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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.4. VIOLÊNCIA SEXUAL NO BRASIL

2.4.2. Aspectos jurídicos sobre a violência sexual no Brasil

No Brasil, a violência sexual tem uma correspondência jurídica com diversos crimes que podem ocorrer de maneira separada ou em conjunto. Logo, existem inúmeras terminologias para os crimes sexuais. Nesta seção contextualizaremos a violência sexual com os dispositivos jurídicos existentes no Brasil.

O termo violência sexual não é apresentado explicitamente na Constituição Federal Brasileira de 1988, mas ela representa um marco jurídico de afirmação dos direitos humanos no país. A Carta Magna foi resultado da articulação de inúmeros setores da sociedade civil, dentre eles os movimentos feministas, em prol da defesa dos direitos de cidadania. Neste sentido, ela ratifica o conteúdo dos tratados internacionais e através dela podem-se aplicar os dispositivos constitucionais sobre a violência no âmbito doméstico-familiar (SOUZA, ADESSE, 2005). Dentre seu texto, destacamos:

Art. 5°, § 2º “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem

outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.” O texto dá

aos tratados e convenções internacionais onde o Brasil é signatário o status constitucional. Neste âmbito podemos citar os seguintes documentos internacionais: a) Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher; b) Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; e c) Convenção do Direito das Crianças.

Art. 226, § 5º “Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são

exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.” Estabelece papéis iguais entre

homem e mulher dentro de uma sociedade conjugal.

Art. 226, § 8º “O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada

um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.” Estabelece a obrigatoriedade do Estado de inibir a violência

intrafamiliar.

Art. 227, § 4º “A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração

Outro documento legal importante para o tema da violência sexual é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei n° 8.069/90). O ECA, construído em consonância com a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, trouxe mudanças essenciais para a proteção integral da infância e juventude no país. A Justiça da Infância e Juventude, como autoridade judiciária, pode utilizar o ECA em casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, intervindo especialmente nos casos de violência no ambiente familiar. Assim, apontamos como essenciais para a coibição da violência sexual os seguintes artigos:

Art. 5° “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de

negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.”

Art. 82 “É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel,

pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.” Estabelece coibição de exploração sexual de

menores.

Art. 240 “Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por

qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.” Estabelece como

crime tal conduta, tentando coibir a pornografia infantil.

Art. 241 “Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que

contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.”

Art. 241-A “Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou

divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.”

Art. 241-B “Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia,

vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.”

Art. 241-C “Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo

explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa”

Art. 241-D “Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de

comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.”

Art. 241-E “Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de

sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais”.

Art. 245 “Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de

atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.”

Art. 250 “Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou

responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: multa”

Ainda sobre a violência sexual intrafamiliar contra adolescentes e crianças, com base no artigo 155 do ECA, o Ministério Público pode instaurar procedimento para a perda ou suspensão do pátrio poder; e de acordo com o artigo 142, a autoridade judiciária poderá designar um curador especial para a criança ou adolescente.

Quanto aos crimes sexuais praticados contra idosos um instrumento jurídico essencial é o Estatuto do Idoso. Promulgado em 2003 pela Lei n° 10.741/2003, ele traz algumas diretrizes quanto a violência sexual praticada em idosos. Seguem:

 Art. 4o “Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,

discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.”

 Art. 6o “Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente

qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.”

Art. 19 “Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra

idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: I – autoridade policial; II – Ministério Público; III – Conselho Municipal do Idoso; IV – Conselho Estadual do Idoso; V – Conselho Nacional do Idoso.”

Por fim, o documento vigente mais antigo de combate à violência sexual no país é o Código Penal Brasileiro. Nele, os crimes sexuais são definidos sob o título de “Dos Crimes contra a Dignidade Sexual” que subdivide-se nos capítulos “Capítulo I – Dos Crimes contra a Liberdade Sexual”, “Capítulo II – Dos Crimes sexuais contra vulneráveis”, “Capítulo V – Dos lenocínio e tráfico de pessoas para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual” e o “Capítulo VI – Do ultraje público ao pudor”. Seguem os textos relativos a violência sexual:

Art. 213 - Crime de Estupro - “Constranger alguém, mediante violência ou

grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.” Após a

reforma do Código Penal pela Lei n° 12.015/09, este artigo passou a englobar duas condutas distintas apontadas anteriormente pelo código penal que seriam o estupro (conjunção carnal) e o antigo atentado violento ao pudor (atos libidinosos). A conjunção carnal é a penetração da vagina pelo pênis de forma completa ou incompleta (SOUZA, ADESSE, 2005). Por outro lado, o conceito de ato libidinoso, para fins de adequação típica, não é pacificado entre os juristas. Há quem entenda que qualquer ato de cunho sexual é considerado como libidinoso para fins de configuração do crime, mas para outros isto é totalmente desarrazoado, sendo necessário uma avaliação do caso concreto (SILVA, 2016)

Art. 215 – Violência sexual mediante fraude – “Ter conjunção carnal ou

praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.” Também chamado de estelionato sexual, neste caso não

a vontade da vítima fique viciada de modo a não corresponder à verdadeira vontade (SOUZA, ADESSE, 2005).

