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ambiental Fornecem, às partes interessadas informações relativas ao desempenho ambiental da organização. Compromisso de

melhorias Comprometimento da organização com as exigências legais. Revisão ambiental

inicial

Busca coletar informação dos impactos ambientais da organização.

Política ambiental Conjunto de princípios e de objetivos fundamentais que auxilia a organização a pôr seu comprometimento ambiental em prática.

Auditoria ambiental

interna Monitorar o sistema de gestão ambiental, buscando torná-lo sempre atual, dinâmico e utilizável.

Programa ambiental

Conjunto de objetivos e medidas para melhorar o desempenho ambiental de uma organização. Constitui-se numa plataforma de trabalho, detalhada para objetivos ambientais de uma organização.

Sistema de gerência ambiental

É a parte do sistema de gerência total de uma organização, que busca definir, explicar e documentar todas as suas atividades.

Quadro 20: Sistema de gestão ambiental conforme EMAS Fonte: Adaptado de Tinoco e Kraemer (2004).

Ao se utilizarem dessa estrutura, Tinoco e Kraemer (2004, p. 128) mencionam que as organizações terão as seguintes vantagens:

a) ajuda o cumprimento legal;

b) permite melhorar o desempenho ambiental;

c) demonstra às partes interessadas empenho na melhoria ambiental; d) integra princípios de desenvolvimento sustentável;

e) permite realizar economia no que respeita à redução de resíduos e de energia, e à utilização mais eficaz de recursos;

f) permite melhorar o controle de gestão.

Esse modelo volta-se à prevenção da poluição, constituindo-se um ciclo de melhoria contínua do desempenho ambiental das atividades das organizações. Traz, na sua estrutura, um programa sistemático e periódico de auditoria para verificar se a gestão ambiental está em conformidade com a política e os planos estabelecidos pela organização, além de fornecer informações sobre essas atividades ao público em geral (TIBOR; FELDMAN, 1996; CULLEY, 1998; BARBIERI, 2006).

3.2.2.4 Normas ISO 14000

Após o sucesso obtido com as normas de qualidade total, denominada de ISO 9000, a International Organization for Standardization (ISO), “uma federação mundial de entidades de normalização que promove normas internacionais de aceitação voluntária.” (ZOLCSAK, 2002, p. 52), elaborou as normas da série 14000, direcionadas à qualidade ambiental de produtos e serviços (BOIRAL; SALA, 1998; CAJAZEIRA, 1998; MOURA, 1998; REIS; QUEIROZ, 2002; CHAN; WONG, 2006; DIAS, 2006).

A criação da série ISO 14000 foi baseada na BS 7750 e, dentre os modelos de gestão ambiental disponíveis, tornou-se a mais utilizada e difundida pelas organizações (NAHUZ, 1995; MAIMON, 1999; ARAUJO, 2001; MOREIRA, 2001; BANSAL; HUNTER, 2003). Segundo Seiffert (2005, p. 16),

a importância das normas da série ISO 14000, e particularmente da ISO 14001, reside no fato de que estabelecem uma base comum para a gestão ambiental eficaz no mundo inteiro, sendo aplicáveis às organizações com os mais variados perfis. As normas da ISO 14000 constituem-se em um conjunto de padrões de gerenciamento ambiental que podem ser utilizados pelas empresas para evidenciar que possuem um sistema de gestão ambiental (REIZ; QUEIROZ, 2002).

A série ISO 14000, de acordo com Moreira (2001), divide-se em dois grupos de normas, de acordo com seus objetivos. O primeiro refere- se às normas de avaliação dos produtos que contemplam: a rotulagem ambiental, o ciclo de vida dos produtos e os aspectos ambientais em normas de produtos. O segundo dispõe sobre as normas de avaliação da organização, destacando: os sistemas de gestão ambiental, o desempenho ambiental e auditoria ambiental.

Moreira (2001, p. 89) menciona que esta norma segue o ciclo PDCA que “pode ser utilizado tanto para manter um estágio alcançado, impedindo o retorno para o patamar inferior, quanto para promover melhorias significativas, mediante redefinição de metas ao longo prazo”. A Figura 13 apresenta os requisitos básicos de um sistema de gerenciamento ambiental, tendo como base a NBR ISO 14001(1996).

