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O processo de estágio caracteriza-se por ser um percurso complexo inserido na formação académica, mas que está diretamente relacionado ao desenvolvimento pessoal do indivíduo a que se submete. A sua importância é vital, visto ser um local de aplicação de conhecimentos adquiridos durante um longo e trabalhoso percurso académico.

Este processo pressupõe a concretização de um conjunto de atividades, que foram realizadas e desenvolvidas, tendo como objetivo o desenvolvimento pessoal e a indução de comportamentos por parte do estagiário. Fomos constantemente levados ao limite, condição sino qua, sendo esta fundamental para que se verifiquem melhorias e desenvolvimentos. Este processo foi eficiente e eficaz, pelo que é fundamental que o “Professor Estagiário” se submeta à realização de um conjunto de tarefas predefinidas pela instituição formadora, nomeadamente pelo departamento de EF da UMa.

A possibilidade de ter influência no processo de ensino-aprendizagem dos alunos é um processo gratificante em todos os sentidos, sendo que a experienciação com o contexto real da lecionação é um ambiente não totalmente desconhecido por nós, visto já estarmos em contextos com semelhanças ao referido (treino desportivo com crianças).

Do mesmo modo e de acordo com Queirós (2014), a prática do ensino em contexto real é reconhecida como uma das componentes mais importantes nos processos de formação inicial de professores. A prática de ensino em contexto real, oferece aos futuros docentes a oportunidade de emergirem na cultura escolar nas suas mais diversas componentes, desde as suas normas e valores, aos seus hábitos, costumes e práticas numa determinada comunidade específica. É no contato com o espaço real de ensino que os docentes conhecem os contornos da profissão, e aos poucos vão tornando-se membros das comunidades educativas onde realizam o EP. O contexto real de prática profissional, constitui assim, uma peça fundamental da estrutura formal de socialização inicial na profissão, sendo o estágio profissional “um momento de excelência de formação e reflexão” (Queirós, 2014, p. 79).

O profissional da Educação é caracterizado pela sociedade como um dos principais agentes cuja principal função é formar/educar os cidadãos, para que estes se integrem na sociedade e no mercado de trabalho com naturalidade. Com o avançar dos anos, a natural complexidade da profissão docente tem sido um dos fatores que tem vindo a ser explanada pelos investigadores das ciências da Educação. A afirmação da constante complexidade

17 e exigência no processo de ensino faz com que os docentes se formem e reúnam um conjunto de capacidades e competências que os faz se integrarem de uma forma facilitada nos sistemas de ensino.

A capacidade de trabalho, a capacidade de comunicação, a capacidade de adaptação, a capacidade de reflexão e análise crítica, são alguns dos softskills que os atuais professores devem reunir para um melhor enquadramento no mercado de trabalho. Segundo o planograma do MEEFEBS, pretende-se que o Professor Estagiário desenvolva um conjunto de atividades que se agrupam em 4 áreas, sendo elas a PL, as AICE, as AIM e as ANCP. Estas são apresentadas de forma singular, no entanto, de acordo com a nossa visão, pretende-se um envolvimento de todas as áreas pelo facto de estarem integradas no EP.

A PL é uma das fases do processo de EP e tem como objetivo a lecionação de aulas a uma turma e consequente gestão do processo ensino-aprendizagem (planeamento, realização, avaliação e controlo). Esta é a etapa que exige um maior investimento no que concerne aos recursos temporais. Para além disto, a PL é a etapa que mais nos cativa e desafia pelo facto de possuirmos um papel fulcral no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem dos alunos, constituindo-se como a área que tem mais peso no nosso processo de avaliação e de valorização do estágio.

