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ANTONIO GLEIVÉRSON GLIESE COSTA ANTUNES OS DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA CAMPANHA ELEITORAL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES (CCHLA)

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (DECOM) CURSO DE JORNALISMO

ANTONIO GLEIVÉRSON GLIESE COSTA ANTUNES

OS DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA CAMPANHA ELEITORAL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS

NATAL/RN 2021

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ANTONIO GLEIVÉRSON GLIESE COSTA ANTUNES

OS DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA CAMPANHA ELEITORAL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Jornalismo, pelo Departamento de Comunicação Social (DECOM), Centro de Ciências Humanas, Letras e Arte (CCHLA).

Orientador: Prof. Dr. Antonino Condorelli.

NATAL/RN 2021

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA

Antunes, Antonio Gleivérson Gliese Costa.

Os desafios da comunicação digital para campanha eleitoral no contexto da pandemia do novo coronavírus / Antonio Gleivérson Gliese Costa Antunes. - Natal, 2021.

84f.: il. color.

Monografia (Graduação em Jornalismo) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021. Orientador: Prof. Dr. Antonino Condorelli.

1. Reportagem - Monografia. 2. Campanha eleitoral 2020 - Monografia. 3. Redes Sociais - Monografia. 4. Comunicação Digital - Monografia. 5. Pandemia - Monografia. I. Condorelli, Antonino. II. Título. RN/UF/BS-CCHLA CDU 070:004.55

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O Trabalho de Conclusão de Curso “Reportagem: OS DESAFIOS

DA COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA CAMPANHA

ELEITORAL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS”, autoria de, Antonio Gleivérson Gliese Costa Antunes, foi submetida à Banca Examinadora constituída pelo DECOM, como requisito necessário à obtenção do grau de Bacharel em Jornalismo, outorgado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em: 23 de abril de 2021.

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________________________________________ Prof. Dr. Antonino Condorelli

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (Presidente)

_____________________________________________________________________ Profa. Dra. Kênia Beatriz Ferreira Maia

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (1º Examinadora)

______________________________________________________________________ Prof. Dr. Adriano Medeiros Costa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (2º Examinador)

NATAL/RN 2021

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, primeiramente, por todas as coisas boas que tem proporcionado em minha vida. Á minha mãe, Cleide, por acreditar que tudo é possível. A senhora é a minha maior inspiração de vida. Sua força, seu apoio e principalmente o carinho e atenção, são os meus maiores tesouros na terra. Obrigado por acreditar em mim, sempre.

Ao meu pai, Guedes por ter me ensinado a ser um homem de caráter e valor. Suas palavras de apoio e atenção, estarão sempre presentes em toda minha vida pessoal e profissional.

Á minha Vó Josefa Soares, que mesmo não estando presente fisicamente durante a minha trajetória acadêmica para a concretização deste sonho, sempre me acompanhou do plano espiritual, dando forças para que eu pudesse caminhar de cabeça erguida, enfrentando todos os obstáculos. Sei que sempre está orando por mim, no plano superior.

Á Gean Carlos, parceiro, amigo de todas as horas, que lutou ao meu lado, me apoiando em todos os meus projetos. A minha avó Justa Andrade que sempre me traz alegria, amor, carinho e atenção na forma de um sorriso. Aos meus colegas de curso de Comunicação Social: Radialismo, Patrícia Moreira, Luciana Mentes e Geniluce Laís que caminharam juntos comigo e hoje compartilham desse sonho transformado em realidade.

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“Os ausentes também nos inspiram a continuar a luta pela nossa existência”. Te amo, Vó Zefa” “Talvez a maior tragédia deste país, seja a perda do hábito da leitura. Não há quem escreva bem sem antes ter sido um leitor voraz”. Domingos Meirelles

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RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Jornalismo trata de uma reportagem sobre “Os desafios da Comunicação Digital para campanha eleitoral no contexto da pandemia do novo coronavírus”. A pandemia, que tem modificado deste de março do ano passado, nosso modo de agir e pensar, alterou significativamente a maneira de fazer campanha política no ano de 2020. Para tal, políticos tiveram que se adaptar a esse novo formato e agora, o corpo a corpo, como estávamos acostumados, teve que ser modificado por conversas em grupos de WhatsApp e postagens no Instagram, facebook e Youtube. Está reportagem trata de uma análise de como foi realizada uma campanha eleitoral no formato digital na cidade de Rafael Fernandes/RN utilizando mídias digitais. Para isso, foram realizadas entrevistas com o coordenador de campanha, analista em mídias digitais, prefeito eleito, professores militantes na área de política e organização social e eleitores, tentamos mostrar para o nosso telespectador, os principais erros e acertos de se realizar uma campanha eleitoral em meio a uma modalidade considerada nova para muitos políticos, principalmente os que administram cidades com uma população com menos de 10 mil habitantes, diante de uma das maiores crises sanitárias da história.

Palavras-chave: Reportagem. Campanha eleitoral 2020. Redes Sociais. Comunicação Digital. Pandemia.

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ABSTRACT

This Course Conclusion Paper (TCC) of the Journalism course, deals with a report on “The challenges of Digital Communication for an electoral campaign in the context of the new coronavirus pandemic”. The pandemic, which has changed since March of last year, our way of acting and thinking, significantly changed the way of carrying out a political campaign in the year 2020. To this end, politicians had to adapt to this new format and now, the body by hand, as we were used to, it had to be modified by conversations in WhatsApp groups and posts on Instagram, facebook and Youtube. This report is about an analysis of how an electoral campaign was carried out in digital format in the city of Rafael Fernandes / RN using digital media. For this, interviews were conducted with the campaign coordinator, digital media analyst, elected mayor, activist professors in the area of politics and social organization and voters, we tried to show our viewer the main mistakes and successes of conducting an election campaign. in the midst of a modality considered new for many politicians, especially those who manage cities with a population of less than 10,000 inhabitants, in the face of one of the biggest health crises in history.

Keyword: Reportage. Election campaign 2020. Social Networks. Digital Communication, pandemic

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 – Página do Instagram da chapa eleitoral Bruno e Sérgio 2020...36

Figura 2 – Postagem da chapa de Bruno e Sérgio 2020... 37

Figura 3 – Chapa Bruno e Sérgio 2020...38

Figura 4 – Pesquisa publicada na chapa Bruno e Sérgio 2020... 39

Figura 5 – Imagem da Convenção ao vivo da chapa Bruno e Sérgio 2020...40

Figura 6 – Imagens da TV25 da chapa Bruno e Sérgio 2020...40

QUADROS Quadro 1 – Proposta inicial de retranca... 61

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

2 O CORONAVÍRUS ... 13

2.1 AS PRIMEIRAS DESCOBERTAS SOBRE O VÍRUS ... 13

2.2 A PANDEMIA NO BRASIL E O ISOLAMENTO SOCIAL ... 14

2.3 O NEGACIONISMO DA PANDEMIA MUNDIAL ... 17

3 O CORONAVÍRUS NO MUNDO E SEUS IMPACTOS ... 20

3.1 O CORONAVÍRUS NA AMÉRICA E ÁSIA ... 20

3.2 O CORONAVÍRUS NA OCEANIA, EUROPA E ÁFRICA ... 24

3.3 A CIDADE DE RAFAEL FERNANDES E O CORONAVÍRUS ... 27

4 AS REDES SOCIAIS E A POLÍTICA ... 29

4.1 BREVE HISTÓRICO DAS REDES SOCIAIS ... 29

4.2 A COMUNICAÇÃO DIGITAL E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE ... 30

4.3 AS REDES SOCIAIS E A POLÍTICA BRASILEIRA ... 32

4.4 AS ESTRATÉGIAS DE CAMPANHA ELEITORAL NAS MÍDIAS DIGITAIS ... 34

5 A REPORTAGEM ... 41

5.1 OS CAMINHOS DA REPORTAGEM NO BRASIL ... 41

5.2 O REPÓRTER É REALMENTE IMPARCIAL? ... 42

5.3 A REPORTAGEM É MAIOR QUE A NOTÍCIA: POR QUÊ? ... 44

6 AS ENTREVISTAS ... 47

6.1 AS ENTREVISTAS E AS FONTES ... 47

6.2 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS PESSOAIS ... 50

7 ANÁLISE DOCUMENTAL DO JORNALISMO ... 52

8 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ... 55

9 DESENVOLVIMENTO DA REPORTAGEM: DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA CAMPANHA ELEITORAL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS ... 58

