Cristóvão Domingos de Almeida 1
“Na comunicação não há sujeitos passivos”, pontuou o edu- cador Paulo Freire, e a sociedade está cada vez mais presenciando essa dinamicidade. As relações sociais são fortemente influencia- das pelos meios de comunicação social e, com o avanço das tecno- logias de informação, a utilização desses veículos, como instrumento educativo, contribui na formação dos sujeitos, conseqüentemente nos sujeitos capazes de transformar a realidade em que vivem.
O rádio no Brasil evoluiu na mesma proporção, ou até mesmo superior, aos países desenvolvidos, por isso houve um ganho de qualidade muito grande quando dimensionamos o espaço radiofô- nico como processo educativo. Nos anos 60, o Movimento de Edu- cação Básica (MEB), ligado à Igreja Católica, implantou, em vári- os estados da região norte, sudeste e centro-oeste, as estruturas de Escola Radiofônica. Um projeto de educação ousado, inovador e que permitiu fazer uma interlocução com os trabalhadores rurais. Essas escolas eram implantadas após vários contatos, manifesta- ção de interesse da comunidade, capacitação das lideranças, dos monitores, enfim, a metodologia utilizada era promover a alfabeti- zação, a partir do cotidiano dos trabalhadores e trabalhadoras ru- rais. Mais do que saber ler, era a possibilidade de dar voz e vez àqueles que foram impossibilitados de freqüentar o espaço conven- cional de educação.
Podemos citar várias iniciativas que ocupam as ondas do rá- dio no processo de escolarização, como a Rádio Favela FM 94.5 de Belo Horizonte, Radioescola implantada no estado do Paraná. No entanto passo a focalizar o processo de ensino-aprendizagem de- senvolvido na Universidade Popular Comunitária (UPC)2, locali-
zado em Cuiabá-MT, que utilizou a técnica do rádio como proces- so de emancipação dos estudantes.
A UPC foi implantada pela Secretaria Municipal de Cuiabá, em 2002, com o objetivo de garantir a escolarização de adultos, acima dos 25 anos e que não haviam concluído o ensino básico.
Segundo estatística do IGBE/2000, são cerca de 118 mil adultos que estão nessas condições na Capital. Por isso, as práticas educati- vas na UPC valorizam um ensino diferenciado, não por querer rom- per com o modelo convencional existente, mas por ser radicalmen- te necessária a inserção de adultos impossibilitados, pelas circuns- tâncias da vida, de participarem ativamente do processo educacio- nal. Esse processo não passa somente por uma construção científi- ca do conhecimento, mas avança na busca, no resgate dos valores humanos essenciais para que as pessoas subsistam dignamente, ele- vando sua auto-estima.
Na UPC, as atividades pedagógicas partem da história de vida do indivíduo e das suas relações coletivas. Essas atividades devem facilitar a reflexão, visando a práticas prospectivas e transformado- ras que levem a mudança do sujeito e da sua realidade. Na visão do educador Paulo Freire3, o processo educacional deve estar com-
prometido com a “perspectiva verdadeira que é a de humanizar o sujeito na ação consciente e o que esse sujeito deve fazer para trans- formar o mundo”.
Pensando na conscientização desses sujeitos é que observa- mos que a maioria dos coartisentes4 viveram a infância e a adoles-
cência na zona rural. E uma das histórias valorizadas por eles, foi a companhia do rádio; em casa ou na roça, lá estava o rádio para tocar as músicas, falar do tempo, veicular as notícias e de vez em quando receber informações dos familiares distantes.
