• Nenhum resultado encontrado

APROXIMAÇÃO A UMA EXPERIÊNCIA DE RADIODIFUSÃO EM CUIABÁ/MT

No documento LivroPauloFreireeEducPop-10Mai (páginas 147-155)

Cristóvão Domingos de Almeida 1

“Na comunicação não há sujeitos passivos”, pontuou o edu- cador Paulo Freire, e a sociedade está cada vez mais presenciando essa dinamicidade. As relações sociais são fortemente influencia- das pelos meios de comunicação social e, com o avanço das tecno- logias de informação, a utilização desses veículos, como instrumento educativo, contribui na formação dos sujeitos, conseqüentemente nos sujeitos capazes de transformar a realidade em que vivem.

O rádio no Brasil evoluiu na mesma proporção, ou até mesmo superior, aos países desenvolvidos, por isso houve um ganho de qualidade muito grande quando dimensionamos o espaço radiofô- nico como processo educativo. Nos anos 60, o Movimento de Edu- cação Básica (MEB), ligado à Igreja Católica, implantou, em vári- os estados da região norte, sudeste e centro-oeste, as estruturas de Escola Radiofônica. Um projeto de educação ousado, inovador e que permitiu fazer uma interlocução com os trabalhadores rurais. Essas escolas eram implantadas após vários contatos, manifesta- ção de interesse da comunidade, capacitação das lideranças, dos monitores, enfim, a metodologia utilizada era promover a alfabeti- zação, a partir do cotidiano dos trabalhadores e trabalhadoras ru- rais. Mais do que saber ler, era a possibilidade de dar voz e vez àqueles que foram impossibilitados de freqüentar o espaço conven- cional de educação.

Podemos citar várias iniciativas que ocupam as ondas do rá- dio no processo de escolarização, como a Rádio Favela FM 94.5 de Belo Horizonte, Radioescola implantada no estado do Paraná. No entanto passo a focalizar o processo de ensino-aprendizagem de- senvolvido na Universidade Popular Comunitária (UPC)2, locali-

zado em Cuiabá-MT, que utilizou a técnica do rádio como proces- so de emancipação dos estudantes.

A UPC foi implantada pela Secretaria Municipal de Cuiabá, em 2002, com o objetivo de garantir a escolarização de adultos, acima dos 25 anos e que não haviam concluído o ensino básico.

Segundo estatística do IGBE/2000, são cerca de 118 mil adultos que estão nessas condições na Capital. Por isso, as práticas educati- vas na UPC valorizam um ensino diferenciado, não por querer rom- per com o modelo convencional existente, mas por ser radicalmen- te necessária a inserção de adultos impossibilitados, pelas circuns- tâncias da vida, de participarem ativamente do processo educacio- nal. Esse processo não passa somente por uma construção científi- ca do conhecimento, mas avança na busca, no resgate dos valores humanos essenciais para que as pessoas subsistam dignamente, ele- vando sua auto-estima.

Na UPC, as atividades pedagógicas partem da história de vida do indivíduo e das suas relações coletivas. Essas atividades devem facilitar a reflexão, visando a práticas prospectivas e transformado- ras que levem a mudança do sujeito e da sua realidade. Na visão do educador Paulo Freire3, o processo educacional deve estar com-

prometido com a “perspectiva verdadeira que é a de humanizar o sujeito na ação consciente e o que esse sujeito deve fazer para trans- formar o mundo”.

Pensando na conscientização desses sujeitos é que observa- mos que a maioria dos coartisentes4 viveram a infância e a adoles-

cência na zona rural. E uma das histórias valorizadas por eles, foi a companhia do rádio; em casa ou na roça, lá estava o rádio para tocar as músicas, falar do tempo, veicular as notícias e de vez em quando receber informações dos familiares distantes.

