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As Unidades de Saúde Familiares (USF)

No documento USF - um novo modelo - uma nova imagem (páginas 50-53)

2.4 O Serviço Nacional de Saúde

2.4.4 As Unidades de Saúde Familiares (USF)

As Unidades de Saúde Familiares (USF), com já vimos integram os centros de saúde de terceira geração, são regulamentadas pelo Decreto-Lei n.º 298/2007, de 22 de Agosto, o qual, no n.º 1 do artigo 3.º refere “as UFS são as unidades elementares de prestação de cuidados de saúde 7 http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i005785.pdf 8 http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/ministerio/comunicacao/artigos+de +iprensa/uspverao.htm 9

Dr. Luís Pisco – Nasceu a 18 de Julho de 1956 no Porto, licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Desde 1991 delegado português para o grupo de trabalho europeu – A Garantia da Qualidade, foi Director do Instituto Nacional de Qualidade em Saúde, desde Abril de 2005 Coordenador da Unidade de Missão Nacional para a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários.

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http://www.portaldasaude.pt/portal/onteudos/a+saude+em+portugal/ministerio/comunicacao/artigos+de +imprensa/usfcuidadossaudeprimarios.hm

35 individuais e familiares que assentam em equipas multiprofissionais, constituídas por médicos, enfermeiros e por pessoal administrativo e que podem ser organizadas em três modelos: A, B e C”. o artigo 4º do mesmo diploma determina que “as USF têm por missão a prestação de cuidados de saúde personalizados à população inscrita de uma determinada área geográfica, garantindo a acessibilidade, a globalidade, a qualidade e a continuidade dos mesmos”. Podemos pois verificar que, com a criação das USF tende-se a aproximar os centros de saúde e as suas unidades prestadoras de cuidados com o preconizado para a área dos cuidados de saúde primários.

A organização e funcionamento das USF encontram-se igualmente regulamentados no seu diploma de criação, destacando-se que “…a organização e funcionamento da USF constam do seu regulamento interno…”, conforme n.º 1 do artigo 10.º. Assim cada USF deve ser organizada e funcionar de forma autónoma, visando oferecer cuidados de saúde ao utentes que vão de encontro às necessidades dos mesmos, em termos de horários e formas de funcionamento. Para tal, o regulamento interno de cada USF, depois de elaborado pelos responsáveis da mesma, é submetido ao centro de saúde onde a mesma se integra para ser apreciado. Deste regulamento e conforme plasmado no n.º 2 do artigo 10.º do diploma supra mencionado devem constar a visão, a missão e os valores da USF, sua estrutura orgânica e funcionamento, horário de funcionamento, as áreas de actuação dos diversos grupos que constituem a equipa, o método ou métodos de marcação de consultas e renovação de prescrições, a recepção, orientação e comunicação a estabelecer com o utente, o método de intersubstituição dos profissionais da USF, a forma como irá ser prestado o trabalho pelo profissionais que integram a USF, sua formação contínua, as interdições subsequentes da necessidade de cumprir o compromisso assistencial da USF, e por último a carta da qualidade.

Como temos visto, cada USF existe para servir um público muito específico, devendo por isso adaptar-se a esse mesmo público alvo, no entanto existem princípios que se encontram consagrados na legislação, sendo estes comuns a todas as USF, conforme consta do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 298/2007, de 22 de Agosto:

“a) Conciliação, que assegura a prestação de cuidados de saúde personalizados,

sem descurar os objectivos de eficiência e qualidade;

b) Cooperação, que se exige de todos os elementos da equipa para a concretização dos objectivos da acessibilidade, da globalidade e da continuidade dos cuidados de saúde;

c) Solidariedade, que assume cada elemento da equipa ao garantir o cumprimento das obrigações dos demais elementos de cada grupo profissional;

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d) Autonomia, que assenta na auto -organização funcional e técnica, visando o cumprimento do plano de acção;

e) Articulação, que estabelece a necessária ligação entre a actividade desenvolvida pelas USF e as outras unidades funcionais do centro de saúde;

f) Avaliação, que, sendo objectiva e permanente, visa a adopção de medidas correctivas dos desvios susceptíveis de pôr em causa os objectivos do plano de acção;

g) Gestão participativa, a adoptar por todos os profissionais da equipa como forma de melhorar o seu desempenho e aumentar a sua satisfação profissional, com salvaguarda dos conteúdos funcionais de cada grupo profissional e das competências específicas atribuídas ao conselho técnico.”

Podemos desta forma afirmar que a criação e implementação das UFS assenta numa reestruturação dos cuidados de saúde primários, visando sobretudo uma maior satisfação por arte dos utentes, tal como diz Pisco em entrevista dada a Médicos de Portugal11 “…através do

sistema de intersubstituição, nas USF existe sempre alguém que poderá assistir os utentes. Esta é a base do segredo para as USF poderem prestar uma maior continuidade de cuidados e com personalização. Até porque o processo clínico que contem todos os dados e histórico do utente está sempre disponível para consulta do médico que atende, bem como por parte de toda a equipa da USF.”

Para além da maior satisfação por parte do utente, a maior personalização dos cuidados, esta nova abordagem do atendimento visa igualmente racionalizar meios, quer humanos, quer materiais, sobretudo quando se trate de abordar e efectuar todo o historial clínico dos utentes. É assim que se pretende acrescentar valor ao serviço prestado pelas UFS, maior eficiência a par de uma maior eficácia.

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Médico de Portugal é um portal de saúde na internet, dedicado a utentes, médicos, instituições de saúde, solidariedade e toda a comunidade académica e científica na área da saúde em Portugal.

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3 Estudo de caso

3.1 Satisfação dos utentes no novo modelo de Cuidados de Saúde

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