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Ativo permanente

No documento 1. INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE (páginas 36-42)

6. O BALANÇO PATRIMONIAL

6.1. Aspectos Conceituais e Estruturais do BP

6.2.3. Ativo permanente

O Ativo circulante é a parcela do Ativo que possui o menor grau de liquidez e está associado às aplicações fixas ou permanentes relativas aos ativos da organização.

Ativo permanente é o conjunto de bens e direitos que uma organização possui e não tem a intenção de se desfazer, bem como as despesas que contribuirão para a obtenção de resultados operacionais para mais de um Exercício Social, que estão relacionados à sua estrutura sem haver um período previamente estabelecido para a sua permanência como um elemento pertencente ao Ativo.

O termo permanente está associado à inexistência de intenções da organização em converter em moeda corrente certos elementos pertencentes ao Ativo.

O Ativo permanente é composto por diversos elementos distintos, mas alguns deles são comuns para a maioria das organizações, que são:

• Imobilizado; • Diferido.

Os investimentos são os recursos financeiros direcionados para a participação permanente em outras sociedades, bem como outras modalidades de direitos que não sejam classificáveis como elementos do Ativo circulante ou do Realizável a longo prazo e que não estejam relacionados com a manutenção das atividades operacionais da organização.

Para que um investimento seja considerado Permanente se faz necessário que haja uma intenção clara da empresa em mantê-lo em caráter permanente.

Existindo a possibilidade de haver diferentes interpretações sobre a intenção de manter a posse de determinado Ativo, a contabilidade dispõe de uma imposição legal para atuar como parâmetro.

Desta forma, os investimentos serão classificados como elementos pertencentes ao Ativo Permanente em duas modalidades, a saber:

• Intenção espontânea e explícita da manutenção do investimento; • Intenção presumida em função da legislação.

A intenção espontânea estará relacionada à importância e destinação de certo elemento do Ativo Permanente dentro da carteira de ativos.

A participação societária em outras organizações pode ser originada de necessidades estratégicas vinculadas ao mercado, aos canais de distribuição, à tecnologia aplicada no negócio, ou sua posição dentro da cadeia produtiva.

Uma organização poderá ter participação societária de maneira espontânea sem possuir qualquer motivação estritamente corporativa, comercial ou mercadológica.

Exemplos:

A aquisição de ações ou títulos de participação societária é registrada em uma conta normalmente denominada Participações societárias.

Reservas de recursos naturais destinados à preservação ambiental são registrados em uma conta normalmente denominada Investimentos em Meio Ambiente.

Também é possível que uma organização busque a participação societária em outras organizações considerando alguns benefícios fiscais relacionados à operação.

Será considerada presumida a intenção de permanência caso um determinado elemento seja registrado como Investimento no Balanço Patrimonial referente a um determinado Exercício Social sempre que ele tenha sido registrado no Exercício Social anterior como Ativo circulante, mas que não tenha sido realizado.

Outro fator importante consiste na conceituação de destinação de determinado recurso para a manutenção das atividades da organização.

Também podem ser considerados investimentos os elementos do Ativo relacionados a Direitos de qualquer natureza, desde que não sejam classificados como ativos realizáveis e que não possam estar associados às atividades da organização, tais como a propriedade de obras de arte ou imóveis destinados para arrendamento.

O imobilizado se refere aos bens e direitos pertencentes à organização que possuem natureza permanente e que estejam relacionados com a manutenção das atividades operacionais ou que sejam destinados para esta finalidade, incluindo os direitos associados à propriedade industrial ou comercial.

O imobilizado, considerando este conceito bastante abrangente, podem ser classificados em duas modalidades sobre sua natureza, a saber:

• Tangíveis; • Intangíveis.

Os imobilizados tangíveis são aqueles que são avaliados, classificados e contabilizados em função de possuírem estados físicos específicos, tais como móveis, equipamentos, máquinas e benfeitorias.

Exemplo:

A propriedade da patente de um processo de fabricação que não seja usado pela organização será registrada em uma conta denominada Investimentos em Patentes.

Caso a organização passe a utilizar este processo de fabricação, o registro poderá ser efetuado em uma conta normalmente denominada Investimento Imobilizado.

Os imobilizados intangíveis são aqueles que cujo valor patrimonial não está associado a qualquer aspecto físico específico, mas em função dos direitos de propriedade conferidos tais como patentes e direitos autorais.

A maneira pela qual os ativos estejam relacionados ao Patrimônio de uma organização definirá a sua classificação contábil, seja pela forma de utilização ou pelo destino dado, identificarão se eles estão vinculados a direitos de propriedade sobre bens destinados à manutenção das atividades ou a direitos outros exercidos com a mesma finalidade.

As benfeitorias realizadas em imóveis arrendados também podem ser registradas como pertencentes ao Imobilizado, pois elas se destinam a dar suporte às atividades operacionais da organização.

