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Inferior a 30% Crítica – Vermelha

Entre 30 e 50% Péssima – Laranja

Entre 50 e 70% Adequada – Amarela

Entre 70 e 90% Boa – Azul

Superior a 90% Excelente – Verde

Quadro 23: Referencial para classificação da sustentabilidade do negócio Fonte: Lerípio (2001, p. 73).

A partir da identificação do nível da sustentabilidade do negócio, a organização passa a estabelecer relações pela análise da estratégia ambiental. Essa análise é realizada a partir do critério referente ao atendimento da legislação ambiental utilizável. Com isso, pretende-se criar um cenário de organizações hipotéticas, em que há diferentes repercussões para cada situação estudada, buscando sensibilizar a administração.

A fase da conscientização é constituída por atividades referentes ao estudo da cadeia de produção e consumo e do processo produtivo. No mapeamento da cadeia de produção e consumo, o objetivo é identificar os processos mais impactantes, prever eventuais problemas de fornecimento de matéria-prima, identificar requisitos de qualificação de fornecedores e o destino final dos produtos da organização (LERÍPIO, 2001). A atividade de inventário de aspectos e impactos ambientais é cumprida com a utilização da planilha que consta no Quadro 24.

Quadro 24: Planilha de identificação e priorização de aspectos e impactos ambientais

Fonte: Scherer (1999, apud LERÍPIO, 2001, p. 80).

Os critérios e respectivas siglas utilizados são os seguintes: SE = Situação de Emergência. Preocupações Comerciais (EL = Exposição

Legal; FA = Facilidade (Tecnológica) de Alteração; CA = Custo de Alteração/Remediação; EC = Efeitos Colaterais; PP = Preocupações do Público; EI = Efeitos na Imagem). Preocupações Ambientais (E = Escala; S = Severidade; PO = Probabilidade de Ocorrência (Freqüência); D = Duração ou Persistência); X = Média ponderada (LERÍPIO, 2001).

Para o preenchimento da planilha adotam-se os seguintes passos: preencher as três primeiras colunas de acordo com os dados obtidos no mapeamento do processo e no estudo de entradas e saídas; preencher as colunas referentes aos critérios de avaliação, linha por linha, utilizando o seguinte raciocínio metodológico: a poluição atmosférica gerada na atividade X pelo aspecto Y é extremamente crítica (5), crítica (4), moderada (3), desprezível (2) ou totalmente desprezível (1), em relação ao critério escala do impacto? E assim sucessivamente em relação a cada impacto e a cada critério de avaliação (LERÍPIO, 2001).

Após esse procedimento, calcula-se a média ponderada (Χ) de cada impacto (somatório da média das preocupações comerciais mais o somatório das médias preocupações ambientais), o que vai proporcionar a comparação e priorização dos impactos mais significativos.

A fase de capacitação consiste na identificação de oportunidades de melhoria decorrentes da priorização de impactos. As possibilidades surgidas nessa fase são objeto do estudo de viabilidade técnico- econômica e ambiental. Nessa atividade, procura-se identificar os elos faltantes ou tecnologias inovadoras para a implementação efetiva das oportunidades de melhoria geradas na atividade anterior.

O planejamento para a implementação efetiva das oportunidades de melhoria requer uma estruturação contendo indicadores de desempenho bem definidos e adequadamente aplicados à realidade da organização. Requer ainda investimentos por parte da organização e mudanças nos procedimentos operacionais.

No GAIA, a estrutura de planejamento sugerida está fundamentada na ferramenta da qualidade denominada 5W1H. A denominação dessa ferramenta é decorrente das expressões originais em inglês (What – O que; Why – Por que; Where – Onde – When – Quando; Who – Quem; e How – Como). Em virtude das peculiaridades e características do planejamento, outra pergunta chave também foi incorporada: How Much, ou seja, Quanto Custa. Com a incorporação desta última pergunta, a ferramenta passou a ser denominada de 5W2H (LERÍPIO, 2001).

Também cabe mencionar a relevância da criação de índices que representem relações quantitativas entre os produtos produzidos e os resíduos, efluentes e emissões geradas no processo produtivo. Após a

identificação desses índices, recomenda-se a contínua comparação com empresas concorrentes na cadeia produtiva.

