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Aspectos influenciadores da prática atual dos professores

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÃO

5 SENTIDOS ATRIBUÍDOS À PRATICA E FATORES INFLUENCIADORES DOS SENTIDOS

5.2 Aspectos influenciadores da prática atual dos professores

Assim, como em relação aos sentidos atribuídos à prática, buscamos capturar os sentidos e saberes considerados pelos professores como influenciadores da prática docente. De modo geral, todos os professores investigados concordam que suas ações docentes atuais se modificaram ao longo do tempo, a partir de suas experiências, e atribuem diversos sentidos para tais mudanças. Identificamos sentidos e saberes relativos à experiência como docente, a formação inicial e na relação com professores formadores a partir de respostas às perguntas: 2) A sua prática em sala de aula sempre foi assim? Ela se modificou ao longo dos anos de experiência? Justifique sua resposta; 3) você tem memórias de prática de professores com quem teve contato que marcaram ou que tem marcado a sua prática atual? Quais são elas?; 4) Na sua formação para a docência, que conhecimentos você acha que foram mais importantes para a prática docente, para a ação em sala de aula?; 5) Dos tipos de conhecimentos que aprendeu quais os que mais influenciaram ou ainda influeciam a sua prática atual?; 6) Das experiências que vivenciou o que mais influenciou ou influencia sua prática atual?

Professora B1

Ao ser questionada se houve mudanças na prática, a professora B1 declara ter adquirido mais segurança ao longo da experiência enquanto docente, conforme afirmado: “Ao longo da experiência profissional adquiri mais segurança, pois a partir de aprofundamentos através de leituras, das formações continuadas e principalmente da busca, aprimorei cada vez mais a prática”. A ideia de que está em constante constituição parece ter influenciado a prática de B1. Isso é fortalecido, quando questionamos a professora sobre as experiências que marcaram sua prática e a mesma ressalta: “o respeito, o compromisso, a responsabilidade, o compreender que estamos em construção e que somos seres inacabados” e fortalece o sentido do inacabamentolhe fez compreender que o ser humano está em constante construção e reconstrução. Para B1 essa consciência tem forte influência da sua professora de biologia no período da formação básica e registra essa ideia ao ser questionada sobre memórias de

práticas que lhe marcaram, conforme expressado pela mesma: “Tive como modelo uma professora de Biologia que me encantou com os seus ensinamentos, pois passava segurança, seriedade no que falava, além de ser muito ética e amiga”.

A consciência do inacabamento parece ter influenciado sua postura frente às oportunidades de aprendizagem na formação inicial quando aponta principalmente os saberes sobre a forma como conduzir as aulas, como os mais relevantes: “Considero que tudo foi importante, pois procuro tirar proveito do que posso para minha vida, porém os conhecimentos pedagógicos foram bastante relevantes pelo fato de apontar caminhos para ação em sala de aula”. Isso é reforçado quando ao considerar os conhecimentos que mais influenciaram sua prática atual, afirmar: “Tanto os teóricos que aprofundaram os conhecimentos na área específica, como os didáticos/pedagógicos por fornecer subsídios para entender como o sujeito aprende”. Sendo assim, conforme explicitado por B1, a formação incial parece se constituir para B1, a influência principal na constituição de sentidos para a prática docente.

Professora B2

A professora B2 também reconhece que houve mudanças na sua prática, sobretudo para atender as novas necessidades que sugiram, e ao buscar justificar as causas das mudança, explicitou: “As mudanças que ocorreram foram para acompanhar as novas necessidades dos educandos, como afirmado anteriormente”. Essas mudanças parecem influenciadas pelo respeito aos estudantes, conforme declara, ao ser questionada sobre experiências marcantes: “Sempre desenvolvi um trabalho ético e pautado no respeito”. Respeito ao estudante, as suas individualidades, parece ser o aspecto norteador das ações de B2. A mesma parece buscar conhecer o universo do estudante e utilizar esse conhecimento em prol do processo de aprendizagem, conforme explicitado ao descrever sobre a experiência que influenciou sua prática atual: “Perceber que cada aluno é um universo particular e que temos que tentar desvendar esse universo para que o processo ensino-aprendizagem seja facilitado”. B2 também fortalece a nossa impressão de que o respeito se configura como orientador de suas ações ao ser questionada sobre memórias de práticas que marcaram e/ou marcam as ações atuais, a mesma rememora vaores deixados pelas professoras da formação básicas, conforme explicitado: “Acredito que as práticas que ficaram marcadas em minha memória são aquelas desenvolvidas por minhas primeiras professoras - disciplina, respeito, educação -, uma vez

