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Aria mal percebeu que ela tinha esmagado algumas flores nos canteiros quando ela saiu da igreja. Ela nem fez uma pausa para apreciar o céu azul claro, as abelhas sinuosas ou como seus saltos de camurça estavam esfregando contra seus tornozelos. Tudo o que ela queria era pegar Spencer e tentar falar alguma coisa com sentido para ela.

Aquela briga... por que hoje, de todos os dias? As emoções estavam muito cruas para brigas. Elas precisavam ficar juntas — o julgamento começava amanhã.

Aria olhou para o estacionamento e viu Spencer caminhar em direção a uma fila de carros. — Spence! — ela gritou. — Ei!

Spencer olhou para Aria por cima do ombro, em seguida, pegou o ritmo. — Eu não quero conversar.

Aria correu até ela e pegou o braço dela. — Estamos todas chateadas. Isso é... horrível, Spence. É totalmente injusto que a Sra. Fields se sinta assim em relação a nós. — Ela acenou com a mão em direção ao estacionamento. — Eu estou meio com vontade de quebrar todas as janelas do carro dela! E você quase morreu, também, e eu respeito o quão traumático isso foi. Mas nós temos que...

— Sabe, talvez a mãe de Emily esteja certa — interrompeu Spencer. — Talvez nós estejamos envenenando influências umas sobre as outras. Talvez precisemos de um pouco de espaço.

Aria sentiu como se o vento tivesse nocauteado ela. — Não nos empurre para longe — ela implorou. — Não é de nós que você está com raiva. Tudo isso está apenas mexendo com a sua cabeça.

— Com uma boa razão! — Os olhos de Spencer estavam arregalados. — Emily está morta, Aria. Ela não conseguiu aguentar, então ela se matou. Talvez todas nós devêssemos tirar as nossas vidas — é provavelmente a melhor escolha.

Aria engasgou. — Como você pode dizer isso? Você não sabe com certeza que vamos para a prisão!

Spencer riu sarcasticamente. — Você não ouviu os sessenta advogados que já conversamos? Todos eles pensam que nós vamos ser presas. E eu sinto muito, mas se não fosse por Emily nos empurrar para procurar Ali, se não fosse por nós termos tanto medo de contradizer Emily porque ela parecia frágil demais, ela ainda poderia estar aqui! E poderíamos não estar na quantidade de problemas em que estamos!

— Então, o quê, agora tudo isso é culpa de Emily? Mas Spence...

Spencer a cortou. — Me deixa em paz, ok? — Ela virou-se e correu entre os carros.

Aria sabia que era melhor segui-la, mas ela sentia-se magoada e confusa. Ela olhou para a igreja novamente. Ela devia voltar para dentro — sua família ainda estava lá. Mas o que ela realmente queria, ela percebeu, era dirigir para algum lugar. Se afastar deste lugar, desta perda. E mesmo que ela não soubesse por que, este lugar

a lembrava de Ali. Tudo em Rosewood a lembrava de Ali, na verdade — ela estava em toda parte. E essa briga, seus problemas umas com as outras — parecia ser mais um dos planos mestre de Ali. Em vez de se unirem contra Ali, elas se viraram umas contra as outras, ficando fracas, com raiva, perdendo tudo. Isso era o que Ali queria, certo? Que elas perdessem tudo? Como Ali diria, Marque outra vitória para Ali D.

Ela se arrastou até o estacionamento auxiliar, onde ela tinha deixado o Subaru. Quando ela virou a esquina, uma luz vermelha piscando chamou sua atenção. O padrão preto e branco familiar de um carro da polícia de Rosewood a deteve. A polícia estava esperando por ela.

A tornozeleira. Ela havia esquecido completamente. Os policiais iriam

encontrá-la aqui para colocá-la em seu tornozelo, bem como recolher o seu passaporte, carteira de motorista e qualquer outra coisa que servisse como uma identificação. A polícia queria fazê-lo ontem, mas o Departamento de Polícia de Rosewood não tinha pulseiras disponíveis e eles precisavam de algum tipo de ordem judicial adequada. Aria até mesmo tinha ouvido falar que eles iriam colocar um chip GPS e um dispositivo de gravação em seu celular. Eles saberiam onde ela estaria em todos os momentos, e ouviriam todas as conversas que ela teria.

