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ATIVIDADE QUE REALIZAM QUANDO NÃO ESTÁ NA

ESCOLA PERCENTUAL

Estudar 46%

Assistir televisão 44%

Jogar bola 17%

Conversar com colegas 32%

Ouvir música 36%

Navegar na internet 38%

Outros 19%

Total 232%

No quesito anteriormente exposto, destacam-se os seguintes pontos: estudar (46%), assistir televisão (44%) e navegar pela internet (38%). A partir da análise dos mesmos, pode-se observar o papel dos veículos de informação como influência na vida dos jovens, sobretudo a mídia e a internet. Essa influência é latente tanto na vida dos jovens entrevistados quanto a categoria juvenil.

Outra atividade que requer atenção por parte dos jovens que precisa ir além do ambiente escolar é a dedicação aos estudos, que nesta pesquisa corresponde a importância de 46% dos entrevistados. A importância do lazer e espaços de interação entre jovens caracteriza-se como uma das prioridades no gozo da vida juvenil; na pesquisa são esses: jogar bola (17%), conversar com colegas (32%) e ouvir música (36%).

Tabela 9 – Distribuição dos inquiridos segundo prática de esportes

PRÁTICA DE ESPORTE PERCENTUAL

Sim 51%

Não 43%

NS/NR 6%

Total 100%

As campanhas de saúde, sobretudo após a Constituição de 1988, trazem uma melhoria no tripé da Seguridade. A Seguridade passa a ser reconhecida como política pública. A partir disso, as políticas públicas passaram a ser vista na ótica do direito social.

Outro avanço foram os cuidados da medicina que passou a ter traços de prevenção e não apenas curativo. O lema é prevenir. E a prática de atividades físicas vem a contribuir para essa questão, e quanto mais cedo, melhor.

Os dados apresentados na tabela 9 refletem uma realidade que merece ser analisada, sobretudo por se tratar de jovens. Quase 50% dos mesmos não praticam atividades físicas e com isso, pode-se dizer que parte desses jovens corre grande risco de serem adultos doentes no futuro.

Segundo o UNICEF, a prática de esporte assume alguns benefícios na vida do jovem, são eles: primeiro, por ser fundamental ao seu desenvolvimento e assim, influenciar no aumento da capacidade, desempenho, interesse e aprendizagem; segundo, no desenvolver de aptidões; terceiro, por ser um meio eficaz de complemento à educação e por último, dá mais oportunidade para uma vida mais saudável àqueles. Com isso, os mesmos passam a ter um maior controle de seu corpo, melhorar a capacidade de brincar em grupo e alargar a rede de amigos. Uma das idéias propostas é relacioná-lo aos conteúdos estudados em sala de aula. A prática de esportes pode, ainda, ajudar a transmitir valores como respeito às regras e limites, estimular assim a aceitação da vitória ou da derrota e ajudar a fortalecer as relações de solidariedade.

Tabela 10 – Distribuição dos inquiridos segundo ocupação além da escola

OCUPAÇÃO ALÉM DA ESCOLA PERCENTUAL

Sim 48%

Não 48%

NS/NR 4%

Total 100%

O mercado de trabalho entre os jovens hoje é uma das principais questões discutidas e que requer políticas públicas que garantam a inserção do jovem no mesmo. Os dados acima reúnem a preocupação dos mesmos com essa realidade, 48% dos jovens exercem alguma atividade extraclasse, sendo 70% deste universo, onde os mesmos investem tempo, dinheiro e expectativa em cursos de capacitação e aprimoramento profissional.

Tabela 11 – Distribuição dos inquiridos segundo atividade extra-escola

ATIVIDADE EXTRA-ESCOLA PERCENTUAL

Trabalha 30%

Cursos 70%

NS/NR 10%

Total 110%

O desemprego é um fenômeno que tem crescido de forma acentuada ao longo da década de 1990, e em relação à juventude os dados são ainda mais alarmantes, sobretudo quanto à ausência de trabalho e na presença, a baixa remuneração e condição de trabalho.