que acredito que, o processo de ensino aprendizagem continua o mesmo, apesar das novas teorias que na prática, não funcionam”. Tal afirmação nos permite inferir que a relação respeitosa com a professora parece se constituir como a principal influência para formação de sentidos que atribui à sua prática. Ainda, ao ser questinada sobre os conhecimentos que acha mais importantes à prática docente, afirma: “Os conhecimentos teóricos da minha matéria”. No entanto, ao se relacionar aos conhecimentos que mais influenciaram ou ainda influenciam sua prática e responder: “Ética e acúmulo de conhecimentos adquiridos pela experiência em sala de aula”, parece associar aspectos que dão sentido à prática à experiência da docência.

Professor B3

Em relação a B3, ao ser questionada sobre as experiências que mais influenciaram sua prática, e explicitar, “foi ver resultados, o reconhecimento dos alunos a cada ano, a gratidão, a melhoria profissional dos meus alunos e minha também, a professora nos permite inferir que reconhecimento e crescimento dos alunos, bem como a percepção do seu próprio crescimento vindo da experiência, parecem os elementos influeciadores da prática atual. Ao rememorar práticas de professores, B3 destaca, sobretudo, àqueles com maior domínio do grupo, conforme explicitado: “professores com maior domínio em sala, capazes de manter os alunos concentrados por toda aula e professores que se utilizam de aulas práticas com frequência”. Em relação aos conhecimentos que mais influenciaram e escrever: “Todos foram importantes, entre eles, aprender a avaliar os conhecimentos e o potencial do aluno com neutralidade, respeitando a ética”, parece ser o conhecimento da experiência a influencia principal dos sentidos atribuídos à pratica. Também atribui a experiência da docência como influência para os sentidos da prática atual, ao descrever experiências que marcaram, conforme declarado: “O uso das tecnologias, a troca de conhecimento aluno professor (nós não somos melhores e sim diferentes) e a forma de avaliar com respeito, ética e neutralidade os alunos”. Tal afirmação nos permite pensar em aspectos que estão relacionados ao ambiente da sala de aual.

Professor B4

Para B4, assim como os demais, a sua prática se modificou, mas especificamente pela relação com os estudantes, conforme afirmado pela mesma ao justificar os motivos da

mudança: “devido ao convívio de aprendizagem mútua, confesso que senti necessidade de mudar e foi bem satisfatório, principalmente na questão afetiva”. Tal mudança parece influenciada pela necessidade em possibilitar espaços motivadores para os estudantes. Também temos a impressão que a questão de propiciar espaços motivadores norteia suas ações docentes ao ressaltar experiências vivenciadas que influenciaram sua prática. Encontramos evidências disso quando analisamos o trecho no qual B1 é questionada sobre as experiências vivenciadas que marcaram e/ou marcam sua prática atual e a mesma responder:

Os seminários simultâneos (como uma exposição de feira de ciências) têm sido momentos valiosos, pois houve diversos depoimentos de alunos que não se achavam capazes de realizar tal proposta de atividade, e com a repetição das atividades percebemos uma superação em vários aspectos tais como: estímulo nas pesquisas, dedicação em aprimorar as exposições, preocupação em dominar os conteúdos, mais criatividade, produções de slides, a cooperação mútua. É certo que ainda encontramos algumas dificuldades, pois, por mais que façamos todas as orientações e acompanhamentos, nos deparamos com alunos que ficam um pouco inerte, mas posso considerar que 80% da sala de aula têm correspondido às expectativas e alguns até surpreendido (B4).

