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mails e redes sociais Os e-mails e as redes sociais são o modo ideal de desorganizar um dia bem-planejado (Ailamarki & Gehrke, 2003) Frequente-

No documento Manual de Produção Científica (páginas 175-180)

DICAS PARA O BOM MANEJO DO TEMPO

E- mails e redes sociais Os e-mails e as redes sociais são o modo ideal de desorganizar um dia bem-planejado (Ailamarki & Gehrke, 2003) Frequente-

mente, são distratores, ou seja, tiram-nos o foco de tarefas prioritárias. Trei- ne-se para ler e responder os seus e-mails duas vezes ao dia (p. ex., manhã/ noite). É um desafio, sem dúvida, considerando o nosso hábito quase automá- tico de acessar nossas caixas de e-mail – pelo computador, pelo telefone, em qualquer lugar. Para começar, desligue qualquer som de notificação, especial- mente, dos telefones. Outra questão é relativa à expectativa que é criada nos outros ao se responder e-mails imediatamente e a qualquer hora. É possível que, agindo assim, seus colegas não ponderem o horário e o dia em que lhe enviam e-mails e esperam que você responda brevemente.

Outra dica importante para manter a organização é deixar na sua caixa de entrada apenas os e-mails que ainda não foram lidos e precisam de uma resposta sua. Utilize os recursos que seu provedor lhe oferece para organizar a sua caixa de entrada. Um exemplo é a ferramenta caixa prioritária por meio da qual você pode separar os e-mails que recebe por ordem de prioridade e destinatário. Você pode ainda organizar as suas mensagens em diferentes pas- tas de acordo com o destinatário (p. ex., colegas, orientador) ou com o assun-

to das mensagens (p. ex., projetos de pesquisa, tese), evitando assim perder tempo quando precisar encontrar e-mails específicos.

Escrita de projetos para solicitação de recursos. O preparo de projetos pa-

ra solicitação de recursos de agências de fomento (p. ex., editais para pro- jetos, bolsas) é uma das tarefas que devem ser consideradas prioritárias no contexto de pesquisa acadêmica. A obtenção de financiamentos permite não apenas o sustento do grupo de pesquisa, como também a execução de proje- tos que poderão gerar parcerias, inovações, publicações. É, assim, uma tarefa que tem potencial de contribuir para a sua carreira e que não deve ser relega- da para a “última hora”. Reserve tempo (pelo menos um mês) para se dedicar a essa tarefa para que tenha chance de ter o seu projeto aceito.

Revisões de artigos para periódicos. Somente aceite fazer a revisão de um

artigo se tiver certeza de que não tem outras atividades pendentes e de que pode efetivamente dar contribuições para os autores do artigo (Ailamarki & Gehrke, 2003). Lembre-se que os periódicos trabalham com prazos de 30 dias para a conclusão de uma revisão. Se não tiver tempo suficiente para comple- tar a tarefa nesse período, não se comprometa. Não é adequado deixar os edi- tores e os autores à espera de sua revisão para avançarem o processo edito- rial. Além disso, reveja as perguntas indicadas no item “Aprenda a dizer não”, pois elas também poderão lhe ajudar a decidir se aceita ou não a tarefa de revisar um artigo.

Aulas. Lembre-se que, na Academia, o seu trabalho baseia-se em uma com-

binação entre dar aulas e fazer pesquisa. Entretanto, um percurso muito bom em pesquisa é indispensável para o avanço na sua carreira. A mensagem é: jamais negligencie as suas tarefas de ensino, mas esteja atento para não inves- tir muito tempo nelas, ou melhor, tente organizar o tempo que investe nelas para que possa obter bons resultados em curtos períodos. Algumas estratégias para otimizar o manejo do tempo seriam: utilizar materiais que você já tenha elaborado, pedir ajuda a colegas que já tenham dado a disciplina que você vai ministrar, priorizar cursos que você já deu. Uma boa dica é reservar um tem- po para interagir e dialogar com os alunos a fim de saber se eles estão apro- veitando as aulas e que aspectos ressaltam como positivos e negativos. Esse feedback poderá lhe ajudar a reestruturar o seu material e o conteúdo das au- las para que possam corresponder de forma mais significativa às expectativas dos alunos (Ailamarki & Gehrke, 2003).