3.2.2.7 Modelo econômico de controle e avaliação de impactos ambientais

Desenvolvido por Kraemer (2002), esse modelo primeiramente foi aplicado às empresas de produção de bens e consumo, com o intuito de conduzir o controle e avaliação de seus impactos ambientais.

Com esse propósito, o MECAIA, assim denominado, está dividido em seis fases: diagnóstico estratégico preliminar; mapeamento dos processos e atividades empresariais; identificação dos aspectos e impactos ambientais; determinação do custo dos processos e atividades empresariais, com ênfase nos ambientais; estruturação das perspectivas ambientais para a elaboração do BSC ambiental; e, análise estratégica ambiental de custo-benefício e propostas de inovação e melhoria, conforme dispõe o Quadro 25.

FASES ETAPAS OBJETIVO

Diagnóstico estratégico preliminar

Única Enquadramento das premissas necessárias à implantação do

modelo Mapeamento dos processos e atividades empresariais Mapeamento dos

macroprocessos Identificação da cadeia produtiva da organização

Mapeamento dos

processos e atividades empresariais

Compreensão dos processos e

atividades da empresa para

identificar os pontos de origem e disposição dos rejeitos

Consolidação dos

processos mapeados

Organização de todos os dados coletados Identificação dos aspectos e impactos ambientais Determinação dos aspectos ambientais

Identificação dos pontos de origem

e disposição dos rejeitos

intrínsecos às atividades

empresariais

Determinação dos

impactos ambientais

Quantificação dos rejeitos e qualificação da poluição final disposta no meio ambiente Determinação do

custo dos

processos e

atividades

Cálculo do custo

empresarial Determinação processos e atividades empresariais do custo dos

Identificação dos

processo e atividades

Identificação e valoração das ações

empresariais com ênfase nos ambientais ambientais, incluindo seus custos mitigação da problemática ambiental Classificação dos processos e atividades ambientais identificados

Caracterização dos esforços

empresariais ambientais,

observando se estão sendo

realizados de forma pró-ativa ou reativa (postura empresarial) Estruturação das perspectivas ambientais para a elaboração do BSC ambiental Organização dos

dados estratégicos Estabelecimento das necessidades estratégicas ambientais

Elaboração das

perspectivas do BSC ambiental

Determinação dos processos

ambientais (internos e/ou externos) necessários à consecução das estratégias empresariais

Elaboração do mapa estratégico ambiental

Identificação das relações de causa e efeito entre as várias perspectivas ambientais Análise estratégica ambiental de custo-benefício e propostas de inovação e melhoria Determinação dos impactos ambientais significativos

Revelar os impactos ambientais influentes na estratégia empresarial e sustentabilidade almejada, de

acordo com as relações

estabelecidas no mapa estratégico

Construção da

situação ambiental

ideal da empresa, pela

análise custo-

benefício

Analisar o custo-benefício da mitigação dos impactos ambientais significativos para fomentar a

estratégia empresarial e,

consequentemente, a

sustentabilidade almejada

Feedback ambiental Análise periódica dos resultados obtidos frente aos esperados, corrigindo os não satisfatórios Quadro 25: Fases e respectivas etapas de implementação do MECAIA Fonte: Adaptado de Kraemer (2002, p. 137).

a) diagnóstico estratégico preliminar: busca identificar questões relevantes à implantação do modelo, tais como: missão, visão e estratégia organizacional; sistema de produção; dados contábeis e econômicos para a valoração dos recursos utilizados; informações sobre matérias-primas utilizadas e de rejeitos produtos, pela organização; nível de poluição dos principais recursos utilizados; caracterização dos locais de despejo de dejetos (KRAEMER, 2002). b) mapeamento dos processos e atividades empresariais: tem por

objetivo identificar, segundo Kraemer (2002, 139), “a cadeia produtiva da organização, detalhada em nível de processo e atividade”, utilizando-se do mapeamento dos macroprocessos do

mapeamento dos processos e atividades empresariais e da consolidação dos processos mapeados.

c) identificação dos aspectos e impactos ambientais: ocorre pela determinação dos aspectos ambientais entradas de insumos e saídas de resíduos e efluentes na atividade empresarial e a determinação dos impactos ambientais, que pretende localizar a destinação de produtos, subprodutos, sobras, entre outras questões pertinentes a ele (KRAEMER, 2002).

