• Nenhum resultado encontrado

ATIVIDADES REALIZADAS

No documento Tromboembolismo – Revisão de Literatura (páginas 59-65)

Diagrama 1 – Tríade de Virchow

4.2 ATIVIDADES REALIZADAS

Durante o período de realização do estágio, cabia ao estagiário o

acompanhamento durante as avaliações, tal como auxilio ao médico veterinário durante os exames neurológicos e ortopédicos de diagnósticos. Após o início do tratamento eram feitos os atendimentos nos diversos aparelhos de fisioterapia, com acompanhamento e orientação de um profissional já formado que trabalhava no local. As dúvidas em relação aos métodos aplicados nos pacientes que surgissem durante as sessões pelos proprietários deveriam ser sanadas pelo estagiário, quando necessário o veterinário orientador complementava a resposta para esclarecer completamente a questão.

Durante todo o estágio foram atendidos apenas cães, com exceção de um gato com suspeita de tromboembolismo que veio a óbito na 4ª sessão, sendo excluído do relato por não ter completado o tratamento proposto e sem resultado fisioterapêutico confiável neste caso. Os gatos são recebidos na clínica, porém o resultado do tratamento está diretamente ligado ao comportamento do animal, pois o estresse causado a eles durante as sessões é muitas vezes mais traumático do que terapêuticos.

Muitos dos casos eram recebidos após a realização de intervenção cirúrgica, para esses pacientes era necessário que o acompanhamento fosse feito também pelo cirurgião que interviu cirurgicamente no caso do animal, para efeitos de simplicidade de cálculos, os mesmos não foram separados na casuística.

4.3 CASUISTICA

Quadro 1 – Relação de diagnósticos por Sistemas acometidos, acompanhados durante o estágio curricular. Instituto de Reabilitação Animal. Curitiba – PR, 2017.

Patologias Número de animais

Displasia coxo femural 17

Espondilose 1

Doença do disco vertebral 24

Displasia de cotovelo 2

Hiperextensão de articulações 1

Obesidade 5

Recuperação de fratura de metacarpo 1

Encefalite do Border Collie 1

Embolia Cartilaginosa 1

Trauma medular 3

Sequela de Cinomose 3

Fortalecimento muscular 2

Hemivertebra 1

Sindrome da Cauda equina 1

Luxação de patela 10

Pinçamento de raiz nervosa 3

Artrose 5

Fonte: o autor, 2017

4.4 CONTROLE DE PESO

Nos animais obesos a hidroterapia (Figura 9) era o tratamento de escolha para perda de massa gorda e manutenção de articulações, tendões e ligamentos.

Figura 8 –Paciente em hidroterapia Fonte: o autor, 2017.

Era também utilizado em animais que possuíam sobre peso associado a algum tipo de distúrbio endócrino como hiperadrenocorticismo. Este método é escolhido pois permite que o animal pratique a atividade física, com maior resistência causada pela água, porém com impacto cobre as articulações muito diminuído em comparação com a gravidade fora da água. Como a maioria destes pacientes eram obesos, o peso suportado pelas articulações era maior do que os de cães com escore corporal adequado, tornando a hidroterapia um ambiente

adequado para as práticas esportivas, além dos benefícios associados à pratica de atividades aeróbicas e melhora das condições cardiorrespiratórias dos animais, e evitar uma possível lesão ou agravamento no caso de pacientes com alguma propensão racial ou problema individual.

Em pacientes que sentiam dor e desconforto como no caso de displasia coxo femural, displasia de cotovelo, luxação de patela, artrose, espondilose, sequelas de cinomose, etc. o tratamento tinha como objetivo diminuir o desconforto do animal, dar anelgesia e fortalecer a musculatura adjacente para evitar o deslocamento das articulações envolvidas e traumas maiores para a região envolvida.

Como protocolo de analgesia era feito sempre a magnetoterapia (Figura 10), onde se escolhe o programa adequado a patologia do paciente, sendo o tempo sempre maior (cerca de 25 a 30 minutos) nas primeiras sessões e diminuída nas sessões subsequentes ao mínimo de 15 minutos quando o paciente estava estável.

Figura 9 – Paciente em magnetoterapia. Fonte: o autor, 2017.

Associada a magneto terapia era utilizada a laserterapia para diminuição de sinais inflamatórios que geram desconforto. Porém estas duas técnicas não devem ser aplicadas em pacientes gestantes, pediátricos, oncológicos ou que já passaram por doença oncológica pois são contraindicados para estes pacientes. Em casos de necessidade era utilizada a terapia com ondas eletromagnéticas e frequências de laser diminuídas.

