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COMO PLANEJAR UM CASAMENTO EM CINCO DIAS

No documento PLL 16. Vicious [Cruéis] - Sara Shepard (páginas 66-71)

Hanna e Mike estavam sentados no sofá da sala de estar de Hanna, o pequeno pinscher de Hanna, Dot, estava aconchegando no colo dela. Uma mulher chamada Ramona, que tinha um cabelo loiro gelo com corte angular, olhos cinzentos frios e maçãs do rosto salientes, usando um terno Chanel e saltos de doze centímetros de pele de cobra aparentemente muito caros, estava sentada na frente deles com uma grande pasta no colo. — Você está me dizendo — ela disse em uma voz intimidadora, — que você quer que eu faça um casamento inesquecível até o final da semana?

Hanna engoliu em seco. Talvez ter chamado Ramona, que supostamente era a melhor organizadora de casamentos — ela aparentemente tinha organizado inúmeros casamentos de atrizes por todo o país — tenha sido uma ideia maluca. E também, provavelmente, querer fazê-lo em Chanticleer, a mansão favorita dela da Main Line. — Eu sei que casamentos normalmente demoram um pouco para serem planejados — ela disse suavemente. — Existe alguma coisa que você possa fazer por nós?

— Oh, eu posso fazer o que você quiser — Ramona disse arrogantemente. — Eu planejei casamentos com muito menos tempo. Significa apenas que nós temos que começar agora.

Então ela olhou para Fidel, seu assistente afeminado e magro com um rabo de cavalo, que tinha se arrastado timidamente atrás dela. Ele estava se remexendo nas sombras, fazendo anotações em um iPad. — Traga as amostras! — ela rugiu. Fidel deslizou para fora da porta da frente.

Hanna apertou a mão de Mike. Eles iriam fazer isso. Realmente se casariam. Claro, os planos de casamento estavam um pouco ofuscados por tudo o que estava acontecendo, mas Hanna estava feliz por ter algo de bom em sua vida para ocupar sua mente com tudo isso, pelo menos por um tempo.

Houve uma batida rápida na porta. Dot se levantou e começou a latir. — Entrée, seu idiota! — Ramona berrou, e Fidel irrompeu na sala de espera empurrando uma cremalheira de roupas de rodinhas com um braço e equilibrando várias caixas de padaria brancas no outro.

A mãe de Hanna, que tinha estado na cozinha, correu pelo corredor para pegar as caixas antes que elas caíssem. — Meu Deus! — ela gritou. Ela abriu a tampa de uma delas e quase desmaiou. — Amostras do bolo de casamento, Han! — ela gritou. — Da Bliss Bakery e Angela’s — essas são as melhores!

Hanna sorriu agradecida. Não era qualquer mãe que levaria na boa o anúncio de que sua filha iria apressadamente se casar antes de provavelmente ir para a prisão. A senhorita Marin tinha basicamente dito que se Hanna estava feliz, então ela estaria feliz. Ela até concordou em assinar o certificado do casamento que um pai

tinha que assinar já que Hanna e Mike eram ambos menores de dezoito anos. E ela ainda deixou algumas cópias das revistas Noivas e Vogue Casamentos na cama de Hanna esta noite e disse que conseguiria um DJ para a noite — a empresa de publicidade tinha alguns contatos.

Os pais de Mike também tinham aceitado: Hanna recebeu um abraço de parabéns tanto de Ella Montgomery, quanto da nova esposa de Byron, Meredith, naquela manhã. Claro que o casamento tinha sido ofuscado pelo desaparecimento de Aria, por uma boa razão.

Hanna olhou para Mike, que estava sentado ao lado dela. Ele não tinha dito nada há um tempo. Na verdade, ele parecia distraído. — Você está bem? — ela sussurrou.

Mike se encolheu e voltou para a terra. — Sim — ele respondeu. — Claro. Só, você sabe... pensando em Aria.

Hanna engoliu em seco. É claro que ele estava. Ela também estava pensando muito em Aria. Hanna tinha se surpreendido por ela ter realmente escapado. Os policiais a tinham interrogado esta tarde com perguntas sobre Hanna ter ajudado a mandar Aria para fora do país. Passou até na CNN esta noite. Aparentemente, as autoridades de toda a Europa estavam procurando por ela. A foto dela estava em todos os lugares, e algumas pessoas da Espanha, França, Luxemburgo e Gales afirmaram ter visto ela, embora Hanna não tenha sido capaz de dizer se algumas das pistas eram válidas.