9.1 A PESQUISA ... 58

9.2 ESCOLHA DO TEMA ... 59

9.3 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DA REPORTAGEM ... 60

9.4 PAUTA, ROTEIRO E PRODUÇÃO DE REPORTAGEM ... 60

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9.6 AS ENTREVISTAS E O PÓS-PRODUÇÃO ... 66

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 70

ANEXOS ... 72

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1 INTRODUÇÃO

A pandemia da covid-19 que assola o mundo desde novembro de 2019 tem trazido inúmeros desafios para os diversos setores da sociedade. No Brasil, o primeiro indício da doença começou no final de janeiro, sem muitos alarmes, e em março o país já decretou estado de alerta. Escolas, academias, universidades, comércio e repartições públicas no geral tiveram que ser imediatamente fechadas, ficando de portar abertas apenas supermercados, farmácias e drogarias. A vida estava mudando para todos, e agora um simples aperto de mão, abraço ou um beijo no rosto, poderia ser fatal.

Diante da eminência de uma contaminação em massa, o brasileiro teve que ir se adaptando a novas modalidades de trabalho, ensino e convivência familiar. Na política não poderia ser diferente e o ano de 2020 trouxe uma novidade para os candidatos a prefeito e vereador de todo o país. Realizar uma campanha eleitoral totalmente de forma online. Apesar de não parecer algo novo para muitos políticos, principalmente os que estão vinculados a cidades com um colégio eleitoral acima de 10 mil pessoas, nos interiores a situação é totalmente oposta e o contato pessoalmente faz toda a diferença na hora de hora de conseguir votos. Isso por que

Tão importante quanto a presença online é a presença física em diferentes lugares da sua cidade, estado ou país. Dessa forma a população pode conhecer pessoalmente o candidato em quem pretendem votar, podem conversar, trocar experiências e pensar em maneiras de resolver os problemas vividos. As visitas também são uma ótima chance de se apresentar e conversar pessoalmente. Enquanto a presença virtual alcança mais pessoas, a presença física emociona e pode ser inesquecível se você conseguir um contato mais direto com essas pessoas. Alguns segmentos da sociedade são multiplicadores de votos, é importante encontrar estes segmentos para poder fazer a sua campanha mais dirigida à essas pessoas (CP2 Pesquisas, 27 de junho de 2019).

As visitas presenciais, como as pessoas estavam habituadas a receber em período de eleição, ainda mais em cidades interioranas, agora teriam que ser trocadas por transmissões de “lives” ao vivo, programas gravados, comícios online, conversas no WhatsApp e postagens em redes sociais. A comunicação digital, desde a campanha da presidenta Dilma Rousseff em 2010 já chamava a atenção do eleitor, com o cenário da pandemia, essa realidade tornou-se mais intensa e os candidatos teriam que encontrar alternativas e estratégias para convidar o

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eleitor a conhecer suas ideias, propostas e realizações para concorrer aos cargos de prefeito e vereador nos municípios brasileiros.

Trazendo essa realidade para a cidade de Rafael Fernandes, no interior do Rio Grande do Norte, a campanha eleitoral no formato digital tentou atender aos eleitores que não poderiam sair de casa e nem receber visitas. Então, grupos de WhatsApp, postagens nas redes sociais e vídeos no Youtube foram algumas das principais ferramentas usadas para mostrar propostas, confirmar o plano que foi executado durante a gestão, lançar candidatos e atrair novos apoiadores aos projetos empreendidos no quadriênio de 2021 a 2024.

Além disso, a aproximação do candidato com o público jovem das redes sociais, possibilitou

[...] uma intensa oportunidade para que os candidatos e eleitores possam interagir. Diferente das mídias tradicionais, a internet praticamente não possui limites, além tornar possível ouvir e assistir, a internet fornece uma interação simultânea, sendo fácil falar a várias pessoas no mundo inteiro e obter um retorno imediato. Outro fator que diferencia a internet dos meios de comunicação tradicionais é a ausência de limites de tempo, espaço e atualização, além do baixo custo de investimento para publicação de qualquer coisa nessa mídia. (SOUSA, 2010, p. 26).

A ideia das campanhas eleitorais usando as mídias digitais foi de tentar fazer duas ações positivas. Primeiro, proteger a saúde de políticos e eleitores em meio a pandemia. Segundo romper as barreiras do espaço físico e levar o debate político para uma esfera onde o eleitor estivesse mais próximo, que, no caso, foram as redes sociais.

Diante disso, nossa reportagem: Os desafios da comunicação digital para campanha eleitoral no contexto da pandemia do novo coronavírus procurou entender, através de um processo de contextualização, como o coronavírus afetou o modo de vida das pessoas, no Brasil e no mundo, mas, principalmente na cidade de Rafael Fernandes.

Então, para entendermos esses cenários, procuramos apresentar em linhas gerais as origens, teorias e hipóteses de onde o vírus da covid-19 possa ter surgido e como, pouco a pouco, foi se espalhando pelo Brasil e o mundo, como também, a importância do isolamento social para a conservação da vida de milhares de pessoas.

Nessa linha de reflexão, analisamos o cenário da pandemia no país, fazendo apontamentos da postura denegatória do Governo Federal na figura do presidente Jair Messias Bolsonaro, que seguindo o exemplo do que ocorria nos EUA, fez escárnio do problema,

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criticando as medidas restritivas criadas por diversos governadores e desprezando o número de mortes no país.

Além disso, apresentamos as origens das redes sociais e suas relações com a política brasileira, principalmente quais são os seus impactos quando utilizadas em campanhas eleitorais, ainda mais em cidades do interior, como é o caso de Rafael Fernandes. Nessa linha de raciocínio, a descrição da diferença entre a notícia e reportagem, juntamente os tipos de entrevista e a realização da pesquisa documental e a bibliográfica que foi realizada, nos ajudaram a compreender, como foi possível se chegar a um resultado positivo ao final da roteirização, produção e conclusão desta grande reportagem.

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2 O CORONAVÍRUS

2.1 AS PRIMEIRAS DESCOBERTAS SOBRE O VÍRUS

“Eliminadas as hipóteses improváveis, a que restar deve ser a verdadeira”, nunca a frase de Sherlock Holmes teve tanto sentido para tentarmos entender às origens de um vírus que desde que surgiu no mundo, tem ceifado a vida de milhões de pessoas. E apesar da comunidade cientifica ainda não possuir uma resposta exata das suas origens, segundo dados apontados pela Fundação Fiocruz,

O novo coronavírus faz parte de uma família de vírus conhecida, que inclui outros vírus capazes de provocar doenças no ser humano e nos animais. No caso do SARS-CoV-2, o coronavírus responsável pela pandemia atual de Covid-19, já foi possível realizar seu sequenciamento genético em diversos países, inclusive pelo Brasil. O conhecimento do código genético permite identificar as proteínas que o compõem, o que pode orientar diversas pesquisas e indicar a origem dos novos vírus. (INI/FIOCRUZ, 2020 p. 02).

Os dados apontados pela instituição, são de junho de 2020 e até o fechamento deste relatório com as pesquisas realizadas na literatura sobre o tema, não é possível afirmar as origens diretas do coronavírus. Porém, em setembro do ano passado, o virologista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Eduardo Brandão, aponta que existem duas hipóteses para que o vírus tenha se tornado tão letal aos seres humanos.

