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A ascenção do Nazismo e a Igreja alemã

O Nazismo e Igreja Católica na Alemanha: Colaboração ou

Parte 1: A ascenção do Nazismo e a Igreja alemã

instituições eram corroídas pela crise e pelas disputas políticas, que o Partido Nacional-Socialista de Adolf Hitler foi paulatinamente crescendo na preferência popular. “Nacionalistas, banqueiros, industriais e o eleitor comum estavam todos convencidos, durante os anos de 1931 e 1932, que o partido nazista era o único que poderia impor ordem às coisas do estado e resolver o problema dos desempregados, que somavam já mais ou menos 3 milhões, por volta de 1930. Este número aumentaria para 8 milhões em 1932, muitos deles ingressando nas ileiras das SA1, para ter algo que fazer”2.

Nas eleições de 14 de setembro de 1930, os nazistas conseguiram seis milhões e meio de votos, um total de 107 cadeiras no Reichstag, o parlamento alemão, contra as doze que tinham adquirido nas eleições de 1928. Nas eleições presidenciais de 1932, Hitler obteve onze milhões de votos contra dezoito milhões do presidente eleito Paul Von Hindenburg, mas sua posição se tornou bem confortável para o futuro. Nas eleições de julho de 1932, os nazistas conseguiram 230 cadeiras. Em novembro, perderam 37 dessas vagas, mas através de manobras e conchavos políticos, Hitler conseguiu ser nomeado chanceler em 30 de janeiro de 1933. Acusando os comunistas de conspirarem contra o novo governo, e dando como prova o incêndio do prédio do Reichstag, atribuído a eles, Hitler assinou,

em 23 de março, a Lei de Exceção que concedia ao governo o poder de governar por decretos, Lei que o parlamento acatou por meio de ameaças e pressões. Todo o processo estaria completo com a supressão do cargo de presidente, quando Von Hindenburg falecesse, o que ocorreu em agosto de 1934. Nascia, assim, a ditadura hitleriana. Foi nesse ambiente que os acertos inais para uma Concordata do Reich com a Igreja foram tomados3.

A necessidade da Concordata tornou-se ainda mais premente diante do novo governo que, se não promovia abertamente uma perseguição contra os católicos, permitia sub-repticiamente que tal acontecesse a nível local pela ação dos grupos paramilitares nazistas. A Concordata foi assinada em 20 de julho de 1933, em Roma, pelo Cardeal Secretário de Estado Eugenio Pacelli, representando a Santa Sé, e pelo vice-chanceler do Reich, Franz Von Papen, representando a Alemanha. Pelo acordo, icavam reconhecidas as Concordatas anteriores assinadas com os estados alemães (Baviera, Prússia, Baden), a Igreja Católica gozaria de plena liberdade religiosa no Reich, as faculdades de teologia seriam mantidas nas universidades estatais, assegurava-se a educação religiosa nas escolas, mesmo as não-confessionais, possibilitava-se a ação pastoral nos hospitais e no Exército e prometia-se a proteção das associações católicas com inalidades religiosas, culturais,

educativas e proissionais4. Em

contrapartida, o episcopado deveria reconhecer a legalidade do novo regime, os bispos nomeados pelo Papa deveriam prestar juramento ao Estado antes de assumirem suas dioceses e o clero não poderia envolver-se em qualquer tipo de política. Esta última exigência praticamente obrigava a dissolução do Zentrum, o partido católico de centro, que constituía uma signiicativa oposição ao governo, uma vez que aquele tinha ampla participação do clero, inclusive tendo um padre como presidente do partido, Monsenhor Ludwig Kaas, o qual era também estreito colaborador do Cardeal Pacelli. Mas a relação entre a assinatura da Concordata e a dissolução do Zentrum, dada como certa por John Cornwell no livro O papa de Hitler5 ainda é

discutida entre os historiadores6.

Desde muito cedo a Igreja Católica na Alemanha tinha percebido o caráter anticristão do Partido Nazista. Os católicos foram terminantemente proibidos de se ailiarem ao Partido7, cujos

membros não podiam participar dos sacramentos nem tampouco serem sepultados nos cemitérios da Igreja. A postura era a mesma da Santa Sé. Mesmo o hostil Cornwell admite que “o Vaticano não era absolutamente favorável ao Partido nazista. A Santa Sé não endossava o racismo implícito ou explícito do nacional-socialismo. Alertava para o seu potencial de instituir

um credo idólatra, baseado em fantasias pagãs e uma história folclórica espúria”8.

