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2.1 A E MERGÊNCIA DA E CONOMIA DO C ONHECIMENTO NA TRANSIÇÃO PARA O PARADIGMA PÓS F ORDISTA

2.1.4 As assimetrias espaciais e sociais no contexto das redes de conhecimento

Na literatura sobre Ciência Regional, desde os Distritos Industriais (Marshall,1890) até à atualidade, tem sido tema recorrente de discussão académica a lógica de organização espacial das atividades económicas e a sua relação com o Desenvolvimento Regional. Efetivamente vários autores contemporâneos (da Nova Geografia Económica de Paul Krugman à Escola Territorialista32) têm-se debruçado sobre a questão de os territórios revelarem uma capacidade diferenciada para atrair empresas competitivas, em muitos casos sugerindo a existência de economias externas resultantes da sua aglomeração espacial, a par de economias de escala e de gama (internas à empresa) como causa de um inevitável modelo dualista (ou dicotómico) de desenvolvimento. Na origem da sua conceção encontram-se os autores ‘clássicos’ como Myrdal (1957) e Hirschman (1958) com a sua reflexão em torno dos efeitos de causalidade circular e cumulativa, acompanhados pela perspetiva de um processo polarizado de desenvolvimento refletida na Teoria dos Pólos (Perroux, 1955) e no modelo Centro-Periferia (Friedmann,1972) – marcos fundamentais, a par de outros autores, das teorias do crescimento regional (subsecção 2.2.2.1).

A emergência de um novo paradigma de competitividade, imposto pela liberalização do comércio internacional e alicerçado na economia do conhecimento, conforme abordado na secção anterior, não veio contrariar esta falha de mercado (Polèse, 1998), porquanto a elevada mobilidade do capital financeiro e do capital humano (fruto da globalização), associada às economias de aglomeração intrínsecas aos centros do conhecimento – ora de proximidade/aprendizagem, ora de urbanização/localização, vem dar continuidade à lógica de uma hierarquia territorial de desenvolvimento regional, ainda que com uma natureza menos dicotómica.

Acompanhando de perto a classificação estabelecida pela OCDE (2010), que distingue as regiões predominantemente rurais das regiões predominantemente urbanas em função da densidade populacional (caracterizadas em pormenor no subcapítulo 5.1) e atendendo ao

32 A referida Escola Territorialista abarca, na sistematização de Simmie (2005), as correntes de pensamento dos

Distritos Industriais, dos Sistemas Produtivos Territoriais e dos Meios Inovadores focadas nas interações intencionais e não intencionais no seio de comunidades industriais (Piore e Sabel, 1984) abertas ao exterior, com foco na inovação incremental por via da inserção em redes locais e externas de inovação. Quanto à corrente dos Sistemas de Inovação entende-se que traduz mais uma visão institucionalista da governança territorial com especial enfoque no papel das universidades e dos centros de I&D segundo uma conceção sistémica do processo de inovação, valorizando as políticas públicas nos domínios da investigação científica e do desenvolvimento tecnológico, particularmente as parcerias entre o sistema científico e tecnológico e o sistema produtivo.

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papel exercido pelas economias de aglomeração (sistematizadas na secção 2.2.2) na concentração espacial das atividades económicas tem-se, então, por ordem decrescente de importância no panorama mundial (OCDE, 2005 e 2009a):

i) Cidades e regiões centrais: as “cidades globais” (Sassen, 2001)33, as regiões metropolitanas (como o Silicon Valley ou a região de Öresund34) e a maioria das capitais europeias;

ii) Regiões intermédias: a larga maioria das cidades de pequena e média dimensão, funcionalmente organizadas em sistemas policêntricos coerentes em termos de complementaridades entre cidades e interdependências com as regiões rurais próximas;

iii) Regiões periféricas: a maioria das regiões rurais, situadas fora da ‘hinterland’ (área de influência) das grandes cidades e dos sistemas policêntricos, podendo ser consideradas como regiões remotas (Brezzi et al., 2011);

iv) Regiões ultraperiféricas, situadas a um nível extremo de atraso relativamente ao contexto regional da OCDE.

