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4. ANÁLISE DE RESULTADOS

4.1. AVALIAÇÃO GERAL

Os resultados da avaliação de eficiência das 23 DMUs obtidos no modelo CCR orientado a input estão apresentados na Tabela 2, bem como os benchmarks para cada DMU tida como ineficiente. Além disso, para apoiar a análise, nesta tabela foram incluídas as regiões de entrega das transportadoras e as categorias dos produtos transportados por elas dentro do período considerado. Como informação complementar, foi adicionado o número de entregas em cada região e por categoria, o qual se encontra entre parênteses ao lado de cada região/

categoria a que se refere. É válido ressaltar que o somatório desses números de entregas não necessariamente será coincidente, uma vez que se pode ter carregamentos para uma única região com produtos de diferentes categorias de marcas.

Dito isso, pode-se observar que três das transportadoras analisadas foram consideradas eficientes (002, 007 e 019) e que a menor eficiência do conjunto foi de, aproximadamente, 20,2% para a 014. As transportadoras analisadas nesta seção tiveram suas linhas com realce sombreado.

Tabela 2 - Eficiências no CCR orientado a Input, Benchmarks, Regiões de Entrega e Categorias de Produtos Transportados para cada DMU

Transportadora Eficiência Benchmark Região de Atendimento Categorias de Produtos Transportados

Geral (78), Luxo (1), Profissional (7)

005 76,8% 002, 007,

019 Sudeste (220), Nordeste (19),

Sul (68), Centro-Oeste (1) Dermocosméticos (35), Público Geral (305), Luxo (1), Profissional (4)

021 74,1% 002, 007,

Centro-Oeste (231) Dermocosméticos (70), Público Geral (674), Profissional (2)

017 57,5% 002, 007,

019 Sudeste (139), Sul (1),

Centro-Oeste (99), Norte (36) Dermocosméticos (26), Público Geral (274), Profissional (1)

Centro-Oeste (178) Dermocosméticos (5), Público Geral (329)

011 43,5% 007 Nordeste (1), Norte (7) Público Geral (8)

003 43,2% 007, 019 Sudeste (265), Nordeste (436), Norte (94) Dermocosméticos (5), Público Geral (792), Profissional (5)

013 40,7% 002, 007 Sudeste (71), Nordeste (5), Sul (2) Dermocosméticos (28), Público Geral (58), Luxo (5), Profissional (7) 022 40,5% 007, 019 Nordeste (114), Norte (2) Público Geral (116)

(6), Centro-Oeste (1), Norte (4) Dermocosméticos (1), Público Geral (20)

010 34,1% 007, 019 Nordeste (5), Norte (92) Dermocosméticos (10), Público Geral (97)

020 23,7% 002, 007 Centro-Oeste (2) Público Geral (2)

014 20,2% 007, 019 Norte (3) Público Geral (3)

Dentre as DMUs que foram consideradas eficientes pelo modelo, temos que a transportadora 007 só realizou uma entrega dentro deste período, a qual foi realizada no estado de São Paulo e com um carregamento apenas com produtos das marcas de público geral. Pode-se obPode-servar que tal entrega foi eficiente, havendo uma estruturação que pode apontar para um equilíbrio entre as limitações da operação e o custo do frete. Entretanto, tendo sido realizada apenas uma entrega com esta transportadora, não é totalmente confiável recomendar sua operação como sendo a mais eficiente, já que não há como se basear em um histórico consolidado para avaliar o comportamento dela ao longo do tempo.

Por outro lado, a 002 é a transportadora que mais realizou entregas no período analisado.

Com exceção de uma única entrega dentre 1446 que foi realizada na Região Centro-Oeste, todas as entregas realizadas com esta transportadora foram realizadas no Rio de Janeiro ou em São Paulo, abrangendo todas as categorias de marcas. O fato de haver um alto volume de entregas e se mostrar eficiente pode apontar uma alta especialização da transportadora, considerando melhores rotas e maior conhecimento tácito. Já a transportadora 019 atendeu somente ao estado de São Paulo, abrangendo todas as categorias de marcas, exceto os artigos de luxo. Vale ressaltar que nenhuma DMU foi identificada como fracamente eficiente e, portanto, aquelas que foram dadas como eficientes são seu próprio benchmark, ou seja, servem como referência a si mesmas.

Analisando este resultado, nota-se que as transportadoras consideradas eficientes atenderam apenas a Região Sudeste, mais especificamente os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, o que poderia ser um indicativo de que o atendimento exclusivo a essa região influencia na eficiência das transportadoras, já que o CD do qual elas partem está localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. Porém, nem todas as transportadoras que atendem apenas a essa região se mostraram eficientes, como é o caso das DMUs 012 e 018, que tiveram índices de eficiência de 83,5% e 52,9%, respectivamente.

As transportadoras 012 e 018 também atendem somente na Região Sudeste, sendo que a 012 atende apenas em São Paulo e transportou produtos de todas as categorias. Já a transportadora 018 atende no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, porém não transportou artigos de luxo. Em comparação com a 012, a transportadora 018 carregou um maior número de itens que somaram maior pesagem, sendo que foram produtos mais baratos e por um valor de frete mais alto, o que pode ter contribuído para seu índice de eficiência menor. Ao observar seus benchmarks, tem-se que a referência da 012 é a 002 e as da 018 são as três consideradas eficientes.

As transportadoras que se mostraram mais ineficientes foram as 010, 020 e 014. Um fator em comum entre essas três transportadoras é o fato de que nenhuma delas realizou entregas na Região Sudeste, o que poderia ser um outro indicativo de que a eficiência no modelo pode estar atrelada a distância do CD ao destino de entrega. Porém, ao observar as DMUs 023, 011 e 022, que também não realizaram entregas na Região Sudeste, nota-se que estas obtiveram índices de eficiência mais altos do que as transportadoras 015, 004 e 006, que realizam entregas em todas as regiões.

Ao observar os benchmarks dessas DMUs tidas como ineficientes que não atendem na Região Sudeste, nota-se que as referências são transportadoras que atendem apenas a Região Sudeste, o que poderia indicar uma comparação injusta para com estas transportadoras ou mesmo não condizer com a realidade. Para analisar os benchmarks de cada DMU ineficiente, é necessário levar em consideração que elas devem possuir similaridades quanto às práticas ou condições adotadas. Assim, uma transportadora que apenas realizou entregas fora da Região Sudeste pode estar sendo penalizada pela distância que seu destino de entrega está do CD de onde partem seus veículos, já que um dos fatores que compõem o valor do frete (input do modelo utilizado) é a distância percorrida. Dessa forma, o cálculo de alvos para essas transportadoras não faria sentido, uma vez que suas referências possuem distinções que não podem ser desconsideradas ao sugerir alvos e as práticas não poderiam ser reaplicadas.

Tendo em vista o observado anteriormente, uma sugestão é analisar a eficiência e buscar os benchmarks e alvos para transportadoras cujas entregas sejam realizadas apenas na Região Sudeste, removendo os dados relativos a entregas em outras regiões. Essa análise mostra-se pertinente uma vez que a maior parte das entregas realizadas no período analisado estão concentradas nessa região, conforme indica a Figura 6. A imagem abaixo representa um mapa quantitativo, sendo que as áreas em tons mais escuros referenciam mais entregas realizadas na área indicada e os tons mais claros indicam menos entregas.

Figura 6 - Entregas por estados do Brasil

Ao selecionar apenas as transportadoras que tiveram entregas na Região Sudeste dentro do período analisado, nota-se que o número de DMUs cai para 17, sendo as DMUs 010, 011, 014, 020, 022 e 023 excluídas da análise.

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