As calhas: as rotas de entrega de alimentação

A fim de se controlar os processos de distribuição dos gêneros alimentícios, a GEDIME organiza os fluxos de envio de alimentos pelo já mencionado sistema de calhas. Para esclarecer o processo de atendimento às escolas da zona urbana e rural, no que concerne ao abastecimento de alimentação escolar, a pesquisa tomou como recorte as escolas estaduais de uma Coordenadoria Distrital Educacional (CDE) classificada como CDE 4, com escolas que se localizam na capital, pertencentes à calha do Rio Negro e Solimões do Estado do Amazonas, como já mencionado anteriormente.

De acordo com o documento denominado “Condensado10_{”, como popularmente}

é conhecido e publicado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN), o Estado do Amazonas está dividido em sub-regiões, que são 9 calhas/sub-regiões, garantindo a totalidade do estado. Tal divisão está explicitada no quadro 4.

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A SEPLAN - Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico publica a 11ª edição do Condensado de Informações Municipais do Estado do Amazonas – 2013.

Quadro 4 – Calhas fluviais do Amazonas Nº

Ordem Calhas Municípios

1 1ª Região do Alto Solimões

Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Tonantins 2 2ª Região do

Triângulo Jutaí- Solimões-Juruá

Alvarães, Fonte Boa, Japurá, Juruá, Jutaí, Maraã, Tefé e Uarini

3 3ª Região do Purus Boca do Acre, Canutama, Lábrea, Pauini e Tapauá 4 4ª Região do Juruá Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna e Itamarati 5 5ª Região do

Madeira

Apuí, Borba, Humaitá, Manicoré e Novo Aripuanã 6 6ª Região do Alto

Rio Negro

Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira

7 7ª Região do Rio Negro e Solimões

Anamã, Anori, Autazes, Beruri, Caapiranga, Careiro (Castanho), Careiro da Várzea, Coari, Codajás, Iranduba, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Novo Airão e Rio Preto da Eva

8 8ª Região do Médio Amazonas

Itacoatiara, Itapiranga, Maués, Nova Olinda do Norte, Presidente Figueiredo, Silves, Urucurituba

9 9ª Região do Baixo Amazonas

Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Nhamundá, Parintins, São Sebastião do Uatumã e Urucará.

Fonte: Amazonas (2013)

Considerando a distribuição e/ou composição no quadro 4 e a localização das calhas, conforme mapa exposto na figura 4, pretendemos obter dados de como vem acontecendo a execução do PNAE nas localidades de cada uma dessas divisões, a fim de coletar informações da logística do controle de estoque para reabastecimento das escolas com gêneros alimentícios, que se aproximem o máximo da entrega geral para o estado.

Figura 4: Mapa das calhas dos rios do Estado do Amazonas

Ao observarmos a figura 4, podemos compreender a disposição das calhas fluviais. Da esquerda para a direita e de cima para baixo, encontram-se o Alto Solimões, Negro, Juruá, Jutaí-Solimões-Juruá, Purus, Negro e Solimões, Madeira, Baixo Amazonas e Médio Amazonas.

Comparando-se a figura 3, que expõe a malha rodoviária do Estado, com a figura 4, que apresenta a disposição das calhas, fica evidente o desafio e a complexidade logística demandada para a região, para escoamento de produtos e insumos de qualquer espécie.

No caso peculiar da Região Amazônica, ao compararmos as duas figuras (3 e 4), percebemos que a estrutura rodoviária se constitui insuficiente para o vasto território, tornando a malha hidroviária a saída logística mais economicamente viável, apesar de seus gargalos advindos das condições ambientais como navegação, correnteza, leito fluvial, modal adequado e tempo.

Contudo, utilizar as hidrovias como saída logística para distribuição dos gêneros da merenda escolar demanda um estudo complexo. Nesse sentido, deve-se considerar: tempo, modal de transporte adequado, condições ambientais e climáticas. Tais fatores contribuem com a preocupação, que norteia a presente pesquisa, no levantamento de possíveis soluções práticas, uma vez que se elencam muitos gargalos que, não observados, geram a ruptura dos estoques, tal como seu desabastecimento e, consequentemente, a falta de merenda escolar nas instituições de ensino atendidas pelo PNAE.

A ausência de controle do saldo da merenda por parte da SEDUC que pode ser evidenciada por meio das solicitações de complementação de merenda escola, por parte das escolas e/ou Coordenadorias, torna-se um problema ainda mais relevante, quando considerada a distribuição da merenda para os municípios amazonenses, visto que a logística de entrega obedece a padrões estabelecidos pela própria SEDUC os quais, talvez, possam não estar garantindo a efetividade e a eficácia do PNAE. Isso porque a realidade geográfica do Estado do Amazonas é única no Brasil e carece de planejamento logístico que atenda às especificidades de cada localidade/município, como, por exemplo, a distância do município à capital, local de saída dos gêneros alimentícios, calha de rio em que o município se localiza, condições ambientais da calha, tais como: correnteza, leito fluvial e navegabilidade necessária para o modal adequado à tarefa de entregar os suprimentos necessários ao seu destino final - as escolas.

Frente a essas nove calhas que estão assim denominadas: Região do Alto Solimões, Região do Triângulo Jutaí-Solimões-Juruá, Região do Purus, Região do Juruá, Região do Madeira, Região do Alto Rio Negro, Região do Rio Negro e Solimões, Região do Baixo Amazonas e Região do Médio Amazonas, optamos por analisar a calha do Rio Negro e Solimões. Tal escolha proveio do fato de ela ser constituída por um determinado número de municípios em diferentes sub-regiões no estado amazonense, dentre os quais se encontra o município de Manaus, onde se encontram localizadas as escolas da Coordenadoria que mais procedeu à solicitação de complementação de merenda escolar nos anos de 2014 a 2015, conforme será apresentado mais à frente.

1.2.5 A logística de controle do saldo e entrega da merenda escolar nas escolas da