Importa reter a noção de que o conhecimento é, do ponto de vista do seu usufruto, um bem público quase puro35 pois, não obstante estar disponível em redes de distribuição (difusão) sob

33 Nesta reedição da obra original, publicada em 1991, Saskia Sassen designa de cidade global um número

singular de cidades que por via do progresso das telecomunicações globais e da integração mundial dos mercados financeiros e dos serviços especializados (consultoria jurídica e auditoria) ascenderam ao topo da hierarquia urbana mundial beneficiando da aglomeração dos centros de decisão dos maiores grupos financeiros a nível mundial e das indústrias espacialmente fragmentadas à escala global mas controladas por grandes empresas. A autora assume que parte, se não mesmo a totalidade, de funções administrativas (contabilidade, serviços jurídicos, relações públicas, programação e telecomunicações, …) tende a ser objeto de externalização em face da maior complexidade na coordenação dessas fileiras, dado o crescente número de transações envolvidas, e da maior incerteza dos mercados (pela redução do ciclo de vida dos produtos); sendo que o “quartel-general” dessas empresas prestadoras de serviços globais altamente especializados tende a se localizar nas “cidades globais” (Londres, Nova Iorque e Tóquio). Em suma, podem ser perspetivadas como “lugares” de:

i) produção de serviços especializados reclamados por organizações complexas para coordenar uma rede

espacialmente dispersa de fábricas, escritórios, e pontos de atendimento; ii) produção de inovações financeiras e conceção de mercados, ambas centrais para a internacionalização e expansão da indústria financeira. Note-se que a autora reconhece a indústria financeira e de serviços especializados às empresas como dínamos da economia mundial, em lugar das indústrias manufatureiras.

34 Segundo a OCDE (2003), o dinamismo da região de Öresund (compreendendo parte dos territórios da Suécia e

da Dinamarca, incluindo grandes cidades como Copenhaga e Malmo) espelha uma experiência bem-sucedida graças à estreita cooperação entre universidades, empresas líderes de mercado e responsáveis políticos, permitindo alcançar a excelência em termos de investigação fundamental e aplicada em setores de forte intensidade tecnológica – incluindo a indústria farmacêutica, biomedicina e TIC – e sustentar uma indústria alimentar que a todo o tempo procura novos processos e produtos “amigos do ambiente”. A existência de uma ponte a ligar os dois países poderá favorecer as economias de aglomeração de indústrias e serviços intensivos em conhecimento, potenciando efeitos de polarização de tipo cumulativo em cidades que à partida já são importantes polos de desenvolvimento (Cooke, 2004).

35 Segundo a literatura de Economia Pública, um “bem público” puro tem as características de produção e

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43 a forma de acesso massificado à escala global através das tecnologias de comunicação e da informação (TIC), sem rivalidade e (quase) sem congestionamento para a comunidade académica e demais utilizadores, os receptores terão de reunir as adequadas competências e aptidões para o descodificar. A este respeito Richardson (1981: 303) já alertava para o facto de a disponibilidade do conhecimento numa dado ponto do espaço não garantir a sua aplicação:

“As determinantes socioeconómicas e o nível de “mentalidade de crescimento” numa determinada área podem limitar ou ampliar consideravelmente a sua taxa de absorção de aperfeiçoamentos técnicos vindos de fora. (…) Finalmente, qualquer que seja o nível dos custos de comunicação para a transmissão de novo conhecimento técnico, elementos monopolistas podem reduzir a mobilidade espacial do progresso técnico. O segredo, os acordos de patentes e a discriminação por parte das instituições financeiras que fornecem capital a longo prazo são exemplos evidentes de imperfeições de mercado que podem resultar numa transmissão espacial muito lenta do novo conhecimento técnico, em comparação com a que ocorreria se as condições fossem outras.”