Alguns ressaltaram que o grande sonho era ser locutor de rá- dio, outros trabalhar com os meios de comunicação, e mais, mes- mo terem migrado da zona rural para a periferia da Capital, conti- nuavam tendo o rádio como companheiro. Nesse sentido, fica evi- dente o argumento de Ferraretto5 ao dizer que o rádio é um veículo
popular e, mais, no início do apogeu da radiodifusão no Brasil, 1940, ficou conhecido o slogan “brasileiro ouve rádio”, por se tratar de um veículo com poder de penetração em todo o território nacional. Por se tratar de um meio de informação popular, para valori- zar as histórias de vida, e fortalecer o desenvolvimento da identida- de e alteridade desses sujeitos, a Universidade Popular Comunitá- ria firmou convênio com a rádio Cultura de Cuiabá - AM 710 khz, com o propósito de ceder espaço de uma hora na programação semanal, ao vivo, para veicular 22 programas radiofônicos, elabo- rados e produzidos pelos coartisentes como resultado do processo de ensino-aprendizagem. Sabendo-se que a comunicação não é um
ato passivo, mas exige dinamicidade e é nessa dinâmica que ela
ato passivo, mas exige dinamicidade e é nessa dinâmica que ela
pode ser um meio para se chegar ao sujeito, como afirmava Freire
pode ser um meio para se chegar ao sujeito, como afirmava Freire
(1997): “não trata do sujeito abstrato, mas o sujeito concreto, inse-
(1997): “não trata do sujeito abstrato, mas o sujeito concreto, inse-
rido na realidade”.
rido na realidade”.
Na produção do Programa de Rádio houve envolvimento
Na produção do Programa de Rádio houve envolvimento
dos estudantes, professores, técnicos, monitores das oficinas de
dos estudantes, professores, técnicos, monitores das oficinas de
rádio. E nessa construção coletiva, desde o nome do programa,
rádio. E nessa construção coletiva, desde o nome do programa,
“Saber Popular”, foi resultado da culminância entre a história
“Saber Popular”, foi resultado da culminância entre a história
de vida de cada um e das entrevistas de opinião realizadas entre
de vida de cada um e das entrevistas de opinião realizadas entre
os estudantes, na vizinhança e na comunidade. Assim, o educa-
os estudantes, na vizinhança e na comunidade. Assim, o educa-
dor Paulo Freire
dor Paulo Freire66 nos diz que “conhecer não é o ato através donos diz que “conhecer não é o ato através do
qual um sujeito é transformado em objeto, recebe dócil e passi-
qual um sujeito é transformado em objeto, recebe dócil e passi-
vamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe”. Na con-
vamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe”. Na con-
cepção de Freire e também para nós que construímos o Progra-
cepção de Freire e também para nós que construímos o Progra-
ma de Rádio “Saber Popular”, o conhecimento demanda ao su-
ma de Rádio “Saber Popular”, o conhecimento demanda ao su-
jeit
jeito o curiocuriosidasidade, de, ousadousadia, ia, invenção invenção e e reivenreivenção, ção, ir ir além além das das in-in-
formações, ou seja, implica em “fazer e refazer as coisas para
formações, ou seja, implica em “fazer e refazer as coisas para
transformar a realidade, os homens podem superar a situação
transformar a realidade, os homens podem superar a situação
em que estão sendo um quase não ser e passa a ser um estar
em que estão sendo um quase não ser e passa a ser um estar
sendo em busca do ser mais”
sendo em busca do ser mais”77..
Os coartisentes que participaram dessa atividade, a classifica-
Os coartisentes que participaram dessa atividade, a classifica-
ram como sendo uma prática pedagógica prazerosa, significativa, e
ram como sendo uma prática pedagógica prazerosa, significativa, e
que houve também a possibilidade de
que houve também a possibilidade de ressignificaçãoressignificação das suas ações.das suas ações.
Daí a importância de construir conhecimentos a partir dos sonhos
Daí a importância de construir conhecimentos a partir dos sonhos
e desejos dos educandos. Então, algumas provocações servem como
e desejos dos educandos. Então, algumas provocações servem como
norte desta discussão: Como os estudantes relacionam o tempo
norte desta discussão: Como os estudantes relacionam o tempo
convencional com o desenvolvimento de uma atividade diferente,
convencional com o desenvolvimento de uma atividade diferente,
desafiadora e almejada por todos? Houve mudanças no tempo de
desafiadora e almejada por todos? Houve mudanças no tempo de
aprendizagem e na vivência social? Como os atores sociais se viam
aprendizagem e na vivência social? Como os atores sociais se viam
antes, durante e depois das produções dos programas de rádio?
antes, durante e depois das produções dos programas de rádio?
Como os programas de rádio interferiram subjetivamente na mu-
Como os programas de rádio interferiram subjetivamente na mu-
dança de comportamento com os colegas, amigos e vizinhos?
dança de comportamento com os colegas, amigos e vizinhos?
