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As redes sociais, agora atrelada a política brasileira, possibilitou que o eleitor pudesse ter uma outra visão a respeito do seu candidato e sua postura diante da sociedade. Para se ter uma ideia, a incorporação da utilização das redes sociais não é um recurso inédito. Nos EUA, na primeira campanha eleitoral do ex-presidente Barack Obama, os seus assessores já utilizavam estratégias e metodologias, através das redes sociais e da comunicação digital.

Estratégia similar, aconteceu no Brasil, nas campanhas a ex-presidenta Rousseff (2010 e 2014), como também, do atual presidente Jair Messias Bolsonaro.

Esse fato, atrelado ao bom marketing político nas mídias digitais mostrou resultados satisfatórios, tanto pela vitória nos pleitos eleitorais empreendidos por muitos candidatos nas eleições de 2020, como também em uma maior aproximação com o eleitor, que agora, está concentrado nas esferas privadas e virtuais.

Mas, para se realizar um bom planejamento de mídia, é preciso, segundo Sousa (2010),

[...] partir de uma pesquisa para determinar quais são as reais necessidades e desejos apresentados pelos eleitores, para que posteriormente o candidato possa apresentar a proposta com a solução para essas necessidades. Para que esta proposta seja capaz de eleger o candidato, a mesma deve ser elaborada com base no número de eleitores que apresentem estas necessidades. (SOUSA, 2010, p. 13).

Ainda nesta linha de raciocínio, entendemos que o autor destaca a importância das estratégias de marketing levando em consideração demandas que por ventura, possa existir. Em campanhas eleitorais convencionais, Sousa (2010) cita Ferraz (2004), quando ele aponta que “nas eleições legislativas e municipais, a campanha porta a porta pode e deve ser realizada pelo candidato, com grande empenho, e há certos candidatos que fazem desta forma de campanha a sua principal arma” (FERRAZ, 2004, p. 23).

Porém, na atual situação que país se encontrar realizar essa prática se tornou arriscado e limitante, tendo em que vista que não era possível manter viva a tradição das visitas domiciliares. O que antes era comum, vermos praças lotadas com cores de partidos, candidatos em palanques realizando inúmeros discursos políticos e eleitores em passeatas, tudo isso teve que ser trocado pelo silêncio do estúdio, o calor da iluminação e a concentração das falas diante das câmeras.

Então, em meio a pandemia, muitos candidatos tiveram que reinventar sua maneira de realizar política e migrar todas as suas estratégias para o marketing nas redes sociais. E “[...] os eleitores que utilizaram esta mídia puderam acompanhar de perto todos os passos dos seus candidatos e ter um contato mais direto” (SOUSA, 2010, p. 22). Nas cidades do interior do Estado do Rio Grande do Norte, por exemplo, a situação foi similar, mesmo as campanhas eleitorais tenham ocorrido recheadas de erros e de acertos.

No que tange a parte de planejamento de campanha, a cidade de Rafael Fernandes, segundo o coordenador geral Alexandre Ferreira, procurou ser pensada, respeitando os limites das questões sanitárias impostas pelo coronavírus, como também, se aproximar daquele eleitor que estava em isolamento social. Nesta ótica, as redes sociais dos candidatos, lançadas ainda na pré-campanha, utilizaram recursos de imagens de vídeos para lançar as novas propostas de gestão para o eleitor, como também interagir com ele, durante toda a campanha.

Na imagem 01 abaixo, printada do Instagram dos candidatos vencedores no município, é possível perceber a descrição inicial do perfil, o número de usuários e as últimas postagens que foram realizadas na reta final da campanha. Os vídeos que eram postados no IGTV, inicialmente, apresentou todos os candidatos a vereador da chapa e os candidatos a prefeito e vice-prefeito, depois foram sendo postados um conjunto de vídeos de eleitores apoiadores ou vídeos de esclarecimentos no qual o prefeito, candidato a reeleição, esclarecia a população sobre ataques dos adversários a alguma acusação. Na figura 01 abaixo, temos um exemplo dá pagina do Instagram do candidato em uma das redes sociais.

Figura 01: Página do Instagram da Chapa eleitoral Bruno e Sérgio 2020

Com relação à interatividade com o eleitor, nessa rede social os candidatos trataram de fazer apologias as datas comemorativas que aconteceram ao longo da campanha e ainda, através de uma linguagem jovem e dinâmica, dialogava com o eleitor com valorização do “Ethos” dos candidatos. Nas imagens 02 é possível ver como a interatividade aconteceu.

Figura 02: Postagem da chapa Bruno e Sérgio 2020

Fonte: Reprodução do Instagram @brunoesergio2020.

Fonte: Reprodução do Instagram @brunoesergio2020.

Fazer apologia as datas comemorativas e falar a linguagem que o povo entende, é de extrema relevância nas redes sociais, tendo em vista que o eleitor das mídias não é mais aquele que não tem acesso à informação. Pelo contrário, as redes sociais proporcionaram uma liberdade maior com os candidatos e demostrou uma aproximação com os eleitores.

Não era só comentando que os usuários interagiram. Muitos jovens que votavam pela primeira vez, gravaram depoimentos de casa e enviaram para serem postados nas redes sociais e compartilhados nos grupos de WhatsApp que existiam na cidade com o intuito de debater a política local.

Ainda na campanha, o prefeito eleito Bruno Anastácio, ainda usou suas redes sociais para mostrar aos eleitores indecisos, através de uma pesquisa e com a imagem e um gráfico, que era a preferência no pleito municipal de 2020, conforme mostra a postagem abaixo.

Fonte: Reprodução do Instagram @brunoesergio2020.

Além do Instagram, os candidatos também utilizaram outras redes sociais. No caso do Facebook, todas as postagens que eram realizadas no Instagram, migram para essa outra rede. Já no Youtube, os candidatos procuraram transmitir a convenção partidária online da chapa “puro sangue” do Democratas local, exibir as manifestações espontâneas dos eleitores a favor do prefeito eleito e por fim, exibir todos os vídeos da TV25, um projeto composto por cinco programas com o intuito de apresentar as propostas eleitorais nas áreas de saúde, educação, assistência social, meio ambiente, agricultura, esporte, cultura e turismo, conforme mostra as imagens do canal dos candidatos no Youtube.

Figura 05: Imagem da convenção ao vivo da chapa Bruno e Sérgio 2020

Fonte: Canal do Youtube da chapa Bruno e Sergio 2020.

Figura 06: Imagens da TV25 da chapa Bruno e Sérgio 2020

5 A REPORTAGEM

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