Figura 13: Requisitos básicos de um sistema de gestão ambiental Fonte: Adaptada da ABNT – NBR ISO 14001 (1996).

Antes de se considerarem os requisitos básicos de um sistema de gestão ambiental, faz-se necessário que a organização realize uma avaliação preliminar, com o intuito de identificar os pontos fracos e fortes, as ameaças e oportunidades em relação aos padrões, normas, códigos e princípios estabelecidos nas legislações pertinentes ao seu setor de atuação (MAIMON, 1999; REIS; QUEIROZ, 2002).

Por essa análise, tem-se a elaboração e a definição da política ambiental, que deverá refletir o entendimento, a relevância e a postura da administração da organização sobre o impacto de suas atividades e das atitudes a serem tomadas em relação a esse fato. Referem-se ao compromisso ambiental da organização intrínseca as suas principais características (MAIMON, 1999).

Formalizada essa ação, tem-se o planejamento que busca criar condições necessárias, para que a organização conduza sua política ambiental, além de definir como ela será realizada e quais os procedimentos necessários à sua adoção e aplicação, estabelecendo o como fazer. Viterbo Júnior (1998); Maimon (1999); Moreira (2001) e Seiffert (2005) enfatizam que o planejamento é a parte mais importante de um sistema de gestão ambiental, uma vez que as demais etapas têm relação de interdependência com ela, devendo incluir: a identificação dos impactos provocados pela organização ao meio ambiente; os requisitos

legais pertinentes às atividades desenvolvidas pela organização, o estabelecimento e a definição de ações referentes à fixação dos objetivos e das metas ambientais condizentes com a política ambiental e o programa de gestão ambiental, destacando como as metas serão alcançadas, bem como o cronograma a ser seguido e os responsáveis por sua realização.

A implementação e operação sucedem ao planejamento e, nessa etapa, deve ser estabelecida a conjugação entre recursos físicos, financeiros e capital humano, os quais dão sustentabilidade à política ambiental definida. Nessa fase, deve-se atentar para a atribuição das responsabilidades de cada um no processo de gestão ambiental; verificar quais são as necessidades de qualificação e competência das pessoas na organização quanto ao impacto de suas ações no meio ambiente; garantir a eficiência da comunicação a respeito dos procedimentos, da política ambiental e de todas as atividades relacionadas ao gerenciamento ambiental; organizar a documentação referente aos aspectos ambientais pertinentes ao seu setor de atuação e seus negócios; criar mecanismos de controle dessa documentação para que possa ser facilmente localizada e preparar a organização para eventuais emergências decorrentes de suas intervenções no meio natural (MAIMON, 1999; MOREIRA, 2001).

Logo após, verificam-se os procedimentos implementados e as ações corretivas que devem ser baseadas em manutenção, medição e controle do desempenho ambiental, registrando tanto as conformidades como as difusões do sistema de gestão ambiental. Por fim, a análise crítica da administração, com o propósito de aprimorar o desempenho ambiental da organização, fundamental para que ocorra a melhoria contínua das atividades. A contemplação dessas etapas possibilita à organização estabelecer e obter certificações ambientais, como observa Zolcsak (2002, p. 15), ao explicar que:

os sistemas de gestão ambiental, quando seguem a norma ISO 14001, fornecem às organizações condições para estabelecer uma política ambiental apropriada; determinar os requisitos da legislação associadas às atividades, produtos e serviços da organização; desenvolver o compromisso dos funcionários com a proteção ambiental; estabelecer um processo de gestão apropriado; e fornecer recursos para as atividades de proteção ambiental.

Essas atividades contribuem para que a organização possa minimizar a poluição originária de suas operações, além de obter vantagens competitivas perante seus concorrentes.

Esses modelos representam as primeiras iniciativas formais, pode- se assim dizer, de criar mecanismos que propiciem a gerência da variável ambiental nas organizações. Decorrente disso, surgiram novas perspectivas nessa mesma direção, tendo como base esses modelos bem como os apresentados na sequência.

3.2.2.5 Sistema de gestão ambiental genérico

A base desse modelo, de acordo com Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000), deriva inicialmente na visualização das organizações empresariais como um conjunto de partes em constante interação umas com as outras. Um sistema aberto influenciando e sendo influenciado por agentes internos e externos às suas estruturas, na representação de uma cadeia de agregação de valor, independentemente de suas particularidades, como se pode notar por esta figura:

Figura 14: Visão do modelo de gestão ambiental

Fonte: Adaptada de Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000).