Os nazistas, por sua vez, reclamavam da oposição católica que encontravam em todos os lugares da Alemanha por parte dos iéis, dos intelectuais, do clero e do episcopado. A primeira condenação formal dos bispos aconteceu na Baviera em 1931. Logo outras dioceses importantes como Colônia e Padeborn juntaram-se às condenações. Depois das eleições de julho de 1932, com a vitória dos nazistas, todos os bispos alemães, reunidos em Fulda para a sua Conferência Geral, denunciaram os nazistas por suas doutrinas pagãs e seus métodos violentos e hostis à fé e à moralidade. Mesmo depois da subida de Hitler ao poder, os bispos ainda mantinham uma condenação geral, que foi aos poucos declinando. Diante da assinatura da Concordata e da linguagem adocicada acompanhada de lisonjas e garantias que Hitler oferecia à Igreja, alguns bispos se viram em dúvida a respeito do regime e foram obrigados a atenuar as condenações e deixar ao clero o juízo de casos especíicos. Hitler tinha proibido os nazistas de exporem publicamente suas opiniões a respeito da religião já em 19279 e promovia uma política de

boa vizinhança e colaboração entre a Igreja e o novo Estado alemão. É verdade que alguns caíram na demagogia do Führer, como o abade beneditino Alban Schachleitner,

mas Hitler sabia que um confronto direto com a Igreja Católica poderia desencadear uma forte oposição ao nacional-socialismo, como aconteceu durante a repressão católica conhecida como Kulturkampf durante o I Reich de Otto Von Bismarck, no século anterior. Internamente, todos os membros do Partido tinham o cristianismo como um inimigo em potencial. Alfred Rosenberg, o ideólogo do Partido, dizia: “ C a t o l i c i s m o , protestantismo e judaísmo deverão deixar campo livre a uma nova concepção de mundo, de modo que destes não ique nem a lembrança”10. A revista nazista D e u t s c h e V o l k s k i r c h e escreveu: “Toda a c o m o d a ç ã o entre a Igreja Romana e o Nacional-Socialismo é impossível; apenas pode haver um conlito para vitória ou derrota”11. No

Mein Kampf (Minha Luta), seu livro programático e de memórias, Hitler tinha escrito que eliminaria o cristianismo logo depois do judaísmo; ele tencionava criar uma religião nazista, baseada no mito da raça e do sangue e tendo como objeto de culto ninguém menos

do que ele próprio12. Na verdade,

“Hitler pretendia a total extinção da fé tradicional dos cristãos, por meio de restrições e de um terror em escala crescente”13. Apesar

disso, ele tentava evitar toda e qualquer confrontação aberta com o catolicismo, que era uma força importante dentro da sociedade alemã.

Dentro dessa lógica, Hitler empenhou-se ao máximo para ter um acordo concordatário com a Santa Sé em moldes semelhantes ao que Mussolini conseguiu com os Pactos de Latrão14. Ele achava – ou pelo menos se gabava disso publicamente – que a Concordata era um endosso moral da Santa Sé ao novo Reich. Logo após a assinatura da Concordata, Hitler disse que “o fato de o Vaticano estar concluindo um tratado com a nova Alemanha signiica o reconhecimento do Estado nacional-socialista pela Igreja Católica. Esse tratado comprova para o mundo inteiro, de maneira clara e inequívoca, que a insinuação de que o nacional- socialismo é hostil à religião não passa de uma mentira”15. A visão

do Cardeal Pacelli era muito diferente. Para começar, ele negou categoricamente que o acordo fosse um endosso ao regime nazista em um artigo publicado no L’Osservatore Romano (jornal oicioso da Santa Sé). Para ele, a Concordata constituía uma base jurídica para defender os católicos das eventuais perseguições que, com certeza, adviriam no futuro. De fato, houve 34 protestos da Santa Sé contra violações da Concordata desde que esta foi assinada até 1937, quando a situação se tornou insustentável e obrigou a uma condenação enérgica por parte do Pio XI.

