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Arrendamentos mercantis

No documento R ESULTANTE DE UM (páginas 64-68)

COMPARAÇÃO DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS APLICADAS NO BRASIL (BR-GAAP) E NOS ESTADOS UNIDOS (US-GAAP)

2.11 Arrendamentos mercantis

2.11.1 Norma Americana (SFAS 1349, SFAS 2850, SFAS 9851)

Fundamentalmente, um arrendamento é um acordo entre um arrendatário e um arrendador, ou ainda, de forma mais sucinta, o arrendatário é o usuário do equipamento, e o arrendador é o proprietário do equipamento. O acordo estipula o direito de usar o ativo e em contrapartida efetuam-se pagamentos periódicos ao arrendador, ou seja, ao proprietário do ativo. O arrendador pode ser o fabricante do ativo ou uma companhia de arrendamento independente. Se o arrendador for uma companhia de arrendamento independente, ele deverá

46Norma e Procedimento Contábil nº 24 Reavaliação de Ativos - revisada em 19/06/1995 – pagina 36, 63

47Deliberação 183 de 19.06.1995 Aprova Pronunciamento do IBRACON sobreReavaliação de Ativos. (Publicada no DOU

de 22.06.95) VIDE Deliberações 206/96; 288/98.

48VII Imobilizado (revogada em 18/01/01 pela NPC 07) – Emitida em ago / 1979. Norma e Procedimento Contábil nº 07

Ativo Imobilizado - aprovada em 18/01/2001

49Statement No. 13 Accounting for Leases (Issue Date 11/76)

50Statement No. 28 Accounting for Sales with Leasebacks—an amendment of FASB Statement No. 13 (Issue Date 5/79) 51Statement No. 98 Accounting for Leases: Sale-Leaseback Transactions Involving Real Estate, Sales-Type Leases of Real

Estate, Definition of the Lease Term, and Initial Direct Costs of Direct Financing Leases—an amendment of FASB Statements No. 13, 66, and 91 and a rescission of FASB Statement No. 26 and Technical Bulletin No. 79-11 (Issue Date 5/88)

comprar o ativo de um fabricante, e, em seguida, entregá-lo ao arrendatário, fazendo, assim, com que o acordo entre em vigor (ROSS, 2002, p. 537).

A primeira tentativa de estabelecer uma linha demarcatória foi feita pelo Comitê de Pronunciamento Contábil, em outubro de 1949, no ARB 38, que mais tarde se transformou no Capítulo 14 do ARB 43. Segundo Hendriksen (1999, p. 367), foi no APB 5, “Reporting of leases in financial statements of leases”, publicado em 1964, e no APB 7, “Accounting for leases in financial statements of lessors”, publicado em 1966, que foram feitas as principais tentativas do Conselho de Princípios Contábeis de se lidar com as dificuldades da determinação de quando os arrendamentos devem ser capitalizados.

Arrendamento operacional:

Segundo Peters (2004, p. 50), no arrendamento operacional, há variedade de arrendatários durante a vida útil do ativo. Embora o arrendamento operacional fuja a uma definição exata dos dias que correm, esta modalidade possui diversas características importantes (ROSS, 2002, p. 538):

• os arrendamentos operacionais, geralmente, não são integralmente amortizados; • os arrendamentos operacionais, geralmente, exigem que o arrendador se

responsabilize pela manutenção e pelo seguros dos ativos arrendados;

• talvez a característica mais interessante de um arrendamento operacional seja a opção de cancelamento. Esta opção dá ao arrendatário o direito de cancelar o contrato de arrendamento antes da data de vencimento.

Arrendamentos financeiros:

Os arrendamentos financeiros cobrem a vida útil do ativo e transferem todos os riscos e recompensas da propriedade de um ativo para o arrendatário. Suas características são (ROSS, 2002, p. 538-539):

• não prevêem a manutenção ou assistência técnica pelo arrendador; • são integralmente amortizados;

• o arrendatário, geralmente, tem o direito de renovar o contrato na data de vencimento;

• em geral, os arrendamentos financeiros não podem ser cancelados. Em outras palavras, o arrendatário deve fazer todos os pagamentos contratados ou correr o risco de ter sua falência decretada.

