• Nenhum resultado encontrado

4. atelier dos jogos

6.3. Avaliação centrada no Jardim de Infância

Observação naturalista

A observação naturalista teve por base os mesmos pressupostos da observação que se desenvolveu no contexto casa.

No contexto de Jardim de Infância, na sala de actividades, ocorreu uma vez por mês, num registo continuo de 30 minutos, ao longo de 4 meses.

Pretendeu-se obter dados acerca do contexto em causa face ao programa de desenvolvimento comunicacional e linguístico envolvendo a descrição «do que é dito e feito».

Esta observação englobou a descrição do cenário, dos diferentes intervenientes, das actividades e formas de envolvimento do Manuel de forma a tornar mais clara a exposição apresentamos o guião elaborado para a observação naturalista no Jardim-de-infância. (Anexos: observações naturalistas realizadas).

Guião da observação naturalista - Jardim-de-infância

Observador: Data: Local: Tempo de observação: Duração: Criança - alvo: 1. Descrição do cenário da sala de actividades

Organização do espaço - sala • Recursos materiais • Recursos humanos Constituição do grupo Rotinas, horários e actividades

• 0 que acontece? • Onde acontece?

• Como são feitas as transições? Regras de funcionamento da sala de actividades;

Como se organiza e estrutura o grupo em torno das referidas regras? 2. interacções

Educador/ criança

0 que é que está a ser ensinado?

• A apresentação das actividades organiza-se do «simples» para o «complexo»? • Qual a linguagem corporal dos intervenientes? ( adultos e pares)

• Qual a tonalidade afectiva dos adultos, pares e criança- alvo? A escolha das actividades:

• Como?

• Transições de actividades? • Interacção com os pares? Ajuda e assistência:

• Como é que o Manuel pede ajuda? • Quem presta a ajuda?

• Qual a rapidez de resposta? • Quais são as ajudas pedidas?

• Qual é o tipo de ajuda prestada ao Manuel?

Como participa o Manuel nas actividades e nas diferentes áreas da sala? Como é que lhe possibilitada a participação nas actividades?

Gestão de comportamentos do Manuel na sala de actividades? • Uso do time - out?

• Uso do reforço e do elogio?

• Quais as formas de comunicação utilizadas? Estratégias e actividades :

• Quais são os objectivos que estão a ser trabalhados? • Quais são as estratégias utilizadas?

• Quem está implicado nas actividades? 3. relação pais/

pessoal docente e não docente

Interacção pais - pessoal docente e não docente: • Tipo de comunicação usado

Entrevista semi - estruturada

A entrevista semi- estruturada à Educadora de Infância do Ensino Regular e à Educadora de Infância dos Apoios Educativos organizou-se com o propósito de recolher dados quanto às percepções destas relativamente à Educação Pré- escolar, a forma como «entendem» as situações de ensino/aprendizagem na 1o

etapa da Educação Básica e o trabalho com crianças com Necessidades Educativas Especiais e, em particular, com crianças com Trissomia 21.

Ao nível das práticas, propusemo-nos obter informação quanto à forma como encaram a parceria dos pais neste processo, quais as práticas que pautam o seu trabalho com crianças com Necessidades Educativas Especiais e, em particular, com crianças portadoras de Síndrome de Down. Isto é, ao nível da entrevista semi-estruturada pré, na entrevista semi-estruturada pós já recolhemos informação precisa acerca da criança alvo do estudo.

O facto de escolhermos esta abordagem prendeu-se com o facto de na primeira entrevista M., ter iniciado a frequência do Jardim de Infância e as educadoras disporem de pouco informação acerca deste e ser pertinente, para nós, conhecermos um pouco a forma como encaram o seu trabalho e quais os seus modos de acção; na segunda entrevista já se tornou possível obter informação mais aprofundada acerca do Manuel.

Seguidamente passamos a descrever, ainda que de forma breve, o conteúdo dos guiões da entrevista pré e pós, bem como a apresentar os mesmos numa

representação gráfica.

Entrevista semi-estruturada às educadoras de infância Práticas e percepções

1o momento de avaliação (pré)

Desenvolvimento e educação de crianças em Idade Pré- escolar

Envolvimento dos pais no Jardim de Infância

O que considera fundamental na educação de uma criança?

O que considera fundamental na educação de uma criança em idade pré- escolar?

No desenvolvimento e educação de qualquer criança a aprendizagem de alguns comportamentos é aprendida, embora, como sabemos, esta ocorra em tempos diferentes de acordo com a individualidade de cada criança. Tendo em conta uma criança com um desenvolvimento normal qual seria a idade para si adequada para os seguintes comportamentos: contar até dez , desenhar uma

pessoa com cabeça, tronco, braços e pernas, ler frases simples, vestir-se sem ajuda, apertando os botões, arrumar no sítio os brinquedos após ter brincado com eles, preparar coisas simples para comer( torradas, sanduíches, leite com cereais), partilhar as suas coisas com as outras crianças, consolar outras crianças, participar em jogos de equipa, seguindo as regras e respeitando a sua vez, sem a intervenção do adulto, apertar os cordões/ atacadores dos sapatos, andar de bicicleta(sem rodinhas de suporte), Saltar num só pé, Dizer o nome completo, Explicar o significado de um provérbio( por ex: mais vale tarde do que nunca), lembrar-se e contar de cor pequenas histórias)?