Alguns ressaltaram que o grande sonho era ser locutor de rá- dio, outros trabalhar com os meios de comunicação, e mais, mes- mo terem migrado da zona rural para a periferia da Capital, conti- nuavam tendo o rádio como companheiro. Nesse sentido, fica evi- dente o argumento de Ferraretto5 ao dizer que o rádio é um veículo

popular e, mais, no início do apogeu da radiodifusão no Brasil, 1940, ficou conhecido o slogan “brasileiro ouve rádio”, por se tratar de um veículo com poder de penetração em todo o território nacional. Por se tratar de um meio de informação popular, para valori- zar as histórias de vida, e fortalecer o desenvolvimento da identida- de e alteridade desses sujeitos, a Universidade Popular Comunitá- ria firmou convênio com a rádio Cultura de Cuiabá - AM 710 khz, com o propósito de ceder espaço de uma hora na programação semanal, ao vivo, para veicular 22 programas radiofônicos, elabo- rados e produzidos pelos coartisentes como resultado do processo de ensino-aprendizagem. Sabendo-se que a comunicação não é um

ato passivo, mas exige dinamicidade e é nessa dinâmica que ela

ato passivo, mas exige dinamicidade e é nessa dinâmica que ela

pode ser um meio para se chegar ao sujeito, como afirmava Freire

pode ser um meio para se chegar ao sujeito, como afirmava Freire

(1997): “não trata do sujeito abstrato, mas o sujeito concreto, inse-

(1997): “não trata do sujeito abstrato, mas o sujeito concreto, inse-

rido na realidade”.

rido na realidade”.

Na produção do Programa de Rádio houve envolvimento

Na produção do Programa de Rádio houve envolvimento

dos estudantes, professores, técnicos, monitores das oficinas de

dos estudantes, professores, técnicos, monitores das oficinas de

rádio. E nessa construção coletiva, desde o nome do programa,

rádio. E nessa construção coletiva, desde o nome do programa,

“Saber Popular”, foi resultado da culminância entre a história

“Saber Popular”, foi resultado da culminância entre a história

de vida de cada um e das entrevistas de opinião realizadas entre

de vida de cada um e das entrevistas de opinião realizadas entre

os estudantes, na vizinhança e na comunidade. Assim, o educa-

os estudantes, na vizinhança e na comunidade. Assim, o educa-

dor Paulo Freire

dor Paulo Freire66 nos diz que “conhecer não é o ato através donos diz que “conhecer não é o ato através do

qual um sujeito é transformado em objeto, recebe dócil e passi-

qual um sujeito é transformado em objeto, recebe dócil e passi-

vamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe”. Na con-

vamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe”. Na con-

cepção de Freire e também para nós que construímos o Progra-

cepção de Freire e também para nós que construímos o Progra-

ma de Rádio “Saber Popular”, o conhecimento demanda ao su-

ma de Rádio “Saber Popular”, o conhecimento demanda ao su-

 jeit

 jeito o curiocuriosidasidade, de, ousadousadia, ia, invenção invenção e e reivenreivenção, ção, ir ir além além das das in-in-

formações, ou seja, implica em “fazer e refazer as coisas para

formações, ou seja, implica em “fazer e refazer as coisas para

transformar a realidade, os homens podem superar a situação

transformar a realidade, os homens podem superar a situação

em que estão sendo um quase não ser e passa a ser um estar

em que estão sendo um quase não ser e passa a ser um estar

sendo em busca do ser mais”

sendo em busca do ser mais”77..

Os coartisentes que participaram dessa atividade, a classifica-

Os coartisentes que participaram dessa atividade, a classifica-

ram como sendo uma prática pedagógica prazerosa, significativa, e

ram como sendo uma prática pedagógica prazerosa, significativa, e

que houve também a possibilidade de

que houve também a possibilidade de ressignificaçãoressignificação das suas ações.das suas ações.

Daí a importância de construir conhecimentos a partir dos sonhos

Daí a importância de construir conhecimentos a partir dos sonhos

e desejos dos educandos. Então, algumas provocações servem como

e desejos dos educandos. Então, algumas provocações servem como

norte desta discussão: Como os estudantes relacionam o tempo

norte desta discussão: Como os estudantes relacionam o tempo

convencional com o desenvolvimento de uma atividade diferente,

convencional com o desenvolvimento de uma atividade diferente,

desafiadora e almejada por todos? Houve mudanças no tempo de

desafiadora e almejada por todos? Houve mudanças no tempo de

aprendizagem e na vivência social? Como os atores sociais se viam

aprendizagem e na vivência social? Como os atores sociais se viam

antes, durante e depois das produções dos programas de rádio?

antes, durante e depois das produções dos programas de rádio?

Como os programas de rádio interferiram subjetivamente na mu-

Como os programas de rádio interferiram subjetivamente na mu-

dança de comportamento com os colegas, amigos e vizinhos?

dança de comportamento com os colegas, amigos e vizinhos?

