a não ser tão individualistas, aprendem que têm que partilhar, aprendem a respeitar outro tipo de regras que não em sala de aula fechada. (…)” (EE8)

“São muitos (…)a nível social acho que é importante porque eles acabam por interagir com outros colegas e é sempre importante através da diversão do divertimento, eles vão socializando vão conhecendo pessoas novas, pessoas de raças diferentes” (P2)

“É muito importante, a nível social sobretudo atividades de grupo, permite um espirito de equipa, um espirito de grupo (…) também ao nível da interação entre pares, no sentido de responsabilidade, as hierarquias, o respeito, um conjunto de valores que são parte do cidadão e que podem ser trabalhadas também ao nível da Educação Física (…)” (P5)

Os benefícios da prática de exercício físico encontram-se amplamente relatados na literatura, sendo que a socialização é um dos principais aspetos positivos apontados. Neste contexto, atividades desportivas no ambiente escolar potencializam a educação social dos alunos mediante a aquisição de normas e valores que podem influenciar positivamente outros domínios escolares (Krouwel et al., 2006).

Também num estudo de Gonçalves e Brauner (2011), foi demonstrado que a Educação Física exerce um papel fundamental na educação dos jovens,

51 através da promoção da saúde, do convívio social, do autoconhecimento e, ainda, contemplando o ser humano em toda a sua plenitude.

Numa pesquisa realizada por Rego e Chiara (2006), ficou comprovada uma associação positiva entre a prática regular de atividade física, em que ocorre o aumento do gasto energético, e a prevenção da obesidade e de doenças cardiovasculares.

Categoria 5. Importância no futuro dos alunos/educandos

Com base nos resultados obtidos, constata-se que existe uma desvalorização da Educação Física por parte dos pais/Encarregados de Educação e, até por vezes pelos docentes de outras áreas, que priorizam as disciplinas clássicas, atribuindo baixo valor à prática desportiva. Não obstante, a maioria dos entrevistados no presente estudo defendeu a importância da disciplina no futuro dos jovens, devido a todos os seus benefícios.

“Considero, uma vez que um dia mais tarde, como ele socializa com as outras crianças, fica uma pessoa mais aberta e mais comunicativa, e mais autónoma” (EE1)

“Sim considero, até para num futuro poder manter uma porta profissional aberta” (EE2)

“Sim senhor, sim (…) eu penso que a Educação Física é uma disciplina que exige disciplina, ou seja os alunos, aprendem também a ser disciplinados (…)” (P3)

Analisando os testemunhos obtidos pelos entrevistados, denota-se uma associação entre a prática de atividade física e o desenvolvimento físico, social, emocional e cognitivo dos jovens, o que justifica esta importância atribuída à Educação Física no futuro dos educandos. Estes resultados estão em concordância com estudos prévios que demonstram que jovens ativos tendem a tornar-se adultos ativos, e contrariamente, crianças e adolescentes que adotam um estilo de vida sedentário sofrem repercussões negativas na saúde em idades mais avançadas (Standage et al., 2003).

52 Estes resultados também são corroborados num estudo de Lorenz e Tibeau (2003) que demonstrou que embora a Educação Física seja uma unidade curricular do percurso letivo dos jovens, ainda é vista por muitos como atividade. Estes autores também defendem que uma maior valorização do conceito de Educação Física como disciplina, dependerá da experiência do professor na condução, execução e planeamento de suas aulas.

Categoria 6. Aspetos mais valorizados na EF

No que respeita aos aspetos da Educação Física mais valorizados, pelos Encarregados de Educação e docentes, estes foram maioritariamente os desportos coletivos, na medida em que permitem uma maior socialização e aquisição de regras.

“São mesmos os desportos coletivos (…) pelo fato de ele sociabilizar com os outros colegas e conseguir trabalhar em equipa” (EE3)

“O estabelecimento de regras (…) para aprenderem como se devem comportar em sociedade” (EE5)

“(…) o espirito de equipa, a responsabilidade (…) a disciplina” (P3) “(…) são importantes os momentos de desportos coletivos uma vez que há partilha, uma vez que há ali uma conjugação de valores que a Educação Física, nos desportos coletivos ajuda também a fomentar (…)” (P7)

Estes excertos dos discursos obtidos vêm demonstrar que os aspetos mais valorizados na disciplina da Educação Física vão muito além da prática de atividade física por si só, mas sim, os valores e as ações que dela advêm. Isto é, as comunicações e as interações nas aulas de Educação Física formam o conteúdo socioeducativo mais valorizado das atividades desportivas.

