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Avaliação e adequação de fundos próprios

No documento Relatório de Disciplina de Mercado (páginas 44-47)

RÁCIO DE ALAVANCAGEM

4.3 Avaliação e adequação de fundos próprios

156. Tendo presente a Declaração do Apetite ao Risco, o CA visa a manutenção de um nível de capital adequado à evolução do negócio do Grupo e que lhe assegure indicadores de solvabilidade satisfatórios e compatíveis com as recomendações prudenciais, assim como do ponto de vista económico.

157. O decréscimo dos rácios de capital a dezembro de 2020 face a dezembro de 2019 foi motivado pela redução dos fundos próprios com destaque para o efeito phase in, associado essencialmente ao reconhecimento de impactos da adoção inicial da IFRS 9, bem como pela evolução dos resultados do exercício de 2020. Em sentido contrário destaque para a emissão de dívida subordinada elegível para fundos próprios de nível 2 no montante de 50 milhões de euros ocorrida no final do primeiro semestre de 2020. Este efeito ao nível dos fundos próprios

Relatório Disciplina de Mercado 2020 44

foi atenuado pela redução de cerca 440 milhões de euros dos ativos ponderados pelo risco, decorrente essencialmente das variações na carteira de crédito, na carteira de títulos de dívida, bem como pelos efeitos da titularização sintética realizada em dezembro de 2020.

158. O quadro seguinte apresenta um resumo dos principais indicadores de capital quer em phasing in, quer em full implementation. Tal como referido anteriormente, os efeitos da nova regulamentação de Basileia III (CRD IV/ CRR) serão gradualmente introduzidos.

Quadro 10 | Indicadores de capital

Phasing in dez-2020 set-2020 jun-2020 dez-2019

Rácio CET1 11,6% 11,7% 11,5% 12,4%

Rácio T1 11,6% 11,7% 11,5% 12,4%

Rácio Capital Total 13,8% 13,8% 13,5% 13,9%

Rácio de Leverage 6,0% 6,5% 6,3% 7,0%

Full Implementation dez-2020 set-2020 jun-2020 dez-2019

Rácio CET1 10,1% 10,2% 10,3% 11,2%

Rácio T1 10,1% 10,2% 10,3% 11,2%

Rácio Capital Total 12,3% 12,3% 12,3% 12,8%

Rácio de Leverage 5,2% 5,7% 5,6% 6,4%

159. Na sequência do processo anual de supervisão, designado de Supervisory Review and Evaluation Process (SREP), o requisito aplicável de Pilar 2 para o Grupo é de 3,25%.

160. Os requisitos mínimos, que incluem as componentes de requisitos mínimos (Pilar 1), requisitos específicos decorrentes do SREP (Pilar 2) e requisitos combinados das reservas, em dezembro de 2020 eram os seguintes:

161. Em consequência da pandemia de Covid-19, e em linha com a decisão tomada pelo BCE para

as instituições significativas, o Banco de Portugal tomou um conjunto de medidas com vista a flexibilizar os requisitos regulatórios e de supervisão, permitindo que as instituições de crédito menos significativas sujeitas à sua supervisão operem, de forma temporária, com um nível inferior à da reserva combinada de fundos próprios (OCR), considerando que as reservas de capital foram concebidas para permitir que as instituições de crédito resistam a situações especialmente adversas.

162. Com referência a 31 de dezembro de 2020, os rácios de capital reportados pelo Banco Montepio encontravam-se acima dos níveis prudenciais exigidos tendo em consideração as medidas de flexibilização emitidas pelo Banco de Portugal no contexto da pandemia de Covid-19. Não obstante, o Conselho de Administração encetou um conjunto de iniciativas com vista a reforçar os rácios de capital que se encontram em curso.

163. O Grupo tem instituído um processo de auto-avaliação da adequação do capital interno (ICAAP), que constitui uma componente essencial na gestão de risco e visa desenvolver uma análise da adequação do capital interno do Grupo, tendo por base uma avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos a que se encontra exposto na sua atividade. A aferição dos controlos internos e da sua efetividade na mitigação da exposição a estes riscos e a simulação de um conjunto de cenários adversos com impactos na solvabilidade do Grupo.

Phasing In Pilar 1 Pilar 2 Reservas

CET1 9,02% 4,50% 1,83% 2,69%

T1 11,13% 6,00% 2,44% 2,69%

Total 13,94% 8,00% 3,25% 2,69%

Relatório Disciplina de Mercado 2020 45 164. O exercício de ICAAP é efetuado a nível consolidado e a nível individual, quando aplicável,

tendo como principais objetivos:

 Ser uma ferramenta de suporte à tomada de decisão estratégica;

 Dinamizar uma cultura de risco que fomente a participação de toda a organização na gestão do capital interno (CA, Áreas de Negócio e Funções de Controlo Interno);  Garantir a adequação do capital interno face ao seu perfil de risco e estratégias de risco

e negócio;

 Garantir uma adequada identificação, quantificação, controlo e mitigação dos riscos materiais a que o Grupo se encontra exposto;

 Garantir uma adequada documentação dos resultados demonstrados, através do reforço da integração dos processos de gestão de risco na cultura de risco do Grupo e nos processos de tomada de decisão;

 Prever um plano de contingência para assegurar a adequação do capital interno perante uma recessão ou uma crise.