O ultrassom terapêutico era utilizado em casos de animais com contratura muscular principalmente. Quando um dos membros é afetado isoladamente o membro oposto tende a ser sobrecarregado, levando a contratura muscular, principalmente do músculo pectíneo, sendo este o mais comumente identificado

nesta situação durante a casuística acompanhada. O ultrassom pode ser aplicado ainda para o tratamento de outros casos como melhora da cicatriz em um caso de pós-operatório de um lipoma com cicatriz extensa em membro torácico, que

dificultava em partes a movimentação do paciente com o membro perto da cicatriz. Também eram utilizados métodos que levassem o paciente a um ganho e fortalecimento de massa muscular e consequente estabilização das articulações acometidas. Na hidroterapia é possível trabalhar os movimentos sem o impacto, que nestes casos é absorvido pelo poder se empuxo da água a qual o animal está inserido, melhorando a estabilidade da articulação envolvida, fortalecimento dos músculos adjacentes. Nestes pacientes era utilizado também o método de

cinesioterapia, com uso de bolas (Figura 10), tábuas de equilíbrio, e pranchas de equilíbrio. Este método trabalha a força muscular, equilíbrio e propriocepção dos pacientes. Exercícios realizados na cinesioterapia eram utilizados principalmente para animais com um dos membros afetados, pois estes possuem tendência de sobrecarregar o membro contralateral, sendo o membro afetado de maior dificuldade em manter o equilíbrio, além de possuir geralmente uma atrofia muscular mais acentuada, com esses exercícios é possível focar no membro menos utilizado com controle total de movimento e intensidade.

Figura 10 – Paciente praticando cinesioterapia. Fonte: o autor, 2017.

4.6 SISTEMA NERVOSO

A maioria dos casos recebidos durante o estágio dentro das afecções de sistema nervoso eram casos de pacientes com doença do disco intervertebral

(DDIV), com graus de acometimento variados e podendo ou não terem sido

submetidos a cirurgia para correção. Em casos de danos nervosos eram associadas as técnicas de eletroterapia (Figura 11) FES e TENS, para analgesia quando

necessário pelo método de TENS, e para o fortalecimento muscular pelo método de FES.

Figura 11- Paciente sob eletroterapia. Fonte: o autor, 2017.

Quando o animal não conseguia realizar movimentos de forma consciente, ou não possuía coordenação do mesmo a eletroterapia auxilia com estímulo da

musculatura que não era movimentada ativamente através de estímulos nervosos próprios, evitando estados de atrofia muscular, e regressão de estados de atrofia já existentes. Estimular as sinapses que levam a informação neurológica, melhorando a coordenação de movimentos e o aumento dos mesmos.

Também era utilizada a hidroterapia nestes casos para melhorar a

coordenação dos movimentos e estimular que o paciente realizasse a marcha, pois a banheira diminui o peso sustentado quando é realizada estas atividades de esteira, auxiliando na sustentação e movimentação. Alguns pacientes possuíam certo receio de se movimentar fora da água por conta das várias tentativas sem

sucesso após a lesão, gerando certo trauma psicológico no animal, com a facilidade da movimentação quando submersos é possível tratar estes receios que nada tem a ver com a patologia física do animal.

Os animais que sofreram lesão neurológica também eram submetidos a laserterapia em todo o segmento da coluna, que vão levar a reações bioquímicas que alteram o metabolismo celular, levando a uma recuperação mais rápida e quando recuperados a uma profilaxia a novas lesões.

Em todos os casos eram associadas técnicas de terapias adicionais quando necessários adequadas ao paciente especifico. No restante dos casos eram

estudadas as necessidades individuais para a implementação de um plano de terapia adequado e que atendesse as necessidades clinicas dos pacientes.

4.7 DISCUSSÃO

A terapia implantada é diretamente ligada a sintomatologia e diagnóstico do paciente. Na fisioterapia os tratamentos são flexíveis e se enquadram como

adequados na recuperação de diversas patologias, sendo assim a escolha de tratamento é feita individualmente, com análise de cada paciente e caso clínico, tal qual sua resposta ao mesmo durante o tempo proposto.

É notório a relação entre raças e certas patologias, sendo que animais SRD eram menos frequentes e com patologias variadas quando comparados a animais de certas raças, com pré-disposições já conhecidas. Outra característica marcante na recuperação dos pacientes era a cooperação em relação a seguir as

recomendações feitas aos proprietários sobre condutas que deveriam ser mudadas na rotina do animal em casa, animais que tiveram certas atividades restritas e mudanças de hábitos possuíam uma recuperação mais rápida e duradoura do que os pacientes que não tiveram seus maus hábitos mudados.

No documento Tromboembolismo – Revisão de Literatura (páginas 59-65)

Documentos relacionados