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Diagrama 1 – Tríade de Virchow

2.6 DIAGNÓSTICO DO TROMBOEMBOLISMO

2.7.7 Fisioterapia

No início do tratamento a manipulação dos membros afetados deve ser mínima. Porém à medida que a reperfusão sanguínea volta aos membros após o início do tratamento, a fisioterapia pode acelerar a recuperação completa. Não se deve realizar nenhuma venipunção nas pernas afetadas (DEFRANCESCO, 2003). Os recursos disponíveis na medicina veterinária são: crioterapia, eletroterapia, termoterapia, laserterapia, hidroterapia, cinesioterapia e massoterapia (SGUARIZI, 2007). A fisioterapia pode ser associada a terapia medicamentosa nos pacientes, fornecendo uma recuperação mais rápida.

O fisioterapeuta ou o próprio tutor podem utilizar de termoterapia, que é a terapia com calor. Podem ser utilizadas compressas mornas para promover a circulação do membro afetado (SANTOS, 2008), mas também pode ser feito em âmbito profissional através de terapia aquática ou ultrassom terapêutico. BISTNER et al. (2002), relatam que os efeitos do calor na fisioterapia incluem: hiperemia e dilatação de vasos cutâneos; elevação no pulso, na pressão sanguínea e na

ventilação pulmonar; aumento na transferência de metabolitos pelas membranas dos capilares e relaxamento muscular.

A hidroterapia é um método fisioterapêutico de grande valia para a

recuperação de pacientes acometidos por tromboembolismo. A água possui certas propriedades singulares que a tornam valioso agente terapêutico (BIASOLI;

MACHADO, 2006), tornando a realização de exercícios submersos diferente dos exercícios realizado fora da água. As diferenças estão ligadas ao empuxo, à pressão hidrostática e ao impacto mecânico (MIKAIL; PEDRO, 2006). A pressão hidrostática é sentida quando o animal é submerso na água, aumentando a resistência à

expansão torácica no momento da inspiração. Por isso, é preciso ter cuidado com pacientes que possuem problemas respiratórios ou cardíacos, sendo que alta taxa de pacientes acometidos são felinos cardiopatas. A pressão ajuda o animal com problemas na locomoção a realizar o movimento, pois transmite uma sensação de sustentação (MIKAIL; PEDRO, 2006).

O impacto dos exercícios submersos é reduzido. Ao contrário dos exercícios no solo, os aquáticos são executados em baixa velocidade (BIASOLI; MACHADO, 2006). A hidroterapia pode ser associada aos efeitos de calor, em que no caso do

TE possui melhoras quando associado a água aquecida Modificações fisiológicas podem ocorrer durante o exercício em água aquecida como aumento do suprimento sanguíneo para os músculos e circulação periférica, além da diminuição da pressão sanguínea e relaxamento muscular geral (LEVINE et al., 2004).

A hidroterapia pode ser feita em algumas modalidades de tratamento, que são duchas, botas com turbilhão, imersão total e imersão parcial. Nas duchas, a água exerce uma ação de massagem sobre os tecidos, melhorando a circulação

sanguínea e linfática, quando a pressão é realizada, efeito que melhora a reperfusão nos membros afetados pelo TE, associado a massagem. (MIKAIL; PEDRO, 2006; LEVINE et al., 2008). Na imersão parcial o animal deve apoiar-se no fundo do piso da piscina para realização desta prática (LEVINE et al., 2004), e é possível obter melhora da coordenação, do equilíbrio e fortalecimento muscular (LEVINE et al., 2008). Os exercícios de fortalecimento com paciente submerso utilizam o princípio físico da hidrostática, aonde é utilizada a flutuabilidade, para sustentar, auxiliar e causar resistência multidimensional constante aos movimentos (FUNG, 1990).

