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F ATORES QUE IMPACTAM O PIB

Diversos economistas têm estudado os fatores que impactam o PIB através das teorias já apresentadas, de validações numéricas para estes modelos e outras análises que verificam a significância de parâmetros estimados para os modelos.

Alesina, Devleeschauwer e Easterly (2003) propõem uma nova forma de avaliar a etnia, linguística e religião correlacionando com crescimento dos países. Mostram que embora existam correlações com relação à latitude o fator causador está relacionado ao tipo de colonização de alguns países influenciando em sua forma de crescimento. Sala-i-Martin (1997) verifica que as variáveis regionais como África Sub-Sahariana e América Latina são

31 negativamente relacionados ao crescimento e a Latitude absoluta, ou seja, quanto mais afastado do Equador melhor é o crescimento.

Barro & McCleary (2003) relaciona o crescimento com a religião. Defende que o fato de um país acreditar em Deus faz com que seu PIB per capita seja maior. Por outro lado também apresenta que o fanatismo religioso e a frequência a cultos, reduz a velocidade de crescimento dos países. Para Sala-i-Martin (1997), confucionistas, budistas e muçulmanos tem correlação positiva e, por outro lado, protestantes e católicos apresentam uma correlação negativa com o crescimento do PIB per capita.

A democracia também é um dos fatores encontrados como elemento influenciador do crescimento do PIB. Barro (1996) apresenta, através de indicadores, que a existência de um país democrático e que respeita os direitos do cidadão tem maior taxa de crescimento.

Barro (1996) defende que o baixo consumo do governo e o aumento do capital humano contribuem para o crescimento de longo prazo.

Barro e Lee (2001) anteriormente já haviam mostrado o impacto da educação no crescimento de um país, ou seja, um país que investe na educação de sua população cria um maior capital humano, que proporciona novas inovações e geração de tecnologia que por consequência impulsionará o crescimento. Barro (2001) apresenta um novo estudo que relaciona o tempo dedicado ao estudo e o aprendizado das técnicas com o aumento da produtividade.

Mulligan e Sala-i-Martin (1993) realizaram um estudo sobre o capital humano e a produtividade. Compararam um operador sem escolaridade e mostraram que na década de 1980 algumas profissões foram mais valorizadas em função dos operadores terem melhor desempenho nos processos produtivos. Estas profissões por gerarem maior produtividade marginal eram melhores remuneradas e valorizadas pelas empresas.

32 Barro (2000), utilizando a curva de Kuznets, mostra a diferença entre países pobres e ricos em função dos investimentos existentes. Em uma análise mais ampla Barro, Mankiw e Sala-i- Martin (1995) apresentam o impacto do crescimento de economias quando os mercados estão abertos ao capital e ao trabalho. Neste caso, ao abrir a economia para receber novos trabalhadores, pode existir um movimento de aumento de capital no steady state caso este trabalhador seja produtivo e traga consigo um maior capital para a economia. (BARRO, 2001). Alesina e Summers (1993) estabelecem uma correlação entre independência dos Bancos Centrais e menor taxa de inflação para o crescimento dos países. Relacionam também o crescimento, desemprego e as taxas de juros mostrando que existe uma cominação para cada um destes fatores com relação ao crescimento do PIB per capita. Sala-i-Martin (1997) mostra que distorções de taxa de câmbio real e desvio-padrão do prémio no mercado negro apresentam resultados negativos com relação ao crescimento do PIB per capita.

Alesina, Ozler, Roubini e Swagel (1996) fazem uma avaliação da estabilidade política e crescimento dos países. Afirmam que menores crescimentos estão relacionados com a chance de existir instabilidade política nos países. Esta instabilidade também impacta a qualidade da educação, fertilidade e nível de investimentos no país. Se estes fatores forem baixos o crescimento do PIB também será menor. Sala-i-Martin (1997) comprova que a existência de regras de direito, direitos políticos e liberdade civil é positiva para o crescimento. Porém, número de revoluções, golpes militares e guerras é prejudicial.

Alesina e Rodrik (1994) apresentam a relação entre crescimento do PIB per capita com relação à impostos e salários. Mostram que o aumento de impostos e salários acima da produtividade marginal do trabalho faz com que exista uma redução do crescimento dos países.