Portanto, ainda que o Estado atue eficazmente ao nível da regulação dos mercados melhorando a respetiva eficiência, não será condição suficiente aceder à informação para que esta possa ser efetivamente assimilada por parte de novos utilizadores com fins mercantis; importa saber interpretá-la de modo a gerar a inovação e, assim, sustentar o emprego (inclusive nos setores “low-tech”; na aceção de Fagerberg, 2005)36.

Também Amin e Thrift (1992: 576-577) dão o seu contributo nesta questão da capacidade diferenciada dos indivíduos para descodificarem e explorarem comercialmente (‘exploit’) a informação potencialmente geradora de vantagens económicas externas ao mencionarem os problemas de representação, interação e socialização que entendem estar inerentes ao processo de desintegração vertical vivido no seio fileiras produtivas com a progressiva globalização desencadeada a partir de meados da década de 1980.

Estes autores fazem notar que a capacidade de interpretar a lógica interna de funcionamento de uma dada fileira produtiva globalizada será limitada a grupos de especialistas e peritos, interpretados como círculos sociais restritos. Tal realidade entende-se que não só irá contribuir para acentuar o carácter assimétrico da massa de informação disponível nas redes

beneficiários, sem que exista rivalidade ou exclusão na respetiva fruição, reclama o esforço coletivo na forma de financiamento público de parte ou da totalidade dos custos de produção (podendo esta ser assegurada por instituições privadas). No caso particular do conhecimento assume-se, portanto, que este proporciona um benefício económico gratuito à comunidade local, ou mesmo extra-local, identificado na literatura por externalidade espacial positiva - ou ‘knowledge spillover’, termo corrente na literatura sobre inovação.

36 Correspondem, na taxonomia de Pavitt (1984), aos setores dependentes dos fornecedores (incluindo a

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sociais organizadas em torno desses centros, como ditará nas próprias fileiras a evidente presença de hierarquias socioeconómicas (Castells, 1996).

Ainda a respeito da relação entre o tipo de inovação (nas acepções de processo e de produto) e o comportamento do emprego, Pianta (2005: 590) esclarece:

O tipo de inovação é importante. A evidência demonstra que é essencial distinguir entre inovação de produto (novidade ou imitação) que tem geralmente um impacto positivo no emprego, e a inovação de processo (adoção e uso de novas tecnologias) normalmente com efeitos negativos.

Ora, cruzando esta “evidência” com a constatação da divisão espacial da inovação gerada nas empresas (Tödtling, 1994) - exposta na secção 2.1.3 – pode-se chegar ao seguinte corolário: as regiões periféricas (e, sobretudo, as ultraperiféricas) estarão mais expostas ao risco de desemprego estrutural e a níveis de rendimento real ‘per capita’ mais baixos.

Por conseguinte, as externalidades espaciais do conhecimento (‘knowledge spillover’), tenderão a induzir efeitos (líquidos) de “centrifugação” (concentração espacial) dos recursos com maior potencial de criação de valor e emprego nas economias mais desenvolvidas. Tal tendência torna cada vez mais difícil às regiões periféricas e ultraperiféricas (em regra, localizadas longe dos principais centros do conhecimento, as cidades globais e regiões centrais) consolidar uma base local de recursos territoriais específicos e atores locais promotores da inovação, nos termos referidos nas secções anteriores.

As regiões carenciadas de fatores indutores de proximidade (nas suas várias aceções, analisadas no subcapítulo 2.3) entre os agentes económicos e institucionais sujeitam-se a estar afastadas das redes globais do conhecimento e da inovação, inibindo-se a sua capacidade endógena de formação de capital humano. Torna-se, assim, praticamente irremediável a sua especialização produtiva em atividades (ou segmentos de atividades) de reduzido valor acrescentado, recorrendo intensivamente a pessoal habilitado para o exercício de atividades rotineiras, insuficientemente apetrechado de competências valorizadas pelos setores intensivos em conhecimento; como tal, usufruindo de reduzida remuneração real.