— Você tem certeza que não quer adiar isso até eles a encontrarem? — Hanna sussurrou.

Mike balançou a cabeça. — Não. Vamos fazer isso. — Ele se inclinou mais para perto. — E nós não queremos que ela seja encontrada, certo?

Hanna mordeu o lábio, franzindo a testa. Mike estava certo — de certa forma. Hanna queria que Aria estivesse livre disso. Por outro lado, a ausência dela tornava muito pior para ela e Spencer. Outra história que estava passando na CNN era do quão culpadas elas pareciam agora que Emily estava morta e Aria estava desaparecida. Vários especialistas legais disseram que eles poderiam muito bem entrar com um acordo judicial e acabar com isso.

Ela virou-se para a cremalheira de roupas que Fidel tinha empurrado para o centro da sala de estar. Pelo menos quinze vestidos de noiva estavam embrulhados em plástico e pendurados. Havia sacos de sapatos que ostentavam nomes como Vera Wang e Manolo Blahnik. Um cabide segurava um saco de veludo pequeno contendo joias. Uma variedade de véus e tiaras estavam caídos sobre o cabide superior, e um repentino cheiro de perfume floral encheu a sala.

Ela olhou para Ramona. — Essas coisas são para mim? — Ela se levantou e olhou para as etiquetas. Os vestidos eram todos do tamanho dela. Ela espiou em um dos sacos de sapatos. O lindo par de salto branco também parecia que caberia nela. — Como é que você sabia o que escolher? — Ela tinha contatado Ramona há apenas algumas horas, e a mulher havia feito apenas algumas perguntas a ela.

Ramona revirou os olhos. — É por isso que eu sou a melhor. Agora, vá experimentar algumas coisas. Seu noivo e eu vamos conversar sobre o menu, coisas desse tipo.

Mike de repente pareceu intrigado. — Pode ter as asas de frango do Hooters? Hanna deu de ombros. — Se você quiser, eu acho.

Ramona parecia horrorizada, e Hanna estava prestes a atirar-lhe um olhar. Mas então ela se deu conta — este também era o casamento de Mike. E ela faria qualquer coisa para livrar a mente dele de Aria. — Se você prometer que não vai tocar nas meninas do Hooters, então sim — ela disse calmamente.

— Demais! — Mike vociferou. Ele pegou seu celular. — Eu vou ligar para eles agora.

— Eu lido com isso — Ramona resmungou, apontando para Fidel. Ele digitou algo no iPad. Em seguida, Ramona se virou para Hanna. — E você tem damas de honra em mente? Elas também devem experimentar os vestidos.

— Sim — Hanna disse automaticamente. — Eu quero que seja Aria, Spencer e Emily.

Todos engasgaram. Hanna demorou um momento para perceber sua gafe, e então soluçou. — Ou, hum, não Emily, obviamente. — De repente, ela se sentiu desorientada. — E talvez não as outras, tampouco. — Spencer com certeza não gostaria de ser. E Aria... bem, ela também estava fora de questão. — Provavelmente seria melhor se fosse apenas eu.

Ramona levantou uma sobrancelha. — As damas de honra são parte da diversão. Você escolhe os vestidos delas, as joias, você vai ter uma amiga no dia da cerimônia...

Hanna sentiu seu queixo tremer. Mike agarrou a mão dela. — Ela disse que não quer damas de honra, ok? — ele disse tão ferozmente que Hanna queria beijá-lo.

— Ela vai ter uma daminha, no entanto — a senhorita Marin interrompeu. Ela olhou para Hanna. — Que tal Morgan?

— Definitivamente — Hanna disse, formando um sorriso. Morgan Greenspan era sua prima por parte de mãe de sete anos de idade e praticamente a coisa mais fofa do mundo. Toda vez que Hanna a via, ela implorava a Hanna para pegar vagalumes com ela no quintal e contava-lhe histórias sobre seu cachorro Griffon de Bruxelas.