33 2 MODELO DE CRESCIMENTO DE SOLOW E SWAN (TAXA DE POUPANÇA

EXÓGENA)

O modelo de Solow e Swan relaciona a variável endógena da produção agregada que representa os bens físicos como prédios, estradas, móveis, carros, alimentos, etc. para que possam ser consumidos ou poupados pelas famílias em determinado tempo. Esta variável é explicada em função de outras três variáveis sendo: Capital Físico , Trabalho e Tecnologia � de acordo com a equação a seguir:

= [ , , � ] Equação 1

O Capital Físico , representa os prédios, equipamentos e insumos, ou seja, todos os bens necessários para a produção agregada. A segunda variável, o Trabalho , representa as pessoas necessárias para se produzir os bens. Esta entrada inclui o número de trabalhadores e o total de tempo trabalhado tal como inclui-se também habilidades físicas, competências e saúde. O trabalho, tal como o capital, é considerado como uma variável de entrada rival, ou seja, um trabalhador não pode fazer duas atividades sem reduzir o tempo de uma primeira. As atividades só podem ser realizadas de forma independente e o trabalhador, ou o uso do capital, deve ser dedicado à realização de uma atividade para depois se executar a outra.

A terceira variável é o Conhecimento e Tecnologia representada por � . Trabalhadores e equipamentos necessitam de um procedimento, uma fórmula ou uma orientação para que possam produzir, ou seja, para que possam orquestrar o tempo, os equipamentos e o trabalho e transformá-los na produção dos bens desejados.

Um dos pontos chaves no fator tecnologia, é que ela não está igualmente disponível entre as empresas e países. Assim, considerando cenários de trabalho e capital iguais, aqueles países que possuem tecnologia mais desenvolvida desempenharão vantagem produtiva sobre os países menos desenvolvidos tecnologicamente.

34 Por outro lado, a tecnologia e conhecimento são não rivais, ou seja, duas ou mais empresas podem utilizar uma mesma fórmula, procedimentos e equipamentos para alcançarem melhores resultados.

Nessa primeira situação, assume-se apenas um setor de produção, e toda produção agregada, em uma economia fechada, é transformada em Consumo e Investimento . O Investimento pode ser utilizado no futuro para criar novas unidades de Capitais Físicos (equipamentos, prédios, etc.) ou substituir o capital antigo que está sendo depreciados.

= + Equação 2

O Investimento pode ser calculado como a diferença entre a Produção e o Consumo . A função utilizada por Solow-Swan considera que existe uma proporção denominada . que representa a proporção de que é poupada. Deste modo, a quantidade investida é dada por uma proporção s (exógena para o modelo de Solow e Swan) em todo tempo t tal como na equação a seguir:

= − = . Equação 3

Em uma economia aberta, novas variáveis devem ser consideradas. Neste caso, além do Consumo e do Investimento, devem ser acrescentadas as variáveis que representem o Débito Internacional , Taxa Internacional � , Gastos Públicos e Exportações Líquidas

, ou seja, a diferença entre as Exportações e Importações .

35 2.1 PROPRIEDADES DAS FUNÇÕES PRODUÇÃO

As funções de produção neoclássicas representadas pelo modelo Solow-Swan devem satisfazer a quatro propriedades: a) retornos constantes de escala, b) positiva com retornos decrescentes, c) condições de Inada e d) essencialidade.

a) Retornos Constantes de Escala: ou seja, se os fatores da função forem multiplicados por tem-se . .

[ , , �] = . [ , , �] para todo > Equação 5

b) Positiva com Retornos Decrescentes: as derivadas parciais de cada fator da função de produção possuem valores maiores que zero e as segundas derivadas com relação ao mesmo fator de produção produzem valor inferior a zero.

, =� >Equação 6

, < Equação 7

, = �� > Equação 8

, < Equação 9

c) Condições de Inada: o Limite da primeira derivada com relação aos fatores de produção, quando estes tendem a zero, é igual a Infinito e quando os fatores tendem a Infinito, o Limite tende a zero.

lim = ∞ lim = ∞ Equação 10

36 d) Essencialidade: a Função de produção é igual a zero quando algum fator é zero e a derivada

é maior que zero.

, = , =

, =

>

Equação 12

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