A ênfase na motivação parece ser fortalecida quando rememora práticas de professores que teve contato e que tem marcado sua prática atual e, reconhece: “professores de ciências, que apesar das muitas exigências, proporcionavam aulas dinâmicas, estimulando a aprendizagem”. Em relação aos saberes que mais marcaram a sua prática atual, ao responder: “Os conhecimentos e orientações recebidas em metodologia da educação e psicologia” B4 nos deixa pensar na influência da formação inicial na constituição de sentidos para a prática.

Professor B5

Para B5, o dialógo com os estudantes parece se constituir um aspecto influenciador da sua prática atual, conforme explicita ao se referir das mudanças ocorridas na prática ao longo da experiência: “hoje me aproximo mais dos alunos, procuro dialogar. É claro que tenho muito que melhorar, mas já consigo debater”. Também ao tratar das experiências que mais influenciaram e/ou influencia sua prática, B5 deixa evidenciado: “Minha mudança, em parte, na sala de aula. Fiquei mais espontânea, o aluno fica um pouco mais a vontade para tirar suas dúvidas. O resultado está sendo bom”, o que nos permite pensar na influência da experiência na docência e nas relações com os estudantes. Essa impressão é fortalecida

quando questionamos B5 sobre os conhecimentos aprendidos que mais influenciaram sua prática e a mesma responder: Os específicos e pedagógicos. Hoje, mais os pedagógicos. “Embora que aprender mesmo foi na sala, indo à busca e observando outros profissionais”. Na sua afirmação a sala de aula se constitui o locus influenciador dos sentidos para a prática.

Professor B6

Para B6 a mudança na sua prática é resultado de um crescimento que lhe foi proporcionado com a vivência da sala de aula, conforme explicitado pela mesma quando busca justicar a mudança: “Tenho tentado modificar a minha conduta (prática) dependendo do tipo de educando/turma que trabalho. Os anos de experiência nos ajudam a rever o que foi bom e o que pode ser modificado. Quando iniciei minha carreira educacional não tinha autonomia, ou na verdade não me sentia segura suficiente para ir contra as práticas estabelecidas”. Conforme sua afirmação, fica evidenciado que a experiência é um fator decisivo na construção da prática docente e no desenvolvimento da autonomia pelo professor. No caso de B6, a prática parece ser constituída no espaço de reflexão da sala de aula entre a rejeição a uma prática que pouco lhe acrescentou por um lado e a possibilidade de trilhar caminhos diferentes para ação educativa. Tal impressão é evidenciada no trecho no qual B6 rememora práticas de professores que foram marcantes: “No ensino médio tive um professor que não me acrescentou nada, ou melhor, eu tento não ser igual a ele. Já na faculdade tive outro que realmente eu me espelhei nele. O mesmo nos levava a viajar no que estava sendo explicado. Nos dias atuais me recordo muito dele”. Apesar dessas experiências fazendo parte da memória do professor, experiência da sala de aula parece ter maior influência para sua ação docente. Podemos fortalecer essa impressão no seguinte trecho no qual B6 responde a questão sobre os tipos de conhecimentos que aprendeu e que mais influenciaram e/ou influenciam sua prática atual:

Na faculdade eu imaginava que sairia “sabendo” o que é uma sala de aula. Depois que passei a dar aulas, pude entender que o educador só aprende mesmo é no seu dia a dia. É do tipo apenas a teoria e nós é que descobrimos o que é a prática. Estudamos muito na faculdade as práticas ensino aprendizagem. Sabemos que o professor tem um papel fundamental ainda que ela não seja centrada em suas ações, apenas dando pequenas orientações e fazendo observações.

A sua afirmação ratifica o papel da experiência docente como o principal aspecto influenciador de sua prática.