Seguindo as diretrizes dos Pronunciamentos do FAS nº 13, 28 e 98, o critério usado para distinguir entre arrendamento financeiro e arrendamento operacional não é o mesmo para o arrendatário e arrendador. Quan a isso, os Pronunciamentos do FAS nº 13, 28 e 98 determinam (KPMG, 2001, p. 31-35 e NYIAMA, 2007, p. 130):

Arrendatário: do ponto de vista do arrendatário, um arrendamento que satisfaça um dos quatro critérios a seguir deve ser tratado como arrendamento financeiro:

• o arrendamento transfere propriedade do ativo no final do contrato; • o arrendamento contém uma opção de compra por um valor de barganha; • a duração do arrendamento é, pelo menos, igual a 75% da vida útil do ativo;

• o valor presente dos pagamentos mínimos sob o arrendamento é, pelo menos, equivalente a 90% do valor justo da propriedade, menos qualquer incentivo fiscal do arrendador. O arrendatário registra um arrendamento financeiro como um ativo e uma obrigação por um valor que seja o menor entre o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento ou o valor justo da propriedade arrendada.

Se nenhum dos critérios acima for satisfeito, o arrendamento deverá ser classificado como arrendamento operacional, pelo arrendatário. Não se registra nem ativo nem passivo. Os pagamentos de arrendamento, incluindo, por exemplo, períodos isentos de aluguel ou incentivos em dinheiro, são debitados à demonstração de resultado pelo método linear, salvo se houver outra base sistemática mais representativa do padrão dos benefícios a serem auferidos no tempo. Os pagamentos do arrendamento devem ser divididos entre despesa de juros e amortização da obrigação, de modo a refletir uma taxa de juros constante sobre a propriedade arrendada.

Arrendador: do ponto de vista do arrendador, um arrendamento é considerado financeiro se satisfizer uma ou mais das condições especificadas para o arrendatário, como a seguir:

• se a recuperação dos pagamentos mínimos sob o arrendamento puder ser prevista razoavelmente; e

• caso não existam incertezas relevantes relacionadas com o valor dos custos não- reembolsáveis a serem incorridos pelo arrendador sob as condições do arrendamento.

Os arrendamentos financeiros do arrendador ainda são subdivididos, como se segue:

• um arrendamento do tipo venda é aquele em que o custo (ou valor escritural, se for diferente do custo) do arrendador fabricante ou vendedor difere do valor justo da propriedade arrendada.

Normalmente, esses arrendamentos surgem quando os fabricantes ou revendedores usam o arrendamento como modo de comercializar seus produtos. Os valores mínimos dos pagamentos mais o valor residual não garantido de direito do arrendador devem ser registrados como investimento bruto por este último. O arrendador registra a receita não auferida equivalente à diferença entre o valor bruto do investimento no arrendamento, menos o total do valor presente dos pagamentos mínimos mais o valor residual não garantido. O investimento líquido no arrendamento deve consistir do valor bruto do investimento, menos a receita não auferida. A receita não auferida deve ser apropriada nos resultados pelo período do contrato, de forma a produzir uma taxa de retorno constante sobre o investimento líquido no arrendamento (KPMG, 2001, p. 31-35).

2.11.2 Norma Brasileira (CVM 15/8452)

Segundo a CVM 15/84, todos os arrendamentos são considerados arrendamentos operacionais. A receita de vendas em uma transação de venda leaseback é registrada pelo valor nominal, independentemente das circunstâncias. As regras existentes

apenas requerem divulgações em notas explicativas sobre os contratos de arrendamento (prazo, valores, prestações remanescentes, entre outras informações) (KPMG, 2001, p. 31-35).

No caso das companhias abertas, o CFC (2006, p. 23-25), determina que:

Arrendatária: todos os arrendamentos são considerados arrendamentos operacionais. É obrigatória a divulgação, em nota explicativa, dos efeitos sobre o ativo e o passivo que existiram, caso a operação tivesse sido registrada como compra financiada.

Arrendadora: deve ajustar as suas demonstrações contábeis, eliminado os efeitos das antecipações e das postergações de receitas, de modo que o lucro líquido e o patrimônio líquido evidenciem, corretamente, os seus valores.

No documento R ESULTANTE DE UM (páginas 64-68)