Na sociedade globalizada, eis os nossos desafios enquanto
Na sociedade globalizada, eis os nossos desafios enquanto
educadores, procurar meios criativos e motivadores de interação
educadores, procurar meios criativos e motivadores de interação
com as linguagens dos veículos midiáticos e desenvolver nos estu-
com as linguagens dos veículos midiáticos e desenvolver nos estu-
dantes competências, habilidades, sonhos e desejos, para que haja
dantes competências, habilidades, sonhos e desejos, para que haja
maior construção no aprendizado e um novo sentido em suas
maior construção no aprendizado e um novo sentido em suas
vidas. As mudanças vivenciadas no processo educativo se refle-
vidas. As mudanças vivenciadas no processo educativo se refle-
tem numa nova postura em relação ao conhecimento adquirido.
tem numa nova postura em relação ao conhecimento adquirido.
Daí vale a afirmação de Gutierrez (1978): “nos dias de hoje já
não se pode continuar pensando em uma escola encerrada entre
não se pode continuar pensando em uma escola encerrada entre
quatro paredes e completamente desvinculada do processo de
quatro paredes e completamente desvinculada do processo de
comunicação”.
comunicação”.
É por isso que investigar as mudanças ocorridas com aqueles que
É por isso que investigar as mudanças ocorridas com aqueles que
participaram do programa de rádio se faz necessário. Sempre que os
participaram do programa de rádio se faz necessário. Sempre que os
coartisentes têm oportunidade, comentam com muita propriedade a
coartisentes têm oportunidade, comentam com muita propriedade a
participação nos programas de rádio, mesmo para tratar dos conflitos,
participação nos programas de rádio, mesmo para tratar dos conflitos,
a referência de superação parte da construção dessa atividade. Assim,
a referência de superação parte da construção dessa atividade. Assim,
Freire
Freire88 nos diz que “a educação é comunicação, é diálogo, na medidanos diz que “a educação é comunicação, é diálogo, na medida
em que não é a transferência do saber, mas um encontro de sujeitos
em que não é a transferência do saber, mas um encontro de sujeitos
interlocutores que buscam a significação dos significados”.
interlocutores que buscam a significação dos significados”.
RADIODIFUSÃO: TEMPO E ESPAÇO
RADIODIFUSÃO: TEMPO E ESPAÇO
DE APRENDIZAGEM
DE APRENDIZAGEM
Os pioneiros do rádio no Brasil, como por exemplo, o profes-
Os pioneiros do rádio no Brasil, como por exemplo, o profes-
sor Edgard Roquette-Pinto investiu na radiodifusão como espaço
sor Edgard Roquette-Pinto investiu na radiodifusão como espaço
de transformação educativa e assim definiu o novo veículo de co-
de transformação educativa e assim definiu o novo veículo de co-
municação “o rádio é o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de
municação “o rádio é o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de
quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o
quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o
animador de novas esperanças”.
animador de novas esperanças”.
No Programa de Rádio “Saber Popular”, o ‘mestre’ estava inseri-
No Programa de Rádio “Saber Popular”, o ‘mestre’ estava inseri-
do no processo de ensino-aprendizagem, desta vez com a possibilida-
do no processo de ensino-aprendizagem, desta vez com a possibilida-
de real de dar voz e vez àqueles que cresceram tendo como compa-
de real de dar voz e vez àqueles que cresceram tendo como compa-
nhia o
nhia o rádio. rádio. Na construção do programa, os Na construção do programa, os estudantes foram produ-estudantes foram produ-
tores, locutores, difusores e receptores da comunicação. Essa ação
tores, locutores, difusores e receptores da comunicação. Essa ação
possibilitou o redimensionamento do papel do educando no processo
possibilitou o redimensionamento do papel do educando no processo
de escolarização e nas relações socioeconômicas e culturais.
de escolarização e nas relações socioeconômicas e culturais.
