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A apropriação dos espaços escolares Uma discussão físico ambiental com duas vertentes: os espaços da escola e os de

vizinhança

Orientadores: Mariana Gaio Alves e Bruce Jilk

Mariza Weber Alves, mariza.w.alves@gmail.com e mariza.w.alves@fct.unl.pt

Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável; Arquitectura e Educação; Design Down Process.

Questões/objectivos de investigação. Sua relevância. Revisão de literatura

A presente investigação pretende examinar as interfaces geradas a partir da aproximação dos conteúdos da arquitectura e do urbanismo com o ensino básico.

As indagações por um projecto físico-ambiental colectivo, mais ajustado às linhas de um desenvolvimento sustentável, encontram no espaço escolar as condições necessárias à implementação de um projecto participativo, valendo-se das oportunidades geradas pelos estudos perceptivos.

A verificação do saber prático das crianças no seu convívio com os espaços da escola e com os de proximidade configura-se como uma acção prioritária na condução do trabalho que, a partir da reflexão conjunta com os grupos envolvidos, pretende-se utilizar os seus contributos na busca de resultados partilhados para a promoção ambiental daqueles espaços. Pontos de reflexão: As questões do meio ambiente construído devem ser objecto de

uma reflexão sistematizada no ensino fundamental?

Podem ser compreendidas a partir de um debate da concepção e organização dos espaços escolares?

A condução destas acções contribui na formação de cidadãos mais pró-activos no uso e na percepção do funcionamento da cidade?

A sistematização do trabalho conjunto entre educadores e arquitectos vem ao encontro de duas condições que nos remete à necessidade de melhor perceber a relação dos alunos na construção do seu processo de aprendizagem e cidadania com o meio ambiente construído. Importa referir:

Os parcos resultados das intervenções qualitativas nas franjas urbanas, onde apesar da vigência de modelos mais participados, os resultados práticos continuam aquém do ideário preconizado nos guiões de sustentabilidade local;

Trabalhos anteriores revelam a forma como as crianças provenientes das áreas com incidência em auto-construção lidam com desenvoltura nas questões relacionadas à arquitectura e ao desenho urbano. Canário (2001), defende a construção de um sentido positivo para o trabalho que é realizado na escola e aponta alguns referenciais externos que podem contribuir para esta mudança: a valorização da experiencia, o potencial formativo das situações e contextos sociais e a reversibilidade dos papeis educativos. “É preciso pensar a escola a partir das modalidades educativas que lhe são exteriores e não escolares” (p. 15).

Ao ingressarmos no século XXI verificamos a contínua busca de novas estratégias no sentido de percebermos como de facto aprendemos. Neste contexto, Bruce Jilk (2005) aponta as limitações e as contestações em torno de uma abordagem exclusivamente funcionalista dos espaços escolares. Afirma ser premente a necessidade de sabermos desenvolver ambientes que ofereçam novas possibilidades para a aprendizagem, e que, o carácter de sustentabilidade dos espaços escolares está dependente de projectos que permitam uma maior flexibilidade no uso dos seus espaços bem como da longevidade desses equipamentos

Em sua aproximação às Ciências da Educação, a investigação privilegia a “ligação entre conhecimentos provenientes de vários campos disciplinares, de modo a ensaiar a construção de um pensamento alternativo e inovador sobre o objecto de investigação” (Alves, 2007). Tal significa reconhecer a “pertinência de combinar diferentes perspectivas e linguagens disciplinares promovendo a construção de uma conhecimento mais holístico e mais integrado dos fenómenos educativos.” (Alves e Azevedo, 2010)

Metodologia, métodos, instrumentos de pesquisa

Importa considerar o carácter compreensivo da investigação em educação, tal como defende Berger, (1992) ao apontar a necessidade de superar a relação de distanciamento entre observador e objecto, substituindo uma ‘epistemologia do olhar’ por uma ‘epistemologia da escuta’. (citado em Alves e Azevedo, 2010)

Ao encarar as questões de método a partir de uma abordagem holística da investigação, considera-se que a “interacção entre indivíduos, contextos e o conhecimento, constituem-se em três grandes unidades analíticas e estão inter-relacionados e condicionam o decorrer de processos de ensino/aprendizagem”(Alves e Azevedo, 2010).

A investigação em curso opta adopta um trabalho de Investigação-Acção a partir da criação de uma oficina – Oficina Arquitectura-Participativa, nas instalações de uma escola de 2º e 3º ciclo, onde serão desenvolvidas as actividades integradas tanto no espaço escolar como na vizinhança. Identificação da instituição onde será implementada a oficina: o contacto com as instituições e apresentação dos objectivos da investigação; a auscultação dos interesses das instituições e os ajustes na programação do projecto face a sua exequibilidade junto à instituição escolhida;

Implementação da oficina: apresentação das dinâmicas aos grupos envolvidos; estabelecimento de uma rotina interna de trabalho, a aproximação com o tema físico-espacial: percursos externos e percursos internos;

Aferição com supervisão e co-supervisão dos percursos adoptados. Análise dos relatórios parciais. Workshops alargado à comunidade do centro escolar.

Resultados e/ou conclusões

Revisão da literatura nacional e estrangeira a fim de se compreender as perspectivas de um trabalho conjunto entre a arquitectura dos espaços de educação e as ciências da educação. Histórico das edificações escolares, das políticas educativas, internas e externas, com repercussões para o uso destes espaços (em curso);

Análise de modelos físico-espaciais com processos participados: visita à Ingunnarskóli e Escola da Ponte;

Participação em Encontros e Formação;

Identificação da instituição onde será implementada a oficina. Reuniões com os professores e coordenação.

Referências

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A complexidade do pensamento matemático avançado no

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