No decorrer dos anos 1930, a Igreja na Alemanha se viu amplamente perseguida. A perseguição não era nem aberta nem sistemática; cá e lá, em diversas partes do Reich, as autoridades locais ou os milicianos nazistas eram incentivados desde as altas esferas do governo – mas sem comprometê-lo – a cometer pequenos e médios atos contra os católicos. Assim, por exemplo, “cinco dias após sua assinatura [da Concordata do Reich] foi aprovada a lei de esterilização; e após mais cinco dias o líder da Ação Católica Alemã, Dr. Erich Klausener, foi assassinado. Em quatro anos centenas de padres católicos foram presos, sendo que pelo menos 127 foram enviados para campos de concentração; propriedades da Igreja foram coniscadas; a imprensa católica foi

gradativamente sendo suprimida; as escolas católicas foram sendo fechadas16; a juventude foi afastada

da família e da Igreja, pois as reuniões dos ramos da Juventude Hitlerista (praticamente todos os adolescentes a elas pertenciam, por livre vontade ou sob pressão) eram feitas nas manhãs dos domingos, única oportunidade, naquela época, de cumprir o preceito de missa dominical”17. “Uma intensa

campanha difamatória foi feita por radiofonia, revistas e periódicos; os católicos eram caluniados e declarados inimigos do Reich. Entre as calúnias estava a que airmava que as sacristias viraram bordéis e os monastérios locais de homossexualidade. Católicos foram proibidos de organizarem reuniões públicas, mesmo que para ins estritamente religiosos. Conventos foram declarados excessivos, e mais de 600 freiras professoras foram excluídas do ensino e intimadas a encontrarem empregos civis. Só na Baviera, foram 367 as freiras excluídas do ensino nas escolas; também não podiam trabalhar em creches e jardins de infância. (...) Os sacerdotes e religiosos icavam sob vigilância constante, mesmo dentro das igrejas e durante os cultos. Eram denunciados à Gestapo se apresentassem a doutrina católica de um modo que não fosse do agrado dos nazistas”18.

Alguns se insurgiam e criticavam o governo de maneira bastante incisiva, como o jesuíta Josef Spieker, o primeiro sacerdote enviado a

um campo de concentração por ter dito numa homilia da festa de Cristo Rei, em 28 de outubro de 1934, que o único Führer da Alemanha era Cristo19. Também

o padre Bernhard Lichtenberg foi condenado a dois anos de prisão por ter rezado pelos judeus na Catedral de Santa Edwiges em Berlim depois da Kristallnacht 20 e o

jesuíta Rupert Mayer foi condenado a seis meses de prisão, em 1937, por pregar contra o antissemitismo nazista21. Alguns bispos corajosos

também se pronunciaram contra o regime, como Konrad Von Preysing de Berlim, Clemens August Von Galen de Münster e o cardeal arcebispo de Munique Michael Von Faulhaber, que chegou a dizer num sermão: “Não podemos jamais esquecer: não somos salvos pelo sangue alemão. Somos salvos pelo sangue precioso de Nosso Senhor cruciicado”22. A maior

parte do episcopado, no entanto, preferiu não bater de frente com Hitler enquanto ele não fosse abertamente contra o cristianismo e promovesse uma perseguição sistemática. Hitler negava todas as acusações de perseguição e para os que protestavam lembrava a sorte dos católicos nos países comunistas.

De fato, nos países do chamado Triângulo Vermelho (por causa do comunismo ou de sua inluência), Rússia, Espanha e México, a Igreja era vítima de uma perseguição anticristã declarada e brutal. No imenso território soviético,

a Igreja Ortodoxa sofria as mais sérias restrições, mesmo sendo subserviente ao Estado. O ateísmo era ensinado nas escolas e propagado por todos os meios culturais possíveis; clérigos e bispos católicos e ortodoxos eram presos e enviados a gulags (campos de trabalho forçado) na Sibéria. Muitos foram assassinados. Tentativas de negociação entre a Santa Sé e o Estado soviético malograram depois que o bispo jesuíta francês Michel d’Herbigny, que tinha sido enviado pelo Papa para consagrar bispos em segredo na União Soviética, foi descoberto e expulso do país, e os bispos sagrados presos23. Antes,

o próprio cardeal Pacelli tinha mantido contato, entre os anos de 1924 a 1928, quando ainda era núncio apostólico na Alemanha, com representantes soviéticos no intuito de estabelecer melhores relações com o governo de Stalin para fazer cessar a perseguição à Igreja. As negociações, porém, não foram adiante24.