A primeira é que o vírus tenha tido contato direto com a espécie humana e, aos poucos, foi se modificando geneticamente para se alojar no organismo. E a segunda é que tenha vindo de “pronto” de um morcego e realizado a transmissão de forma direta e mais rápida. “Morcegos podem ser infectados por vários tipos de coronavírus no mundo todo. Já encontramos até alguns exemplares com esses vírus na cidade de São Paulo”, citou o médico em entrevista à Revista Veja.

Por outro lado, Brandão também explica na edição de fevereiro de 2020, pesquisadores chineses afirmaram que o mamífero “pangolim”, único que possui escamas, pode ter sido o responsável pelo coronavírus, já que ele pode ter sido a ponte entre os morcegos e os seres humanos. Segundo o estudo realizado pela ONG World Wildlife Fund (WWF, 2020) e que é citado por uma matéria da revista Veja, aponta que

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[...] a sequência do genoma do novo coronavírus encontrado nos pangolins é 99% idêntico ao encontrado em pessoas infectadas, informou a agência de notícias chinesa Xinhua. O texto ainda ressalta que a pesquisa aponta para o pangolim como “o intermediário direto mais provável”. Apesar das evidências, a conclusão ainda é incerta. Dirk Pfeiffer, professor de veterinária na Universidade de Medicina de Hong Kong, alerta que esse estudo ainda está distante de comprovar que os pangolins foram transmissores do vírus. (VEJA, 7 de fevereiro 2020).

A origem dessa teoria está alicerçada no fato de existir o contrabando da carne do animal, em várias locais da Ásia, como em Wuhan, cidade chinesa, epicentro da pandemia. Apesar dessa possibilidade, o pesquisador da USP, acredita que o vírus possa ter vindo através dos morcegos e na China. Na mesma linha de raciocínio, ele descarta, as “teoria da conspiração”, de que o vírus possa ter sido criado em laboratório, tendo em vista que pesquisas de análise genômica já explicam que o coronavírus sofre mutações constantemente.

2.2 A PANDEMIA NO BRASIL E O ISOLAMENTO SOCIAL

Apesar de ter surgido na China no final de 2019, o coronavírus demorou pouco tempo para chegar no Brasil. Segundo dados da Fundação Fiocruz, o primeiro caso da covid-19 registrado no país aconteceu em 26 de fevereiro de 2020, através de um paciente de 61 anos que chegou de uma viagem à Itália e que deu entrada no Hospital Albert Einstein. Três dias depois, foi o confirmado o segundo caso no país.

Após as confirmações, autoridades competentes e o Ministério da Saúde começaram a realizar o monitoramento dos brasileiros vindos da Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja afim de realizar os protocolos iniciais de segurança para evitar contaminações.

A partir desse momento, as informações da chegada do vírus se espalharam pelo país e diariamente o número de suspeitos começou a subir rapidamente. Muitos pacientes começaram a apresentar um quadro clínico de febre, coriza, dor de garganta, tosse, dificuldade respiratória, anosmia, ageusia, dispneia, hiporexia, astenia e distúrbios gastrointestinais.

As formas de contágios do vírus começam com um aperto de mão, gotículas de saliva, catarro, espirro, tosse e o contato com superfície e objetos contaminados que as pessoas usam

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diariamente como: chaves, celular, corrimão, maçaneta de portar, teclas do caixa eletrônicos, cadeiras e bancos em locais públicos.

Diante desse quadro, o Ministério da Saúde, começou a realizar um conjunto de medidas protetivas para amenizar os problemas da contaminação, como também, alertar a população para os riscos e os principais grupos que estavam mais expostos ao vírus como: idosos acima dos 65 anos, portadores de doenças crônicas, fumantes, obesos e crianças menores dos 5 anos.

Uma pesquisa publicada no British Medical Journal (BMJ) apontou que

Um fator de risco que chama a atenção é a hipertensão arterial, uma das comorbidades mais associadas às complicações fatais da Covid-19 até agora. Na pesquisa publicada no BMJ, 48% dos falecidos tinha pressão alta, ante 24% dos que se recuperaram — o dobro, portanto. Entre os que morreram, 21% possuíam diabetes — esse número caiu para 14% entre os que ficaram bem. E 14% dos falecidos por causa do coronavírus sofriam com outras doenças cardiovasculares. Provavelmente, os idosos estão mais suscetíveis às complicações do Sars-Cov-2 por causa de alterações no sistema imunológico naturais da idade. No caso dos males cardíacos, a circulação prejudicada e a debilidade dos pulmões parecem favorecer a agressividade da infecção. Já o diabetes, principalmente o tipo 2, é um fator de risco para o agravamento de diversas infecções. Isso porque prejudica as defesas do organismo contra vírus, bactérias e afins. (PINHEIRO, 2020, p. 2).

Os grupos de riscos, segundo dados da Fundação Fiocruz e o Ministério da Saúde, seriam os que mais poderiam sofrer com um “possível” colapso no serviço do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecido pelos principais hospitais do país. Isso, porque

O momento mais difícil da Covid-19 é quando ela causa debilidade respiratória grave, chamada de hipoxemia, que exige o uso de respiradores artificiais no paciente. É como se o pulmão estivesse plastificado. Há necessidade de internação e isolamento respiratório porque o principal mecanismo de transmissão acontece por gotículas e é significativo o risco de contaminação de outros pacientes e dos profissionais de saúde. É algo que requer adequação da capacidade física dos locais de atendimento, além de eficiência na gestão de leitos de UTI existentes. Adiar cirurgias não emergenciais é fundamental para liberar espaço para doentes da Covid-19. O País dispõe de cerca de 55 mil leitos de UTI, metade do SUS e metade da saúde complementar. O problema é que apenas 25% da população tem acesso à saúde suplementar, que fica com a metade dos leitos. Os outros 75% dos pacientes, que utilizam o SUS, ficam com a outra metade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde indicam que deve haver de um a três leitos para cada dez mil habitantes. Considerando todos os leitos de UTI do Brasil, há mais ou menos dois leitos para cada dez mil habitantes. Embora, em situação de normalidade o país esteja dentro da

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recomendação da OMS, a estrutura disponível não está dimensionada para suportar os efeitos de uma pandemia. (LAVIERI, 2020, p. 3).

Para evitar esse problema, a sociedade médica desde a chegada do vírus no país, recomendou à toda população o uso de máscara de proteção facial, ao sair de casa, como também, lavar constantemente as mãos com água e sabão ou usando álcool gel 70%. Além dessas medidas, por recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil aos poucos foi entrando no isolamento social horizontal. Prefeitos e governadores emitiram decretos suspendendo eventos, atividades comerciais que aglomerassem um grande número de pessoas, escolas e universidades públicas e privadas foram fechadas, e o comércio de rua foi proibido.

Essas medidas visavam a

[...] diminuição de interação entre as pessoas de uma comunidade visando amenizar a velocidade de transmissão de uma doença. Geralmente é aplicada em regiões onde há transmissão comunitária de uma doença. Ele pode ser ampliado ou seletivo. No primeiro, o distanciamento é aplicado para todos, havendo o fechamento de instituições de ensino e qualquer evento que possa gerar aglomeração de pessoas. Nessa modalidade os serviços essenciais são mantidos e o home office é estimulado. Já no segundo, o grupo de risco deve permanecer em domicílio. Embora essa medida seja menos danosa a economia, a chance de aumento da infecção é muito mais alta, e a probabilidade de conter a epidemia é mais baixa. O isolamento social se faz necessário devido a incapacidade de o sistema de saúde acolher todos os potenciais infectáveis. A exposição sem restrições dos indivíduos ao coronavírus pode fazer o sistema de saúde entrar em colapso. Devido a fácil transmissibilidade e a ausência de uma droga específica para esse vírus, medidas que evitem o contato e a circulação de pessoas dificultam a propagação da doença e possibilita que o sistema de saúde consiga tratar de todos os doentes. (MOREIRA; OLIVEIRA; GONÇALVEZ, 2020, p. 4).

