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Com as fórmulas básicas e os elementos componentes estabelecidos é possível construir um banco de dados com as informações necessárias para o cálculo de cada indicador. Desse modo, esperamos responder a segunda questão colocada no Capítulo 2: Como conseguir os dados? Para que o modelo pudesse atender satisfatoriamente à questão de valoração da sensibilidade em relação às atividades de dragagem, ele foi aplicado em pontos preestabelecidos (nós), com dados interpolados de cada variável que compõe o ISD. Assim, a construção da base de dados é fase de extrema relevância, visto que é ela quem trará os subsídios para os cálculos do ISD. A fim de evitar repetições, os indicadores serão elencados conforme a similaridades na execução das etapas e as peculiaridades descritas quando necessário. Embora essa etapa seja agrupada por semelhanças, os dados adquiridos, que farão parte do cálculo do ISD, são tabelados nos respectivos grupos aos quais pertencem.

A primeira etapa, comum a todos os indicadores, é a preparação do mapa base utilizando os softwares Surfer e Google Earth. Depois é gerada uma malha quadriculada para toda a baía (lado=2 km; 125 nós), que serve de referência para a formação da cadeia de dados à qual o índice está ligado, Figura 9 e coordenadas no Apêndice 1. Pelo fato dos dados estarem distribuídos aleatoriamente pela baía, a malha tem a função de fixar as posições (nós) e assim obter para esses pontos os valores de todos os parâmetros necessários. Com a interpolação dos valores em cada nó será possível calcular o ISD e obter o mapa de sensibilidade da baía.

Figura 9: Mapa base com indicação dos nós da malha quadriculada

- Dados de pontos de coleta (PC)

Os parâmetros para os cálculos dos indicadores iGF, iMO, iEh, iAVS, iM foram obtidos de

Ribeiro et al. (2013), e o índice de diversidade (H‟) de

(ECOLOGUS ENGENHARIA CONSULTIVA, 2007b; ECOLOGY BRASIL, 2008; REIS, 2009; ECOLOGUS ENGENHARIA CONSULTIVA, 2014; HAZTEC GAIA, 2014). A Tabela 14 mostra a sequência do processamento dos dados da literatura. A Figura 10 mostra um exemplo de interpolação de dados, usando os nós da malha quadriculada e o mapa de contorno do parâmetro granulometria fina através do software Surfer. Observar que o software fornece diretamente uma tabela com as coordenadas e o valor aproximado dos parâmetros quando digitalizados. Na porção inferior direita da Figura 10, o sistema cartesiano mostra uma posição qualquer do cursor e a concentração aproximada naquele ponto para a granulometria (valor do eixo Z).

Tabela 14 - Etapas do processamento de dados dos pontos de coleta

ETAPA DESCRIÇÃO TABELA/

FIGURA 1 Plotagem dos pontos de coleta no mapa base (Software Surfer) Anexos 1 e 3 2 Tabelamento dos dados com coordenadas e valores (Excel) Anexos 2 e 3

3 Mapas de contorno dos parâmetros (Software Surfer) Anexo 4

4 Sobreposição da malha quadriculada (Software Surfer)

5 Interpolação e digitalização dos parâmetros (nós) (Software Surfer) Figura 10

6 Tabelamento dos valores da etapa anterior (Excel) Apêndice 2

7 Cálculo dos indicadores e uso critério do valor mínimo (Excel)

8 Tabela de indicadores para uso no cálculo do ISD (Excel) Apêndice 6

9 Mapas de contorno dos indicadores (Surfer) Capítulo 5

Figura 10: Exemplo de interpolação de dados

- Dados que utilizam distância

Esses dados compreendem as feições de ecossistemas, pontos de atividade turística e dos rios que deságuam na baía e se caracterizam por formar uma zona de interferência ou „buffer‟, que é maior quanto mais próximo da feição estiver determinado ponto. As etapas estão descritas na Tabela 15 e a Figura 11 (a, b, c) mostra as feições usadas, que estão detalhadas no Apêndice 4.