Na sociedade globalizada, eis os nossos desafios enquanto

Na sociedade globalizada, eis os nossos desafios enquanto

educadores, procurar meios criativos e motivadores de interação

educadores, procurar meios criativos e motivadores de interação

com as linguagens dos veículos midiáticos e desenvolver nos estu-

com as linguagens dos veículos midiáticos e desenvolver nos estu-

dantes competências, habilidades, sonhos e desejos, para que haja

dantes competências, habilidades, sonhos e desejos, para que haja

maior construção no aprendizado e um novo sentido em suas

maior construção no aprendizado e um novo sentido em suas

vidas. As mudanças vivenciadas no processo educativo se refle-

vidas. As mudanças vivenciadas no processo educativo se refle-

tem numa nova postura em relação ao conhecimento adquirido.

tem numa nova postura em relação ao conhecimento adquirido.

Daí vale a afirmação de Gutierrez (1978): “nos dias de hoje já

não se pode continuar pensando em uma escola encerrada entre

não se pode continuar pensando em uma escola encerrada entre

quatro paredes e completamente desvinculada do processo de

quatro paredes e completamente desvinculada do processo de

comunicação”.

comunicação”.

É por isso que investigar as mudanças ocorridas com aqueles que

É por isso que investigar as mudanças ocorridas com aqueles que

participaram do programa de rádio se faz necessário. Sempre que os

participaram do programa de rádio se faz necessário. Sempre que os

coartisentes têm oportunidade, comentam com muita propriedade a

coartisentes têm oportunidade, comentam com muita propriedade a

participação nos programas de rádio, mesmo para tratar dos conflitos,

participação nos programas de rádio, mesmo para tratar dos conflitos,

a referência de superação parte da construção dessa atividade. Assim,

a referência de superação parte da construção dessa atividade. Assim,

Freire

Freire88 nos diz que “a educação é comunicação, é diálogo, na medidanos diz que “a educação é comunicação, é diálogo, na medida

em que não é a transferência do saber, mas um encontro de sujeitos

em que não é a transferência do saber, mas um encontro de sujeitos

interlocutores que buscam a significação dos significados”.

interlocutores que buscam a significação dos significados”.

RADIODIFUSÃO: TEMPO E ESPAÇO

RADIODIFUSÃO: TEMPO E ESPAÇO

DE APRENDIZAGEM

DE APRENDIZAGEM

Os pioneiros do rádio no Brasil, como por exemplo, o profes-

Os pioneiros do rádio no Brasil, como por exemplo, o profes-

sor Edgard Roquette-Pinto investiu na radiodifusão como espaço

sor Edgard Roquette-Pinto investiu na radiodifusão como espaço

de transformação educativa e assim definiu o novo veículo de co-

de transformação educativa e assim definiu o novo veículo de co-

municação “o rádio é o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de

municação “o rádio é o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de

quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o

quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o

animador de novas esperanças”.

animador de novas esperanças”.

No Programa de Rádio “Saber Popular”, o ‘mestre’ estava inseri-

No Programa de Rádio “Saber Popular”, o ‘mestre’ estava inseri-

do no processo de ensino-aprendizagem, desta vez com a possibilida-

do no processo de ensino-aprendizagem, desta vez com a possibilida-

de real de dar voz e vez àqueles que cresceram tendo como compa-

de real de dar voz e vez àqueles que cresceram tendo como compa-

nhia o

nhia o rádio. rádio. Na construção do programa, os Na construção do programa, os estudantes foram produ-estudantes foram produ-

tores, locutores, difusores e receptores da comunicação. Essa ação

tores, locutores, difusores e receptores da comunicação. Essa ação

possibilitou o redimensionamento do papel do educando no processo

possibilitou o redimensionamento do papel do educando no processo

de escolarização e nas relações socioeconômicas e culturais.

de escolarização e nas relações socioeconômicas e culturais.