Backup de trabalhos. Não é incomum deixarmos passar muito tempo para fa- zermos backup do nosso trabalho. Entretanto, a quantidade do que produzimos aumenta de modo acelerado de forma que os intervalos de tempo que reserva-

mos para fazer backups acabam sendo grandes para a quantidade de novos tra- balhos armazenados. Assim, o ideal é que você faça backup de todo o seu tra- balho com frequência. Se houver perda, ela significará a perda de uma extensa quantidade de trabalho. Pode parecer que esses backups frequentes lhe roubam o tempo. Entretanto, não se esqueça de que você precisará de muito tempo e te- rá muito mais trabalho se tiver que refazer o que perdeu (http://www.bu.edu/ ceit/faculty-development/time-management-for-faculty/).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo abordou o tema do manejo do tempo, questão importante no cotidiano de quem está inserido na Academia, seja como aluno(a) de gradua- ção, pós-graduação, pesquisador(a) ou professor(a). Ao longo do texto, bus- cou-se apresentar aspectos que podem prejudicar a administração do tempo, bem como estratégias e dicas de como contorná-los a fim de obter uma maior otimização das horas do seu dia. Já sabemos que são apenas 24 e que não se pode criar mais horas, apenas manejá-las a nosso favor.

Nesse sentido, foi reforçada uma abordagem de manejo do tempo que preconiza a decisão pessoal de que cada um controla o seu tempo e é capaz de identificar e combater os ladrões que o consomem. Além disso, para o bom manejo do tempo, é fundamental exercitar diariamente a habilidade de pla- nejar, traçar objetivos e prioridades. Finalmente, para começar a fazer o me- lhor uso do seu tempo, não há tempo certo. Isto é, comece agora, do ponto no qual se encontra, criando um plano de ação imediato.

REFERÊNCIAS

Ailamaki, A. & Gehrke, J. (2003). Time management for new faculty. SIGMOD Record, 32(2), 102-106.

Mackenzie, A. (1997). The time trap – The classic book on time management. New York: AMACOM. Jameson, C. J. (2008, Dezembro 26). Time management tips for faculty. WISEST Initiatives. Recuperado de http://www.uic.edu/orgs/wisest/initiatives2/sessions/session23/Time%20 management%20tips.pdf

Norris, T. E. (1999). Time management: A key survival skill for busy faculty. Recuperado de http://www.slidefinder.net/t/time_management_key_survival_skill/timemgmt_07/29770182 Time management for faculty (n.d.). In Center for Excellence & Innovation in Teaching. Re- cuperado de http://www.bu.edu/ceit/faculty-development/time-management-for-faculty/

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Como

formar e gerir

equipes de pesquisa

Luísa F. Habigzang Airi M. Sacco

Em 1976, Alan Chalmers perguntou, no título de sua obra mais famosa, “O que é ciência, afinal?”. Quase 40 anos depois, se fizéssemos uma pequena al- teração na frase e questionássemos “como se faz ciência, afinal?”, nos depara- ríamos, assim como Chalmers, com várias opções de resposta. A maioria das alternativas, contudo, possivelmente teria um elemento em comum: para fa- zer ciência, é preciso saber trabalhar em equipe.

O trabalho em equipe é essencial ao desenvolvimento científico e po- de proporcionar uma série de benefícios a todas as pessoas envolvidas. Para os pesquisadores, ter um grupo com o qual trabalhar pode significar econo- mia de tempo e de dinheiro, experiência com coordenação de grupos e incre- mento na qualidade do estudo. Para os estudantes, o envolvimento em uma equipe de pesquisa tem potencial para gerar, além de uma nova linha no cur- rículo, aprendizagem teórica e técnica, experiência prática e contato com as- suntos que não fazem parte da grade curricular da graduação.

Uma das mais importantes descobertas científicas dos últimos tempos é um bom exemplo de como o trabalho em equipe é fundamental para o avan- ço do conhecimento. Peter Higgs, físico teórico britânico, propôs, em 1964, a existência do bóson de Higgs, partícula que seria responsável por conferir massa a todas as outras partículas presentes no universo. Desde então, mi-

lhares de pessoas empregaram esforços para encontrar evidências que con- firmassem ou refutassem a teoria. Esse feito foi alcançado em 2012, quando uma equipe composta por pesquisadores e técnicos de mais de 40 países con- seguiu encontrar uma partícula compatível com o bóson de Higgs, indicando que a teoria proposta em 1964 estava correta (ATLAS Collaboration, 2012).

As pesquisas que levaram à confirmação da existência da chamada par- tícula de Deus envolveram pessoas do mundo inteiro e o investimento de bi- lhões de dólares. No entanto, você não precisa ser um gênio da ciência ou dispor de um vultoso financiamento para também se beneficiar do auxílio de outras pessoas em sua pesquisa. Neste capítulo, você encontrará dicas sobre como formar e gerenciar uma equipe de pesquisa composta por estudantes de graduação e profissionais. Os tópicos abordados envolvem o processo de seleção de integrantes, o estabelecimento de um contrato de trabalho, o pla- nejamento de atividades, o relacionamento intragrupo, a avaliação do traba- lho desenvolvido e o processo de aprendizagens intrínseco à experiência de trabalhar em equipe.

No documento Manual de Produção Científica (páginas 175-180)