Por sua vez, a Assistência às Aulas está diretamente relacionada com a PL, dado que esta tem como objetivo a observação sistemática e objetiva de aulas de EF através de uma perspetiva construtivista, ou seja, para que ocorram melhorias no processo de ensino ou para colmatar algumas lacunas dos colegas docentes. Estas observações podem ser realizadas a colegas de estágio ou mesmo a outros professores. A identificação e observação das caraterísticas e perfis particulares das turmas, dos diferentes meios, diferentes ferramentas de ensino e de atuação por parte de outros docentes podem demonstrar-se enriquecedoras para o nosso processo de formação. O contexto educativo é um contexto complexo com turmas e respetivos alunos diferentes, o que exige da nossa parte um comportamento de adaptação. Esta componente é uma porção fundamental do processo e permite uma melhor compreensão e perspetiva de atuação perante outros envolvimentos, turmas e contextos.

Além do mais, a Assistência às Aulas permite, ainda, a realização de um processo de reflexão em conjunto com o orientador cooperante (em situações de assistência às aulas

18 do nosso colega estagiário) para que possamos analisar as situações específicas, os meios, as ferramentas utilizadas e a eficiência das mesmas em contexto real de aula, tendo em vista o desenvolvimento pessoal enquanto futuros docentes.

No que concerne às AIM, as mesmas integram a caraterização da turma que, por sua vez, tem como finalidade recolher um conjunto de informações relativas aos alunos e que permitem um melhor enquadramento da nossa PL.

Numa primeira fase, recolhemos informações básicas sobre as nossas turmas, mais especificamente dos nossos alunos, sendo estas relacionadas com a possível existência de condicionantes à prática de atividade física. Com isto, pretendíamos ter conhecimento sobre as patologias dos nossos alunos, factor que iria ter consideração na realização do planeamento das aulas. Numa segunda fase, a recolha de informações foi mais detalhada, abordando as seguintes componentes: dados pessoais (relacionados com a demografia e com os hábitos de vida), historial desportivo, perceção sobre a EF, nível de aptidão física através do Projeto EFERAM-CIT – “Educação Física nas Escolas da Região Autónoma da Madeira – Compreender, Intervir, Transformar”, com o recurso a testes físicos. Por fim, foram realizadas identificações das relações interpessoais na turma (com recurso ao questionário sociométrico). Este processo decorreu numa fase inicial do 1° Período, ocorrendo de forma uniforme em todas as turmas de estágio da ESFF e das restantes escolas que acolheram professores estagiários. Este processo investigativo permitiu realizar uma caraterização da turma rigorosa e precisa. Para a concretização desta investigação foram necessários alguns recursos humanos, nomeadamente de uma equipa de trabalho de docentes estagiários e orientadores científicos. No que diz respeito aos recursos materiais utilizados, estes foram cedidos pelo departamento de EF da UMa.

No que diz respeito às AICE, estas emergem com o objetivo de envolver os professores estagiários com os diferentes agentes educativos, nomeadamente os professores do grupo disciplinar, os professores de outros grupos disciplinares, os órgãos do conselho executivo da escola, os funcionários da escola e os alunos de outras turmas. Esta interação correspondeu a uma positiva dinâmica dentro do grupo disciplinar e favorecer o ganho de conhecimentos e a participação ativa dos professores estagiários. A participação dos professores estagiários ocorreu num conjunto variado de atividades, que contribuíram de forma positiva para a integração na comunidade escolar.

19 De acordo com o plano de estudos do MEEFEBS, a participação nestas atividades é opcional. Portanto, as fases de planeamento e conceção das atividades foram fases onde os professores estagiários não tiveram voz ativa, o que não aconteceu na fase de operacionalização das mesmas. De acordo com o explanado anteriormente, as nossas principais funções estavam relacionadas com a divulgação destas atividades nas nossas turmas, motivando e desafiando os nossos alunos para a participação nas atividades do grupo disciplinar. Consequentemente, e tendo em conta que era da nossa responsabilidade auxiliar na operacionalização das atividades do grupo disciplinar de EF, efetivamente a nossa participação foi ativa nas seguintes atividades de grupo: no Projeto +90; na Semana Multidesportiva; no torneio de Futsal e no torneio de Basquetebol (3x3).

