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Arquitetura Bioclimática

No documento Escola infantil de ensino Waldorf (páginas 43-48)

2.3 Arquitetura Escolar

2.3.4 Arquitetura Bioclimática

Para que o edifício escolar possa funcionar adequadamente, alguns aspectos estabelecem necessidades prioritárias com conforto e sem oferecer riscos aos seus usuários. Os materiais e acabamentos adotados devem ser duráveis, resistentes ao uso e com praticidade de manutenção, mas que não impliquem custos elevados na execução. As exigências ambientais do edifício constituem aspectos especiais que deverão também ser contemplados na concepção da edificação escolar. A ventilação, iluminação e acústica são fatores essenciais de conforto ambiental que irão qualificar o desempenho do edifício (AZEVEDO, 2002).

Contudo, uma construção causa impacto ambiental e o debate sobre a sustentabilidade na arquitetura e na construção vem trazer uma maior consciência sobre qual é esse impacto e uma reflexão sobre o preço para as futuras gerações, em termos de qualidade de vida (ISOLDI, 2007). Muitas vezes a arquitetura sustentável é tida unicamente como aquela que possui consciência energética. Mas a arquitetura sustentável vai muito além disso e busca a criação de espaços saudáveis, viáveis economicamente e sensíveis às necessidades sociais, culturais e ambientais (EDWARS, 2004 apud ISOLDI, 2007).

Com isso, a arquitetura bioclimática é definida como a adoção de soluções de projeto adaptadas às condições específicas de cada lugar, que estabelece um conforto adequado em uma determinada edificação. Nos países tropicais e subtropicias, os climas são agradáveis maior parte do ano, portanto, há a necessidade de uma ventilação eficaz e uma proteção contra o sol e a chuva. Dispositivos como venezianas, persianas, brises, amenizam a luz intensa, podendo deixar entrar a brisa maissuave (ISOLDI, 2007).

Soluções como varandas, corredores externos, pátios internos auxiliam na proteção o sol, a chuva e as temperaturas variadas. Estes possibilitam, além de um conforto térmico mais adequado, pela possibilidade de sombreamento e ventilação dos espaços internos, um elemento compositivo de grande riqueza estética. Atuam, assim, como um moderador de temperatura e são eficazes no combate à umidade. Brises, venezianas, cobogóssãomuito utilizados na arquitetura moderna brasileira, também atenuam a ofuscação ou sombreiam as fachadas e podem controlar a

ventilação do edifício. Estes elementos por si só não são suficientes para garantir o conforto do usuário, a solução mais racional e de emprego mais freqüente é a ventilação cruzada ou o estabelecimento de correntes de ar que atravessem o edifício. Várias soluções de ventilação foram adotadas no Brasil ao longo do tempo, quase sempre associadas à orientação adequada do edifício, o que se constitui um meio eficaz de combate ao calor (ISOLDI, 2007).

Figura 12: Corte esquemático da prateleira de luz e seu funcionamento.

Fonte: GARROCHO, 2005.

A iluminação natural, desde que projetada corretamente, tem um papel fundamental na qualidade do aprendizado. Seja por janelas, claraboias ou túneis de luz, desde que garantam a integração dos espaços internos com os externos da escola. A luz natural apoia a eficiência energética da edificação, mas necessita cuidados. Em climas quentes, junto a luz natural se ganha um aumento na temperatura, que por sua vez necessita de orientação das aberturas, sombreamentos, vegetações. Placas fotovoltaicas podem auxiliar na economia do edifício, assim como no cuidado com o meio ambiente, aproveitando a energia solar (KOWALTOWSKI, 2011).

Deve-se pensar nos impactos que essa construção irá gerar ao projetar um edifício. Minimizar esses impactos faz parte de uma arquitetura sustentável, pode ser desfrutando das características naturais do terreno, utilizando os recursos energénicos da terra, utilizando materiais recicláveis que não causem problemas de saúde, e minimizando o consumo de água do edifício, capturando e reutilizando água da chuva. Uma arquitetura bioclimática tem como base a carta bioclimática ou zona de conforto. Contudo, o desempenho dos ambientes de ensino não gira apenas em torno da eficiência energética e de recursos, mas também de uma escola saudável com um espaço adequado para uma educação de qualidade (KOWALTOWKI, 2011).

Figura 13: Escola Fayetteville Montessori Elementary. Fonte: MARLON BLACKWELL ARCHTECTS.

A escola Fayetteville Montessori Elementary nos Estados Unidos, é um exemplo de arquitetura sustentável. Foi construída em 2012, com 700m² e está situada em um terreno triangular de um lote propenso a inundações. Seu programa abriga salas de aula, sala de conferências e uma cozinha comercial. Foi a primeira edificação construída com base no Acordo de Proteção de Ribeiras de Fayetteville, e as condições restritas do terreno ajudaram a dar forma ao projeto. Contratempos consideráveis reduziram a área construível num pequeno triângulo na esquina sudoeste do lote (ARCHDAILY, 2016).

Figura 14: Planta e Corte Fayetteville Montessori Elementary Fonte: MARLON BLACKWELL ARCHTECTS.

Com um orçamento limitado e cronograma curto, o projeto teve um desafio que era o estrito critério ambiental enquanto resolvia as necessidades da escola. O primeiro nível se abre para incluir um jardim de chuva que retém e filtra a água da chuva para diminuir as inundações. Um telhado verde sobre o volume leste ajuda a reduzir deslizamento e serve como isolamento térmico. O segundo nível, ao oeste, abriga as salas adicionais. Os materiais são simples, duradouros e econômicos, com um cipreste claro que provê uma textura acolhedora e atrativa à fachada sul e à entrada. Painéis metálicos pré-fabricados são o revestimento primário para ambos os volumes, cuidadosamente detalhados para melhorar o material através do artesanato.Os vários desafios do programa, entre orçamento e demandas ambientas resulta numa escola de alto desempenho, com luz natural abundante e que convida estudantes, pais e professores a explorar a relação entre o entorno construído e o mundo natural, evidenciado pela coleção de fósseis e outros artefatos naturais do proprietário (ARCHDAILY, 2016).

Figura 15: Terraço JardimFayetteville Montessori Elementary Fonte MARLON BLACKWELL ARCHTECTS.

No documento Escola infantil de ensino Waldorf (páginas 43-48)

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