Neste sentido, o desporto é visto como o excelente instrumento para servir de impulso para o indivíduo desenvolver-se, aperfeiçoar-se, a ampliar seus interesses e sua esfera de responsabilidades, inclusive sua responsabilidade social como cidadão (Gáspari & Schwartz, 2001; Gallati & Paes, 2006).

53 Em particular os desportos coletivos, segundo Gallati e Paes (2006), representam o contexto de eleição para a introdução à vida em sociedade, isto porque permite aos alunos aprenderem a compreender o seu papel no grupo, na comunidade, na sociedade em geral, com a transmissão de responsabilidades para realização dos objetivos maiores da sociedade.

Este fato foi estudado numa investigação de Valentini (2009), tendo por base a socialização de jovens oriundos de regiões periféricas das grandes cidades. No estudo, os autores verificaram que as iniciativas educacionais baseadas em atividades físicas, como a própria Educação Física, permitem estimular cidadania e a inserção social de grupos de alunos nessas condições.

Categoria 7. Aspetos menos valorizados na EF

Os aspetos menos valorizados foram os aspetos teóricos, como o conteúdo e a avaliação.

“O que valorize menos é os testes. Porque considero que a educação física seja mais importante a parte pratica e não a teórica” (EE1)

“Talvez a componente teórica, não me parece que relevante a componente teórica neste tipo de disciplina” (EE2)

“Olha eu vou dizer a verdade, o que eu valorizo menos é a parte teórica” (EE6)

“Os testes teóricos são importantes, mas não são condição para uma boa prática de Educação Física, acho que devem existir mas, a questão da prática física deve ser a mais forte” (P6)

Mais uma vez denota-se que o conteúdo programático ou a avaliação são os fatores menos valorizados na Educação Física como disciplina, o que se encontra em concordância com os fatos apresentados anteriormente. Como afirma Bracht (1997), o senso comum aponta a prática das modalidades lecionadas na Educação Física, como a forma mais importante de orientar o aluno a ter uma formação e um convívio social, ficando para segundo plano a componente teórica e a avaliação.

54 Por outras palavras, a componente teórica tende a ser desvalorizada, devido a opinião generalizada de que é através da prática do jogo, que os alunos são motivados a aprenderem, as habilidades são aperfeiçoadas, desenvolvem a criatividade, a cognição e aprendem a resolver problemas e a tomar decisões, ou seja, estimulam o desenvolvimento das inteligências múltiplas (Teixeira & Teixeira, 2006).

Categoria 8. Gosto e motivação pela Educação Física

Tendo em vista o fato de que a Educação Física assume uma especial relevância numa sociedade cada vez mais sedentária, torna-se importante compreender se os jovens de hoje em dia encontram-se motivados para a prática de Educação Física, bem como compreender os desportos, para eles, mais aliciantes. Assim, de acordo com os resultados obtidos tanto pelos Encarregados de Educação como pelos docentes, os jovens na sua grande maioria encontram-se bastante motivados para a prática de atividade física, principalmente pelo fato de socializarem com os colegas.

“Ele adora a Educação Física está sempre motivado. Porque sente se bem, convive com os colegas, faz o que ele gosta que é praticar desporto” (EE1)

“Na minha opinião pessoal, e na minha experiencia penso que sim maioritariamente, 100% é impossível, mas penso que 80% dos alunos estão motivados (…)” (P5)

“(…) sim eu diria isto anda nos 50-50. (…) há muitos que não foram incentivados e estimulados a praticar desporto, a por o corpo a mexer desde novos, como em muitas outras coisas, mas em relação à Educação Física nota-se que há um sedentarismo, e há desmotivação (…)” (P8)

No entanto, estes resultados também alertam para o fato dos jovens estarem cada vez mais sedentários, o que vai ao encontro da conceção de que o nível de atividade física declina ao longo da idade, sobretudo durante a adolescência (Riddoch & Boreham, 2000).

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Categoria 9. Modalidades mais preferidas

No que concerne às preferências dos jovens na disciplina de Educação Física, as mais apontadas foram os desportos coletivos como o futebol e basquetebol.

“O que ele gosta mais é portanto jogar futebol, porque ele desde de miúdo andava que nas escolinhas de futebol e ele gosta imenso de jogar” (EE1)

“Os desportos coletivos. Talvez porque sejam uma tendência para os rapazes gostarem mais de futebol basquetebol, e voleibol” (EE8)

“Eu penso que, continuo a pensar nos desportos coletivos, acho que

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