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E pra aprofundar seus conhecimentos na sua área, tem alguma coisa que você costuma ler, uma revista que você assine?

ANEXO A – TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS

P: E pra aprofundar seus conhecimentos na sua área, tem alguma coisa que você costuma ler, uma revista que você assine?

P2A: Eu gosto da Interessante, da Recreio, porque trazem atividades que você pode adaptar em sala de aula, então a gente pega muito coisinhas que dá pra se trabalhar, jogos interativos pra eles, é muito bom. Gosto muito da Recreio.

P: Agora partindo mais pro meu trabalho mesmo, a primeira pergunta que eu gostaria de fazer pra você, é o que é linguagem pra você?

P2A: Assim, eu já estou em sala de aula há muito tempo, então a gente vê muito a dificuldade da criança quando ela tem uma leitura não fluente, porque ela está em processo de aprendizagem o tempo todo. Então assim, tudo o que se relaciona ao prazer da criança, seja de uma frase, seja de uma palavra, de um jogo, eu considero linguagem. Porque? Vou dar um exemplo. A criança, ela jamais, hoje, quando estou dando História e Geografia, se eu não puxar a leitura do texto pra outros exemplos, e, digamos assim, colocar coisas, enfeitar, dando exemplos de como ela pode encontrar alguma coisa dentro da leitura, a criança jamais vai sentir prazer por leitura nenhuma. E assim, você sabe que hoje em dia a criança tem muita dificuldade da concentração na leitura quando ela vai ler sozinha. Então o que eu faço? Vou lendo com eles quando estou fazendo a leitura de um texto e sei que esse texto não vai trazer prazer a eles, eu peço pra que um leia um trecho, perguntou a outro se ele gostou da leitura do colega. Nisso eles já vão pedindo, tia deixa eu ler, eu sei que a dificuldade é grande ainda, massa gente vai buscando meios pra que eles possam se interagir dentro da leitura pra que eles encontrem prazer. Então assim, leitura de uma frase, leitura de um texto, leitura de palavras, de jogos, tudo isso pra mim é leitura. A partir do momento que a criança encontre o prazer na leitura, eu já considero como algo bem positiva da vida dela

P: E na sua opinião qual seria a função de se ensinar a língua escrita?

P2A: Pra mim, a criança tem que saber codificar as letras, fazer o reconhecimento dessas letras, pra que ela possa aprender. Tenho 3 crianças aqui na sala que tem muita dificuldade na escrita e na leitura, mas porquê? Porque não foram alfabetizadas. E a gente vê nos olhos a dificuldade que elas transmitem quando vão realizar alguma atividade, porque elas não sabem escrever. Se a criança não sabe ler ela automaticamente não sabe escrever. Pra que ela possa escrever, ela tem que fazer o reconhecimento dessas letras. E eu sei que essas

crianças vão chegar ao final do ano ainda com essas dificuldades. A gente faz a recuperação paralela, mas não adianta. O importante é você saber que a criança fez um 1°ano com segurança, sabendo que realmente ela fez esse reconhecimento no 1° ano pra quando ela chegar no 2°ano, ela fazer esse reforço.

P: Justamente nesse sentido o que seria alfabetizar? E o que é Letrar? Na sua opinião há uma diferença? Não há uma diferença?

P2A: Pra algumas pessoas têm diferença, pra mim não tem. Se você alfabetiza uma criança, se você está letrando uma criança, fazendo com que a criança faça o reconhecimento de das letras, das palavras, ela está sendo letrada. Então assim, eu não vejo diferença. Tem pessoas que fazem diferença, porque acham que a leitura é diferente do letramento. É realmente. Tem criança que sabe ler e que não sabe escrever. Como eu tenho criança que faz a leitura, mas que escreve muito pouco. Mas por exemplo, se a criança faz a leitura da palavra CASA, e escreve casa com Z, mas ela está reconhecendo. Ela sabe que casa é com 2 silabas, tem um som diferente da letra, mas ela sabe que ali está escrevendo. Eu não vejo diferença. Embora muitas pessoas pensam que a leitura é totalmente diferente do letramento. Eu não acho. É o caso do João(aluno com nome fictício), ele não faz nenhuma leitura e não faz nenhuma escrita, a não ser quando eu pergunto oralmente, mas ele sabe do que se trata o assunto, ele sabe do que estamos falando, ele só não tem leitura. Se ele não tem leitura, ele não tem letramento. Se ele não lê, ele não escreve, pra mim é uma coisa casada com a outra. A leitura tem tudo a ver com o letramento. Eu como professora de sala de aula sei que eles, como a turminha do 2° ano é muito homogênea, eu sei que tem tudo a ver a leitura com o letramento.

P: E aí nesse sentido, pra leitura e pra escrita, que tipos de atividades você costuma utilizar em sala? São textos de gêneros diferentes?

P2A: A gente trabalha vários gêneros, tanto gênero poético, culinário, contos maravilhosos, parlendas, tiras, trabalhamos com trava-línguas. São diversos tipos de gêneros textuais. Dentro desses gêneros, a gente procura sempre estar trabalhando diversas atividades pra que eles possam fixar. Então todos os dias a gente procura inovar.

P: A última, já que você teve experiência em outras séries, na opinião, tem diferença, tendo como foco a alfabetização, entre se ensinar o 1° o 2° e p 3° ano?

P2A: Demais! Eu não passei muito tempo no 1° porque meu foco como eu já havia dito foi o 2° ano. A gente recebe crianças que já vem muito mais alfabetizada do que no 1° ano que você tem que fazer um trabalho diferenciado, pra que a criança faça o reconhecimento das letras, nos numerais, pra que ele tenha esse reconhecimento até o final do ano. Quando a

criança já vem com esse conhecimento é bem mais fácil de você trabalhar. Porque eles realmente já conhecem, já fazem a leitura de uma palavra, de uma frase completa, de textos completos, do que uma criança que ainda não está letrada. Então a diferença é bem maior. E os maiores então, do 4° e 5° são bem mais evoluídos, já tem o conhecimento da leitura bem mais evoluído porque já tem o conhecimento da leitura, das letras há mais tempo e o trabalho é bem diferente mesmo!

P: Obrigada, professora. ________________________ Data: 12/06/2019

Pesquisadora: Professora muito obrigada mais uma vez, sou Tatiana Almeida, mestranda da UFC em Linguística. Meu trabalho é sobre as concepções do professor alfabetizador de 1°, 2° e 3° e conto com sua contribuição enquanto professora do 2° ano. Primeiro, apesar de seu nome não aparecer, gostaria que você dissesse seu nome e idade.

Professora2B: Pronto, Edna (nome fictício), 53 anos.

Pesquisadora: Sua escolaridade e onde você se formou?

Professora2B: Sou especialista em História, e fiz na UFC História da África, especialização. E na UECE foi a Filosofia e a Pedagogia.