Ben (2007, p. 119) esclarece que “como ferramenta de apoio ao processo decisório da empresa, o modelo considera o benchmarking como uma técnica importante por incorporar à organização os fatores externos que afetam o desempenho ambiental”.

Com esse entendimento, o modelo está estruturado da seguinte forma: abordagem metodológica proposta; pressupostos do planejamento estratégico ambiental; análise ambiental; missão e objetivo central; análise das alternativas de direcionamento estratégico; diretrizes e metas e controle estratégico e operacional (ANDRADE; TACHIZAWA; CARVALHO, 2000).

a) abordagem metodológica proposta: refere-se ao reconhecimento da relevância da variável ambiental pela organização e às análises decorrentes dessa situação. Essas análises ocorrem pela realização de coletas de dados e informações; suas interpretações devem observar o ambiente operacional e macroambiental em que a organização está inserida; os aspectos internos; as estratégias vigentes; os demais

aspectos relacionados ao processo de planejamento estratégico e seu desenvolvimento e controle.

b) pressupostos do planejamento estratégico ambiental: devem ser consideradas as determinações e os resultados oriundos da etapa anterior. Esse planejamento orientará a organização na evolução dos seus negócios em relação à variável ambiental.

c) análise ambiental: neste contexto, devem ser observadas as variáveis ambientais; caracterização do ambiente; análise da conjuntura e cenários. As variáveis ambientais são agrupadas em: macroambiente clima: decorrentes do poder político; macroambiente solo: sofre influência do macroambiente clima; ambiente operacional: entidades que interagem com a organização e ambiente interno: constituídos pelas aspirações e valores das pessoas que integram a instituição. A caracterização do ambiente, como se sugere, é a identificação da conjuntura na qual a organização está inserida. Análise da conjuntura: estimativas quanto aos parâmetros que poderão nortear as ações das organizações. Cenários: previsões que se baseiam em hipóteses, projetação de situações ou eventos.

d) missão e objetivo geral: determina a razão de ser da organização. e) análise das alternativas de direcionamento estratégico: deve ser

observado o inventário das alternativas de direcionamento: pontos fortes; pontos fracos; oportunidades e ameaças; estratégias da organização: estratégias genéricas e específicas; ações de nível operacional: complementam as estratégicas a serem implementadas; grandes estratégias: atitudes de serem executadas para alcançar os objetivos da organização; ações estratégicas: pôr em prática as estratégias e políticas: procedimentos definidos para eventuais situações, cuja ocorrência é incerta.

f) diretrizes e metas: norteiam o processo de decisão dos diversos níveis da organização.

g) controle estratégico e operacional: realizados utilizando-se de indicadores de gestão: relacionados à entrada de insumos, aos processos utilizados e a sua transformação e produtos; indicador de gestão ambiental, destina-se a avaliar a organização como geradora de bens e serviços em interação com a proteção ambiental e com a estruturação dos indicadores: identifica as necessidades quanto à adoção de indicadores.

Esse modelo configura-se como uma alternativa genérica aplicada às organizações que tenham o interesse em utilizar-se de seus preceitos,

conforme suas características e contextualização. Busca, na sua essência, tal qual os outros modelos, contribuir para a diminuição do impacto negativo de sua produção e de suas operações no ambiente local.

3.2.2.6 Gerenciamento de aspectos e impactos ambientais

O gerenciamento de aspectos e impactos ambientais (GAIA), refere-se a um conjunto de instrumentos e ferramentas gerenciais com ênfase no desempenho ambiental, aplicável aos processos produtivos de uma organização e no alcance da sustentabilidade (LERÍPIO, 2001). Esse modelo busca desenvolver uma consciência crítica nas pessoas, no que se refere aos níveis de desperdício de matérias-primas e insumos do processo produtivo, assim como os efeitos produzidos pelos resíduos, pelos efluentes e pelas emissões geradas nesse processo e que são prejudiciais ao ambiente e às pessoas. Para tanto, é composto das seguintes fases, conforme consta no Quadro 21.

FASES OBJETIVO ATIVIDADES RESULTADOS