Os dados ante a realidade do desemprego juvenil carecem de atenção, sendo assim:

A taxa de desemprego geral subiu de 6,1% em 1995 para 9,3% em 2001.1 Nesse período, entre os jovens com idade entre 16 e 24 anos, essa taxa passou de 11,3% para 17,8%. Se considerada a faixa mais jovem, de 16-19 anos, a taxa de desocupação sobe a 22%. O contingente de jovens desocupados, em 2001, totaliza 3,4 milhões de pessoas, representando 44% da PEA desocupada nacional (TODESCHINI, 2007, p.1).

Além disso, de acordo com Quadros (2007, p.1), se é verdade que o desemprego tornara-se um fenômeno generalizado, “[...] atingindo o conjunto das classes sociais, ele também revela um forte viés social e etário, afetando com maior intensidade as famílias da massa trabalhadora urbana e os segmentos juvenis”.

Tabela 12 – Distribuição dos inquiridos segundo opção religiosa

OPÇÃO RELIGIOSA PERCENTUAL

Sim 87%

Não 13%

Total 100%

Os dados evidenciam uma realidade, dentre os sujeitos da pesquisa, onde a religião está presente na vida de 87% dos mesmos. Pode-se assim dizer que,

Mesmo com o nascimento de religiões voltadas unicamente para a juventude, a distribuição dos jovens entre as religiões segue o resto da população. A enorme maioria é composta de jovens católicos, seguidos por evangélicos e protestantes, que, juntos, representam menos de um quarto da juventude. Os espíritas (kardecistas, umbandistas e candomblecistas) somam 3% do total de jovens. As outras religiões, ainda menos conhecidas, reúnem 2% da juventude. Enquanto os ateus e agnósticos dividem apenas 1% do público jovem, os que acreditam em Deus sem possuir religião já somam 10%, o que é um dado impressionante (VASCONCELLOS, 2007, p.03).

A opção religiosa tem forte influência na forma de olhar o mundo e as atitudes diante da vida. Esses dados sobre religiosidade presentes na pesquisa tornam-se importantes, visto que, em vários momentos, os jovens podem tomar como referência os valores religiosos.

3.2 Relação: escola e jovens

Este item visa observar o conhecimento dos jovens entrevistados acerca da escola em estudo.

Tabela 13 – Distribuição dos inquiridos segundo tempo que estuda na escola

TEMPO QUE ESTUDA NA ESCOLA PERCENTUAL

Menos de 1 ano 33%

Entre 1 – 2 anos 25%

Entre 3 – 5 anos 36%

Mais de 5 anos 6%

Total 100%

A tabela descrita anteriormente chama a atenção para que, dependendo do tempo em que o jovem estuda na escola, sua relação e conhecimento com aquele ambiente pode ser diferente. 36% se referem aos alunos que estudam entre 3 a 5 anos na referida escola. Observa-se que a dinâmica das relações para esse grupo pode ser bem diferente para o grupo de entrevistados que lá estudam a menos tempo, como por exemplo, com menos de 1 ano (33%) e entre 1 – 2 anos, que expressam 25%.

Tabela 14 – Distribuição dos inquiridos segundo o que gosta na escola

O QUE GOSTA NA ESCOLA PERCENTUAL

Sim 92%

Não 7%

NS/NR 1%

Total 100%

Conforme os dados apresentados anteriormente são de suma importância salientar que mesmo com alguns problemas enfrentados no cotidiano das escolas públicas brasileira, os alunos têm sentimentos expressivos, reconhecem e valorizam a escola que estudam e evidencia o fato com 92% índice positivo em relação à satisfação àquela instituição.