Face ao fraco poder de compra da respetiva população empregada - que impede às respetivas economias regionais de enveredarem por trajetórias de crescimento sustentado na base da dimensão dos seus mercados internos – não espanta que historicamente o progresso económico e social seja regido por uma lógica de industrialização comandada a partir do exterior, visível aliás no “paternalismo” das grande empresas e no seu elevado grau de influência nas instituições locais (Piore e Sabel, 1984; a discutir no subcapítulo 3.2).

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45 Com a globalização e a reorganização industrial sucede que tende a agravar-se o grau de exposição dessas regiões ao “síndroma da filial” (Maillat, 1997)37: as políticas setoriais definidas centralmente segundo uma conceção “de cima para baixo” do desenvolvimento regional, sem qualquer formatação e adaptação às especificidades locais (Barbosa de Melo, 2002), deixa a economia e as populações locais reféns das opções estratégicas das empresas multinacionais agravando o impacte socioeconómico associado ao risco eminente de deslocalização das unidades de produção quando outros territórios se revelam mais atrativos em termos de uma estratégia focalizada estritamente na eficiência-custo.

A evidente pressão no mercado de trabalho, decorrente da inovação tecnológica (onde releva a automatização de processos produtivos que induz a substituição de Trabalho por Capital) e da perda de competitividade internacional de indústrias associadas ao paradigma Fordista, vem acentuar o carácter de persistência temporal das assimetrias numa dupla perspetiva:

a) Social, sobretudo nas grandes cidades onde se agudiza o leque salarial dada a concentração metropolitana das atividades ligadas à economia do conhecimento – as melhor remuneradas, a ponto de proporcionarem um elevado índice de qualidade de vida aos respetivos trabalhadores (incluindo o acesso às zonas residenciais mais exclusivistas). Ao mesmo tempo que pela sua elevada densidade de comércio e serviços de consumo massificado acolhem um número significativo de trabalhadores com fraco poder de compra, empurrados pela “mão invisível” do mercado para bairros periféricos menos atrativos fruto de uma menor provisão de bens públicos locais que simbolizam qualidade de vida (Tiebout, 1956).

A respeito do espaço social intra-urbano, Scott (1994: 69) debruça-se sobre o “forte impacto” conjunto da divisão profissional e do processo de imigração nas áreas metropolitanas dos EUA e Europa Ocidental (com enfoque muito especial em Nova Iorque, Londres e Paris, “cidades globais”) ao nível da composição das áreas residenciais.

A desigualdade salarial patente num mercado de trabalho altamente segmentado (perante uma elevada rigidez quanto ao acesso por parte dos operários imigrantes, muitas vezes em situação de clandestinos, a categorias superiores na hierarquia profissional baseada nos ‘colarinhos brancos’ – gestores, especialistas e técnicos - e ‘colarinhos azuis' – empregados manuais)

37 O dito síndrome é explicado pelo autor nos seguintes termos: as “filiais”, atraídas pela vantagem fiscal, podem

quebrar a sua “solidariedade” com o governo (nacional ou local) por meio da deslocalização assim que cessa o período de isenção fiscal, deixando um problema económico e social sério por resolver nas mãos do governo e das autarquias: não apenas as receitas fiscais que ficaram por arrecadar, como também um aumento significativo de encargos sociais para o Estado.

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repercute-se numa interdependência entre a “polarização da sociedade urbana” e a “diferenciação residencial intra-urbana e de formação de bairros”: os trabalhadores mais qualificados (por ex. engenheiros e cientistas ligados à indústria aeronáutica de Los Angeles) quando deixam um emprego tendem a procurar outro na mesma zona, “ainda que existam empregos adequados às suas qualificações noutra parte da cidade” em virtude dos “compromissos residenciais” (ibidem).