Os coartisentes participaram de oficinas e nesses espaços/tem-
Os coartisentes participaram de oficinas e nesses espaços/tem-
po eles aprenderam: estruturação de programa de rádio, legislação
po eles aprenderam: estruturação de programa de rádio, legislação
para construção de rádio comunitária, a parte técnica de uma pro-
para construção de rádio comunitária, a parte técnica de uma pro-
gramação, desde o formato da redação, edição, reportagem, entre-
gramação, desde o formato da redação, edição, reportagem, entre-
vista, textos opinativos, cobertura esportiva, sonoplastia, até che-
vista, textos opinativos, cobertura esportiva, sonoplastia, até che-
gar à apresentação e à locução. Na realização dos programas obti-
gar à apresentação e à locução. Na realização dos programas obti-
veram conhecimentos como: matemática, produção de texto, coe-
veram conhecimentos como: matemática, produção de texto, coe-
rência textual, gramatical, espaços geográficos da cidade, acesso à
rência textual, gramatical, espaços geográficos da cidade, acesso à
biblioteca
biblioteca, , internet, entre internet, entre outros. O outros. O programa de programa de rádio foi rádio foi divididdivididoo
em 10 quadros
em 10 quadros99 e os responsáveis de cada um deles adquirirame os responsáveis de cada um deles adquiriram
outros conhecimentos além daqueles ministrados nas oficinas.
outros conhecimentos além daqueles ministrados nas oficinas.
É significativo perceber como cada um lidou com o tempo/
É significativo perceber como cada um lidou com o tempo/
espaço e como foram significativos. Uns empenhavam durante a
semana inteira, pesquisando, lendo, ensaiando. Recordo que uma
semana inteira, pesquisando, lendo, ensaiando. Recordo que uma
artisentis de 41, dona de casa, era uma leitora “compulsiva” de
artisentis de 41, dona de casa, era uma leitora “compulsiva” de
poesias. Ela contribuiu na produção do quadro reflexões do progra-
poesias. Ela contribuiu na produção do quadro reflexões do progra-
ma de rádio. Leu Castro Alves, Cecília Meireles e se orgulha em
ma de rádio. Leu Castro Alves, Cecília Meireles e se orgulha em
dizer que mesmo gostando dos autores renomados, fez a opção
dizer que mesmo gostando dos autores renomados, fez a opção
pelos poetas mato-grossenses e mais especificamente pelos talen-
pelos poetas mato-grossenses e mais especificamente pelos talen-
tos da própria comunidade. Para tanto, ela ensaiava horas e horas
tos da própria comunidade. Para tanto, ela ensaiava horas e horas
em frente do espelho. No começo os filhos estranharam, mas com
em frente do espelho. No começo os filhos estranharam, mas com
o tempo, eram os primeiros a dizer
o tempo, eram os primeiros a dizer “mãe está perfeito”.“mãe está perfeito”.
Há uma série de riquíssimos relatos de aprendizagem tempo-
Há uma série de riquíssimos relatos de aprendizagem tempo-
rais. Outro coartisentis, 61, gaúcho, descendente de alemães e com
rais. Outro coartisentis, 61, gaúcho, descendente de alemães e com
uma experiência de vida alargada, antes de ingressar na UPC, es-
uma experiência de vida alargada, antes de ingressar na UPC, es-
crevia com muita dificuldade, por conta da influência da língua
crevia com muita dificuldade, por conta da influência da língua
alemã, por isso não distinguia muito bem as palavras. Assumiu o
alemã, por isso não distinguia muito bem as palavras. Assumiu o
quadro curiosidades do programa de rádio e expressou
quadro curiosidades do programa de rádio e expressou
[...] a dificuldade foi enorme. Os artisentis
[...] a dificuldade foi enorme. Os artisentis1010 sofre-sofre-
ram até eu começar a ler. Eles não entendiam o que eu
ram até eu começar a ler. Eles não entendiam o que eu
escrevia. Sei que dei trabalho. Eu tinha medo de falar erra-
escrevia. Sei que dei trabalho. Eu tinha medo de falar erra-
do. Com as oficinas comecei a me soltar e entender o pro-
do. Com as oficinas comecei a me soltar e entender o pro-
cesso. O medo foi acabando. Foi melhorando o jeito de
cesso. O medo foi acabando. Foi melhorando o jeito de
falar e escrever. Ler corretamente. Foi a insistência, pois