165. Os resultados do ICAAP permitem aferir se a capitalização do Grupo é, de forma sustentável, adequada aos riscos decorrentes da sua atividade. Esta adequação de capital é avaliada com base na comparação entre o capital interno disponível e os requisitos de capital económico, tendo em conta o nível de apetite ao risco estabelecido pelo CA.

166. Numa primeira fase, são identificados os riscos materiais aos quais a atividade do Grupo está sujeita com base numa taxonomia interna de riscos. Todos os riscos identificados como materiais e os riscos considerados no Pilar 1 de Basileia, independentemente de serem considerados materiais ou não, são integrados no processo ICAAP.

167. Numa segunda fase, os riscos materiais são modelizados com vista à quantificação dos respetivos requisitos de capital económico, tendo por base um cenário adverso extremo em linha com o nível de apetite ao risco definido. Os riscos são, assim, incorporados por via de add-on sobre o capital regulamentar. Os valores deste add-on de capital incluem, portanto, os requisitos relativos a outros riscos não considerados em Pilar 1 (visão regulamentar) e a diferença entre os requisitos regulamentares e económicos, tendo em conta as metodologias de quantificação de risco utilizadas internamente.

168. A adequação de capital é avaliada com base na comparação entre os requisitos de capital económico e o capital interno disponível para absorção das perdas estimadas tendo em conta o nível de apetite ao risco estabelecido.

169. O resultado da avaliação da adequação de capital é complementado com os valores obtidos

através de reverse stress tests e em cenários de stress test. O objetivo é o de avaliar a capacidade de absorver perdas não esperadas, devendo ser identificados potenciais planos de contingência para fazer face a eventuais insuficiências de capital interno, devidamente alinhados com outros exercícios de planeamento de capital, nomeadamente o Funding and Capital Plan (FCP) e o Plano de Recuperação.

170. Em face do plano estratégico definido e revisto periodicamente, não se antecipam alterações significativas na materialidade dos diversos tipos de riscos. Adicionalmente encontram-se planeadas em sede de Funding and Capital Plan medidas que permitirão reforçar os níveis de solvabilidade do Grupo na lógica regulamentar e económica.

Relatório Disciplina de Mercado 2020 46 4.4 Reservas prudenciais de fundos próprios

171. A percentagem de reserva para cada instituição resulta de uma média ponderada das percentagens de reserva contracíclica aplicáveis nos países onde se localizam as posições em risco (de crédito) dessa instituição. A percentagem de reserva contracíclica aplicável às posições em risco localizadas em Portugal no decurso de 2020 foi de 0%.

172. O quadro seguinte evidencia, em cumprimento com o previsto no artigo 440º, nº 1, alínea a), do CRR, a repartição geográfica das posições em risco de crédito relevantes no apuramento da reserva contacíclica.

Quadro 11 | Repartição geográfica das posições em risco de crédito relevantes no apuramento da reserva contra-cíclica (milhares de euros) Países relevantes Valor das posições em risco para efeitos do Método Padrão Soma das posições longas e curtas na carteira de negociação Valor das posições em risco titularizadas para efeitos do Método Padrão Dos quais: posições em risco gerais de crédito Dos quais: posições em risco na carteira de negociação Dos quais: posições em risco titularizadas Total Ponderação dos requisitos de fundos próprios Taxa de reserva Contracícli ca de Fundos Próprios Portugal 18 558 891 226 688 619 460 36 13 619 510 91% 0,000% Angola 186 066 0 0 26 008 0 0 26 008 4% 0,000% Luxemburgo 116 310 0 0 10 851 0 0 10 851 2% 0,250% Reino Unido 215 781 383 0 5 574 61 0 5 636 1% 0,000% Restantes Países 1 561 528 6 896 1 371 15 981 975 23 16 978 3% 0,001% TOTAL 20 638 576 7 506 2 059 677 874 1 072 36 678 982 100% 0,0040%

Requisitos de Fundos Próprios

173. A taxa de reserva contracíclica das geografias relevantes (geografias cuja posição em risco representa mais de 2% do total das posições ponderadas pelo risco) é de 0%. Tendo em consideração a restante distribuição geográfica das posições em risco, a reserva contracíclica específica aplicável foi, tendencionalmente, de 0,0040%.

Quadro 11.1 | Apuramento da reserva contracíclica para Requisitos de Fundos Próprios

(milhares de euros)

dez/20

Montante total das posições em risco (RWA) 9 576 942

Taxa de reserva Contracíclica de Fundos Próprios específica da instituição 0,0040% Requisito de reserva Contracíclica de Fundos Próprios específica da instituição 385

174. No que respeita à reserva de outras instituições de importância sistémica (O-SII) o Banco de Portugal definiu para o Grupo uma reserva de 0,1875% em 2020 e 2021 e de 0,25% em 2022.

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