Importa referir que a participação não se limitou apenas às atividades do grupo disciplinar, estivemos presentes numa outra atividade escolar, sendo esta o Plano de Segurança da ESFF que foi planeado e operacionalizado pela Secretaria Regional da Educação. Por fim, importa referir que a nossa participação nestas atividades foi efetuada de acordo com a nossa disponibilidade, isto é, participamos apenas nas atividades que não coincidiam com a nossa PL, com o conjunto de atividades às quais estivemos envolvidos nas fases de planeamento, conceção e reflexão e nas atividades que não coincidiam com as UC do 2º ano do MEEFEBS.

Em continuidade, as ANCP estão subdivididas em ACPC e ACPI. Deste modo, e em relação à ACPC, a mesma foi concebida por todos os núcleos de Estágio do MEEFEBS e teve como objetivos o desenvolvimento pessoal através da realização de uma comunicação e exposição de uma temática ao público (treinadores das diferentes modalidades, professores dos diferentes grupos de recrutamento, colegas da licenciatura, colegas do MEEFEBS, orientadores científicos e orientadores pedagógicos, em suma um conjunto de agentes do fenómeno desportivo regional). Esta atividade tinha como comportamentos solicitados, aos núcleos de estágio do MEEFEBS, a superação pessoal, a cooperação, a tomada de decisão e a montagem de estratégias em grupo. A nossa ACPC intitulou-se de “A Educação Física em Tempos de Mudança – Ferramentas Didáticas”. Cada núcleo de estágio foi responsável por desenvolver uma temática, em conjunto com o orientador científico, no nosso caso específico desenvolvemos uma preleção relacionada com o desenvolvimento das Competências Sociais na EF através da utilização do modelo de ensino denominado “Modelo de Educação Desportiva” (MED) na matéria

20 de ensino “Ginástica de Solo”. De uma forma mais específica, as temáticas abordadas nesta formação estavam relacionadas com a “Aptidão Física, Função Cognitiva e Rendimento Escolar” que foi desenvolvida pelo núcleo da Escola Secundária Jaime Moniz, a “Educação Inclusiva e Educação Física: do debate à reflexão” desenvolvida pelo núcleo da Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco. Outras temáticas desenvolvidas foram “Contributos do Modelo Tradicional e do “Teaching Games for Understanding” (TGfU) na Aprendizagem dos Jogos de Invasão na Aula de Educação Física” que foi desenvolvida pelo núcleo de estágio da Escola Básica e Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva (ESBDAAS) e, por fim, “O Impacto do Modelo de Competência na Aprendizagem dos Jogos de Invasão: um Estudo Experimental no Contexto Escolar” que foi desenvolvido pelos colegas do núcleo de estágio da Escola do Galeão.

Relativamente à ACPI, esta pretende a exposição oral por parte dos professores estagiários abordando uma temática em reunião do grupo disciplinar de EF. Esta atividade culmina com uma apresentação que deverá estar enquadrada com os interesses e necessidades do grupo disciplinar. Em relação, às temáticas apresentadas pelos professores estagiários, estas tiveram principal incidência sobre o trabalho desenvolvido com as turmas dos professores estagiários, durante a PL, que resultou numa Proposta de Operacionalização dos Jogos Desportivos Coletivos de Invasão (JDC-I) – Visão Específica sobre o Futebol. Esta apresentação visou a exposição de um modelo de ensino com resultados sobre a perceção dos alunos em relação às competências sociais desenvolvidas com a experienciação deste modelo. Portanto, as nossas temáticas intitularam-se de “Propostas de Operacionalização dos JDC-I” e “Proposta de Operacionalização de Orientação Funcional” que foram planeadas e apresentadas por mim e pelo meu colega estagiário Francisco Santos.

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