Tabela 15 - Etapas do processamento dos dados que utilizam distância

ETAPA DESCRIÇÃO TABELA/

FIGURA

1

Desenho dos polígonos dos ecossistemas (Surfer) ou

Figura 12 (a, b, c) Plotagem dos pontos de atividade turística (Surfer) ou

Localização dos rios a serem utilizados (Surfer)

2 Medição da distância das feições aos nós, até alcance máximo (Surfer) Figura 13

3 Tabelamento das medidas da etapa anterior Apêndice 3

4 Cálculo dos indicadores usando a fórmula (A) 5 Aplicação do critério do valor mínimo de corte

6 Cálculo com a fórmula (B) para aqueles nós acima do valor mínimo

7 Tabelamento dos valores finais para uso no ISD Apêndice 6

8 Mapas de contorno dos indicadores Capítulo 5

Figura 11a: Mapa geral com os tipos de ecossistemas.

Figura 11b: Mapa geral das atividades turísticas.

Legenda: Hospedagem Atracadouros/rampas de acesso Pontos de interesse turístico e áreas de preservação ambiental: 1) APA de Mangaratiba; 2) Reserva Biológica de Guaratiba; 3) APA Sepetiba II.

Fonte: (DISEG/GETIG, 2016); Trivago

Figura 11c: Mapa dos rios usados no modelo

Para rios e ecossistemas algumas considerações sobre o ponto de origem da medida das distâncias são necessárias, pois ele pode recair em uma das três situações abaixo, exemplificadas na Figura 12. 1 1 3 2 1

i) é o ponto médio da desembocadura dos rios;

ii) o ponto médio da linha do polígono que está em contato com o mar;

iii) o centro do polígono, caso o tamanho do polígono seja menor que 1/4 da área unitária da malha;

iv) os ecossistemas com polígonos considerados pequenos (≤1/4 da área unitária da malha) e que estejam agrupados foram considerados como um polígono único e o ponto médio entre eles foi a origem da distância adotada.

Os polígonos delimitados servem também para a contagem dos ecossistemas que influenciam determinada posição. Com os cálculos feitos, são gerados os mapas de contorno.

Figura 12: Exemplos da origem das distâncias para rios e ecossistemas

Legenda: 35 Praia 34 Costão 20 Mangue

- Dados de pesca

O último item de aquisição de dados refere-se às atividades pesqueiras identificadas na baía (ECOLOGUS ENGENHARIA CONSULTIVA, 2007b). As 13 modalidades descritas (com o agrupamento de vara e linha em modalidade única) tiveram seus limites digitalizados para estabelecer a área de atuação de cada uma delas. A Tabela 16 mostra a sequência para o cálculo desse indicador e a Figura 13 mostra o mapa geral das modalidades, e os detalhes no Apêndice 5.

Tabela 16 - Etapas do processamento de dados de pesca

ETAPA DESCRIÇÃO TABELA/

FIGURA 1 Digitalização das áreas pesqueiras por modalidade (Software Surfer) Figura 14 2 Identificação e tabelamento dos nós abrangidos em cada modalidade Apêndice 4 3 Tabelamento do peso total das modalidades influentes em cada nó Apêndice 5 4 Aplicação do valor de corte

5 Tabelamento dos valores que contribuirão para o ISD Apêndice6

7 Mapa de contorno do indicador (Software Surfer) Capítulo 5

Figura 13: Modalidades de pesca na BS

Legenda: a)Cerca e bate █ Pesca submarina █ Cercada █ Tarrafa Camarão █ Caceia; b) █ Maricultura █Balão com porta █ Arrasto praia; c) █Coleta manual █ Cerco; d) █ Vara/Linha; █ Fundo █ Tarrafa peixe

Uma vez obtidos todos os indicadores necessários ao cálculo do ISD, podemos reuni- los nos grupos aos quais pertencem, isto é, abiótico, biótico e socioeconômico e calcular, além dos valores agrupados também o ISD, como é mostrado na sequência da Figura 7. Depois do índice calculado e tabelado (Apêndice 6), é gerado o mapa de distribuição final do ISD utilizando o Software Surfer e cuja figura está em Resultados e discussões.

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