O anticlericalismo na Espanha vinha de longa data. Desde o século XIX ele foi crescendo, sobretudo nos meios intelectuais, até atingir um ponto perigoso com a instituição da república em 1931, cuja Constituição transformava a Espanha num Estado laicista que diicultava a vida da Igreja. A partir daí, multiplicaram-se os atos de violência anticlericais em meio à indiferença dos poderes públicos, e a perseguição religiosa continuou

crescendo até que, em 18 de julho de 1936, uma parte do exército sob as ordens do General Francisco Franco iniciou uma guerra civil contra as forças governamentais. Nesta guerra, o fator religioso foi preponderante: uma perseguição brutal foi levada a cabo na zona controlada pelo governo, onde 6.832 sacerdotes foram massacrados, sobretudo no período de julho a dezembro de 1936; em agosto havia uma média de setenta mortes por dia. O historiador italiano Giacomo Martina assevera: “O ataque à Igreja e a seus sacerdotes não era obra casual de determinadas pessoas exaltadas: ele foi organizado sistemática e abertamente pela polícia e pelas autoridades, foi aprovado e comemorado em artigos, discursos, escritos diversos”25. A perseguição

só viria a terminar com a vitória de Franco, em abril de 1939. A postura da Santa Sé no conlito foi de condenação da perseguição através de inúmeros pronunciamentos do Papa. Mas o apoio a Franco, mesmo implícito, só tomou forma depois do im da Guerra Civil, através do reconhecimento do governo26.

No México a onda anticlerical também se iniciou no século XIX e aprofundou-se a ponto de chegar à perseguição durante o reinado de Pio XI. Entre os anos de 1917 e 1929 “assiste-se no México ao esforço de uma minoria (composta de altos militares e de advogados ou juristas) em erradicar do país, em sua grande maioria profundamente

católico, se não a própria fé cristã, ao menos toda inluência social da Igreja”27. O endurecimento

começou com a Constituição de 1917, que proibia qualquer inluência religiosa nas escolas, os votos religiosos, a fundação de mosteiros (e, posteriormente, de todo tipo de ordem religiosa), mandava coniscar os bens imóveis eclesiásticos, não reconhecia o matrimônio religioso e não permitia que o clero fosse estrangeiro nem possuísse mais os direitos políticos tradicionais, além de não poder mais receber herança a não ser de parentes próximos. Uma lei posterior, de 1926, proibia o uso de hábito eclesiástico e o culto religioso fora das igrejas. O episcopado mexicano, com o apoio do Papa, entrou em rota de colisão com o governo, proibindo o culto dentro das igrejas e fazendo que toda a ação pastoral, incluindo o culto, passasse a ser clandestina. Uma parte do povo organizou- se num exército paramilitar de cerca de trinta ou quarenta mil combatentes, conhecidos como cristeros, na sua maioria camponeses que lutavam pela liberdade religiosa e por melhorias sociais. A crise foi mais ou menos contornada por vias diplomáticas em 1929, não sem deixar um saldo de oitenta mil mortos dos dois lados do conlito. Pio XI dedicou quatro encíclicas à questão mexicana: Paterna sane sollicitudo e Iniquis aflictisque (ambas em 1926), Acerba animi magnitudo

(1932) e Firmissimam constantiam (1937), nesta última admitindo a legitimidade de uma resistência armada quando houvesse violação da justiça e da liberdade28.

Diante de toda a onda de perseguições comunistas (ou inspirada por eles, como no México após 1930 – o México foi o segundo país do Ocidente a reconhecer o Estado soviético29) pode-se

entender a política defensiva da Igreja alemã e da Santa Sé com relação ao nazismo. Como dito, Hitler, embora fosse o mentor de um partido anticatólico, fazia reiteradas declarações de boas intenções para com a Igreja, o que era muito diferente do que faziam os comunistas que, não somente pregavam contra o cristianismo, mas o perseguiam implacavelmente onde quer que estivessem no poder. Assim, muitos católicos alemães, inclusive no episcopado, aprovavam a retórica antibolchevique do regime30.

Mantinha-se em suspenso um juízo condenatório acerca de um governo hostil à religião, mas que, naquele momento, não podia destruí-la.

NOTAS

1 SA: Sturmabteilung, as tropas de assalto de Hitler.

2 MANVELL, Roger. Göring. Rio de Janeiro: Renes, 1974, p. 40.

3 Existiam três tipos de acordos que a Santa Sé assinava com os Estados nacionais: o Modus Vivendi, a Convenção e a

Concordata. Os dois primeiros eram acordos simples que regulavam algumas questões particulares, que variavam de nação para nação, como por exemplo, a nomeação dos bispos, os limites das circunscrições eclesiásticas, a salvaguarda de associações católicas. Acordos como estes foram assinados com a França (em 1926), com Portugal (1928 e 1929), com a Tchecoslováquia (um Modus Vivendi, em 1927). Já as Concordatas eram acordos mais amplos e que envolviam vários aspectos que regulavam a convivência entre a Igreja e o Estado. Os acordos dividiam-se em três grupos, cada qual com suas peculiaridades: os assinados com Estados predominantemente católicos (Baviera, 1924; Polônia, 1925; Lituânia, 1927; Itália, 1929; Áustria, 1933), onde se buscava, em síntese, conseguir para o catolicismo o status de religião oicial; os irmados com Estados com forte e signiicativa presença católica (Tchecoslováquia, 1927; Baden, 1932; Prússia, 1929; Alemanha, 1933), tinham por objetivo adquirir certas facilidades mais ou menos importantes quanto às questões de educação católica e subvenção econômica; inalmente, os assinados com países com minorias católicas (Letônia, 1922; Romênia, 1927 e 1932), reivindicavam o princípio da liberdade religiosa e reconhecimento do catolicismo em par de igualdade com as outras religiões. O que havia de comum a todos esses acordos era a faculdade

