• Nenhum resultado encontrado

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.4 MEDIÇÃO DAS EMISSÕES VEICULARES

2.6.2 As Fases de Implantação do PROCONVE

O periódico IBAMA/PROCONVE de 2011 afirma que o aumento da motorização individual é decorrente da deficiência crônica dos sistemas de transporte coletivo adequado, e tem intensificado ainda mais o tráfego nos grandes centros urbanos. Além de causar congestionamentos constantes, com a consequente degradação ambiental, devido à poluição do ar e sonora provocada pelos veículos automotores, o crescimento do número de veículos eleva os custos socioeconômicos e provocam sérios danos à saúde humana, devendo ser adotadas medidas eficazes de controle da poluição veicular, direta ou indiretamente, as quais são descritas no PROCONVE.

Conforme a Resolução no 15/1995 do CONAMA, veículo leve de passageiros é o veículo automotor com massa do veículo em ordem de marcha de até 2.720 kg e com massa total máxima de 3.856 kg, projetado para o transporte de até 12 passageiros, ou seus derivados para o transporte de carga.

O controle de emissão desses veículos foi escalonado nas seguintes fases L de implantação do PROCONVE, segundo o site ANFAVEA, 2012:

Fase L-1: implantação gradativa, de 1988 a 1991;

Esta fase foi caracterizada pela eliminação dos modelos mais poluentes e aprimoramento dos projetos dos modelos já em produção. Iniciou-se também nesta fase o controle das emissões evaporativas (cumprida). As principais inovações tecnológicas que ocorreram nesta fase foram: reciclagem dos gases de escapamento para controle das emissões de NOx; injeção secundária do ar no coletor de exaustão para o controle de CO e HC; implantação de amortecedor da borboleta do carburador para controle do HC e a otimização do avanço da ignição.

Fase L-2: implantação de 1992 a 1996;

Conforme a Resolução CONAMA no 18/86, nessa fase investiu- se na adequação de catalisadores e sistemas de injeção eletrônica para uso com mistura de etanol, em proporção única no mundo. As principais inovações nos veículos foram a injeção eletrônica, os carburadores assistidos eletronicamente e os conversores catalíticos. Em 1994 iniciou- se o controle de ruído dos veículos.

Fase L-3: implantação de 1997 a 2004;

Em face da exigência de atender aos limites estabelecidos a partir de 1º de janeiro de 1997 (Resolução CONAMA no 15/1995), ocorreram reduções bastante significativas em relação aos limites anteriores, e o fabricante/importador empregou, conjuntamente, as melhores tecnologias disponíveis para a formação de mistura e controle eletrônico do motor como, por exemplo, o sensor de oxigênio, denominado "sonda

lambda" (cumprida).

Fases L-4: implantação de 2005 a 2008;

Tendo como referência a Resolução CONAMA nº 315/2002, a prioridade nesta fase que teve início no ano de 2005 é a redução das emissões de HC e NOx, (substâncias precursores de ozônio). Para o atendimento desta fase, se deu o desenvolvimento de motores com novas tecnologias como a otimização da geometria da câmara de combustão e dos bicos de injeção, o aumento da pressão da bomba injetora e a injeção eletrônica.

Fase L-5: implantação de 2009 a 2013;

Com os limites de emissão da Resolução CONAMA nº 315/2002, da mesma forma que na fase L-4, a prioridade na fase L-5 é a redução das emissões de HC e NO. De maneira análoga à fase L-4, as inovações tecnológicas se deram na otimização da geometria da câmara de combustão e dos bicos, o aumento da pressão da bomba injetora e a injeção eletrônica. Nesta fase deu-se a redução de 31% das emissões de hidrocarbonetos não metano para os veículos leves do ciclo Otto e de 48% e 42% para as emissões de NOx para os veículos leves do ciclo Otto e Diesel, respectivamente. Além disso, as emissões de aldeídos (RCHO)6 foram reduzidas em, aproximadamente, 67% para os veículos do ciclo Otto.

Os veículos leves devem ser alvo de controle mais severo de emissão de NOx, especialmente em regime de aceleração e de alta velocidade, o que obrigará a adoção de ciclos de condução especiais para estas condições. Nas futuras fases do PROCONVE os limites de NOx deverão se basear nos padrões norte-americanos para que os níveis de ozônio se reduzam. Os teores de enxofre nos combustíveis deverão ser reduzidos a 10 ppm para viabilizar as melhores tecnologias de catalisadores pois o enxofre bloqueia parte das colmeias dos

6

catalizadores, os quais precisam reagir mais rápido com os gases de escape. Neste contexto, o álcool, o gás natural e o biodiesel puro poderão desempenhar papel importante como combustíveis obrigatórios para introdução de tecnologias de ponta nas frotas cativas metropolitanas, enquanto não for possível melhorar a qualidade da gasolina e do diesel.

