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3. DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO (DP), PCP E INTEGRAÇÃO

3.1. DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO (DP)

3.1.2. AS ATIVIDADES E INTERFACES DO DP NA ORGANIZAÇÃO

Devido à abrangência de suas atividades, observa-se um elevado número de interfaces entre o DP e as demais funções-chave de uma organização.

Rozenfeld et al. (2006) apresentam um modelo de referência que consolida o corpo de conhecimentos relacionados à gestão do DP, oferecendo um framework que pode ser adotado pelas empresas que almejam a organização e melhoria do processo. Com base em uma perspectiva integrada e multifuncional, este modelo parte das diretrizes estratégicas da organização e se estende ao longo do ciclo de vida do produto, salientando atividades e interfaces relevantes do PDP.

Torres Júnior e Miyake (2003) observam que é crescente a necessidade de efetivamente se estruturar e implementar uma sistemática de melhoramento contínuo do PDP a fim de evitar problemas crônicos observados no PDP de algumas empresas, entre os quais: a) falta de tempo para resolução de problemas; b) desenvolvimento de soluções incompletas; c) problemas repetitivos multiplicando-se; d) importância substituída pela urgência; e) problemas transformados em crises; f) queda no desempenho.

A figura 5 mostra uma visão geral do modelo de referência proposto por Rozenfeld et al. (2006).

A partir da análise da figura 5, observa-se que o modelo encontra-se estruturado em três macrofases (Pré-Desenvolvimento, Desenvolvimento e Pós- Desenvolvimento), as quais são subdivididas em fases e atividades, destacando-se dois processos de apoio (ROZENFELD et al., 2006).

Figura 5: Visão geral do Modelo de referência para gestão do PDP.

Fonte: Rozenfeld et al. (2006)

Na macrofase de Pré-Desenvolvimento, as principais atividades do PDP estão relacionadas ao Planejamento Estratégico dos Produtos e ao Planejamento do Projeto – gerenciamento e seleção das opções de produtos a serem desenvolvidos, os quais apresentem maiores chances de sucesso em seus respectivos mercados e estejam alinhados ao direcionamento estratégico da organização. Nesta ocasião, interfaces relevantes são manifestadas entre DP, Planejamento Estratégico, Pesquisa e Desenvolvimento e Marketing (ROZENFELD et al., 2006).

Na macrofase seguinte, Desenvolvimento, cinco fases são observadas: Projeto Informacional, Projeto Conceitual, Projeto Detalhado, Preparação para Produção e Lançamento do Produto. Estas fases contemplam atividades que levam à geração das informações técnicas detalhadas, de produção e comerciais relacionadas com o produto, assim como informações e treinamentos para suporte técnico e providências relacionadas à obtenção dos recursos necessários para produção e comercialização do produto. Como exemplo, na fase de Projeto Informacional são criadas as especificações-meta do futuro produto, compostas pelos requisitos e pelas informações qualitativas, as quais devem ser atendidas ao final do Desenvolvimento. Com relação às interfaces relevantes entre o DP e as demais funções organizacionais, nesta macrofase, destacam-se no início aquelas com as áreas Comercial e Marketing, passando por Finanças e Custos e ao final, notadamente, com a área de Produção/Manufatura (ROZENFELD et al., 2006).

A macrofase de Pós-Desenvolvimento é apresentada como um dos diferenciais da abordagem proposta no modelo de referência de Rozenfeld et al. (2006), quando comparada às publicações mais tradicionais da área, tendo em vista que o DP se encerrava

com a conclusão das atividades previstas na macrofase de Desenvolvimento. Segundo esses autores, essa visão fazia com que as empresas desperdiçassem uma série de conhecimentos adquiridos durante a produção e comercialização do produto. As principais atividades executadas nessa macrofase estão relacionadas ao acompanhamento do produto e de seu processo de produção e daquelas atividades relacionadas à descontinuação do produto – resultando na sua retirada do mercado, momento no qual uma série de requisitos ambientais podem ser considerados. As interfaces mais significativas do DP concentram-se com as áreas de Produção e Assistência Técnica e envolvem o gerenciamento das mudanças de engenharia e aspectos relacionados à melhoria do produto e do PDP (ROZENFELD et al., 2006).

Em relação aos dois processos de apoio relacionados ao PDP (Gerenciamento de Mudanças de Engenharia e Melhoria do PDP), Rozenfeld et al. (2006) observam que estes processos são acionados quando há a necessidade de se resolver problemas ou aproveitar oportunidades.

O Gerenciamento de Mudanças de Engenharia (mais conhecido como ECM – Engineering Change Management) é aplicado quando são realizadas mudanças no produto ou no seu processo de fabricação que resultam em atualizações de suas informações (desenhos, especificações de material etc.). Este processo tem fundamental importância, pois suporta o gerenciamento da configuração do produto (“conjunto de todas as informações relacionadas ao produto”), mantendo atualizadas as informações que permitirão a obtenção e manutenção do produto ao longo de seu ciclo de vida (ROZENFELD et al., 2006, p.458).

O processo de apoio referente à Melhoria do PDP diz respeito à realização de atividades que não estão diretamente relacionadas a mudanças ou alterações no produto ou no seu processo de fabricação, são ações voltadas para obtenção de melhores resultados no DP (redução de tempo, melhoria do compartilhamento de informações entre a equipe de desenvolvimento, redução de custos).

Segundo Torres Júnior e Miyake (2003), pensar na aplicação das técnicas e ferramentas de melhoria contínua do PDP é um tema polêmico tendo em vista que para muitos o PDP é visto como um processo bastante complexo, único e não passível de padronização.

Porém, como demonstra o próprio modelo de Rozenfeld et al. (2006), apesar de não objetivar a padronização do PDP, sua estruturação, tendo como base um modelo de referência, permite uma gestão mais consistente do DP, assim como a exploração mais eficaz de suas interfaces com as demais áreas funcionais da organização ao longo do ciclo de vida do produto.

Porém, para em ambiente ETO, particul alterações profundas no mo et al. (2006) e a caracteriz campo. Neste sentido, esfor de referência adequado para