Tabela 15 – Distribuição dos inquiridos segundo existência de espaço para diversão na escola

ESPAÇO PARA DIVERSÃO NA ESCOLA PERCENTUAL

Sim 74%

Não 23%

NS/NR 3%

Total 100%

A importância desse quesito reflete os espaços disponíveis para a integração, em especial, entre os alunos. 74% dos inquiridos visualizam esses espaços no interior da escola. Destaca-se então, o bom uso do espaço que há na escola para integração dos alunos, além de enfatizar que o bom uso do espaço diminui as chances da escola ser invadida por indivíduos estranhos e que venham a trazer circunstâncias adversas e vexatórias ao ambiente escolar.

Tabela 16 – Distribuição dos inquiridos segundo o que não gosta na escola

O QUE NÃO GOSTA NA ESCOLA PERCENTUAL

Forma como a matéria é ensinada 33%

Relações entre alunos e professores 17%

Regras disciplinares 33%

Outros 17%

Total 100%

Nos dados acima apresentados, destacaram-se com mesmo índice 33% dos jovens que não gostam na escola das regras disciplinares e da forma como a matéria é apresentada.

A partir disso, segundo Abramovay (2002, p.77) “muitos alunos relatam aversão às salas, pois consideram que elas são monótonas e cansativas”.

É importante reter desses dados que, essas questões constituem um dos grandes desafios à educação no Brasil e que rever avanços na forma como é conduzido esse processo.

Tabela 17 – Distribuição dos inquiridos segundo relação com os funcionários da escola

RELAÇÃO COM OS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA PERCENTUAL

Ótimo 19% Bom 44% Regular 28% Ruim 6% Péssimo 2% NS/NR 1% Total 100%

Observa-se nos dados apresentados em relação à tabela 17 é que prevalecem os seguintes índices: 44% atentam para uma boa relação entre alunos e funcionários e 28% refletem acerca de uma relação regular entre os mesmos. Sobre este aspecto, é necessário fazer alusão à seguinte reflexão:

“[...] a percepção sobre a escola é bastante influenciada pelas relações sociais. Daí a potencialidade de trabalhá-las como antídotos contra as violências” (Abramovay, 2006, p. 84).

Conservar um ambiente hostil para os membros que fazem o ambiente escolar pode ser um dos principais mecanismos acerca do combate à violência neste espaço.

Tabela 18 – Distribuição dos inquiridos segundo reprovação

REPROVAÇÃO PERCENTUAL

Sim 43%

Não 56%

NS/NR 1%

Total 100%

Em relação aos dados sobre o índice de reprovação, aos que responderam positivo, destacam-se os índices coletados na turma do segundo ano; uma quantidade significativa dos sujeitos já havia sido reprovada pelo menos uma vez.

A análise acerca dos índices de reprovação na educação brasileira exige do poder público medidas que os minimize e garantam um padrão de qualidade e avaliação desse processo. A próxima tabela vem a fortalecer esse dado, na tabela 19, cerca de 22% dos entrevistados já havia sido reprovados duas vezes. Isso

conduz a reflexão para problemas não somente relacionados à questão de gestão escolar e até relacionados a questões de saúde que retardam o processo de ensino x aprendizagem desses jovens.

Tabela 19 – Distribuição dos inquiridos segundo quantidade de vezes que foi reprovado

QUANTIDADE DE VEZES QUE FOI REPROVADO PERCENTUAL

Uma vez 72%

Duas vezes 22%

NS/NR 6%

Total 100%

Tabela 20 – Distribuição dos inquiridos segundo papel da escola

PAPEL DA ESCOLA PERCENTUAL

Orientar o aluno 72%

Preparar para o mercado 22%

Disciplinar 27%

Instruir 6%

Formar 9%

Educar 26%

Preparar para o vestibular 28%

Outros 9%

O papel que a escola desempenha para os alunos é um item de extrema importância, não apenas para a pesquisa relatada como para o processo ensino aprendizagem. Para os sujeitos da pesquisa, destacam-se os seguintes itens: preparar o aluno para o mercado de trabalho (23%), disciplinar (27%) e preparar para o vestibular (28%).

“[...] tanto na legislação como na prática diária no interior das nossas escolas, a educação de nível médio tem se reduzido ao desenvolvimento de habilidades e competências, em detrimento daquilo que deveria ser a sua essência: a formação” (SOUZA, 2003, p.32).