Fase L-6: implantação para 2014 a 2015.

Em 2009, o CONAMA, ao aprovar a Resolução nº 415/09, introduziu a Fase - L6 que entrará em vigor em 2013. A Fase L6 estabelece novos limites máximos para a emissão de escapamento de veículos automotores leves novos de passageiros de massa menor ou igual a 1.700 Kg e veículos leves comerciais com massa superior a 1.700 Kg. Ambas as categorias são para uso rodoviário, e contemplam tanto veículos do ciclo Otto quanto Diesel. Para o futuro ainda está prevista a introdução de catalisadores de oxidação, de filtro de particulados e de recirculação de gases (IBAMA, 2012).

No que diz respeito aos limites de emissão para veículos leves, os gráficos da Figura 2.22 sintetizam sua evolução, em cada fase do PROCONVE.

Figura 2.22 - Limites de emissão para veículos leves, para cada fase do PROCONVE

Fonte: ANFAVEA (2009).

A Tabela 2.8 apresenta os limites de emissão dos diversos poluentes, para cada fase do PROCONVE.

Tabela 2.8 - Limites Máximos de Emissão de Poluentes, para cada Fase do PROCONVE.

Fonte: CETESB (2011).

De acordo com Dutra (2007), os conversores catalíticos ou catalisadores apresentam alta eficiência na redução das emissões de escapamento e que os mesmos sofrem desgastes ou são danificados ao longo da sua vida útil. Os Programas I/M demandam a substituição de grande quantidade dos mesmos, onde a Resolução nº 282/01 do CONAMA, estabelece os requisitos para os conversores catalíticos destinados a reposição nos veículos automotores leves.

Na visão de Dutra (2007), os programas de I/M, com o objetivo de aferir a regulagem dos veículos e obter dos proprietários os necessários cuidados de manutenção, precisam ter seus procedimentos atualizados, adequando-os às novas tecnologias de controle de emissão introduzidas nos últimos anos, como diagnóstico de bordo (OBD) e sensoriamento remoto.

Um programa de ecorotulagem de modelos de veículos, em função de seu desempenho energético e de emissões de poluentes, complementaria favoravelmente essa iniciativa, conscientizando a população para a escolha dos veículos mais limpos. Este programa atualmente é voluntário para as montadoras, mas a partir de 2015 será obrigatória incluindo dados de emissão de CO2 dos carros e consumo de combustível (AUTODIÁRIO, 2012).

Conforme o Manual do PROCONVE/IBAMA, 2011, o 1º Inventário Nacional de Emissões de Veículos Automotores Rodoviários, publicado pelo IBAMA e por parceiros setoriais em 2011, permitiu a atualização de informações e o diagnóstico da redução de emissões atmosféricas no país, bem como a identificação dos resultados e dos novos desafios do PROCONVE/PROMOT. Além da perspectiva de expansão do controle de poluentes atmosféricos para a frota em circulação em cada região desse país e da disponibilização de informação ao consumidor para uma escolha responsável frente ao desafio das mudanças climáticas, o PROCONVE se coloca permanentemente como protagonista no incentivo ao desenvolvimento tecnológico dos fabricantes automotivos na adequação a combustíveis mais limpos.

Os resultados positivos alcançados até agora, mostram que a estratégia para implantação do PROCONVE foi vitoriosa. O êxito do programa deve-se ao seu cronograma com etapas cada vez mais restritivas, e, sempre em sintonia com a realidade brasileira. Os resultados mais expressivos alcançados pelo PROCONVE são:

1. A modernização do parque industrial automotivo brasileiro; 2. A adoção, atualização e desenvolvimento de novas

tecnologias;

3. A melhoria da qualidade dos combustíveis automotivos; 4. A formação de mão de obra técnica altamente especializada; 5. O aporte no Brasil de novos investimentos, de novas

indústrias e de laboratórios de emissão; 6. Geração de empregos;

7. Diversificação do parque industrial;

8. A redução na fonte (veículo) em até 98% da emissão de poluentes.

Antes do programa, a emissão média de monóxido de carbono de um veículo era de 54 g/km, hoje essa emissão é 1,3 g/km. Mesmo com o significativo aumento da frota brasileira de veículos automotores, esses resultados fizeram com que se tivessem condições de exercer um melhor

controle sobre a poluição atmosférica, garantindo a qualidade do ar nas grandes cidades brasileiras.

2.7 PROGRAMAS DE INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DE