Durante quase todo o ano de 2020, inúmeras pessoas no Brasil e o mundo ficaram restritas aos seus espaços domésticos, saindo de casa devidamente protegidos usando máscara, unicamente quando necessário para ir ao mercado, farmácia ou ao posto de saúde, caso apresentasse algum sintoma da doença. Para realizar o monitoramento correto do isolamento social no país foi o criado o mapa que faz o levantamento periódico do respeito às medidas protetivas em todo o Brasil, com o intuito de auxiliar as autoridades locais a direcionarem melhor os recursos de Comunicação, Saúde e Segurança Pública.

Segundo o mapa, do início da pandemia até maio de 2020, o índice de isolamento social atingia picos de 61%. Depois de quase seis meses, somado com a abertura do comércio,

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mesmo com o pagamento do auxílio emergencial para empregados formais e informais, o mesmo mapa aponta que até 01 de fevereiro de 2021, os números caíram em mais de 20%, atingindo até a primeira quinzena de março deste ano, 38,8% de isolamento.

2.3 O NEGACIONISMO DA PANDEMIA MUNDIAL

O mundo vive uma das maiores pandemias de todos os tempos. Porém, no Brasil, além das inúmeras vidas ceifadas pela covid-19 e do conjunto de problemas que toda essa situação tem trazido, uma outra questão tem aberto um leque de discursões entre diversos setores da sociedade, o negacionismo por parte do Governo Federal e as políticas públicas no combate à doença.

Desde o início da pandemia, o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), tem mostrado uma postura irresponsável e inocorrente com o cargo que ocupa à frente do país. Em março de 2020, quando foi decretada a quarentena em diversos Estados, o representante do povo mostrou-se incapaz de apresentar um plano de solução para a questão e, ao mesmo tempo, fez escárnio do vírus, afirmando que se tratava de uma “gripezinha”, culpando a imprensa, do que ele mesmo classificou como “histeria” e “fantasia”.

Por lado, essa postura inicial do presidente brasileiro, segundo a jornalista Camila Corsini da Jovem Pan, serviu para dar fim o que ela classifica como a chapa “BolsoDoria”, referindo-se ao apoio que o governador de São Paulo, João Dória (PSDB) deu a Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, mas que foi rompido graças aos rumos opostos que tomaram, no enfrentamento a covid-19.

Segundo a jornalista,

[...] o ano de 2020, no entanto, serviu para colocar um ponto final na relação que já estava conturbada desde 2019. O principal ponto de embate foi a pandemia da Covid-19 e o modo como cada um resolveu lidar com o vírus. Enquanto Bolsonaro adotou uma postura negacionista e de exaltação à hidroxicloroquina, chegando a alegar que o coronavírus era “fantasia” e “histeria” poucos dias após o primeiro caso confirmado no Brasil, Doria acendeu o sinal de alerta. (CORSINI, 2020, p. 1).

Além disso, durante os meses que seguiam a quarentena, o chefe do executivo nacional foi mostrando seu total descontrole emocional e a falta de informações visíveis sobre a covid-19. A cada dia que o número de casos aumentava no país, o presidente realizava

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pronunciamentos que de nada adiantava para acalmar ou informar melhor a população brasileira.

Pelo contrário, nunca considerou a covid-19 algo sério e ainda ironizava, afirmando para a imprensa, em 20 de março que se fosse contaminado com a doença não iria sentir nada por possuir “histórico de atleta”. Menos de um mês depois, em novo pronunciamento, o presidente mostrando-se preocupado com a economia do país, afirmou que se os brasileiros fossem na onda do “fique em casa” o país ficaria em uma situação delicada financeiramente. No mesmo contexto ainda afirmou, sem nenhum embasamento cientifico e com o número de casos subindo no país, que “parece que o vírus começou a ir embora”.

Mas, a situação não parava por aí, em abril de 2020, com o número de pessoas mortas já passava de 2.000 e foi indagado por um jornalista carioca a respeito do assunto, Bolsonaro limitou-se a dizer “Não sou coveiro”. Dias depois, o então Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta pediu demissão do cargo. A partir desse momento, os ataques a imprensa foram constantes, críticas a OMS e as os pronunciamentos de cunho depreciativo estavam apenas começando.

Declarações do tipo “E daí? Sou Messias, mas não faço milagre” (28 de abril); “Quem não quiser trabalhar que fique em casa” (13 de maio); “Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda toma Tubaína” (20 de maio); “E o destino de todo mundo” (02 de junho); “Invadam os hospitais” (11 de junho); “Talvez tenha havido um pouco de exagero” (22 de junho); “Tem medo do que? Enfrenta” (31 de julho); “Jornalista ‘bundão’ tem chance menor de sobreviver” (24 de agosto); “Ninguém o obrigado a tomar vacina” (31 de agosto); “O governo estimulou o tratamento precoce da doença” (22 de setembro); “Deus foi abençoado e nos deu a cloroquina” (01 de outubro) e “Brasil não vai ser cobaia” (21 de outubro).

Toda essa postura denegatória do presidente, além de mostrar um total despreparo com o cargo que ocupa, também deixa explicita de forma direta e indireta, a briga política entre ele o governo paulista. Enquanto Bolsonaro, preocupa-se em atacar e “ser um menino mau criado”, Doria dava seus “pulos de gato” e corria atrás da vacina para os paulistanos.

Observando a postura do presidente, é possível considerar que

[...] o Bolsonarismo como um movimento político autoritário, de extrema-direita, que promove divisões ou clivagens (simbólicas, econômicas, culturais, políticas) entre formas de vida cujo valor e significado é avaliado a partir de rígidos processos de hierarquização valorativa. Um aspecto central do Bolsonarismo é distinguir entre as vidas que valem mais, as que valem menos e as que nada valem. Em sentido amplo, o Bolsonarismo é uma forma viver, sentir, pensar e se relacionar consigo, com os outros e com o mundo, é

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um ethos autoritário e violento, que reafirma e reforça as posições normativas da ordem, da segurança e da hierarquia, escorando-se em valores e concepções patriarcais, heterossexuais, cristãs, empreendedoristas e apegadas à branquitude, donde seu caráter racista e discriminatório. De modo geral, o Bolsonarismo é contrário à ciência, ao pensamento crítico e às políticas educacionais públicas, motivo pelo qual apoia práticas de censura contra a liberdade de cátedra, ao mesmo tempo em que agride o financiamento das universidades e sua autonomia administrativa. (DUARTE; CÉSAR, 2020, p. 1).

Ao mesmo tempo em que se observa o conservadorismo por parte do presidente, tem-se uma população carente que sofre com os impactos da pandemia em diversas regiões do país, enfrentando a fome, miséria e a falta recursos para sobreviver. Então,

De acordo com uma pesquisa, 60% dos moradores de favelas no Brasil não terão como pagar por comida por mais de 2 semanas, se tiverem que ficar em quarentena. Um estudo com pequenas empresárias negras mostrou que sem renda, apenas 40% delas poderiam manter seus negócios funcionando por um mês, e apenas 5% por três meses. Noventa e sete milhões de brasileiros até agora se candidataram ao programa de salário de emergência do governo federal, que oferece significativamente menos do que o necessário para sustentar um indivíduo, muito menos uma família, e muitas das que se candidataram foram rejeitadas por documentação incompleta. Como a ajuda do estado não conseguiu atingir os segmentos mais vulneráveis da população, os ativistas ao nível local saíram as ruas, usando as mídias sociais para responder às questões prementes que suas comunidades agora enfrentam. (WALDEMAR, 2020, p. 03).

A descrição da situação econômica brasileira não é novidade para nenhum de nós. Os retratos da desigualdade social já existem, desde os períodos coloniais. Porém, o que nos assusta, enquanto espectadores e “viventes” na pandemia é a maneira arbitrária que o chefe do executivo federal vem conduzindo as coisas. E, pelo o que se observa das suas últimas declarações à imprensa, parece que não existe uma mudança mais flexível de sua postura.