Vale salientar que, o espaço da escola vai além de preparar para o mercado ou para o vestibular e muito menos de um “agente regulador”. O espaço da escola, segundo a literatura estudada, segue a linha da orientação, da instrução, da formação, ou seja, um legado para a vida. Que contemple não apenas as disciplinas de forma isolada, mas que traga a formação do ser humano como um todo.

A partir dos dados apresentados, faz-se necessário a seguinte alusão, sobretudo no tocante a escola pública: “A escola pública não está conseguindo realizar nem a simples transmissão de conhecimentos, e o aluno, apesar disso, tem obtido sucesso formal no percurso escolar” (SOUZA, 2003, p.19).

E ainda,

[...] a escola pública está envolta numa crise decorrente da perda de sua autoridade em meio às transformações que ocorrem da perda de sua autoridade em meio às transformações que ocorrem na cultura contemporânea. A perda de autoridade (associada à recusa da responsabilidade pelas coisas no mundo) e a crise da tradição ou do respeito ao passado (Arendt, 1992a) obstam a elaboração e o desenvolvimento de um projeto educativo que vise à transmissão da herança cultural às novas gerações, aliada à produção de sujeitos críticos e autônomos. Além disso, quando se submete às necessidades presentes do mercado de trabalho, a escola ou é acusada de não preparar adequadamente a mão-de-obra ou tem sua ação esvaziada ante o credenciamento existente nos procedimentos de seleção. Parece que já não mais existe na escola o poder de submeter a força de trabalho às regras de dominação. Hoje, sua dimensão socializadora baseia-se mais na capacidade do próprio aluno de criar mecanismos para se movimentar no sistema do eu numa ação pedagógica dirigida para a interiorização de hábitos, valores, modelos de conduta e princípios, quaisquer que sejam elas (SOUZA, 2003, p.43).

Tabela 21 – Distribuição dos inquiridos segundo o maior problema dos jovens na atualidade

MAIOR PROBLEMA DOS JOVENS NA ATUALIDADE PERCENTUAL

Desemprego 42% Violência 48% Preconceito 33% Outros 2% NS/NR 2% Total 117%

De acordo com a tabela apresentada, com base nas respostas dos entrevistados, destacam-se os itens violência (48%) e desemprego (42%), como principais problemas enfrentados pelos jovens na contemporaneidade. Neste aspecto, as respostas obtidas na pesquisa coadunam com a realidade dos estudos na área da juventude e violência. “A violência que mata e sangra seria marca dos tempos atuais e não peculiar de uma classe” (ABRAMOVAY, 2002, p.44).

Os principais estudos sobre violência refletem uma realidade onde,

[...] as principais vítimas de homicídio são jovens do sexo masculino (92,1%) e negros (73,1%). A média de mortes aumenta 73,7% nos finais de semana. Entre 1994 e 2004, os homicídios na população jovem saltaram de 11.330 para 18.599, com aumento decenal de 64,2%, crescimento bem superior ao da população total: 48,4%. Já no RN o quadro sofreu inversão. O estado caiu da 20ªposição, em 1994, para 25ª, em 2004. A taxa de mortalidade juvenil nesse último ano foi de 19,4 a cada 100 mil habitantes. O estudo considerou jovens, aqueles com idade entre 10 e 24 anos, seguindo definição da Organização Pan-americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS -

http://www.oei.org.br/mapadaviolencia/natal.htm)

Tabela 22 – Distribuição dos inquiridos segundo relação com os colegas

RELAÇÃO ENTRE OS COLEGAS PERCENTUAL

Ótimo 56%

Bom 36%

Regular 6%

NS/NR 2%

Total 100%

[...] A qualidade das relações estabelecida entre alunos, professores, dirigentes de escolas e demais funcionários, ao lado da gestão escolar e dos demais fatores que exercem influência sobre o comportamento de toda a comunidade escolar, contribuem para a existência de um melhor ou pior clima escolar (ABRAMOVAY, 2006, p.84).

