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ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA USF NO TRABALHO COM OS PACIENTES

No documento GISLAINEALINEDASILVA (páginas 31-36)

Ao planejar o atendimento ao diabético em um serviço de atenção básica, deve-se estabelecer até que grau de complexidade se dará o controle glicêmico - apenas com

tratamento com hipoglicemiante oral ou, além deste, também com insulina, pois o grau de treinamento da equipe e os recursos necessários no serviço aumentam com a complexidade do manejo (Brasil 2006).

Segundo Souza et al (2009), a assistência ao diabético deve estar voltada a prevenção de complicações, avaliando e controlando os fatores de risco, estimulando a autonomia e o autocuidado. O serviço deve garantir o agendamento individual ou em grupo de acordo com o projeto terapêutico, estabelecido pela equipe de referência.

Souza et al (2009), traz ainda que a atuação do enfermeiro nos programas de hipertensão e diabetes HIPERDIA é da maior relevância, por sua visão e prática global das propostas de abordagem não farmacológica e medicamentosa, além de sua participação em praticamente todos os momentos do contato dos pacientes com a unidade.

As atribuições do profissional Enfermeiro frente ao trabalho com a diabetes mellitus de acordo com Brasil (2006) incluem estratégias como: desenvolver atividades educativas individuais ou em grupos com os pacientes diabéticos; realizar consulta de enfermagem com pessoas com maior risco para diabetes tipo II e encaminhar ao médico da unidade para rastreamento os casos positivos para glicemia de jejum; abordar fatores de risco, estratificando risco cardiovascular; orientar mudanças no estilo de vida e tratamento não medicamentoso; verificar adesão e possíveis intercorrências ao tratamento; estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos de pacientes diabéticos) e realizar o exame dos membros inferiores para identificação do pé em risco.

De acordo com Souza et al (2009) ao profissional enfermeiro também compete: assistir o paciente portador de diabetes realizando consulta de enfermagem para prescrição de enfermagem e também formar grupos educativos e de controle.

1.14.1.A consulta de enfermagem

Segundo Santos (2003), a consulta de enfermagem é uma relação de ajuda e uma situação de aprendizagem entre cliente e enfermeiro, em busca da solução de problemas no sentido de auxiliar na qualidade de vida do cliente.

A consulta de enfermagem está ligada ao processo educativo e deve estimular o cliente em relação ao autocuidado. Representa importante instrumento de estímulo à adesão aos programas de hipertensão e diabetes. Tal atividade é fundamental no acompanhamento, sensibilizando o cliente sobre a sua condição de saúde e como seguir o seu plano de tratamento. Deve ter sempre como foco principal os fatores de risco que influenciam o

controle da hipertensão e diabetes, ou seja, as mudanças no estilo de vida do paciente, incentivo a atividade física, a redução do peso corporal e o abandono do tabagismo. Deve também estar voltada para atualização das rotinas dos programas, prevenção de complicações com a manutenção de níveis pressóricos e glicêmicos normais e controle de fatores de risco (SOUZA et al, 2009).

Para Vasconcelos et al (2000), a consulta de enfermagem é um momento através do qual pode-se ajudar na conscientização de pacientes diabéticos a respeito da doença e seu controle tornando-os mais ativos no próprio tratamento.

Dentro desse contexto Vasconcelos et al (2000) ainda ressalta a função do Enfermeiro no cuidado ao diabético através de Consultas de Enfermagem que objetivam estender os conhecimentos do paciente acerca do Diabetes conscientizando-o da importância da mudança de comportamentos e atitudes a fim de conquistar auto - estima, vontade de aprender, controlar o Diabetes, proporcionando uma convivência mais feliz no seio familiar e no contexto social.

Santos (2003) define as fases da consulta de enfermagem - Histórico de enfermagem

a. Identificação do cliente (dados sócio-econômicos, ocupação, moradia, lazer e religião); b. Antecedentes familiares e pessoais (agravos à saúde);

c. Medicações em uso (investigando efeitos colaterais);

d. Hábitos alimentares, incluindo horário, tipos de alimentos, quantidade e modo de preparo. Avaliação de períodos nos quais a dieta não é cumprida (diarréia, falta de apetite, festas e excesso de exercícios);

e. Hábitos de vida (tabagismo, alcoolismo, drogadição, sono e repouso, higiene e eliminações);

f. Queixas atuais (alergias, alterações visuais, parestesias, citologia oncótica e queixas ginecológicas para mulheres);

g. Percepção e perspectivas do cliente frente a patologia, tratamento e autocuidado; h. Exame físico.

Dados antropométricos e IMC (índice de massa corpórea); PA sentado, em pé e deitado;

Freqüência cardíaca e respiratória; Alterações de visão;

Cavidade oral (dentes, prótese, queixas, dores, desconfortos, data do último exame odontológico);

Tórax (ausculta cardiopulmonar); Abdome (avaliação renal);

Avaliação ginecológica (ciclo, DUM, último C.O., prurido e desconforto); Avaliar sistema músculo esquelético:

- MMSS (atrofia, unhas e edemas)

- MMII (simetria, edema, dor, pulso pedioso e lesões)

- Pés (bolhas, sensibilidades e ferimentos, calosidades e unhas)

- Articulações (capacidade de fixação extensão, limitações de mobilidade, edemas, presença de líquido, temperatura, resíduos, formações modulares nos tecidos em volta das articulações) - Coluna vertebral (lordose, cifose, escoliose)

- Levantamento de problemas/diagnósticos de enfermagem - Prescrição de enfermagem

- Orientações higieno-dietéticas, hábitos de vida, medicações em uso e ao programa de acompanhamento

- Solicitação de exames previstos no protocolo (se necessário) - Fornecer a medicação em uso, se necessário.

1.14.2.Planejamento da Assistência

São estratégias para prevenir, minimizar ou corrigir os problemas identificados nas etapas anteriores, sempre estabelecendo metas com o paciente. Sempre lembrar que o ponto mais importante no tratamento é a educação do paciente, em especial, o diabético devido às graves complicações da doença (BRASIL, 2006).

1.14.3.Prescrição padrão de enfermagem para o paciente diabético (BRASIL,2006).

1. Proporcionar ambiente tranqüilo e confortável para a interação profissional de saúde/ cliente.

2. Verificar PA/ pulsos periféricos (radial/ pedioso)/ FR e peso. 3. Averiguar presença de edema de MMSS e II.

4. Inspecionar integridade cutânea dos pés e tipo de corte de unha.

6. Registrar dieta realizada pelo paciente no dia-a-dia e reforçar a dieta prescrita pelos médicos/ enfermeiros e/ ou nutricionista.

7. Checar com o paciente a forma e os horários da medicação prescrita.

8. Verificar e estimular a atividade física desenvolvida pelo paciente, de acordo com a liberação médica.

9. Perguntar ao paciente sobre sintomas relacionadas a patologia de base (cãibras, poliúria, impotência sexual, paralisias, polidipsia, alteração visual, polifagia, integridade da pele). 10. Indagar ao paciente sobre dúvidas relacionadas ao auto cuidado.

11. Agendar grupos de orientação ao autocuidado com o enfermeiro de acordo com a necessidade do paciente.

No documento GISLAINEALINEDASILVA (páginas 31-36)

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