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6. PRÁTICA LETIVA

6.8. Turma do 6.º ano

A lecionação da turma do 6° ano da Escola Básica e Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva (EBSAAS) foi partilhada pelos 10 estagiários do MEEFEBS do presente ano letivo, englobando os 5 núcleos de estágio.

Esta possibilidade de experienciação da lecionação num contexto diferente permitiu ter um melhor conhecimento sobre diferentes realidades, nomeadamente do ensino secundário e neste caso do ensino básico.

Desta forma, cada docente estagiário lecionou 4 aulas à turma em questão (2 aulas de 90 minutos e 2 aulas de 45 minutos).

Pela constante alteração de professores estagiários, a responsabilidade da avaliação ficou a cargo do orientador cooperante deste processo. Com o intuito de promover uma continuidade no processo ensino-aprendizagem destes alunos (progressivo e ajustado às competências e necessidades), cada docente antes de iniciar a lecionação à turma em questão assistiu a pelo menos 2 aulas que foram anteriores lecionadas por outros colegas estagiários.

Numa fase pré-aula, foi-nos solicitado o envio do respetivo PdA com uma antecedência de 24 horas antes da sua operacionalização para que o professor orientador pudesse verificar um conjunto de informações que seriam pertinentes e que poderiam ser alteradas conforme a sua perceção. Já numa fase pós-aula, foi pedido uma reflexão da aula acerca do nosso desempenho e dos respetivos alunos.

Com o intuito de promovermos uma continuidade do processo pedagógico e de forma a mantermos a comunicação entre os 10 professores estagiários desta turma, criamos uma pasta partilhada na Dropbox, onde colocávamos todos os planos de aula e

77 respetivas reflexões. Assim, todos os colegas tinham acesso aos planos e reflexões de aulas, possibilitando a continuidade do processo ensino-aprendizagem da turma.

Em relação à caraterização da turma, esta não foi concretizada com o detalhe da realizada às nossas turmas de estágio curricular. A caraterização desta turma foi desenvolvida pelo orientador cooperante, tendo-nos disponibilizado algumas informações das quais salientamos:

 Turma heterogénea em relação aos níveis de proficiência;

 Turma com poucas dinâmicas de grupo e pouca relação entre géneros;  Alguns alunos com comportamentos desviantes;

 Alunos que desafiam constantemente o professor;

Assim, de acordo com estas características da turma atendemos à organização dos exercícios para que os alunos estivessem constantemente em empenhamento motor, onde concretizamos instruções curtas, reduzindo pausas e diminuindo tempos de transição. Com isto conseguimos que os alunos se concentrassem nas atividades propostas e que os mesmos evitassem comportamentos fora da tarefa (comportamentos desvio).

Outro aspeto importante a reter com estas considerações estão relacionadas com o facto de termos adaptado os exercícios de acordo com o nível dos alunos, os exercícios definidos foram enquadrados de acordo com uma perspetiva desafiante, através dos desafios constantemente criados aos alunos.

A motivação dos alunos para a aula de EF foi considerada boa, apesar dos diferentes níveis de proficiência. Apesar da prevalência da motivação, denotamos o facto de os alunos estarem muito interessados nas matérias de ensino em que estes são mais proficientes, como é o caso concreto da matéria de ensino Andebol.

Em relação aos aspetos relacionados com a socialização, era uma turma que detinha algumas vivências e relações interpessoais visto ser uma turma que já está “junta” desde 1º ciclo. No entanto, numa fase inicial de observação foi possível verificar que existe uma separação entre géneros. Os alunos tem dificuldade em aceitar as alunas no seu grupo, e em termos de jogo, raramente cooperavam com o género oposto.

Após uma breve reflexão sobre a caracterização da turma, é possível verificar que em termos de operacionalização das aulas os exercícios propostos devem conter muita prática, sendo que os tempos de transição e de instrução devem ser reduzidos evitando assim comportamentos desvio.

78 Durante o planeamento foi fundamental considerar o PNEF e as AE para o 2º ciclo de forma a enquadrar os objetivos para esta turma, mais especificamente, para os jogos pré desportivos (matéria que lecionamos no 1º período). Solicitamos comportamentos como a cooperação e as dinâmicas de grupo, visto que numa fase inicial foram detetadas limitações neste aspeto.

Tendo em vista, a abordagem tática ao jogo, os exercícios seguiram a lógica dos jogos reduzidos com objetivos que os alunos podiam atingir, no entanto, noutros casos desafiadores, de forma a manter a turma motivada e empenhada nas tarefas. Outro aspeto importante e que foi desenvolvido durante o processo de lecionação é referente ao desenvolvimento do gosto pela prática de atividade física e das aulas EF para que estes alunos continuem com a prática não só durante as aulas, como também num contexto extraescolar (Desporto Escolar e Desporto Federado).

Concretizando um balanço final sobre a lecionação a esta turma, sentimos dificuldades no controlo comportamental da turma, uma vez que existiam alunos que ao resolver os problemas decorrentes da prática tinham propensão para adotar estratégias desadequadas em função dos objetivos imediatos propostos e dos comportamentos solicitados, sendo que algumas vezes colocaram em causa o normal funcionamento da aula e, em algumas situações, colocaram em causa a integridade física dos colegas de turma. De forma a reverter estas situações, que por norma ocorriam com os alunos mais proficientes, sentimos a necessidade de complexificar os exercícios através da introdução de variantes mais específicas para cada aluno em específico. Exemplificando uma das variantes introduzidas, no caso do aluno 10, foi solicitado que este apenas podia concretizar o desarme através da interceção da bola quando o adversário realizasse o passe. Esta estratégia solicitou o comportamento de leitura da trajetória do objeto de jogo e solicitou a tomada de decisão do aluno, onde a complexidade do exercício em termos individuais aumentou e fez com que o mesmo reduzisse os comportamentos fora da tarefa.

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