de livre escolha dos bispos pela Santa Sé, podendo o Estado objetar o escolhido por motivos políticos; o clero e os responsáveis pelas ordens e congregações religiosas deveriam ser cidadãos do país e deveriam estar afastados da militância política. Cf. VERUSO, Danilo. Il Pontiicato di Pio XI. In: GUASCO, Maurilio et. Al. Storia della Chiesa. Vol. XXIII: I Cattolici nel Mondo Contemporaneo (1922-1958). 3 ed. Milano: San Paolo, 1996, p. 56-58).

4 MARTINA, Giacomo. História da Igreja – De Lutero a nossos dias. IV: A Era Contemporânea. São Paulo: Loyola, 1997, p. 174.

5 CORNWELL, John. O papa de Hitler: A História Secreta de Pio XII. Rio de Janeiro: Imago, 2000, p. 122-174.

6 Cf. MARTINA, op. cit., p. 173-174.

7 Esta proibição foi imposta pelo episcopado já em 1932 e revalidada em 1933, sendo reiterada nos anos de 1934, 1935, 1936 e 1938. Cf. BLESSMANN, Joaquim. O Holocausto, Pio XII e os Aliados. Porto Alegre, EDIPUCRS, 2003, p. 166.

8 CORNWELL, op. cit, p. 132. 9 Cf. CORNWELL, op. cit, p. 121.

10 GASPARI, Antonio. Los judíos, Pio XII y la Leyenda Negra. Citado em BLESSMANN op. cit., p. 121.

11 RYCHLAK, Ronald J. Hitler, the war, and the Pope. Citado em BLESSMANN, op. cit., p. 122.

12 O Doutor Felix Kersten, médico pessoal de Heinrich Himmler (o famigerado chefe das SS (Schutzstaffeln – Tropas de Proteção) e da GESTAPO (Geheimestaatspolizei – Polícia Secreta do Estado), e homem mais poderoso do Reich depois de Hitler), disse que Himmler tinha lhe dito em certa ocasião, pouco antes da ocupação da França (junho de 1940): “Depois da vitória do III Reich (...) o Führer abolirá o cristianismo em toda a Grande Alemanha, isto é, na Europa, e levantará sôbre (sic) as ruínas a fé germânica. Conservaremos a idéia (sic) de Deus mas de maneira vaga e indistinta. O Führer substituirá o Cristo como Salvador da Humanidade. Assim, milhões e milhões de pessoas só professarão o nome de Hitler em suas preces e daqui a 100 anos nada se conhecerá senão a nova religião” (KESSEL, 1966, p. 82-83).

13 BLESSMANN, op. cit., p. 123.

14 Sobre os Pactos de Latrão, conira, entre outros: MELO, Carlos Veloso de. Pio XII. São Paulo: Três, 1974, p. 34; FORTY years after the Lateran Pacts. L’Osservatore Romano: Weekly Edition in English. 20 Feb. 1969. Disponível em: <http://www.ewtn.com/library/ CHISTORY/LATPACTS.HTM>. Acesso em: 15 jan. 2012, 11:39.; VERUSO, op. cit., p. 58-63.

15 SCHOLDER, Klaus. The Churches and the Third Reich. Citado em CORNWELL, op. cit., p. 147.

16 As escolas confessionais católicas na Alemanha eram mais de 15 mil (MARTINA, op. cit., p. 176; ZAGHENI, Guido. A Idade Contemporânea: Curso de História da Igreja – IV. São Paulo: Paulus, 1999, p. 289).

17 BLESSMANN, op. cit., p. 77. 18 BLESSMANN, op. cit., p. 123-124.

19 No sentido de que Cristo era o único chefe (Führer) da Alemanha, e não Hitler.

20 Em 9 de novembro de 1938, uma explosão de violência antijudaica que icou conhecida como Kristallnacht (Noite dos cristais, em alusão aos estilhaços de vidro das lojas depredadas)

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