Também pode ser utilizada a eletroterapia, onde é feita estimulação elétrica nos tecidos afetados (LESNAU, 2006). As formas mais utilizadas da eletroterapia na Medicina Veterinária são a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) e a estimulação elétrica funcional (FES). O TENS é o método de estimulação dos nervos periféricos através de eletrodos acoplados a pele. E uma corrente analgésica, atua nos sistemas modulares da dor, aumentando sua tolerância a dor e causando uma analgesia (KIKUTI et al. 2006). A eficiência do TENS, conforme KIKUTI (2006), está diretamente relacionada a forma de estimulo, sua intensidade, frequência e a

colocação dos eletrodos. Esses cuidados possibilitam uma resposta neuromuscular eficiente, graças à variação ao tempo de ação de resposta.

A estimulação elétrica funcional (FES), é um tratamento que utiliza a corrente elétrica para provocar a contração muscular em músculos paralisados ou

enfraquecidos (PINHEIRO, 2006). Essa corrente elétrica é especifica de tal forma que possibilita a contração muscular funcional. As indicações da utilização do FES, conforme Pinheiro (2006) são: facilitação neuromuscular, controle da espasticidade, paraplegias, paraparesias, hipotrofia por desuso. E as contraindicações são de não colocar sobre a área cardíaca, lesão nervosa periférica, área com sensibilidade alterada e em pacientes refratários a estimulação eletrônica.

A laserterapia é uma modalidade que utiliza radiação eletromagnética na forma de fotões. A classificação dos lasers é feita em quatro classes de acordo com sua potência e comprimento de onda. (MILLIS; LEVINE, 2014). O laser estimula as mitocôndrias celulares, levando a um aumento na produção de ATP intracelular; melhora a produção de ácido araquidônico e a transformação de prostaglandina em prostaciclina, levando a consequente ação antiedematosa e antiinflamatória;

promove aumento da endorfina circulante (beta endorfina) o que proporciona ao paciente efeito analgésico na dor não inflamatória e melhor qualidade de vida (PETRACHY; MATZUZZI, 1984).

Outro método que pode ser aplicado a pacientes que sofrem de

tromboembolismo é a magneto-terapia. Todas as patologias em que a aceleração do processo de recuperação celular é necessária, é possível aplicar esta técnica, devido à rápida cinética dos processos induzidos por esse agente físico (MILLIS; LEVINE, 2014). Teoricamente o campo magnético criado nos aparelhos de campos eletromagnéticos pulsados de baixa frequência (CEMP-BF) vão influenciar os íons positivos e negativos a movimentarem-se intensamente na periferia dos vasos físico (MILLIS; LEVINE, 2014). Quando se aplica CEMP-BF, num paciente, as moléculas de oxigénio e hidrogénio que circulam no sangue, tornam-se magneticamente polarizadas e agregam-se com maior eficiência a outros componentes sanguíneos (GAYNOR, 2015). A alteração do padrão e corrente iónica pode potencialmente levar a vasodilatação, com um consequente aumento do fluxo sanguíneo. Contudo estas forças são fisicamente menores que as do músculo cardíaco (MILLIS; LEVINE, 2014)

São consideradas uma importante ferramenta da fisioterapia humana em diversos países, chegando a pouco tempo a clínica brasileira. Trata-se de um método não invasivo, seguro e de fácil manejo para o tratamento de diversas patologias que possuam como características dor, inflamação e regeneração, causando efeitos biológicos em organismos, sistemas e órgãos (DIAZ et al., 1995). Ao nível celular tem efeito normalizador do potencial de membrana e estimula o metabolismo celular; no tecido, é um potente estimulador metabólico de células, tecidos e órgãos (ZARAGOZA, 1992). Os defensores da magneto-terapia apontam ainda para um efeito analgésico, resultante da libertação de opioides endógenos (grupo das beta-endorfinas), que diminuem a dor e aumentam o bem-estar

em casos de suspeita ou confirmação de processos neoplásicos,

hiperfuncionalidade das glândulas tireoide e suprarrenais, miastenia grave, hemorragias e em casos de infecções fúngicas e virais, pois o tratamento pode acelerar o processo de proliferação celular, aumentando consequentemente o quadro infeccioso (MEYER et al., 2010).

No documento Tromboembolismo – Revisão de Literatura (páginas 51-54)

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