Na sua opinião quem é que pode influenciar mais a inteligência de uma criança?

Quais são as suas grandes metas de trabalho ao nível do ensino pré-escolar?

6. De acordo com a sua opinião quais deverão ser as características mais

importantes de um Jardim de Infância?

Na sua opinião qual é a função do Jardim de Infância?

O que é que pode ajudar uma criança a comunicar com os outros? O que é que pode ajudar uma criança a desenvolver a linguagem?

O que é que pode ajudar uma criança a falar bem?

De que forma considera que as situações de ensino/aprendizagem ao nível da área da comunicação devem ser organizadas? Com quem? Onde? Como? De acordo com a sua experiência quais são ao elementos cruciais para que as situações de ensino/ aprendizagem na primeira etapa da educação básica - o ensino pré-escolar - sejam de qualidade?

O que acha da participação dos pais no Jardim de Infância? Que tipo de experiência tem a este nível?

Como caracteriza a participação dos pais no Jardim de Infância? O que pensa que poderá condicionar a participação dos pais?

Na sua opinião quais serão as formas mais eficazes de envolver os pais no Jardim-de-infância ?

Quais considera serem as formas mais eficazes para conseguir a generalização das práticas a outros contextos e cenários, por ex: a casa?

Desenvolvimento e Educação em crianças com Neces- sidades Educativas Especiais

No atendimento a prestar à população com Necessidades Educativas Especiais quais deverão ser na sua opinião os aspectos a considerar?

Existem diferenças relativamente às situações de ensino/ aprendizagem? Quais?

E no que diz respeito às interacções com os adultos, com os pares, com os pais - existem diferenças? Porquê?

O que considera ser essencial para que o contexto de Jardim de Infância seja um espaço de ensino/aprendizagem para uma criança com N.E.E ? e em casa?

E o que considera ser relevante no atendimento e prestação de serviços no caso da Trissomia 21?

Entrevista semi-estruturada às Educadoras de Infância Percepções e práticas

2o momento de avaliação (pós)

Personalidade e temperamento do Manuel

Como caracteriza a sua personalidade /temperamento?

Como é que o Manuel se relaciona com as pessoas que o rodeiam? e com estranhos? Como é que se relaciona com outras crianças?

E os colegas de brincadeira do Manuel? Quem são? O que fazem juntos, como brincam?

Como é que o Manuel reage quando está perante situações novas?

Existem acontecimentos/ situações que o fazem sentir alegre/ confiante? Quais? O que faz quando isto acontece?

Existem acontecimentos/ situações que o fazem sentir ansioso/ frustrado ou irritado? Quais? O que faz quando isto acontece?

h) Quais são as tarefas/jogos/brincadeiras que o Manuel gosta de realizar em casa e no Jardim de Infância?

Como é que ele se envolve nas tarefas propostas em casa e no Jardim de Infância? A forma de envolvimento difere? Em que aspectos?

Desenvolvimento e educação do Manuel

Quais são as suas expectativas acerca do desenvolvimento do Manuel: O que considera fundamental na educação do Manuel no contexto de jardim de infância?

Quais são as suas grandes metas de trabalho na Educação Pré-Escolar com o Manuel ?

Existem diferenças relativamente às situações de ensino/aprendizagem no trabalho desenvolvido com o Manuel? Quais?

De que forma considera que as situações de ensino/aprendizagem ao nível da área da comunicação, no caso específico do Manuel, devem ser organizadas? Com quem? Onde? Como?

O que é que pode ajudar o Manuel a desenvolver a linguagem? Quem é que pode ajudar o Manuel a comunicar com os outros?

No atendimento a prestar à população com Necessidades Educativas Especiais quais deverão ser na sua opinião os aspectos a considerar? E quanto ao Manuel?

pais - existem diferenças? Porquê?

0 que considera ser essencial para que o contexto de Jardim de Infância seja um espaço de ensino/aprendizagem para uma criança como o Manuel? E em casa?

Comunicação/ Linguagem do Manuel

Como é que o Manuel comunica consigo? Como comunica com o Manuel?

Como gostava que o Manuel comunicasse consigo?