Esse fenómeno tenderá a acentuar-se (por dificuldades económicas) entre os trabalhadores com rendimentos mais baixos, contrariando o desenvolvimento (urbano) porquanto uma das suas dimensões é a social e esta pressupõe o reforço da equidade e da coesão social (Méndez, 2001; Simões Lopes, 2002; OCDE, 2008a) ou, em termos práticos, a melhoria das condições de vida de todos os trabalhadores (Storper e Scott, 1995).

Uma evidência das preocupantes assimetrias sociais patentes nos maiores centros urbanos espelha-se no “paradoxo urbano” (Comissão Europeia, 2004 e 2007b): dados recolhidos entre 1996 e 2001 em cerca de 250 cidades europeias revelaram que nas de maior centralidade existia uma notória concentração espacial de empregos – relacionando o peso dos empregos nas grandes cidades com o da respetiva população residente no contexto nacional - mas paradoxalmente uma taxa de desemprego acima da média nacional (em cerca de 50 a 60% dos casos); sendo oficialmente apontada como explicação a significativa presença quer de trabalhadores imigrantes (seriamente expostos ao risco de emprego precário), quer da economia informal (onde participam sobretudo minorias étnicas, jovens e mulheres).

b) Territorial, ao cavar o fosso entre regiões que inovam e regiões que se “afundam” na hierarquia da inovação (visível, nomeadamente, na crescente disparidade verificada em termos de contributo regional da produtividade do trabalho para o PIB da OCDE)38. Neste contexto duplamente polarizado, oferece-se como pertinente equacionar ao nível das políticas públicas territorializadas a importância das estratégias de eficiência coletiva como resposta à evidente necessidade de reforçar a coesão territorial e social, como aliás se depreende das orientações estratégicas inscritas no conjunto dos Planos Operacionais que integram o Quadro de Referência Estratégico Nacional/QREN (MAOTDR, 2007). Trata-se,

38 Tendo em atenção avaliar a evolução das assimetrias regionais no território da Península Ibérica, no decénio

1995-2005, recorrendo à variação percentual do contributo regional desta produtividade, estudos recentes permitiram concluir que Lisboa (NUTS II) reforçou o seu contributo em 0.71%, contrariamente ao Alentejo (- 0.93%) – OCDE (2009).

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47 em suma, de analisar como é possível dar expressão real ao desenvolvimento regional através de formas de acção coletiva organizada ao nível das comunidades territoriais, norteada por princípios explícitos na seguinte frase lapidar de Simões Lopes (2002: 17):

“O conceito de desenvolvimento envolve dimensões que transcendem a económica: a liberdade, a justiça, o equilíbrio, a harmonia são-lhe inerentes; de tal modo que não pode considerar-se desenvolvida a sociedade, por mais rica em termos médios e materiais, onde a opressão e as desigualdades se instalaram, onde o bem-estar de alguns acontece à custa da pobreza de outros. Até onde a sensibilização existe para que a globalização respeite os objetivos do desenvolvimento?” De passagem, urge perceber como se estruturam as relações entre os atores fundamentais para o processo de inovação no seio dos aparelhos produtivos das economias locais (e regionais) nas regiões mais prósperas (incluindo as que lideram o panorama mundial de inovação) considerando que a globalização vem modificar substancialmente a forma de organização industrial e o modo de governança associado aos sistemas territoriais de produção (subcapítulo 2.2) à conta de importantes modificações estruturais e institucionais a um nível macro-territorial; nomeadamente (Veltz, 2000; Torre, 2000; Rallet e Torre, 2004):

- A facilitação dos contactos a grandes distâncias físicas com o assinalável desenvolvimento das TIC;

- O reforço da governação supranacional com o aprofundamento da União Europeia;

- A diluição das barreiras ao livre comércio internacional patrocinada pela Organização Mundial do Comércio.

2.2 O perfil dos sistemas territoriais de produção e o desempenho inovador dos

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