falar e escrever. Ler corretamente. Foi a insistência, pois
eu queria fazer o programa de rádio e fazer bem feito. Sem-
eu queria fazer o programa de rádio e fazer bem feito. Sem-
pre quis fazer algo nessa área, mas uma pessoa como eu
pre quis fazer algo nessa área, mas uma pessoa como eu
jamais teria uma
jamais teria uma chancechance. . No começo No começo das gdas graravaçõvações es tenta-tenta-
va 5 ou 6 vezes e sempre nessas vezes dava errado até que
va 5 ou 6 vezes e sempre nessas vezes dava errado até que
uma hora dava certo. Depois que peguei o jeito foi embo-
uma hora dava certo. Depois que peguei o jeito foi embo-
ra. Rapidinho dav
ra. Rapidinho dava conta do recado. (Ofícina - 08/06/20a conta do recado. (Ofícina - 08/06/2005)05)
O relato serve para demonstrar que, após a realização dos pro-
O relato serve para demonstrar que, após a realização dos pro-
gramas de rádio, a idéia não perder mais tempo foi geral. A ponto
gramas de rádio, a idéia não perder mais tempo foi geral. A ponto
da estudante expressar
da estudante expressar
[...] para eu ficar sem aprender é ficar sem comunica-
[...] para eu ficar sem aprender é ficar sem comunica-
ção porque deixei de apre
ção porque deixei de aprender muitas coisas boas, foi comonder muitas coisas boas, foi como
estar isolada numa ilha deserta e não saber das novidades
estar isolada numa ilha deserta e não saber das novidades
porque a escola nos renova a cada dia e eu perdi muitas
porque a escola nos renova a cada dia e eu perdi muitas
coisas. Antes não conseguia nem ajudar meus filhos nos
coisas. Antes não conseguia nem ajudar meus filhos nos
deveres por mais simples que fossem, pois não estava con-
deveres por mais simples que fossem, pois não estava con-
seguindo me comunicar comigo mesma. Hoje estou con-
seguindo entender as coisas com mais clareza porque vol-
seguindo entender as coisas com mais clareza porque vol-
tei a estudar e isso significa muito para mim [...] (Ofícina
tei a estudar e isso significa muito para mim [...] (Ofícina
–
– 20/20/03/03/202005)05)
Freire
Freire1111 sabiamente nos alerta que o tempo perdido dosabiamente nos alerta que o tempo perdido do
ponto de vista humano, “é o tempo em que os homens são
ponto de vista humano, “é o tempo em que os homens são
reificados” e vai além, ao dizer que o tempo perdido, ainda
reificados” e vai além, ao dizer que o tempo perdido, ainda
que ilusoriamente ganho, “é o tempo em que se usa o palavre-
que ilusoriamente ganho, “é o tempo em que se usa o palavre-
ado, o puro verbalismo, pois que ambos não são tempos da
ado, o puro verbalismo, pois que ambos não são tempos da
verdadeira práxis”.
verdadeira práxis”.
A
A prá práxis xis se materializava no tempo/espaço das gravações.se materializava no tempo/espaço das gravações.
Expectativa, ansiedade, explosão de alegria e ao final das gra-
Expectativa, ansiedade, explosão de alegria e ao final das gra-
vações, por conta do quadro Culinária, os estudantes festeja-
vações, por conta do quadro Culinária, os estudantes festeja-
vam partilhando a receita que acabara de ser divulgada “e
vam partilhando a receita que acabara de ser divulgada “e sse sse
era o momento de união entre os integrantes, técnicos da rádio e edu-
era o momento de união entre os integrantes, técnicos da rádio e edu-
cadores. Nesse momento sentíamos uma verdadeira família, pela união
cadores. Nesse momento sentíamos uma verdadeira família, pela união
vivenciada por todos”.
vivenciada por todos”. Era o momento de pura alegria, comoEra o momento de pura alegria, como
constatou uma coartisentis de 40 anos,
constatou uma coartisentis de 40 anos, “os programas de rádio“os programas de rádio
marcaram muita a nossa vida”.
marcaram muita a nossa vida”. E escreveu:E escreveu:
O programa de rádio
O programa de rádio
Foi como linda paisagem
Foi como linda paisagem
Dentro de minha memória
Dentro de minha memória
Produzindo aprendizagem.
Produzindo aprendizagem.
O empenho que se observa nas atividades e nesses espaços tem-
O empenho que se observa nas atividades e nesses espaços tem-