Ramona apenas deu de ombros. — Ok. Nós vamos ter que conversar sobre cores para eu saber qual vestido de daminha eu vou trazer. Agora, por que você não começa a experimentar esses vestidos. Rápido-rápido!

Hanna se virou para os vestidos mais uma vez, mas eles não forneciam tanta alegria como eles tinham feito apenas alguns segundos antes. Suas melhores amigas

tinham ido embora, uma voz soou em sua cabeça. Todas elas.

Sua garganta fechou como sempre fazia quando ela estava prestes a chorar. Hanna abaixou a cabeça, pegando um monte de vestidos em seus braços, e subiu as escadas para o quarto dela. De repente tudo pareceu contaminado. Emily estava

morta — ela tinha que aceitar. Ela tinha lido há poucas horas que a guarda costeira

havia desistido da busca por ela.

Ela virou a pulseira de Mike ao redor do pulso. Se pelo menos você ainda

estivesse aqui, Em, ela pensou. Você iria descobrir uma forma de juntar todas nós de novo. Você iria consertar tudo.

A luz de repente mudou, enviando uma inclinação de dourado pela janela de Hanna e deslizando para o topo de sua cabeça. Hanna olhou para cima, e por um momento, o espaço ao lado dela na cama estava quente, quase como se houvesse alguém sentado lá. Ela decidiu fingir que era o espírito de Emily. Ela pensou em puxar Emily para perto, segurá-la com força e nunca deixá-la ir embora. Ela quase podia ouvir a voz de Emily em seu ouvido. Eu estou feliz que você esteja se casando,

Hanna se endireitou, sentindo-se renovada. Emily estava totalmente certa. Se ela persistisse em sua tristeza, se ela se fixasse em tudo o que estava errado, Ali estaria ganhando. Que se dane.

Ela virou-se para os vestidos em sua cama e abriu o primeiro saco de roupa. Era um vestido sem alças feito com seda delicada e coberto com rendas. Joias minúsculas salpicavam o corpete e era ajustado por todo o caminho até os pés. Hanna engasgou. Ela não diria isso a Ramona, mas ela costumava passar horas desenhando o vestido ideal de seu casamento quando era mais nova — e parecia quase exatamente com esse.

Ela deslizou por cima da cabeça e viu-se no espelho, espantada com a súbita transformação. Ela parecia... mais velha. Linda. E superfina. Ela girou e sorriu, incapaz de tirar os olhos de seu reflexo. Então, gritando de alegria, ela correu para baixo e olhou ao redor. — Mike, se esconda no banheiro. Você não pode me ver!

Ela esperou até que houvesse a batida da porta, em seguida, desceu as escadas. Ramona olhou para ela, impassível. Fidel fez anotações. A mãe de Hanna parecia que ia chorar. — Oh, querida — ela arfou, pressionando as mãos no peito. — Você está linda.

O resto da noite passou desse jeito: Hanna mandou Mike para fora por algum tempo e experimentou vestidos, sapatos e véus. Mike voltou e todos provaram o bolo de casamento, escolhendo o de creme de manteiga branco da Bliss. Ramona deu alguns telefonemas intimidadores para a Chanticleer, para o serviço de bufê e a floricultura, exigindo que eles tivessem tudo pronto até o final desta semana ou ela nunca mais trabalharia com eles novamente. Com cada sim que Ramona conseguia, Hanna se sentia cada vez mais confiante de que Emily realmente estava cuidando dela, tornando tudo possível. Você merece ser feliz, ela podia ouvi-la dizendo. Mesmo

que seja apenas por um dia.

Até o final da noite, havia apenas uma grande coisa que restava para decidir: os convidados. Ramona falou com um calígrafo e com uma empresa de artigos de papelaria, mas eles tinham que saber a contagem de pessoas hoje à noite para os convites saírem a tempo.

— Bem, tem os Milanos, os Reeveses e os Parsons — Hanna disse, nomeando seus parentes e alguns velhos amigos da família. Ela olhou para a mãe. — Mas não vamos incluir os Rumsons. — Eles tiveram uma filha desprezível chamada Brooke que tinha tentado roubar o antigo namorado de Hanna, Lucas Beattie. — A maioria das pessoas da escola, mas definitivamente não Colleen Bebris. — Ela sorrateiramente deu uma espiada em Mike. Ele saiu com ela por um breve período no início desse ano. — Podemos convidar Naomi e Riley, mas elas devem ficar com uma mesa horrível. E definitivamente não Klaudia Huusko. — Klaudia havia tentado roubar Noel de Aria. Aria podia não vir, mas Hanna ainda tinha suas normas.