Os coartisentes participaram de oficinas e nesses espaços/tem-

Os coartisentes participaram de oficinas e nesses espaços/tem-

po eles aprenderam: estruturação de programa de rádio, legislação

po eles aprenderam: estruturação de programa de rádio, legislação

para construção de rádio comunitária, a parte técnica de uma pro-

para construção de rádio comunitária, a parte técnica de uma pro-

gramação, desde o formato da redação, edição, reportagem, entre-

gramação, desde o formato da redação, edição, reportagem, entre-

vista, textos opinativos, cobertura esportiva, sonoplastia, até che-

vista, textos opinativos, cobertura esportiva, sonoplastia, até che-

gar à apresentação e à locução. Na realização dos programas obti-

gar à apresentação e à locução. Na realização dos programas obti-

veram conhecimentos como: matemática, produção de texto, coe-

veram conhecimentos como: matemática, produção de texto, coe-

rência textual, gramatical, espaços geográficos da cidade, acesso à

rência textual, gramatical, espaços geográficos da cidade, acesso à

 biblioteca

 biblioteca, , internet, entre internet, entre outros. O outros. O programa de programa de rádio foi rádio foi divididdivididoo

em 10 quadros

em 10 quadros99 e os responsáveis de cada um deles adquirirame os responsáveis de cada um deles adquiriram

outros conhecimentos além daqueles ministrados nas oficinas.

outros conhecimentos além daqueles ministrados nas oficinas.

É significativo perceber como cada um lidou com o tempo/

É significativo perceber como cada um lidou com o tempo/

espaço e como foram significativos. Uns empenhavam durante a

semana inteira, pesquisando, lendo, ensaiando. Recordo que uma

semana inteira, pesquisando, lendo, ensaiando. Recordo que uma

artisentis de 41, dona de casa, era uma leitora “compulsiva” de

artisentis de 41, dona de casa, era uma leitora “compulsiva” de

poesias. Ela contribuiu na produção do quadro reflexões do progra-

poesias. Ela contribuiu na produção do quadro reflexões do progra-

ma de rádio. Leu Castro Alves, Cecília Meireles e se orgulha em

ma de rádio. Leu Castro Alves, Cecília Meireles e se orgulha em

dizer que mesmo gostando dos autores renomados, fez a opção

dizer que mesmo gostando dos autores renomados, fez a opção

pelos poetas mato-grossenses e mais especificamente pelos talen-

pelos poetas mato-grossenses e mais especificamente pelos talen-

tos da própria comunidade. Para tanto, ela ensaiava horas e horas

tos da própria comunidade. Para tanto, ela ensaiava horas e horas

em frente do espelho. No começo os filhos estranharam, mas com

em frente do espelho. No começo os filhos estranharam, mas com

o tempo, eram os primeiros a dizer

o tempo, eram os primeiros a dizer “mãe está perfeito”.“mãe está perfeito”.

Há uma série de riquíssimos relatos de aprendizagem tempo-

Há uma série de riquíssimos relatos de aprendizagem tempo-

rais. Outro coartisentis, 61, gaúcho, descendente de alemães e com

rais. Outro coartisentis, 61, gaúcho, descendente de alemães e com

uma experiência de vida alargada, antes de ingressar na UPC, es-

uma experiência de vida alargada, antes de ingressar na UPC, es-

crevia com muita dificuldade, por conta da influência da língua

crevia com muita dificuldade, por conta da influência da língua

alemã, por isso não distinguia muito bem as palavras. Assumiu o

alemã, por isso não distinguia muito bem as palavras. Assumiu o

quadro curiosidades do programa de rádio e expressou

quadro curiosidades do programa de rádio e expressou

[...] a dificuldade foi enorme. Os artisentis

[...] a dificuldade foi enorme. Os artisentis1010 sofre-sofre-

ram até eu começar a ler. Eles não entendiam o que eu

ram até eu começar a ler. Eles não entendiam o que eu

escrevia. Sei que dei trabalho. Eu tinha medo de falar erra-

escrevia. Sei que dei trabalho. Eu tinha medo de falar erra-

do. Com as oficinas comecei a me soltar e entender o pro-

do. Com as oficinas comecei a me soltar e entender o pro-

cesso. O medo foi acabando. Foi melhorando o jeito de

cesso. O medo foi acabando. Foi melhorando o jeito de

falar e escrever. Ler corretamente. Foi a insistência, pois

falar e escrever. Ler corretamente. Foi a insistência, pois

eu queria fazer o programa de rádio e fazer bem feito. Sem-

eu queria fazer o programa de rádio e fazer bem feito. Sem-

pre quis fazer algo nessa área, mas uma pessoa como eu

pre quis fazer algo nessa área, mas uma pessoa como eu

 jamais teria uma

 jamais teria uma chancechance. . No começo No começo das gdas graravaçõvações es tenta-tenta-