Correlacionando os índices da pesquisa e a citação 92% dos alunos pesquisados referem-se a relação entre eles como ótima e boa. Mesmo com índices expressivos colhidos na pesquisa, é preciso refletir de qual forma essa relação é pautada, o quesito qualidade como Abramovay aborda. Um fato é a relação ser amistosa, outro é a forma como essa relação se desenvolve. Onde muitas vezes o não respeito ao espaço do outro é quebrado. Como a literatura aborda e a pesquisa corroborou, os conflitos são inerentes a condição humana, porém o não respeito ao diferente é o que carece de uma atenção maior.

Tabela 23 – Distribuição dos inquiridos segundo relação com os professores

RELAÇÃO COM OS PROFESSORES PERCENTUAL

Ótimo 34%

Bom 52%

Regular 13%

NS/NR 1%

Total 100%

Como se constata ao analisar a tabela 23, o índice de aprovação dos docentes nesta instituição escolar é muito significativa, expressa 86%. Chama-se atenção para um fato observado na aplicação do questionário, o compromisso de alguns, da equipe pedagógica com a relação ensino e aprendizagem. São características que incidem de modo fundamental de como o aluno observa a escola e a feição que tem pela mesma e pelo corpo técnico.

Entretanto, alguns aspectos que se reporta ao trabalho do docente, chamam- se atenção:

Hoje, o professor perde sua autoridade, o que na prática significa que o magistério tornou-se uma profissão desprestigiada e desvalorizada – em sala de aula, perante os alunos, no interior do mercado de trabalho -, e não só em termos estritamente salariais, mas também quanto ao status social que antes era atribuído ao mestre. A redução salarial, a queda de prestígio do magistério e o sentimento de desvalorização do professorado já são fatos amplamente conhecidos, denunciados pelas entidades de classe e identificados em diversos estudos (SOUZA, 2003, p.24).

Tabela 24 – Distribuição dos inquiridos segundo condições físicas e materiais da escola

CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS DA ESCOLA PERCENTUAL

Ótimo 1% Bom 21% Regular 40% Ruim 24% Péssimo 12% NS/NR 2% Total 100%

As condições físicas, em alguns casos precários, é uma realidade vivida pela maioria das escolas públicas no país. São condições que muitas vezes incidem de forma concreta na relação: ensino – aprendizagem. Uma realidade que muitas vezes falta até giz para escrever no quadro; um número significativo de carteiras estão quebradas; as janelas quase sempre não fecham; portas que não se conseguem fechar mais; falta ventilador ou o mesmo está quebrado, dentre outras questões. Além dos outros dados expressos, cerca de 20% constatam que as condições físicas e materiais na escola estudada não se encontram num bom estado de conservação, numa situação ruim.

Tabela 25 – Distribuição dos inquiridos segundo o que menos agrada na escola

O QUE MENOS AGRADA NA ESCOLA PERCENTUAL

Refeitório 31%

Matérias 19%

Área de lazer 24%

Recreio 3%

Colegas de sala de aula 7%

Professor 11%

Outros 14%

NS/NR 2%

Total 111%

As tabelas 24 e 25 traduzem um pouco da realidade vivida pela maioria das escolas públicas brasileiras. Com isso, reforça-se a seguinte questão:

Já é senso comum a avaliação de que a escola pública no Brasil está em crise. À primeira vista, a crise pode ser atribuída à falta de compromisso de sucessivos governos, que depauperaram a rede com ineficiências de verbas, baixa de salários, precária manutenção das instalações, provocando a evasão dos profissionais mais qualificados e a queda na qualidade do ensino. Sem dúvida isso é verdade. No entanto, a degradação material do sistema é fator agravante de uma crise cuja origem deve ser buscada mais além (SOUZA, 2003, p. 17).