d) determinação do custo dos processos e atividades empresariais com ênfase nos processos ambientais: nesse momento, devem ser realizados os cálculos do custo empresarial dos recursos utilizados nos processo e atividades empresariais, utilizando do custeio baseado em atividades (ABC); identificação dos processos e atividades ambientais, incluindo seus custos: devem ser verificadas as atividades que tenham por finalidade controlar, prevenir, recuperar ou mesmo eliminar os efeitos adversos das atividades produtivas, depois se analisam as atividades que geram resíduos. Por fim, identificam-se os processos, atividades e tarefas ambientais com seus respectivos custos; classificação dos processos e das atividades ambientais, identificados quanto à sua tangibilidade retorno ambiental proporcionado à empresa e quanto à sua função principal: se constitui em ação direta ou não ao meio ambiente (KRAEMER, 2002).

e) estruturação das perspectivas ambientais para a elaboração do BSC ambiental: visualizada em relação à organização dos dados estratégicos que deve seguir a mesma estrutura do BSC tradicional, ou seja: compreender sua missão, visão e estratégia, a fim de estabelecer necessidades ambientais; elaboração das perspectivas do BSC ambiental, que, segundo Kraemer (2002), foi definido em: econômica, social, ecológica, espacial, cultural e temporal; por último tem-se a elaboração do mapa estratégico ambiental que se propõe apresentar as relações de causa e efeito entre as perspectivas.

f) análise estratégica ambiental de custos-benefícios e propostas de inovação e melhoria: colocada em prática pela determinação dos impactos ambientais significativos, utilizando-se do critério de conformidade das atividades da organização com os requisitos legais, com o intuito de prevenir riscos e acidentes ambientais, associando o grau de influência desses impactos à sua estratégia empresarial; construção da situação ambiental ideal da empresa pela análise custo- benefício, etapa que busca observar no campo operacional dois tipos de processos ambientais que devem ser desenvolvidos, a saber:

processos ambientais internos – gerados para a mitigação dos danos ambientais causados pela produção dos produtos da empresa e processos ambientais externos, gerados por causarem impactos ambientais positivos e negativos no entorno da organização, e ainda o feedback ambiental, que busca dar uma resposta ao modelo, mediante verificações e correções de eventuais distorções que podem surgir (KRAEMER, 2002).

Essa proposta, além de incorporar questões do Balanced scorecard no que refere à avaliação da estratégia dos impactos ambientais negativos gerados pela indústria, também se utilizou do custeio baseado em atividades (ABC) e indicadores ambientais para avaliar esses impactos.

3.2.3 Comentários dos modelos apresentados

Os modelos apresentados têm como princípio básico, criar mecanismos que possibilitem a minimização, ou mesmo a eliminação, se possível, de qualquer tipo de impacto ambiental negativo, originário de seu negócio, que as organizações possam proporcionar. Para tanto, busca em suas propostas atender à legislação pertinente às questões ambientais; adotar medidas preventivas à poluição e contribuir para a melhoria contínua de suas atividades, respeitando o desempenho econômico e a proteção ambiental, ou seja, promovendo a sustentabilidade, e não gerando conflito entre estes.

Além disso, suas estruturas abordam processos identificados, em sua maioria, com o ciclo PDCA (planejamento, execução, controle e atuação corretiva). Neste cenário, destaca-se a norma ISO 14000 e suas variações, que representam um marco para o desenvolvimento de modelos de sistema de gestão ambiental por meio suas atividades (política ambiental; planejamento; implementação e operação; verificação e ações corretivas e análise crítica da administração). Questões que podem ser comprovadas pelos modelos desenvolvidos posteriormente à sua explicitação, como é o caso daqueles apresentados subsequentes à sua descrição neste trabalho, os quais possuem seus méritos individuais.

Na sequência, o Quadro 26, apresenta uma síntese destes modelos de sistema de gestão ambiental, destacando: as bases para sua elaboração e desenvolvimento, seus propósitos, seu foco e sua adesão pelas organizações.

QUESTÕES OBSERVADAS NOS MODELOS APRESENTADOS