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3 O CORONAVIRUS NO MUNDO E SEUS IMPACTOS

3.1 O CORONAVÍRUS NA AMÉRICA E ÁSIA

A chegada da covid-19 no mundo trouxe inúmeros impactos na vida social, política e econômica, principalmente naqueles onde o capitalismo está em constante crescimento. No caso dos países da América do Norte, cada um adotou uma política própria para tentar amenizar a crise.

No México, o primeiro caso foi registrado no final de fevereiro com um homem de 35 anos com sintomas leves. Com o aceleramento de casos no país, o presidente local considerou que a pandemia estava chegando e era preciso tomar medidas mais restritas e orientou sua população a ficar em casa, para evitar a contaminação. A crise sanitária, trouxe uma estigmatização e o preconceito contra os profissionais de saúde, sendo necessário, em alguns casos, o uso de força policial para conter os ânimos da população aflita.

Além disso, a economia do país estava terrível, pois

[...] a situação mexicana é preocupante. O país já havia registrado recessão em 2019, a primeira em dez anos, e a tendência é uma contração ainda maior em 2020. Com o coronavírus, foram fortemente impactados os pilares da economia mexicana: comércio, petróleo, turismo e remessas de imigrantes. O plano de recuperação econômica de Obrador foi considerado modesto por especialistas, principalmente ao considerar que mais da metade da força de trabalho mexicana está ligada ao trabalho informal. Ao serem demitidos, não há sistema de apoio para evitar a miséria dessa parcela da população (SIEFF, 2020). Em relação ao petróleo, o preço da exportação dessa commoditie entrou no negativo pela primeira vez na história no fim de abril. (AMORIN, 2020, p. 2).

Quando estávamos finalizando este relatório no início de março de 2021, o país ocupava o terceiro lugar em número de mortos, registrando 155,145 desde o início da pandemia, ultrapassando a Índia com 155.010. Já no Canadá, o primeiro caso foi registrado ainda no final de janeiro de 2020, através de um passageiro que havia retornado da China. Poucos dias depois de confirmar o segundo caso, as fronteiras com outros países foram fechadas e apenas quatro aeroportos seriam autorizados a receber as pessoas vindas de voos internacionais e aos que desembarcarem, todos deveriam realizar o exame da covid-19. Aglomerações foram proibidas e prédio públicos e privados foram fechados. Porém, o que

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mais assustou as pessoas foi o abandono dos idosos que foram deixados expostos e sozinhas para morrer. Nesta ótica,

No subúrbio de Dorval, a 15 quilômetros da cidade de Montreal, foi descoberta uma residência para a terceira idade onde 31 idosos morreram em poucas semanas, sendo que apenas cinco essas mortes estão relacionadas ao coronavírus. Os funcionários da residência, ao descobrirem que havia idosos infectados no local, deixaram de ir trabalhar com medo de se contaminarem e abandonaram os pacientes. Os residentes que foram encontrados com vida não recebiam comida a semanas e suas fraldas transbordavam excrementos (DIARIO DE PERNAMBUCO, 2020). Há no país um temor de que esta situação se repita em outros asilos. (AMORIN, 2020, p. 4).

Na economia, o país entrou em uma situação complicada. O número de pedidos por seguro desemprego aumentou significativamente devido a quantidade de desempregados. Para amenizar essa situação, o Governo Federal canadense anunciou que iriam injetar mais de 56 mil dólares na economia. Atualmente, apesar de já atingir mais 500 mil mortes por Covid-19, o país tenta controlar ao máximo os riscos de contaminação.

Nos EUA, o primeiro caso foi registrado em janeiro de 2020 em Washington. Porém, apesar do alerta mundial e dos riscos de contaminação da doença, o presidente Donalt Trump, não se mostrou preocupado com a situação e afirmou para a população que tudo estaria sob controle. Apenas em fevereiro foi tomada a primeira medida, proibindo a entrada de estrangeiros no país e a criação da força tarefa com o intuito de combater a contaminação da doença.

Apesar das medidas, muitos especialistas em saúde afirmaram que os EUA não tomaram medidas mais enérgicas para impedir a disseminação do vírus no país, tornando-se um dos lugares com o maior número de casos com poucos meses depois do início da pandemia. Nesta perspectiva,

Outro agravante que levou os Estados Unidos a se tornarem o centro da pandemia do coronavírus atualmente foi a falta de testes. Os primeiros kits de testes enviados aos estados para a detecção do novo vírus eram defeituosos, levando a um atraso na resposta do país. Ademais, até meados de março, todos os testes feitos deveriam ser enviados à Atlanta para serem analisados e então obter o resultado. Esse processo burocrático para a obtenção de resultados somado à recomendação de que apenas as pessoas que apresentem sintomas sejam autorizadas a realizar os testes faz com que os números da doença no país não sejam confiáveis. Muitos especialistas estimam que haja um enorme número de casos subnotificados, o que dificultaria o controle da doença no país (BBC, 2020). Acrescente-se que o

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acesso aos testes nos Estados Unidos é uma questão muito complexa, pois muitos americanos não têm acesso a seguros saúde, o que pode fazer com que muitas pessoas que apresentem sintomas não procurem um hospital por medo dos custos elevados. Mesmo aqueles que possuem o seguro poderiam evitar procurar ajuda, pois a coparticipação que devem pagar costuma ser alta. (AMORIN, 2020, p. 5).

No que concerne à economia, os americanos divergiram e cada Estado adotou suas próprias medidas para amenizar os impactos que o primeiro semestre havia sofrido com o surto da doença, afrouxando as rédeas do isolamento social. Fora isso, o presidente Donald Trump, contrariando os especialistas da Casa Branca, anunciou em coletiva de imprensa que a “Cloroquina” seria o único remédio eficaz para combater o vírus, mesmo não tendo nenhuma comprovação cientifica.

A postura de Trump foi aplaudida por alguns representantes mundiais, inclusive pelo presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro que passou a fazer campanhas diretas em favor do uso da “Cloroquina” e o “Ivermectina” no combate à doença. Além disso, o presidente americano ainda criou situações de desgaste mundial ao fazer duras críticas a Organização Mundial de Saúde e acusando a China de ter criado a covid-19 em laboratório e espalhado pelo mundo. Atualmente os EUA possuem mais de 400 mil mortos por coronavírus e o novo presidente Joe Biden, ao ser eleito, prometeu criar medidas mais rígidas para combater o contágio do coronavírus no país.

Na América Central, os primeiros casos de coronavírus acompanhou o da maioria dos países do mundo entre janeiro e março de 2020. Medidas de isolamento social e o fechamento das fronteiras foram adotadas pelos presidentes para frear a entrada do vírus. Porém, o maior problema dessa região pandemia só deixou pior, foi a situação da fome e da extrema pobreza. Para amenizar essa situação, muitos presidentes adotaram a distribuição de alimentos, apesar das duras críticas que existem a essas medidas, apontado como políticas eleitoreiras por muitos especialistas, tendo que vista que

A distribuição de alimentos para famílias vulneráveis na América Central, onde se registram cerca de 127.000 casos e mais de 3.300 mortes por coronavírus, tem sido uma das principais políticas sociais no território, embora alguns governos tenham aproveitado para fins políticos, segundo analistas. (ESTADO DE MINAS INTERNACIONAL, 17 de junho de 2020).

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No que concerne à economia, boa parte dos países estão e situação delicada com muitas pessoas desempregas e outras vivendo do recebimento de mantimentos do governo. Atualmente, a quantidade de mortos naquela região varia de um país para o outro. Mas, somando os números, todos já ultrapassam os 10 mil mortos.

Na América latina, a OMS tem tido, nos últimos meses, um olhar mais atencioso. O número de casos nos países do eixo sul tem aumentando de forma alarmante. Para se ter uma ideia, até o final de janeiro deste ano (2021), já haviam sido registrados mais de 1 milhão de mortos. No enfrentamento a esse problema, todos os países latino americanos, abriram hospitais de campanha em diversos locais para atender aos pacientes com covid-19.