Aria colocou a mão na sua bolsa, onde suas identificações estavam enfiadas no bolso lateral de couro. A ideia de perder seu passaporte, com suas páginas extras para selos, fez seu estômago revirar de repente. Viajar a definia. E não ter um passaporte tornava tudo mais, bem, real. Sem uma carteira de motorista, sem uma identidade, ela não era mais Aria Montgomery. Ela era apenas uma menina esperando ir para a cadeia.

Ela pensou no que ela disse a Noel na cama no outro dia. Eu queria que eu

pudesse apenas fugir.

Uma pequena muda de uma ideia instalou-se em sua mente. Não, Aria disse a si mesma. Mas ela pressionou sobre ela várias vezes. Era tão tentador — e era uma coisa que Ali provavelmente nunca iria imaginar. Emily tinha escapado de Ali com a morte, mas essa não era a única resposta.

Ela poderia? — Você está bem?

Aria se virou. Noel, vestido com um terno escuro, estava mudando de pé para pé a poucos metros de distância. Na loucura das últimas 24 horas, ela só tinha sido capaz de falar com ele no telefone. Ela nem sabia com certeza se ele viria. Agora, ela deu um passo para trás para as sombras e se jogou nele, os olhos cheios de lágrimas. — Ouvi dizer que você brigou com Hanna e Spencer — Noel murmurou em seu ouvido. — Pareceu meio... brutal.

Aria baixou os ombros. — Foi porque os Fields não nos queriam aqui. Eles nos odeiam. Todo mundo nos odeia.

Noel bateu em suas costas. — Eu não te odeio.

Aria sabia que Noel falava sério. Ela queria mais do que qualquer coisa só ficar aqui e abraçá-lo. Mas ela também sabia o que ela tinha que fazer neste instante... e nem um momento mais tarde.

Ela enxugou uma lágrima. — Eu vou sentir sua falta.

Noel inclinou a cabeça. — Aria. Você não está morta. E você não está presa ainda. — Seu sorriso vacilou. — Nós ainda temos que pensar positivo.

Aria olhou para o chão. Se ela pudesse dizer a Noel que ela quis dizer outra coisa, mas não havia nenhuma maneira.

Ele apertou suas mãos. — Precisamos falar sobre o que aconteceu em Nova Jersey, também. Vocês acharam Ali lá? Vocês descobriram alguma coisa?

— Não. Nós não encontramos nada. — Ela não podia olhar para ele. — Eu tenho que ir.

A testa de Noel franziu. — Ir... para onde?

Mas ela já estava indo embora. — Eu te amo — ela deixou escapar antes de precipitadamente virar a esquina. — Diga aos meus pais para não se preocuparem comigo. Diga a eles que eu vou ficar bem.

— Aria! — Noel gritou. Mas Aria continuou correndo o mais rápido que podia. E quando ela olhou por cima do ombro depois de subir a colina que levava à próxima rua, Noel não estava seguindo ela.

Ela se empurrou através de um bosque de árvores e apareceu em um quintal de alguém, correndo em torno de um conjunto de balanços e uma caixa de areia. A estação SEPTOS era no final da estrada, e ela chegou rapidamente, tropeçando ao descer a colina. A placa de néon acima dos trilhos do trem dizia que o próximo trem para a Filadélfia devia chegar em dois minutos. Aria olhou nervosamente para a rua, com medo de que a polícia aparecesse a qualquer segundo. Certamente o funeral tinha esvaziado por agora. Certamente eles descobririam em breve que ela tinha fugido.

Mas nenhum carro tinha chegado quando o trem parou na estação. Aria olhou por cima do ombro mais uma vez, em seguida, subiu as escadas de metal. O trem partiu ruidosamente balançando sobre os trilhos.

— Aham.

Ela soltou um gritinho. O condutor tinha aparecido do nada, pairando sobre ela. — Para onde? — ele perguntou com uma voz entediada.

Aria engoliu em seco. — O aeroporto — disse ela, entregando uma nota de dez. — Fique com o troco.

O condutor a pegou, em seguida, foi embora, com chaves tilintando em sua cintura. Aria soltou um suspiro longo e assustado. Você vai ficar bem, ela disse a si mesma, instintivamente estendendo a mão para sua bolsa e se certificando que seu passaporte ainda estava lá. Você vai ficar bem.

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No documento PLL 16. Vicious [Cruéis] - Sara Shepard (páginas 47-50)