Após o que foi citado até então e pelo que se observa na tabela 25, reforça-se a importância da boa conservação do ambiente escolar e que esse se torna um espaço atrativo para acolher esses jovens. Um exemplo que reforça tal questão, é o fato dos espaços que precisam de uma reforma, o refeitório (31%) e a área de lazer (24%).

3.3. Relação: violência e escola

Tabela 26 – Distribuição dos inquiridos segundo significado do termo violência

SIGNIFICADO DO TERMO VIOLÊNCIA PERCENTUAL

Agressão física 26%

Roubar 13%

Matar 30%

Assaltar 12%

Vai além de.... 65%

NS/NR 1%

Total 147%

De acordo com a literatura estudada, o conceito de violência não é absoluto e pode ser resumido diante das formas apresentadas acima, somando assim, a realidade vivida pelos sujeitos. As violências podem ser: agressão física, o ato de roubar, matar ou assaltar. E até ir além dos conceitos anteriormente explicitados. O que se pode destacar é que a conceituação varia em função da posição de quem fala – neste caso alunos - da idade e do sexo; sendo, portanto, uma conceitualização específica mais apropriada ao lugar, ao tempo e aos atores que a examinam (ABRAMOVAY, 2002).

Para os sujeitos da pesquisa, a análise “genérica” – entende-se por esse tipo de análise enxergar a violência como uma agressão física ou o ato de roubar ou ato de matar - da violência é muito presente. E essa forma de análise incide de forma muito peculiar nas formas de minimizar o fenômeno. Mas, os 65% que concebem a violência além do que foi descrito anteriormente reflete um dado positivo acerca da análise deste fenômeno. Onde, essa última forma de análise não culpabiliza um indivíduo ou apenas uma classe em sai, mas analisa o fenômeno na sua totalidade, contemplando aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais.

Tabela 27 – Distribuição dos inquiridos segundo lugar que pode acontecer alguma agressão

LUGAR QUE PODE ACONTECER ALGUMA AGRESSÃO PERCENTUAL

Bairro 14% Percurso 32% Arredores da escola 31% Dentro da escola 14% Noutros locais 28% NS/NR 2% Total 121%

Questionados acerca do lugar onde possa acontecer alguma agressão, cerca de 31% dos jovens entrevistados, constatam um dado importante a ser ressaltado e que é trabalhado na literatura utilizada: de que os arredores da escola é um espaço que exige atenção das autoridades quanto à insegurança. Caracterizando-o como um espaço de risco, em alguns casos configurando-se como um ponto de venda de drogas, além de brigas – acertos de contas - assaltos, dentre outros.

Outro destaque da tabela anterior refere-se aos 32% correspondentes ao risco de acontecer alguma agressão no percurso para a escola. Esse dado reforça a cultura do medo que assola, sobretudo a sociedade brasileira, da violência urbana e tal realidade incide de forma particular na vida dos jovens, e os sujeitos da pesquisa não se encontram fora disso.

Tabela 28 – Distribuição dos inquiridos segundo local que foi ameaçado

LOCAL QUE FOI AMEAÇADO PERCENTUAL

Bairro 54% Percurso 9% Arredores da escola 9% Dentro da escola 18% Noutros locais 18% Total 108%

Dos dados expostos pela tabela 28, 18% dos sujeitos reconhecem a ameaça pode está dentro do ambiente escolar. Pode-se referir que isso “[...] extrapola uma conceituação restrita de violência, a saber, a abordagem que limita violência ao uso

da força bruta [...] um ato cujo objetivo é amedontrar, intimidar, criar uma situação de insegurança, sublinhar superioridade” (Abramovay, 2006, p.146).

A partir daí, seguem-se os índices de 9%, cada, para o perigo de ser ameaçado (a) no percurso e nos arredores do ambiente escolar.

Tabela 29 – Distribuição dos inquiridos segundo opinião em abrir as escolas aos fins de semana

ABERTURA DAS ESCOLAS AOS FINS DE SEMANAS PERCENTUAL

Ótimo 26% Bom 32% Regular 17% Ruim 5% Péssimo 19%

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