Para amenizar esses números, muitos presidentes adotaram medidas mais restritivas como o toque de recolher e a reabertura do comércio, além da recomendação do uso obrigatório de máscara e a disponibilidade de álcool gel em todos os locais que houvesse circulação de pessoas. Apesar disso, alguns meses após ser decretada a quarentena, países como a Argentina flexibilizaram o isolamento e o número de casos voltou a subir. Como medida protetiva, os países latino americanos, inclusive o Brasil, passaram a adotar, para os profissionais da linha de frente, um conjunto de equipamentos de proteção individual (EPIS). Isso foi importante, pois

Desde o início da pandemia, a BASF tem investido em iniciativas para contribuir para a proteção da vida e beneficiar a sociedade como um todo. A companhia se aliou à diversos parceiros e conseguiu apoiar com recursos financeiros e fornecer suprimentos essenciais para hospitais e comunidades desprovidas na América do Sul. (BRASIL SUSTENTABILIDADE, 2020 p. 02).

Além disso, a empresa alemã também investiu no apoio aos doentes, importando respiradores a baixo custo que auxiliam no internamento dos pacientes e,

Por meio da iniciativa, a BASF, alinhada com sua estratégia de engajamento social na Argentina, decidiu melhorar a vida das pessoas, focando no que chama de 3Cs: Clientes, Colaboradores e Comunidade. Dentro de seu propósito coletivo, a empresa busca se manter próxima da comunidade e, portanto, impactar positivamente a sociedade incentivando projetos sociais, promovendo a segurança de suas plantas de produção e incentivando a prática de sustentabilidade. (BRASIL SUSTENTABILIDADE, 2020 p. 02).

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Nas políticas econômicas, assim como o Brasil, cada país passa por um conjunto de problemas como o aumento do número de desempregados, inflação no preço dos produtos e programas sociais de apoio aos mais necessitados. Atualmente o número de mortos na América latina tem ultrapassado os 500 mil (somados desde o início da pandemia). Porém, com a vacina chegando aos poucos no eixo sul e o caribe do continente, as autoridades de saúde esperam que as curvas de contaminação comecem a baixar nos próximos meses.

Na Ásia, onde a pandemia começou em outubro de 2020, na cidade de chinesa de Wuhan, na China o vírus rapidamente começou a tomar proporções gigantescas, atingindo as principais cidades do país e logo se espalhando por outros locais do continente, principalmente o eixo sul. Porém, pesquisadores apontam que apesar da proximidade com o epicentro, os países asiáticos registraram poucos casos se comparado a Europa e América, nos primeiros meses da pandemia.

Essa situação foi fruto da rápida política de eficácia dos presidentes em conter a contaminação através do fechamento das fronteiras e o investimento realizado na localização correta de todos os contaminados. Além disso, alguns países asiáticos decretaram quarentenas severas ao ponto de impedir os cidadãos de andarem pelas suas sem uma prévia justificativa. É o caso da Índia que ganhou destaque mundial ao coibir as pessoas de saírem de casa.

Apesar de ser uma das regiões conhecida por ter endurecido as medidas de isolamento social, a situação econômica de alguns países começou a mudar e, aos poucos foram sendo adotadas medidas de retorno gradual as atividades comerciais, mesmo com medidas rígidas de segurança, o que fez com que países como o Paquistão, Tailândia, uma parte da Rússia ligarem seus motores de alerta, principalmente a Índia que chegou a superar o Reino Unido em números de infectados.

3.2 O CORONAVÍRUS NA ÁFRICA, EUROPA E OCEANIA

Extremamente estigmatizado pela pobreza e escravidão que assolam a sua história, o continente africano vem surpreendendo o mundo com o número de poucos casos registrados do novo coronavírus. Com pouco mais de 25 mil infectados, o continente tem um dos menores números mundiais se compararmos a outros países, como o Brasil que já ultrapassa os 100 mil mortos.

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Alguns dados indicam que os africanos estão lidando melhor com o Sars-CoV-2 se compararmos com europeus e americanos de norte a sul. No Malawi, cientistas testaram 500 profissionais da saúde e verificaram que 12,3% dos testados já haviam sido expostos ao coronavírus. Mas o ´cálculo da estimativa de casos do país foi 8 vezes maior do que o número de casos reportados. Já em duas cidades de Moçambique encontraram anticorpos em 3% a 10% dos participantes, dependendo das profissões exercidas – mercadores e profissionais da saúde tinham as maiores taxas e o país tem 16 mortes confirmadas por Covid-19. (INSTITUTO DOR, PESQUISA E ENSINO, 2020 p. 03).

A situação da baixa contaminação na África tem levado alguns pesquisadores a levantar inúmeras hipóteses. A primeira delas está associada a juventude dos países com relação a outros mais velhos como os europeus. Por outro lado, alguns acreditam que os residentes de países como o Quênia possam naturalmente ter desenvolvido imunidade ao vírus, devido ao organismo ter tido contato com outras doenças.

Apesar de parecer algo positivo do ponto de vista cientifico, a comunidade cientifica também acredita que esses números possam não ser tão corretos quanto parecem. Isso está ligado a alguns fatores, o primeiro deles são as precárias situações econômicas que os países africanos já vivem e que isso tem dificultado o diagnóstico correto de toda a população.

Além disso, a experiência com outras epidemias que assolam o continente há anos como a malária, tuberculose, HIV e o ebola condicionam os africanos a terem desenvolvido anticorpos para combater o vírus. Se comparado aos demais continentes, a África tem aumentado pouco o número de infectados pela covid-19. Até janeiro de 2021, os dados apontam que o país com o maior número de infectados era África do Sul com mais de mil mortos.

Na Europa, o quadro da pandemia é bem diferente dos africanos. O continente já registrou muitos casos no final de janeiro de 2020 com mais de 300 mil confirmados e isso pode ter ocorrido porque ambos recebiam turistas e imigrantes de diversas partes do mundo.

No que diz respeito ao aspecto econômicos, a pandemia tem causado um grande impacto nos países já afetados por crises anteriores, como é o caso da Itália, Espanha e França. Essa situação fez com que a União Europeia (UE), começasse a pensar em estratégias para o enfrentar o problema e, ao mesmo tempo, aquecer toda a economia dos países capitalistas.

Após meses de divergências entre os membros, a UE percebeu que a crise econômica não poderia ser sessada no primeiro semestre de 2020. Por isso,

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[...] concordaram com um suporte financeiro de 500 bilhões de euros para direcionas às economias do bloco atingidas pelo coronavírus. Isso aconteceu depois de semanas de disputas que mostraram as divisões profundas que ainda existem no bloco que, como o resto do mundo, caminha para uma recessão econômica devido aos impactos da COVID-19. O primeiro-ministro italiano já adiantou que não será suficiente. Essas disputas expõe as divisões tão presentes no bloco, principalmente diante de uma crise dessa proporção e nos revela que os Estados são criados para gerir e conter as incertezas e conflitos, porém, apenas deles mesmos. (MELO, 2020, p. 03).

Apesar de parecer algo positivo para recuperar econômica nos países afetados, na realidade a ajuda financeira, trata-se de uma alternativa para amenizar um problema que já existe e com a pandemia, só ficou ainda mais agravante, principalmente quando a Organização Mundial de Saúde, recomendou que as pessoas ficassem em casa para evitar contaminações.

Neste cenário, o número de desempregados começou a aumentar, empresas de médio e grande porte ameaçaram fechar as portas e a bolsa de valores começou a cair em diversos pontos da Europa. Apesar do dinheiro injetado nos países onde a situação está caótica e os protocolos de segurança estarem sendo seguidos retornando aos poucos as atividades, muitos como a Itália, Alemanha, França e Reino Unido adotaram programas sociais como medidas protetivas aos trabalhadores, além da suspensão de financiamentos, hipotecas, auxílio financeiros a empresas afetas, proibição de demissões por dois anos e redução de horas trabalhadas pelos empregados. Atualmente, a Europa já registrou mais de 10 milhões de casos e ultrapassa os 100 mil casos.