Art. 215-A – Importunação sexual – “Praticar contra alguém e sem a sua

anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.” É um dos artigos mais recentes referente a violência sexual.

Art. 216-A – Assédio Sexual – “Constranger alguém com o intuito de obter

vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.”

Art. 216-B – Registro não autorizado de intimidade - “Produzir, fotografar,

filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes:detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.”

Art. 217-A – Estupro de vulnerável – “Ter conjunção carnal ou praticar outro

ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.”

Art. 218 – Corrupção de menores – “Induzir alguém menor de 14 (catorze)

anos a satisfazer a lascívia de outrem: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.”

Art. 218-A – Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente - “Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.”

Art. 218-B – Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável – “Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.”

Art. 218-C – Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia – “Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.”

Art. 227 – Mediação para servir a lascívia de outrem - “Induzir alguém a

satisfazer a lascívia de outrem: reclusão, de um a três anos.”

Art. 228 – Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual – “Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Art. 229 – Casa de Prostituição – “Manter, por conta própria ou de terceiro,

estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: reclusão, de dois a cinco anos, e multa.”

Art. 230 – Rufianismo – “Tirar proveito da prostituição alheia, participando

diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:reclusão, de um a quatro anos, e multa.”

Art. 233 – Ato obsceno - “Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou

exposto ao público: detenção, de três meses a um ano, ou multa.”

Art. 234 – Escrito ou objeto obsceno – “Fazer, importar, exportar, adquirir ou

ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno: detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Apesar do documento datar de 1940, o Código Penal Brasileiro vem sofrendo alguns ajustes ao longo dos anos para contemplar a realidade do país. Dentre as principais leis

relacionadas a temática da violência sexual que o alterou destacam-se Lei n°10.224/2001 (Altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, para dispor sobre o crime de assédio sexual e dá outras providências); Lei n° 11.106/2005 (Altera os arts. 148, 215, 216, 226, 227, 231 e acrescenta o art. 231-A ao Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal e dá outras providências.); Lei n° 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha (Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.); Lei n° 12.015/2009 (Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e o art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do inciso XLIII do art. 5o da Constituição Federal e revoga a Lei no 2.252, de 1o de julho de 1954, que trata de corrupção de menores); Lei n° 12.650/2012, popularmente conhecida como Lei Joana Maranhão (Altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, com a finalidade de modificar as regras relativas à prescrição dos crimes praticados contra crianças e adolescentes.); Lei n° 13.344/2016 (Dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção às vítimas; altera a Lei no 6.815, de 19 de agosto de 1980, o Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); e revoga dispositivos do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). ; e a Lei n° 13.718/2018 (Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para tipificar os crimes de importunação sexual e de divulgação de cena de estupro, tornar pública incondicionada a natureza da ação penal dos crimes contra a liberdade sexual e dos crimes sexuais contra vulnerável, estabelecer causas de aumento de pena para esses crimes e definir como causas de aumento de pena o estupro coletivo e o estupro corretivo; e revoga dispositivo do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941 (Lei das Contravenções Penais));

Além disso, alguns crimes sexuais descritos no Código Penal Brasileiro, como o estupro, o estupro de vulnerável e favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, são considerados crimes hediondos de acordo com a Lei n° 8.072/90. Esta lei aumentou a previsão de penas para aqueles crimes considerados

socialmente repugnantes ou altamente reprováveis. Além disso, ela também alterou as circunstâncias do cumprimento da pena: o autor não pode ser beneficiado com fiança e nem liberdade provisória e o cumprimento da pena é sempre em regime fechado (SOUZA, ADESSE, 2005). Adicionalmente, a Lei Joana Maranhão, determinou que o prazo para prescrição dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes só comece a contar quando elas completarem 18 anos. Além disso, determina que os crimes com maior gravidade como estupro terão um prazo de até 20 anos a partir da maioridade para que se denuncie o agressor.

Finalmente, dentre os tratados internacionais de direitos humanos em que o Brasil é signatário e que tem relevância para o tema da violência sexual, incluindo a violência doméstica e contra mulher, destacam-se as seguintes convenções:

Convenção para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher – retificada pelo Brasil em 27 de novembro de 1995. Este é o principal documento internacional que trata da violência doméstica e sexual contra mulheres e adolescentes, dando visibilidade ao problema e estabelecendo o dever do Estado de adotar políticas para prevenção, punição e erradicação no âmbito dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (SOUZA, ADESSE, 2005).

Convenção para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher – ratificada pelo Brasil em 1° de fevereiro de 1983.

Convenção sobre Direitos da Criança – ratificada pelo Brasil em 24 de setembro de 1990. Foi quem deu base para a construção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no Brasil.

Conferência Mundial dos Direitos Humanos de Viena – produzido pela ONU, o qual o Brasil faz parte, em junho de 1993.

Conferência Mundial sobre Mulher, Desenvolvimento e Paz de Pequim – produzido pela ONU em 1995.