Professor Q1

Para Q1 sua prática atual é resultado da relação entre a experiência e os avanços que ocorrem, sobretudo na área da tecnologia, conforme expressado ao se referir a algumas das mudanças que ocorreram ao longo da sua atuação como professor: “Com o passar do tempo e a experiência procuramos modificar a prática de ensino até mesmo para acompanhar o avanço da tecnologia e continuar motivando os educandos ao estudo das ciências” (Q1). A predisposição para motivar os estudantes parece se constituir um aspecto que dá sentido à sua prática. A referida motivação parece estar focada na formação de atitudes pelos estudantes. Tal impressão é evidenciada quando Q1 ao descrever uma experiência que influenciou sua prática, relaciona os conhecimentos da Química ao processo de conscientização: “Conhecer a química para conscientizar a todos de que devemos cuidar de nós e do meio ambiente”. A motivação é ainda ressaltada por Q1 ao rememorar práticas de professores com os quais se relacionou e que influenciaram suas ações: “Estar sempre motivando os educandos, demonstrar um bom conhecimento da disciplina que leciona adquirir confiança e respeito a partir dos primeiros dias de aula”. Os saberes pedagógicos, decorrentes da formação inicial são valorizados por Q1, ao expor os conhecimentos que influenciaram e/ou influenciam sua prática atual: “Psicologia do adolescente e do adulto, prática de ensino e experimentos (aulas práticas de laboratório). Sondagem nos educandos antes de ministrarmos conteúdos, motivar os educandos para o estudo da química, procurar ter um bom relacionamento com os educandos”.Seu posicionamento nos permite atribuir a relação formação e experiência, a origem de constitução dos aspectos que influenciam os sentidos atribuídos à sua prática.

Professor Q2

Q2 considera a realidade dos estudantes como marcante nas pequenas adequações à sua prática, conforme sua afirmação quando questionamos se sua prática modificou-se ao longo do tempo: “Basicamente não mudou, mas cada aluno, cada turma tem suas particularidades e temos procurado moldar a prática à realidade do momento. A palavra ‘sempre’ é muito limitadora para ser usada como prática em sala de aula”. Também reconhece a necessidade de estimular o pensamento crítico dos alunos. Quando questionado

sobre as experiências que influenciaram ou ainda influenciam essas mudanças, o mesmo afirmar: “Fazer com que os alunos aprendam a desenvolver um senso crítico em relação a tudo que os cercam, mostrando que eles são capazes de pensar”. As interações extrovertidas nas aulas de Química também lhe marcaram. Tal impressão encontra evidência no trecho no qual Q2 expõe exemplos de práticas de outros professores que foram marcantes para si: “Me espelhei em professores de práticas didáticas diferentes, mas o que me fez decidir ensinar Química foi a forma extrovertida do Professor Hélio Andrade.” Apesar de ser fruto de um modelo de formação no qual havia valorização pelo domínio dos saberes disciplinares, a necessidade de adequá-los as reais necessidades considera na sua ação a importância de saberes pedagógicos, conforme explicitado: “Os conhecimentos didáticos foram insuficientes naquela época da formação em que era valorizada demasiadamente a produção científica, mas as deficiências em conhecimentos pedagógicos eram, sempre que possível, superadas com a introdução dos conhecimentos científicos na vida cotidiana dos alunos, por meio de uma adequação aos conteúdos”. O psicionamento de Q2 nas respostas às questões postas nos permite atribuir à formação inicial, o papel principal de influenciador de sua prática atual.

Professor Q3

Q3 também aponta a experiência na sala de aula como marcante nas mudanças que tem feito ao longo da sua trajetória como professor de Química, conforme expressa ao se referir as mudanças da prática: “Ao passar dos anos encontrei a forma adequada de interagir (com) novas metodologias de ensino. Foi o fato de ter vivenciado um ciclo de mudanças sob a influência das experiências químicas, usando a tecnologia como um aliado importante para o ensino”. A valorização pela utilização da tecnologia tem, segundo Q3, influência nas experiências com os professores da formação inicial, conforme afirmado: “Os meus professores que usavam os slides, retroprojetores e vídeo aulas. Por isso foi um caminho a ser seguido”. Apesar disso, os saberes necessários à formação crítica dos estudantes, são advindos do seu cotidiano com os estudantes, são os saberes originados na experiência, conforme explicitado por Q3 ao se referir aos conhecimentos construídos que influenciaram e ainda influenciam sua prática: “Os conhecimentos mais importantes para minha prática na docência foram a própria aprendizagem na prática pedagógica, o desenvolvimento crítico e social e a avaliação da ação transformadora que se renova a cada dia. Como podemos

perceber, para Q3 a experiência é a fonte maior do dos conhecimentos mobilizados na ação docente.