Se na África, o número de infectados por coronavírus surpreende a comunidade científica por ser considerado baixo, na Oceania, a situação é bem melhor e um exemplo a ser seguido pelos demais países do mundo, segundo a OMS. Até janeiro deste ano (2021), o número de casos não passava de 32 mil e o de mortos não chegava a mil. Esse quadro é fruto de conjunto de políticas centralizadas em combater a contaminação do coronavírus no continente. A Nova Zelândia, por exemplo, chegou a registrar 100 dias sem nenhum caso de covid-19 no país.

Além disso, o continente foi um dos últimos a ser afetado pela pandemia mundial e, se comparado aos demais, sua economia foi a menos sofreu impactos significativos. Apesar disso, medidas de distanciamento social foram aplicadas, o fluxo do comércio diminuiu e o turismo foi suspenso por um longo período.

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Recentemente, alguns países decretaram, o lockdown, depois de casos registrados no início de fevereiro deste ano (2021) e com a chegadas das novas vacinas, o governo local aposta que em breve possam retomar o seu crescimento cultural e econômico.

3.3 A CIDADE DE RAFAEL FERNANDES E O CORONAVÍRUS

Conhecida por ser uma terra de filhos hospitaleiros e abençoada pela padroeira Santa Luzia, a cidade de Rafael Fernandes, está localizada a 369km da capital potiguar, e um dos municípios que contemplam a região chamada de Alto Oeste Potiguar, tendo a cidade de Pau dos Ferros como seu principal polo comercial.

Embora a pandemia tenha começado em março, o pequeno município de pouco mais de 5mil habitantes, segundo o censo do IBGE de 2010, só veio registrar o primeiro caso de contaminação pelo coronavírus dois meses após ser decretado a pandemia no cenário nacional.

Esse fato está justificado em duas bases. Primeiro, a população local logo cedo passou a tomar os devidos cuidados necessários para evitar a contaminação, saindo de casa sempre de máscaras e usando álcool gel. Depois, o poder público compreendendo sua responsabilidade enquanto gestão, prestou os devidos cuidados inicias com a população para evitar a contaminação com o fechamento do comércio, escolas e prédios públicos, instalou vários lavatórios em alguns pontos da cidade, principalmente nos prédios públicos, lotérica e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade e da zona rural.

Além disso, a cidade foi uma das primeiras da região a abrir um centro especializado de atendimento ao coronavírus com médico, enfermeiros e testes para todos os casos suspeitos e ainda criou uma vigilância sanitária que monitora e fiscaliza os locais de aglomeração, o isolamento social dos doentes positivados e casos suspeitos. Nos primeiros meses que ocorreram os contágios iniciais da doença, a secretaria municipal de saúde, treinou todos os profissionais de saúde da cidade, principalmente os que iriam ficar na linha de frente para realizar e dar as orientações corretas aos pacientes que procuravam a UBS, caso sentissem sintomas da doença.

De maio a setembro de 2020, o número de casos no município mantinha-se variável, registrando pouco crescimento no decorrer das semanas, mas, até a primeira quinzena de setembro, sem nenhum óbito. Porém, essa realidade mudou quando a cidade registrou a primeira morte por covid de uma idosa com mais 80 anos e que possuía já possuía problemas

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de saúde. Além disso, depois das eleições municipais, o número de suspeitos e confirmados na cidade saltou em número alarmantes, chegando a registrar mais de quatro casos por dia na terceira semana de novembro de 2020.

Após esse período, entre dezembro á fevereiro, o número de infectados se manteve constante e até o final de janeiro, nenhum outro óbito havia sido registrado. Após o anúncio da chegada das vacinas nas cidades do interior, Rafael Fernandes, inicialmente recebeu suas primeiras doses e começou a vacinas seus funcionários ainda no início de fevereiro. Alguns dias depois da primeira pessoa ser vacinada, o município registrou mais um óbito por covid-19 em uma mulher idosa com mais de 70 anos e que havia sido internada com dificuldades respiratória pelo agravamento da doença.

Até o fechamento deste relatório, o município havia registrado, através dos dados da secretaria municipal de saúde, o boletim epidemiológico do dia 31 de março com 08 casos monitorados, monitorados, nenhum suspeito, 470 descartados, 273 confirmados, 03 isolamentos domiciliar e 02 óbitos.

Levando em conta a importância da conscientização para amenizar os impactos da pandemia, a equipe da assessoria de imprensa da cidade, em parceria com a secretaria municipal de saúde, vem periodicamente realizando campanhas esclarecendo sobre o uso de máscaras, isolamento social e a utilização de álcool gel. E seguindo as recomendações das autoridades de saúde, o boletim epidemiológico é atualizado diariamente e postado nas redes sociais da prefeitura para que a população tenha acesso direto sobre as principais informações sobre os casos suspeitos, confirmados, isolados e os óbitos na cidade.

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4 AS REDES SOCIAIS E A POLÍTICA

4.1 BREVE HISTÓRICO DAS REDES SOCIAIS

As redes sociais como conhecemos atualmente é fruto de um conjunto evolutivo das novas TIC’S (Tecnologia da Informação e da Comunicação) que nasceu no início dos anos de 1995 com o “ClassMates”, que servia para estudar e foi febre e muito utilizado nos EUA e no Canadá.

Apesar do pontapé inicial ter sido em 1995, foi em 1997 que o “Six Degress” conquistou o internauta com a criação de perfil, mensagens privadas e recados em murais. Embora tenha sido paga durante alguns anos, em 2001 a plataforma tornou-se pública.

Neste cenário, a ideia de rede social começa a nascer na cabeça dos internautas e o aos poucos, outras páginas começaram a incrementar uma ideia similar aos já utilizadas pelos usuários. Uma das que mais fez sucesso foi o “Friendster” e alcançou milhões de usuário. Alguns anos mais tarde, outras empresas revolveram investir e foi criada a Myspace e o Linkedln (existe até hoje) com propostas inovadoras.

Porém, foi no início dos anos 2004 que o Orkut ganhou fama se tornando um maior sucesso entre o público jovem, sendo desbancado mais tarde pelo Facebook e posteriormente pelo Instagram que hoje possui milhões de usuários cadastrados.

Com uma visão diferente e permitindo a interatividade entre as pessoas e rompendo barreiras geográficas, as redes sociais é atualmente uma das principais ferramentas de comunicação entre o público jovem, isso porque

O internauta, ao interagir com seus interlocutores, desenvolve uma escrita com características que a aproxima da oralidade. Esse recurso tem por objetivo tornar a interação mais próxima de uma conversação face a face, faz com que os interagentes se sintam mais à vontade, e aumente o fluxo de comunicação verbal atendendo à exigência de velocidade no momento de interação. A escrita não deve ser entendida apenas como código, mas também como prática social. Ela é uma modalidade da língua e, como tal, deve refletir a mesma em sua dinamicidade e heterogeneidade. (SOUSA; DEPS. 2012, p. 164).

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Depois destas, outras redes sociais foram surgindo com as mesmas funcionalidades e existem até hoje, é o caso do Twitter1, Blogger2, Google+, 3Tumblr4, Pinterest5 e Badoo6.

4.2 A COMUNICAÇÃO DIGITAL E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE

Nos últimos anos, a comunicação digital vem trazendo inúmeros benefícios na sociedade. Para se ter uma ideia, o número de usuários nas redes sociais, segundo o relatório elaborado pela We Are Social Hooutsuite7, já ultrapassa mais de 1,3 milhões no mundo e a tendência é que possa subir nos próximos anos, já que com a pandemia e restrições sanitárias, as pessoas estão permanecendo mais tempo em casa e consumindo conteúdo pela tela do celular.

