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PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

5. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

5.1. Introdução

A nossa pesquisa enquadra-se no âmbito de uma metodologia qualitativa, que enfatiza a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das perceções pessoais (Bogdan & Biklen, 1994).

A metodologia foi escolhida de acordo com os objetivos definidos para a investigação, bem como, de acordo com o tipo de resultados que se espera e o tipo de análise que se pretende efetuar.

5.2. Caracterização da Amostra

De acordo com Gil (1999, p. 97) a amostra “é uma pequena parte dos elementos que compõem o universo”, ou seja, é um subconjunto de uma população ou de um grupo de sujeitos que fazem parte de uma mesma população. De acordo com o mesmo autor, a amostra deve ser representativa da população visada, isto é, as características da população devem estar presentes na amostra selecionada.

Tendo em vista os objetivos do presente estudo, a amostra da investigação é constituída por dez Encarregados de Educação de alunos do 9º ano (Quadro 1) e dez docentes de outras áreas curriculares que não Educação Física (Quadro 2).

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Encarregado de Educação

Género Idade Cidade onde vive

Formação Académica

Atividade Profissional

EE1 Feminino 41 Mealhada 9º Ano Administrativa

EE2 Masculino 45 Aveiro 12º Ano Gestor Comercial

EE3 Masculino 48 Aveiro 9º Ano Funcionário Público

EE4 Masculino 42 Aveiro 12º Ano Gerente de Loja

EE5 Feminino 53 Águeda Licenciatura Professora de Matemática

EE6 Feminino 46 Aveiro Licenciatura Psicóloga

EE7 Masculino 51 Aveiro 9º Ano Administrativo

EE8 Feminino 40 Vagos 9º Ano Auxiliar hospitalar

EE9 Masculino 38 Ílhavo 12º Ano Contabilista

EE10 Feminino 46 Aveiro 12º Ano Escriturária

Quadro 1. Caraterização dos Encarregados de Educação participantes no estudo.

Docentes Género Idade Cidade onde exerce

Formação Académica

Área disciplinar

P1 Masculino 36 Vagos Licenciatura Professor de Física e Química

P2 Masculino 32 Vagos Licenciatura TIC

P3 Feminino 43 Aveiro Mestrado Ensino Especial - 910

P4 Masculino 47 Aveiro Mestrado História

P5 Feminino 49 Vagos Mestrado História

P6 Feminino 37 Mealhada Mestrado Português

P7 Masculino 62 Aveiro Licenciatura Português/Inglês

P8 Masculino 32 Mealhada Licenciatura Ed. Moral e Religiosa Católica

P9 Feminino 34 Aveiro Licenciatura Matemática

P10 Feminino 41 Mealhada Licenciatura Educação Visual

Quadro 2. Caraterização dos docentes participantes no estudo.

5.3. Instrumento de Pesquisa

A entrevista semiestruturada foi o método selecionado como instrumento de recolha de dados, visto possibilitar a recolha “dados descritivos na

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intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspetos

do mundo” (Bodgdan & Biklen, 1994, p. 134).

Por outras palavras, a técnica da entrevista baseia-se em conversas orais individuais, com o objetivo de obter informações sobre os fatos em estudo, tornando-se assim numa técnica privilegiada na compreensão do conhecimento/experiência dos entrevistados.

De acordo com Quivy e Campenhoudt (2005), a entrevista semiestruturada permite o contato direto entre o entrevistador e o entrevistado, o que facilita o desenvolvimento de alguma cumplicidade, resultando numa maior expressão do entrevistado.

Em termos metodológicos, as entrevistas semiestruturadas baseiam-se num esquema ou guião, que pode ser, ou não, respeitado e, apesar da estrutura, há espaço de manobra para alguma ambiguidade controlada (Quivy e Campenhoudt, 2005). Assim, a entrevista semiestruturada parece ser o que se melhor adequava para atingir os objetivos do presente estudo, dado que sendo menos rígida do que a entrevista estruturada ou padronizada, representa um instrumento em que o entrevistador, embora tendo um conjunto de questões previamente definidas, pode sempre introduzir novas questões de forma a obter mais informações.