— Entendi — Ramona disse, escrevendo tudo.

Hanna sorriu maldosamente. Se fosse do seu jeito, esta ia ser a festa do século, melhor do que qualquer festa de dezesseis, festa a fantasia ou uma estúpida festa beneficente no Country Club de Rosewood. Seria seu último jogo de poder para esnobar os que a tinham irritado.

— Noel, Mason, todos os caras do time de lacrosse — Mike listou. — Minha mãe, o chefe dela da galeria. E o meu pai, Meredith e Lola.

— E o seu pai, Hanna?

A senhorita Marin balançou seu joelho na poltrona. Havia um olhar em conflito, mas também de princípios em seu rosto. — Quero dizer, ele é seu pai. Ele não gostaria de perder isso.

Hanna bufou. — Kate pode vir — ela disse, referindo-se a sua meia-irmã. Kate havia descoberto sobre o noivado e enviou um e-mail a Hanna, de fato, perguntando se ela poderia ajudar em alguma coisa. — Mas não ele. Nós já passamos por muita coisa.

Ela sentiu os olhos de todos sobre ela, especialmente os de Ramona. Mas não era como se Hanna fosse explicar o seu raciocínio. Era muito embaraçoso admitir que o seu próprio pai escolheu sua nova esposa, sua nova enteada, e até mesmo sua campanha política acima de você. Várias vezes, o Sr. Marin tinha dado a Hanna um pouquinho de afeto só para depois tirá-lo quando ela fazia algo errado. Ela estava cansada de dar-lhe a segunda, terceira e quarta chances só porque eles costumavam ser muito próximos. Ele tinha mudado.

E, de repente, ela se sentiu como se tivesse que fazê-los entender que ela estava falando sério. Ela saltou de sua cadeira e murmurou que ela já voltava. Uma vez de volta em seu quarto, ela olhou-se no espelho. Ela tinha tirado o vestido de noiva, mas ainda havia um brilho de noiva sobre ela que não poderia ser tirado. Seu pai provavelmente iria querer vê-la. Mas já era o suficiente. Ele a tinha machucado pela última vez.

Ela pegou o celular dela e rolou para o número do escritório de campanha dele. Uma assistente atendeu, e quando Hanna disse-lhe seu nome, ela disse: — Eu vou colocá-lo na linha — em uma voz viva. Hanna piscou com força. Ela meio que esperava que a assistente a deixasse em espera.

— Hanna — a voz de seu pai surgiu da outra extremidade meros segundos depois. — É tão bom ouvir você. Como você está?

Hanna estava ao mesmo tempo chocada e irritada com o entusiasmo em sua voz. — Como é que você acha? — ela se ouviu gritar. — Eu estou em julgamento. Você não soube?

— É claro que eu soube — disse o Sr. Marin baixinho, talvez com pesar.

Hanna revirou os olhos. Ela não ia ceder a esse tom de voz. — De qualquer forma, eu só liguei para que você saiba que eu vou me casar com Mike Montgomery.

— Você vai... o quê?

Ela se irritou. Essa era uma voz de julgamento que ela ouviu? — Estamos muito felizes. O casamento é no próximo sábado em Chanticleer.

— Há quanto tempo você vem planejando isso?

Ela ignorou a pergunta. — Eu só liguei para dizer que você não está convidado — ela disse em voz alta, dizendo as palavras rapidamente, antes que perdesse a coragem. — Mamãe e eu temos tudo sobre controle. Tenha uma boa vida.

Ela apertou ENCERRAR rapidamente, então segurou o celular entre as mãos. De repente, ela se sentiu ainda melhor. O suave calor como se fosse Emily havia retornado para o quarto. Nos próximos dias, Hanna se cercaria exatamente de quem ela quisesse — e de ninguém mais.

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No documento PLL 16. Vicious [Cruéis] - Sara Shepard (páginas 66-71)