Desta forma, fica evidente que o Ativo imobilizado pode ser composto por elementos bastante diversos e que a classificação de seus elementos formadores dependerá de critérios bastante apurados para evitar erros de registro e controle do Patrimônio.

Os diferidos são as aplicações de recursos em despesas que estejam relacionadas com serviços prestados por terceiros que contribuirão para a formação de resultados para mais de um Exercício Social.

Exemplo:

O adiantamento de recursos a fornecedores destinados à aquisição de bens que serão parte integrante do Ativo imobilizado pode ser incluído no Ativo Permanente.

Exemplo:

Construções em terrenos arrendados de terceiros para instalações físicas relacionadas às atividades operacionais.

Os ativos diferidos possuem algumas características peculiares que os distinguem dos demais ativos, a saber:

• São ativos geralmente intangíveis e estão sujeitos à amortização durante o tempo em que estiverem contribuindo para o resultado;

• Estão relacionados a despesas incorridas ao longo do desenvolvimento de algum projeto específico;

• Estão vinculados a despesas incorridas em pesquisas relacionadas a modernização da empresa bem como ao desenvolvimento de novos produtos, processos, métodos e fórmulas;

• Não podem ser bens corpóreos, uma vez que estes devem ser classificados no Imobilizado;

• Constitui-se em uma exceção às regras de classificação dos elementos pertencentes ao ativo uma vez que não são nem bens nem direitos;

• Não são confundidos com as despesas pagas antecipadamente.

Em síntese, os ativos diferidos podem estar associados a despesas pré-operacionais, despesas em pesquisa e desenvolvimento bem como despesas vinculadas ao desenvolvimento de processos, métodos e softwares.

As despesas pré-operacionais estão associadas a gastos que uma organização possa vir a ter antes de iniciar suas atividades operacionais.

As despesas em pesquisa e desenvolvimento estão associadas aos gastos que uma organização tem a partir do desenvolvimento de novos produtos, serviços ou processos.

Exemplo:

As despesas com aluguéis, energia elétrica, comunicações construções que ocorram antes do início das atividades operacionais são classificadas como despesas pré-operacionais.

As despesas em desenvolvimento de softwares estão associadas aos gastos que uma organização tem a partir da concepção e desenvolvimento da engenharia de programa, da lógica de fluxos, bem como do design de comandos de programação para novos softwares.

Podem ocorrer exceções às características básicas que definem os ativos diferidos quando se observa que alguns bens corpóreos são considerados como diferido desde que não possuam nenhuma utilidade para a organização além de participação em experimentos e protótipos.

6.3. Passivo

O passivo é o conjunto de todas as obrigações ou dívidas que uma organização possui. O passivo representa a maneira pela qual uma organização está obtendo todos os recursos disponíveis.

De maneira semelhante aos Ativos, uma colocação dos diversos elementos que compõem as obrigações de um certo Patrimônio de maneira aleatória, mesmo que todos os fatos contábeis fossem registrados e acumulados em suas respectivas contas, não seria útil em termos de referência financeira para o controle e para a tomada de decisão.

Exemplo:

As despesas com salários dos profissionais responsáveis pelas pesquisas, bem como materiais e serviços de terceiros são classificadas como despesas em pesquisa e desenvolvimento.

Exemplo:

As despesas com salários dos profissionais responsáveis pelo desenvolvimento de novos programas, materiais, serviços de terceiros, bem como tecnologias são classificadas como despesas em desenvolvimento de software.

A ordenação das diversas contas que compõem o Passivo, portanto, deve obedecer a uma condição estabelecida como padrão. Este padrão está relacionado ao grau de exigibilidade das contas em uma ordem decrescente.

Exigibilidade é o prazo de pagamento que um determinado elemento patrimonial pertencente ao Passivo possui para ser honrado.

Quanto menor for o prazo de pagamento, maior será a exigibilidade de uma determinada obrigação ou dívida.

Com relação à posição no Balanço, quanto maior for a exigibilidade de uma determinada obrigação ou dívida, mais acima será a sua localização. Por outro lado, quanto menor for a sua exigibilidade, mais abaixo ficará a sua posição.

Considerando estas variações acerca do grau de exigibilidade, a contabilidade apresenta uma classificação apropriada para a localização das obrigações e dívidas no Passivo do Balanço em quatro modalidades, a saber:

• Passivo circulante;

• Passivo exigível a longo prazo;

• Passivo relativo a resultados de exercícios futuros; • Patrimônio líquido.

Da mesma forma que ocorre com as contas do Ativo, esta classificação está relacionado aos conceitos de curto e longo prazo.

Como já foi afirmado anteriormente, a Contabilidade considera que curto prazo está relacionado ao período que compreenderá do início ao término do Exercício Social subseqüente.

Para as organizações que possuem ciclos operacionais maiores que doze meses, o parâmetro utilizado para identificar fatos contábeis pertencentes ao Passivo circulante ou ao exigível a longo prazo será um intervalo de tempo relativo ao ciclo operacional.

No documento 1. INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE (páginas 36-42)

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