va 5 ou 6 vezes e sempre nessas vezes dava errado até que

va 5 ou 6 vezes e sempre nessas vezes dava errado até que

uma hora dava certo. Depois que peguei o jeito foi embo-

uma hora dava certo. Depois que peguei o jeito foi embo-

ra. Rapidinho dav

ra. Rapidinho dava conta do recado. (Ofícina - 08/06/20a conta do recado. (Ofícina - 08/06/2005)05)

O relato serve para demonstrar que, após a realização dos pro-

O relato serve para demonstrar que, após a realização dos pro-

gramas de rádio, a idéia não perder mais tempo foi geral. A ponto

gramas de rádio, a idéia não perder mais tempo foi geral. A ponto

da estudante expressar

da estudante expressar

[...] para eu ficar sem aprender é ficar sem comunica-

[...] para eu ficar sem aprender é ficar sem comunica-

ção porque deixei de apre

ção porque deixei de aprender muitas coisas boas, foi comonder muitas coisas boas, foi como

estar isolada numa ilha deserta e não saber das novidades

estar isolada numa ilha deserta e não saber das novidades

porque a escola nos renova a cada dia e eu perdi muitas

porque a escola nos renova a cada dia e eu perdi muitas

coisas. Antes não conseguia nem ajudar meus filhos nos

coisas. Antes não conseguia nem ajudar meus filhos nos

deveres por mais simples que fossem, pois não estava con-

deveres por mais simples que fossem, pois não estava con-

seguindo me comunicar comigo mesma. Hoje estou con-

seguindo entender as coisas com mais clareza porque vol-

seguindo entender as coisas com mais clareza porque vol-

tei a estudar e isso significa muito para mim [...] (Ofícina

tei a estudar e isso significa muito para mim [...] (Ofícina

 –

 – 20/20/03/03/202005)05)

Freire

Freire1111 sabiamente nos alerta que o tempo perdido dosabiamente nos alerta que o tempo perdido do

ponto de vista humano, “é o tempo em que os homens são

ponto de vista humano, “é o tempo em que os homens são

reificados” e vai além, ao dizer que o tempo perdido, ainda

reificados” e vai além, ao dizer que o tempo perdido, ainda

que ilusoriamente ganho, “é o tempo em que se usa o palavre-

que ilusoriamente ganho, “é o tempo em que se usa o palavre-

ado, o puro verbalismo, pois que ambos não são tempos da

ado, o puro verbalismo, pois que ambos não são tempos da

verdadeira práxis”.

verdadeira práxis”.

A

A prá práxis xis  se materializava no tempo/espaço das gravações.se materializava no tempo/espaço das gravações.

Expectativa, ansiedade, explosão de alegria e ao final das gra-

Expectativa, ansiedade, explosão de alegria e ao final das gra-

vações, por conta do quadro Culinária, os estudantes festeja-

vações, por conta do quadro Culinária, os estudantes festeja-

vam partilhando a receita que acabara de ser divulgada “e

vam partilhando a receita que acabara de ser divulgada “e sse  sse 

era o momento de união entre os integrantes, técnicos da rádio e edu-

era o momento de união entre os integrantes, técnicos da rádio e edu-

cadores. Nesse momento sentíamos uma verdadeira família, pela união

cadores. Nesse momento sentíamos uma verdadeira família, pela união

vivenciada por todos”.

vivenciada por todos”. Era o momento de pura alegria, comoEra o momento de pura alegria, como

constatou uma coartisentis de 40 anos,

constatou uma coartisentis de 40 anos, “os programas de rádio“os programas de rádio

marcaram muita a nossa vida”.

marcaram muita a nossa vida”. E escreveu:E escreveu:

O programa de rádio

O programa de rádio

Foi como linda paisagem

Foi como linda paisagem

Dentro de minha memória

Dentro de minha memória

Produzindo aprendizagem.

Produzindo aprendizagem.

O empenho que se observa nas atividades e nesses espaços tem-

O empenho que se observa nas atividades e nesses espaços tem-

No documento LivroPauloFreireeEducPop-10Mai (páginas 147-155)