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DO PROJETO DE LEI Nº 60/2016 DE AUTORIA DO VEREADOR SENHOR TONHÃO DO VETERANOS, QUE “AUTORIZA A UTILIZAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS DE

PRIMEIRA DISCUSSÃO

DO PROJETO DE LEI Nº 60/2016 DE AUTORIA DO VEREADOR SENHOR TONHÃO DO VETERANOS, QUE “AUTORIZA A UTILIZAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS DE

PUBLICIDADE PARA CAMPANHAS EDUCATIVAS SOBRE ATOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER”.

PROCESSO:

PROTOCOLADO EM 19 DE ABRIL DE 2016, SOB Nº 104/2016. PUBLICAÇÃO:

PROJETO DE LEI PUBLICADO EM 28 DE ABRIL DE 2016. PRAZO DE TRAMITAÇÃO:

65 O FIXADO PARA AS COMISSÕES TÉCNICAS ÀS QUAIS FOI DISTRIBUÍDA A PRESENTE PROPOSITURA. QUORUM DE VOTAÇÃO: MAIORIA SIMPLES. PROCESSO DE VOTAÇÃO: NOMINAL. PROJETO DE LEI Nº 60/2016

Autoriza a utilização de espaços públicos de publicidade para campanhas educativas sobre atos de violência contra a mulher.

Art. 1º - O Poder Executivo Municipal, fica autorizado a utilizar os espaços públicos do município, tais como escolas, creches, hospitais, veículos e paineis publicitários eletrônicos, para campanhas educativas permanentes, sobre atos de violência contra a mulher.

Art. 2º - As campanhas educativas deverão ser feitas através de materiais de publicidade que serão fixados em diversos locais visíveis e de grande circulação de pessoas.

Art. 3º - A confecção dos materiais e divulgação da campanha deverá partir do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e de colaboradores.

Art. 4º - As despesas decorrentes da execução da presente Lei correrão por conta de dotação orçamentária própria.

Art. 5º - A presente Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições em contrário.

J U S T I F I C A T I V A

O presente projeto tem como objetivo principal combater a prática de violência contra as mulheres, assim como incentivar as denúncias em face desse problema. Objetiva-se tratar do assunto de forma educativa, utilizando os espaços públicos de publicidade para a realização de campanhas que abordem o tema.

Se aprovada, a lei poderá ser usada como fundamentação para ações educativas sobre a violência contra a mulher em espaços públicos como escolas, creches, hospitais, veículos a serviço do pode público e outros locais visíveis e com grande circulação de pessoas. A produção dos materiais de divulgação deverá ser debatida pelos órgãos de gestão de políticas para as mulheres do poder executivo e pela sociedade civil, por meio do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.

66 A permanência da violência contra as mulheres é ainda uma triste característica da nossa sociedade. Não à toa, o tema tem sido abordado de forma mais frequente na mídia, ambientes educacionais e acadêmicos. Teve destaque em 2015 a redação do Exame Nacional do Ensino Médio, cujo tema foi "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira".

De acordo com matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, em 8 de março de 2016, foram registrados nos dez primeiros meses de 2015 63.090 denúncias de violência contra a mulher - o que corresponde a um relato a cada 7 minutos no País. Os dados são da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), a partir de balanço dos relatos recebidos pelo Ligue 180.

Entre estes registros, quase metade (31.432 ou 49,82%) corresponde a denúncias de violência física e 58,55% foram relatos de violência contra mulheres negras.

O Ligue 180 também registrou 19.182 denúncias de violência psicológica (30,40%), 4.627 de violência moral (7,33%), 3.064 de violência sexual (4,86%) e 3.071 de cárcere privado (1,76%). Os atendimentos registrados mostram ainda que 77,83% das vítimas têm filhos e que mais de 80% destes filhos presenciaram ou também sofreram a violência.

Os dados mostram ainda que, entre os relatos de violência, 85,85% corresponderam a situações em ambiente doméstico e familiar. Na maioria dos relatos (67,36%), as violências foram cometidas por homens com os quais as vítimas tinham ou já tiveram algum vínculo afetivo, como cônjuges, namorados, ex-cônjuges ou ex-namorados.

A Lei 11340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, foi uma conquista histórica no combate à violência contra as mulheres no Brasil. Esse dispositivo legal brasileiro aumentou o rigor das punições sobre crimes domésticos. Ademais, de acordo com o artigo 3º, parágrafo1º, da referida lei:

O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Além do arcabouço legal vigente, existem ações desenvolvidas pela Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal e diversos programas de âmbito nacional que enfrentam essa questão, porém nem sempre são divulgados de maneira adequada. Programas como “Mulher: Viver sem Violência, disque-denúncia” e a Central de Atendimento 180, por exemplo, carecem de maior divulgação e é função do poder público garantir acesso a esses serviços.

Por ser um problema enraizado em questões históricas e culturais de nossa sociedade, se faz necessário discutir, entender e mudar este quadro, a fim de estancar este flagelo que atinge a todas as camadas sociais, fazendo com que seja rompido o silêncio que acoberta tantas atrocidades cometidas.

Tematizar esse tipo de violência nos espaços públicos é fundamental pois, por serem locais de grande movimentação de pessoas, ao promover o debate e desenvolver ações preventivas e educativas

67 voltadas à questão, inclusive com campanha publicitária nesses ambientes, esperamos ajudar a dar um largo passo na visibilidade, enfrentamento e superação do problema.

Desta forma, solicitamos que após a apreciação do projeto ora encaminhado pelas respectivas comissões legislativas, seja o mesmo apreciado pelo plenário dessa Casa Legislativa e ao final aprovado, permitindo assim a implantação das mudanças ora requeridas.

Firme no propósito de sempre contribuir para o desenvolvimento de nosso Município, renovo os votos de estima e consideração.

PARECER DA COMISSÃO DE JUSTIÇA E REDAÇÃO, POR INTERMÉDIO DOS VEREADORES SENHORES MOACIR ROMERO – PRESIDENTE, TÉO FEOLA E DR. ALFREDO ONDAS - MEMBROS.

Concluímos após a leitura e a análise do presente Projeto de Lei que nada obsta sua regular tramitação, discussão e votação em plenário.

Quanto ao mérito nos reservamos no direito de nos manifestar em plenário É o Parecer

Plenário Dr. Antônio A. Lobo, em 09 de Maio de 2016 MOACIR ROMERO

PRESIDENTE

DR. ALFREDO ONDAS TÉO FEOLA

MEMBRO MEMBRO

PARECER DA COMISSÃO DE OBRAS, SERVIÇOS PÚBLICOS E ATIVIDADES PRIVADAS POR INTERMÉDIO DOS VEREADORES SENHORES DAVI RAMOS – PRESIDENTE E