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Associações entre medida implícita e medida explícita.

No documento Manual de Produção Científica (páginas 84-87)

O PROBLEMA DE PESQUISA

3. Associações entre medida implícita e medida explícita.

No quadro, os números apresentam as informações mais gerais e as letras referem-se às informações mais específicas.

Ao apresentar seus resultados, tenha em mente que os leitores do seu ar- tigo devem ser capazes de compreender quais foram seus principais achados por meio do texto ou por meio de tabelas e figuras. Se for usá-las, portanto, escolha títulos e use termos claros. No texto, não descreva tudo o que está es- crito na tabela. Apenas destaque os pontos ou resultados mais interessantes. Observe como, ao introduzir o box do exemplo anterior, buscou-se chamar sua atenção para os significados das letras e números sem fazer referência ao conteúdo exato de cada item. Para informações detalhadas sobre figuras e ta- belas, consulte o Manual de publicação da APA (APA, 2012).

A DISCUSSÃO

Ainda que o título dessa seção varie, qualquer artigo empírico deve ser con- cluído com um sumário, uma discussão e uma conclusão. É exatamente is- so que deve ser feito nessa seção: retome os objetivos, resuma os principais achados, busque resultados semelhantes e divergentes na literatura e informe de que forma os conhecimentos que você produziu representam um avanço para uma ou mais áreas do conhecimento (White, 2005). Os aspectos centrais ao seu artigo, que apareceram na introdução, devem ser retomados na dis- cussão, fazendo com que ela seja o seu espelho (Bem, 2003). Veja o exemplo:

Apesar das mudanças atuais nessa configuração, muitas empresas con- temporâneas ainda se organizam de acordo com a estrutura familiar tradicional dos anos 50 (Burke, 1999; Schneer & Reitman, 2006). Nela, o homem bem sucedido atende plena e integralmente às demandas de seu emprego (Schein, 1993, 2007) e delega responsabilidades do lar e da família à mulher (Drew & Murtagh, 2005).

As principais questões sobre papéis de gênero apresentadas na literatura estiveram presentes nas citações dos participantes. Alguns exemplos são as características associadas ao masculino e ao feminino (Trindade, Menandro, & Silva, 2009), a responsabilidade de cuidar da casa e da família atribuída como tarefa às mulheres, e do trabalho e da subsistência aos homens, e as diferenças de oportunidades oferecidas a cada sexo (Richardson, 1996; Schneer & Reitman, 2006).

Na introdução, os autores mencionam a estrutura familiar dos anos 50 e os papéis assumidos por homens e mulheres.

Na discussão, retomam a discussão dos papéis de gênero para informar os resultados.

Ao organizar a seção de discussão, procure apresentar os aspectos mais específicos do estudo para, então, abordar questões mais amplas e generali- zações que queira fazer. Além disso, informe sobre as forças e limitações do estudo. Especifique ainda o que você aprendeu com ele, quais questões não

foram respondidas e quais foram geradas. Por fim, sugira como futuros estu- dos poderiam responder a essas questões – essa é uma forma bastante comum de concluir um estudo empírico. Observe os exemplos:

É importante destacar que duas peculiaridades da amostra podem ter interferido nos resultados obtidos: a maior parte dos participantes não havia tido experiências prévias de trabalho e todos os participantes eram estudantes de um mesmo curso de graduação em psicologia. Pode-se pensar que uma amostra com uma distribuição equilibrada dos participantes com e sem experiência de trabalho evidenciaria mais as diferenças entre grupos e seus vieses. Além disso, é possível que os resultados encontrados retratem as características de estudantes de um curso da área de saúde, cujos egressos são muitas vezes mulheres e profissionais autônomos que se identificam com atitudes de carreira mais flexíveis. Pode-se supor, portanto, que em cursos vistos como mais tradicionais ou com uma maior presença masculina (como Direito ou Engenharia) o viés encontrado fosse ainda mais claro.

Note que os autores mencionam algumas limitações na seleção da amostra e de que forma essas limitações podem ter influenciado os resultados.

Embora com limitada capacidade de generalização em função dessas características da amostra, espera-se que os resultados obtidos com a combinação de medidas explícitas e do TAI carreira-gênero pos- sam inspirar novas pesquisas nesta temática e com estes métodos. Um exemplo seria explorar como atitudes sobre gênero e carreira podem influenciar processos de gestão de pessoas em organizações, como no caso de uma seleção ou avaliação para promoção. Nestas situações é desejável que o viés de um selecionador ou gestor não seja o principal critério usado para escolher o profissional contratado ou promovido. O uso do TAI carreira-gênero permite identificar o viés do selecionador evitando que características objetivas e rele- vantes para o cargo sejam preteridas em detrimento de associações implícitas. Em suma, cabe salientar que o uso complementar de medidas implícitas e explícitas pode auxiliar pesquisadores e profis- sionais em busca de uma compreensão aprofundada do fenômeno das atitudes e como elas podem se relacionar ao comportamento nos mais variados domínios das atividades e relações humanas.

Veja que os autores apresentaram sugestões de novos estudos e a relevância de continuar a estudar o instrumento.

Ao redigir o parágrafo final do texto, lembre-se da estrutura de ampu- lheta: suas palavras finais devem ser amplas, sem detalhes específicos que interessam apenas a psicólogos. Contudo, se quiser fazer diferente, siga a sugestão de Bem (2003) e “conclua com um estrondo, e não um gemido” (p.11). Ou seja, apresente ideias fortes que possam causar desconforto sufi- ciente para gerar novas pesquisas.

REFERÊNCIAS

Ao chegar a essa seção, certifique-se de adotar as normas exigidas pelo peri- ódico para o qual irá submeter seu manuscrito (APA, ABNT, etc.). Verifique se não há restrições quanto ao número de referências que podem ser citadas, quanto à data de publicação ou à nacionalidade dos textos, bem como exi- gências em relação ao número mínimo de citações de artigos publicados no próprio periódico, etc. Além disso, é importante reavaliar quais são as refe- rências fundamentais para o seu trabalho. A maioria dos periódicos dispõe de um número limitado de páginas (cerca de 20), portanto, tente não usar mais de quatro delas para as referências (White, 2005). Certifique-se de que todas as citações que estão no texto foram incluídas na lista de referências e se não há citações que estão nesta lista mas que não foram mencionadas no texto. Pense que revisores podem conferir as suas referências, e que qualquer des- cuido pode sugerir que o trabalho foi malfeito.

Por fim, certifique-se de que algumas de suas referências são de traba- lhos produzidos pelo periódico no qual você pretende publicar seu manuscri- to (esse é um bom indicativo da adequação do seu manuscrito para a revista eleita). Verifique ainda as datas de suas referências para certificar-se que a sua revisão não está ultrapassada. Se não houver referências dos últimos dois ou três anos, revise a literatura mais atual e complemente a revisão.

No documento Manual de Produção Científica (páginas 84-87)