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CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA

2.4. O ATENDIMENTO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E SUA

Conforme previsto nos objetivos deste estudo, apresentamos a seguir sobre o atendimento aos NEE na Educação Superior. Assim, conforme já descrito anteriormente, sobre marcos legais, à Constituição Federal brasileira de 1988 art. 205, a qual estabelece que a educação é um direito de todos, nesta direção abordaremos sobre o papel e a responsabilidade da Universidade em incluir alunos com necessidades educacionais especiais, uma vez que podemos considerar que o Ensino Superior é uma modalidade da educação, portanto, é direito de toda pessoa, tornando relevante a discussão da Universidade enquanto pólo inclusivo, no atendimento do NEE.

A função social da Universidade implica em produzir conhecimento, de forma a promover o desenvolvimento da cultura, da ciência e da tecnologia e

do próprio ser humano enquanto indivíduo na sociedade (Demo, 1993 apud Castanho, 2005).

Analisou-se, conforme a legislação vigente, que a Ensino Superior vem atuando de forma significativa na formação inicial e capacitação do indivíduo com NEE, isso representa um avanço de grande importância na evolução de uma sociedade.

Ademais, percebemos que a universidade possui a responsabilidades em incluir NEE, nos seus cursos, outrossim, enquanto produtor de conhecimento e formação, tem o dever previsto em lei de ser responsavel não apenas pela garantia do acesso, mas que a permanência e desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem possa ser garantida com sucesso. Neste sentido, a legislação garante que a sociedade inclusiva seja beneficiada a partir das ações das instituições de ensino. É de grande importância que a pessoa com necessidade especial não fique apenas instruída pelo ensino básico, mas sim que continue os seus estudos no Ensino Superior.

Sendo assim, o Ensino Superior está aberto a todos e cabe a cada instituição desenvolver adequadamente suas adaptações curriculares em grande e pequeno porte para o atendimento a diversidade. Nessa direção, em conformidade com os documentos da Unesco (2005), até o início da década de 80, poucas pessoas com NEE chegavam a Universidade, devido ao não acesso à educação básica, a serviços de reabilitação, a equipamentos e tecnologias adaptativas, ao transporte coletivo; devido ainda às dificuldades financeiras e ao não reconhecimento dos seus direitos, problemas estes, nalguns casos, têm vindo a ser superados ao longo dos anos. Ocorreu, então, o acesso às Universidades, porém sem adaptações que fossem necessárias para um ensino de qualidade, tornando a entrada restrita dos candidatos, que não exigiam mudanças nos processos seletivos. Com isso, havia barreiras legais dentro das instituições que dificultavam a aprendizagem do aluno e a sua permanência na Universidade.

Neste sentido, vimos que a inclusão dos NEE vem ocorrendo de forma lenta e gradativa, mesmo com os avanços consideráveis da legislação brasileira, já discutidos anteriormente, ainda é necessária a viabilização de políticas inclusivas de acesso e permanência desses alunos na rede pública de

Ensino Superior. Todavia, as restrições de acesso e permanência estão ligadas às condições socioeconômicas e pela própria história de exclusão peculiar a educação superior no país, com tendência a privatização e elitismo (Unesco, 2005). Sob essa égide, Valdés (2004 pg. 20), em sua análise histórica, expõe que o ensino superior no Brasil teve maior repercussão na época do militarismo, mas que era expandida apenas pelo setor privado, havendo maior número de vagas nessas instituições, na década de 90:

[...] o ensino superior do Brasil é um dos mais privatizados do mundo. Isto começa a dar uma dimensão do caráter historicamente excludente do ensino superior no Brasil. Esta exclusão se torna mais aguda no que se refere aos grupos sociais em desvantagem, como é o caso de pessoas com deficiências. (Valdés, 2004 pg. 20)

É importante destacar que as IES recebam pessoas com NEEs, considerando e reconhecendo a diversidade, valorizando as diferenças e respeitando as particularidades de cada indivíduo. Outrossim, estas instituições devem construir caminhos acessíveis e romper barreiras (físicas, comunicacionais e atitudinais), para que se torne inclusiva.

Assim, vale lembrar que o Ministério a Educação (MEC) tem apoiado às Políticas de Inclusão a pessoas com NEE no Ensino Superior através de projetos nas instituições federais de Ensino Superior (IFES). É dever do Estado garantir educação especializada aos deficientes e a iniciativa privada não pode ser obrigada a suprir carências estatais, que em conformidade com Atique & Zaher (2007), o Estado deverá, por meio de qualquer de suas esferas, promover e fomentar a inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais nas Instituições de Ensino Superior sejam elas públicas ou privadas.

Sendo assim, inferimos, conforme Kruger (2007), que o processo de inclusão nas IES é longitudinal, mas possível de ser realizado, demandando o compromisso e conscientização das pessoas envolvidas neste processo, assim, “estarão sendo respeitados os múltiplos olhares sobre o outro, o olhar do outro sobre nós e do outro sobre os outros, e quem sabe chegar até o estágio onde não se exclua ou onde não necessite incluir, pois todos têm diferenças enaltecidas diariamente nas práticas sociais”. (Kruger,2007, p. 17).

Outro aspecto relevante sobre a Inclusão de NEE no Ensino Superior retirado dos documentos do CENSO/INEP/2009 afirma que a inclusão de pessoas com necessidades especiais em cursos presenciais de graduação aumentou 425% nos últimos nove anos no País. Isso significa que o Brasil alcançou, em 2008, o número de 11.412 portadores de necessidades especiais matriculados em Universidades e Faculdades.

Entretanto, esses alunos com NEE, nas instituições de Ensino Superior, representam somente 0,22% dos mais de cinco milhões de universitários. Existem, portanto, no Brasil mais de 24,6 milhões de portadores de necessidades especiais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008), ainda em relação ao atendimento, observou-se que

Conforme o Censo da Educação Superior de 2010, de 6,3 milhões de estudantes matriculados em cursos de graduação, só 16.328 são identificados como pessoas com deficiência. Desses alunos com deficiência, 10.470 são da rede privada. O dado mostra a dificuldade de ingresso e permanência dos estudantes com deficiência no Ensino Superior no Brasil. (IBGE, 2010).

Diante do exposto, nota-se que, segundo Barbosa (2008), cresce o atendimento é ampliado, conforme divulgado por meio do levantamento anual do Censo Escolar, o número de alunos com necessidades especiais matriculados em escolas regulares, mas o acesso dessas pessoas ao Ensino Superior é pequeno. Além do mais, outra dificuldade ainda maior é permanência e o sucesso desses alunos no Ensino Superior, pois a cada avanço na estrutura há menos políticas de assistência especializada, o que acarreta um alto índice de evasão, conforme dados analisados do referido censo.

Considerando que a legislação garante o acesso dos NEEs no Ensino Superior, conforme os dados do Censo já mencionado, o número de matriculados nas IES ainda é ínfimo, considerando a demanda fora do processo de escolarização superior.

Dando sequência ao papel da educação superior e sua responsabilidade de incluir alunos com NEE análise sobre a trajetória histórica da Inclusão na

Unimontes, descreveremos a seguir sobre as adaptações curriculares, referendada por Carvalho (1999) e outros estudiosos da área como ”adaptações de Pequeno Porte”.

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