Esse resultado, embora nos pareça novo, revelam que o comportamento do consumidor, telespectador e ouvinte agora é outro. E tudo isso está apenas a um toque de distância. Com os avanços da internet e dos meios de acesso, a comunicação agora, deixou de ficar restritas a grupo elitizados ou nos centros urbanos e passou a se integrar a todos os membros da sociedade, não apenas no Brasil, mas no mundo.

Com o fim da Guerra Fria, o legado deixado pelos militares para o mundo foi a internet que, em passos lentos, conseguiu dominar a era da informação. Fato curioso a isso, foi a maneira como o jornalismo, enquanto área profissional, teve que se adaptar à nova era da informação e da tecnologia. Nesse aspecto, Oliveira e Glanzmann, entendem que:

A Internet também foi se adaptando e passou a ter suas próprias características, apropriando-se de muitas particularidades do rádio, da TV e 1 Ferramenta utilizada pelos usuários com mensagens rápidas nas suas time line com textos de até 280 caracteres. Atualmente já está permitindo o compartilhamento de fotos, vídeos e algumas enquetes. Mais informações em:

https://www.techtudo.com.br/noticias/2018/03/25-funcoes-pouco-conhecidas-do-twitter.ghtml Acesso em 12 de março de 2020.

2 Uma plataforma gratuita que existe no google e tem o intuito de dar os passos iniciais para quem quer entrar no mundo dos Blogs. Oferece recursos bem práticos para quem está começando. Mais informações em:

https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2016/08/o-que-e-blogger.html Acesso em 12 de março de 2020. 3 É uma rede social do google e pode vir a ser um dos concorrentes do Facebook tendo em vista que oferece recursos bem moderno e descolados. Mais informações em: https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/google-plus.html Acesso em 12 de março de 2020.

4 É uma plataforma que tem a função de blog, mas com as mesmas características de redes sociais com postagens de textos, fotos, vídeos e curtidas. Mais informações em: https://canaltech.com.br/internet/tumblr-o-que-e/

Acesso em 12 de março de 2020.

5 É uma rede social que o usuário faz anotações e salva suas ideias através do compartilhamento de informações com os outros usuários. Mais informações em: https://canaltech.com.br/empresa/pinterest/ Acesso em 12 de março de 2020.

6 É uma plataforma de paquera onde os usuários podem marcar suas preferências e localizar pessoas próximas e compartilhar mensagens. Mais informações em: https://www.targethd.net/cinco-caracteristicas-que-tornam-o-badoo-melhor-que-o-tinder/ Acesso em 12 de março de 2020.

7 Dados da pesquisa disponível em: https://www.amper.ag/post/we-are-social-e-hootsuite-digital-2021-resumo-e-relatório-completo Acesso em 12 de março de 2020.

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do impresso. E por ser uma prática relativamente nova nesse ambiente virtual, o fazer jornalístico ainda se confunde nas mais variadas denominações, como jornalismo online, jornalismo digital e webjornalismo. (OLIVEIRA; GLANZMANN. 2010, p. 100).

Então, se antes o fazer jornalístico, em processo técnico, era a apuração, construção e transmissão da notícia nos meios antigos (rádio e tv), com a internet o leitor/telespectador/internauta e ouvinte passam a ter uma maior autonomia no que concerne a compreensão da notícia e da reportagem Essas mudanças representam que “a tecnologia digital contribuiu para que a informação fosse processada, em alto grau de exatidão e na facilidade de armazenamento e recuperação de informações, reduzido os gastos de produção dos veículos”. (MATTOS, 2013).

Além disso, hoje com novos recursos os leitores têm mais opções do que ler, assistir, ou rever na palma da mão com os inúmeros aplicativos e plataformas digitais que oferecem inúmeros serviços de informação. Segundo dados do Reuters Institute for the Study of Journalism, 77% dos brasileiros usam o celular para ler notícias, ficando atrás de países de primeiro mundo como os EUA (57%) e Alemanha (56%). Essa realidade tem demostrando, cada vez mais que, mais que uma ferramenta da comunicação,

A internet é um espaço de comunicação propriamente surrealista, do qual nada é excluído, nem o bem, nem o mal, nem suas múltiplas definições, nem a discussão que tende a separá-los sem jamais conseguir. A internet encarna a presença da humanidade a ela própria, já que todas as culturas, todas as disciplinas, todas as paixões aí se entrelaçam. Já que tudo é possível, ela manifesta a conexão do homem com a sua própria essência, que é a inspiração à liberdade. (LEMOS, 2008, p. 14).

Com o avanço das mídias digitais e a conquista de espaços em diferentes esferas, principalmente no ramo empresarial, a comunicação digital soube se adaptar aos meios já existentes e trazer pra a si uma nova fatia. Produtos, serviços e entretenimento que antes ficavam restritas a vitrina de lojas, panfletos de rua e a venda de porta em porta, agora possuem uma nova modalidade, a informatização de tudo e o acesso com apenas um toque do deu dedo no celular.

Atualmente, em tempos de pandemia, as pessoas já começam a perceber os impactos diretos da comunicação digital em suas vidas. O acesso a Tv digital, séries em diferentes plataformas, aplicativos de produtos e serviços de várias esferas, os recursos educacionais com o ensino hibrido e até mesmo consultas online, por meio da telemedicina, são alguns dos

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benefícios de poderíamos citar. Além desses, em 2020 o brasileiro pode conhecer melhor, uma modalidade que é explorado desde 2010 (na campanha da ex-presidenta Dilma Rousseff) mas, que nos últimos anos tem conquistado maior espaço, as campanhas eleitorais no formato digital.

4.3 AS REDES SOCIAIS E A POLÍTICA BRASILEIRA

Com o advento da tecnologia e a democracia implantada no Brasil nos últimos trinta anos, temos assistido, quase que diariamente, o nascimento de novas tecnologias que vem trazendo pontos positivos para a sociedade. No campo da comunicação digital, as redes sociais nos permitiram romper os espaços geográficos e conquistar novos rumos. Isso porque

A mídia social nas redes sociais vem sendo utilizada de forma segmentada, o que a caracteriza como uma mídia inversa aos meios de comunicação tradicionais que são, em boa parte, limitados. Utilizar a segmentação de mercado na Internet, além de falar com uma fatia de mercado certeira, é possível ouvi-la, ou seja, não é um trabalho produzido de forma unilateral e sim uma via de mão dupla. Segmentar nas redes é entender o mundo em que as pessoas estão vivendo, desejando e diariamente transformando no espaço social. O processo de troca entre os usuários é a oportunidade para a inclusão de campanhas, produtos, serviços e conceitos. (SOUSA, 2010, p. 16).

A partir desta vertente, conseguimos entender que essa nova modalidade de comunicação trouxe maneiras diferenciadas de atender as necessidades do seu público que tem sido cada vez mais exigente. Mensagens instantâneas em aplicativos como WhatsApp, telegram e outros tem sido uma das alternativas que os usuários tem utilizado para se comunicar uns com os outros.

Além disso, as mensagens e publicações no Facebook (através de perfis e comunidades) e os directs e imagens do Instagram tem ampliado o leque da comunicação visual, fazendo com que empresas, artistas e entidades públicas e filantrópicas começassem a utilizar esses meios para se aproximar do público e conseguir mais interatividade, dinamismo e saber a opinião do público jovem sobre diversos assuntos.

Sendo assim, [...] “as mídias sociais têm como característica a construção de páginas individuais personalizadas, onde os usuários são julgados e percebidos por suas palavras, por isso, é necessário que as informações postadas construam empatia entre os agentes e os usuários” (SOUSA, 2010, p. 18). Um outro exemplo disso são alguns blogs de caráter local e

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a) Continuar a fomentar e desenvolver estudos de abrangência regional, de caráter com- parado e preferencialmente interinstitucional que permitam aprofundar o conhecimento so- bre