Neste sentido, para a realização das entrevistas elaborou-se dois guiões, um para as entrevistas aos Encarregados de Educação (Anexo 1) e outro para os Docentes (Anexo 2).

O guião de entrevista do nosso estudo foi elaborado tendo em conta algumas referências bibliográficas (Cale, 2000; Falkenbach, 2002; Ferraz & Flores, 2004; Gonçalves & Brauner, 2011).

As primeiras versões dos guiões das entrevistas foram submetidas a um grupo de experts. Foram sugeridas pequenas alterações surgindo as segundas versões dos guiões das entrevistas. Seguidamente, realizou-se o pré-teste. Após a transcrição das entrevistas chegou-se à conclusão que não seria necessário efetuar mais alterações aos guiões das entrevistas, surgindo assim as respetivas versões finais (ver Anexos 1 e 2).

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5.4. Procedimento para a recolha de dados

Após aprovação da autorização solicitada e cumpridas todas as formalidades, as entrevistas foram realizadas no mês de Junho de 2012, na Escola Profissional de Aveiro. As entrevistas decorreram num ambiente calmo e descontraído e demoraram em média 15 minutos.

As entrevistas gravadas foram posteriormente transcritas na sua integralidade com a permissão dos entrevistados.

É de salientar que tendo em consideração os princípios éticos e deontológicos relacionados com este tipo de investigação, os participantes foram informados sobre os objetivos do estudo, sendo fornecidos todos os esclarecimentos solicitados, bem como assegurado o anonimato da informação recolhida e o consentimento informado para participarem nesta investigação.

5.5. Técnica de tratamento dos dados

A técnica de análise do material empírico recolhido nas entrevistas começou pela transcrição integral da informação obtida pelo investigador.

A informação transcrita foi tratada segundo a técnica de análise de conteúdo que é uma técnica que permite a descrição objetiva, sistemática e qualitativa do conteúdo manifesto na comunicação, permitindo também fazer inferências válidas e replicáveis do contexto estudado (Bardin, 2008; Quivy e Campenhoudt, 2005; Pereira & Leitão, 2007).

A análise de conteúdo é definida por Quivy e Campenhoudt, (2005, p. 227) como “um conjunto de técnicas de análise das comunicações (quantitativos ou não) que aposta no rigor do método como forma de não se perder na heterogeneidade do seu objeto”. Assim, permite realizar o tratamento “de forma metódica de informações e testemunhos que apresentam um certo grau de profundidade e complexidade”.

42 Assim, a grelha de análise categorial baseia-se num conjunto de categorias, ou conceitos descritivos ou analíticos definidos a priori e a

posteriori, que permitem a comparação e classificação do material recolhido

(Pereira & Leitão, 2007). E como afirma Maroy (1997, p. 119), “o conjunto das

grelhas de análise constitui a armadura da organização e descodificação do

corpus, só elas permitem dar-lhe conta do sentido”.

Para evitar esquemas de raciocínio pré-concebidos, ou categorias pré- fabricadas que não encaixam no universo sócio simbólico que se procurava compreender e descrever, as categorias foram definidas à posteriori a partir dos dados da realidade observada.

Neste sentido, o tratamento da informação obtida pelas entrevistas baseou-se na sua leitura e análise, sendo anotados os aspetos mais significativos provenientes dos discursos obtidos. Estes aspetos mais significativos foram posteriormente agregados em categorias e subcategorias.

Com base nas categorias definidas, as grelhas de conteúdo foram preenchidas com toda a informação retirada das entrevistas considerada pertinente (Anexo 3). Posteriormente, foram selecionados os excertos dos discursos para o corpo deste trabalho que procurou ser o mais adequado às circunstâncias tentando respeitar, tanto quanto possível, o sentido das narrativas integrais.

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