Professor Q4

Assim como os demais professores investigados, Q4 concorda que houve mudanças na ação docente ao longo das experiências vivenciadas, conforme declara: “Antes eu simplificava tudo para que os alunos construíssem respostas mecânicas, no entanto, com o passar do tempo, busco do aluno leitura para que o mesmo compreenda e não decore e que absorva os conteúdos de maneira que não esqueça depois”. Parece que a mudança na prática tem origem na relação com os estudantes, mas, sobretudo a um novo sentido atribuído ao processo de aprendizagem, que parece ser de compreensão e não de absorção dos conhecimentos. Essa impressão está evidenciada no trecho no qual Q4 fala da experiência vivenciada que influenciou sua prática atual: ”O meu dia a dia com os alunos me ajudou a elaborar novas metodologias para a aula ficar mais atrativa, fazendo experimentos químicos em sala de aula”. Q4 atribui a sua prática atual as influências da formação básica e formação inicial quando expõe memórias de práticas de professores com quem teve contato: “Tenho sim, começando pelo meu ensino médio onde a professora trabalhava através de textos de jornais e revistas e na minha formação acadêmica com os professores da prática pedagógica e metodologia científica”. Q4 fortalece a influência da formação inicial na construção dos saberes que hoje mobiliza na sua ação docente. Saberes da ação pedagógica e saberes do conteúdo, construídos na formação inicial, parecem marcar sua ação docente atual, conforme explicitado no trecho a seguir ao se referir as contribuições das disciplinas cursadas:

Prática pedagógica mostrava várias formas de ensino aprendizagem que me ajudaram muito na forma de avaliar. Metodologia científica mostrava os métodos de inovação de práticas que já se incluíam em novas tecnologias. Com ambas, aprendi várias táticas para chamar a atenção dos alunos e para melhorar as minhas aulas (Q4).

De maneira geral, concordamos que os professores investigados reconhecem que ocorreram mudanças nas suas práticas, bem como que as experiências compartilhadas com os estudantes na sua ação em sala de aula ao longo dos anos, se constituem o principal elemento influenciador dessas modificações. Em suas afirmações fica claro que as mudanças ocorreram e ocorrem em função de uma melhor qualidade do processo de ensino aprendizagem e que

uma refelxão sobre a prática tem papel importante na formação dos mesmos. No entanto, chamamos atenção que o sentido influenciador dessa reflexão é particular para cada professor. Em B1, por exemplo, o fator que exerce influência sobre o sentido da sua prática está na consciência do sujeito em construção, o que a impulsionou a buscar nas formações possibilidades de melhorar a sua prática e que parece ter propiciado a construção de saberes do conteúdo e pedagógicos.

A experiência esta na base dos aspectos que influenciam sentidos para a prática do professores analisados, decorrendo para as defesas de Tardif (2002) sobre o papel da experiência na constituição dos professores, dos seus saberes, dos seus fazeres. Experiência não como um modo de fazer, mas com seu sentido dialético, daquilo que passa e ao passar, nos toca, nos forma e nos transforma, conforme apontado por Bondía (2002). Tardif (2000), ao apresentar a experiência como fonte de formação e tranformação do professor, aponta para a análise da atividade que esse realiza. Na perspectiva históricocultural, é na atividade que a experiência é objetivada por meio de artefatos mediadores, regras e divisão de trabalho (Engeström, 2001). Sendo assim, a análise da atividade docente parece se constituir como meio para analisar aspectos constituintes da prática docente.

De modo geral, os professores apresentam uma visão de prática influenciada por

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