7. Materiais

A recolha de dados efectuou-se em dois contextos, com recurso a diferentes materiais de forma a recolher, observar, implementar e monitorizar o estudo de caso. De seguida passamos a apresentar a lista dos materiais utilizada:

• Gravador áudio para a recolha de dados durante as entrevistas; • Sistema Pictográfico de comunicação (SPC)(2)

SPC - Símbolos Pictográficos de Comunicação - Picture Communication Symbols (Johnson, 1981) faz uso da chave de

Fitzgerald, ou seja o vocabulário é agrupado de acordo com uma dada ordem de cores, o qual possibilita o agrupamento em 6 categorias gramaticais. As cores atribuídas são: pessoas, bem como pronomes pessoais( amarelo); verbos(verde); adjectivos(azul); substantivos(laranja); sociais(rosa) e diversos( brancoj.A apresentação passa por um determinado conjunto de etapas, na primeira fase os símbolos são apresentados de acordo com a sua funcionalidade, ou seja tendo como referência os contextos de vida da criança, é apresentado um símbolo de cada vez acompanhado da cor correspondente à categoria gramatical a que pertence. "Com o objectivo de ensinar os princípios linguísticos e a estrutura da frase à criança. Permitindo assim que a criança interiorize, compreenda e faça a associação da cor á imagem numa primeira fase, e numa segunda à palavra em termos gramaticais, para que a criança faça um percurso qualitativo até à organização da estrutura frásica. Levando a criança a analisar as relações funcionais entre os diferentes componentes da frase, e a compreender a forma de ordenar as palavras na frase afecta o seu significado."(http:// www.appc-faro.pt/nonio/partilha/Vamos Comunicar.htm

8. Procedimento

A investigação decorreu de Outubro de 2004 a Junho de 2005, isto é ao longo de 9 meses.

A estrutura do estudo de caso com vários participantes organizou-se da forma que passamos a descrever, (ver anexo Grelha do diário de Actividades)

- Análise descritiva do processo de avaliação/ intervenção que englobou os seguintes momentos:

1o Momento de avaliação (Pré- teste)

Avaliação centrada na criança

• Aplicação da escala de avaliação do desenvolvimento Ruth Griffiths; (livro de Anexos: relatório da Griffiths);

• Aplicação da escala de desenvolvimento linguístico Reynell III (livro de Anexos: relatórios da Reynell III);

• Aplicação da lista de registo de comportamentos do Portage (livro de Anexos: folha sumária dos resultados obtidos na lista de registo de comportamentos do Portage);

• Adaptação das Linhas orientadoras da observação do desenvolvimento linguístico e comunicacional do TPBA (livro de Anexos: grelha sumativa).

Avaliação centrada na família

• Aplicação da Home (livro de Anexos: resultados obtidos na Home);

• entrevistas semi-estruturadas aos pais (livro de Anexos: guião da entrevista semi-estruturada).

Avaliação centrada no Jardim de Infância

• entrevistas semi-estruturadas às educadoras de infância envolvidas no estudo (livro de Anexos: guião da entrevista semi-estruturada e transcrições das mesmas).

Intervenção

• Reunião com os diferentes intervenientes e os pais para a construção e implementação do PIAF( livro de Anexos - PIAF);

• Implementação do Programa de desenvolvimento comunicacional e linguístico nos dois contextos(livro de Anexos - Programa de Desenvolvimento comunicacional e linguístico);

• Planificações; (livro de anexos - grelhas de planificação para os dois contextos, tal como as planificações implementadas);

• Reuniões de avaliação/ intervenção mensais com os intervenientes presentes no contexto pré-escolar (livro de Anexos: registos das reuniões efectuadas);

• Reunião de avaliação do PIAF com os pais e os diferentes intervenientes de carácter trimestral (livro de Anexos - registos das reuniões);

• Observações naturalistas - em contexto domiciliário e em contexto de jardim de infância, uma vez por mês em cada contexto e com a duração de 30 minutos cada. (livro de Anexos: guião da observação naturalista e respectivas observações realizadas).

2o Momento de avaliação (Pós-teste)

Avaliação centrada na criança

• Aplicação da escala de avaliação do desenvolvimento Ruth Griffiths(livro de Anexos: relatório da Griffiths);

• Aplicação da escala de desenvolvimento linguístico Reynell III (livro de Anexos: relatórios da Reynell III);

• Aplicação da lista de registo de comportamentos do Portage (livro de Anexos: folha sumária dos resultados obtidos na lista de registo de comportamentos do Portage);

• Adaptação das Linhas orientadoras da observação do desenvolvimento linguístico e comunicacional do TPBA( ver livro de Anexos: grelha sumativa).

Avaliação centrada na família

• Aplicação da Home (livro de Anexos: resultados obtidos na Home);

• Realização das entrevista semi-estruturada aos progenitores e educadoras de infância envolvidas no estudo (livro de Anexos: transcrições das entrevistas).

Avaliação centrada no Jardim-de-infância

• entrevista semi-estruturada às educadoras de infância envolvidas no estudo (livro de Anexos: guião da entrevista semi-estruturada e transcrições das mesmas).

No primeiro momento de recolha de dados, de Outubro a Dezembro de 2004, tivemos a colaboração de uma psicóloga, colaboradora do Centro de Psicologia da Universidade do Porto, no âmbito da administração das escalas, respectivamente Escala de Desenvolvimento Ruth Griffiths( Griffiths, 1970) e Escala de Avaliação do Desenvolvimento Linguístico Reynell lll( 1977).

A aplicação da Home Observation for Measurement of the Environment - HOME 3-5 Anos Versão para crianças com deficiência - atraso de desenvolvimento(2003) e a realização das entrevistas semi-estruturadas foi efectuada pela autora do estudo.

A lista de registo de comportamentos do Programa de Educação Precoce( Shearer, Billingsley,Frohman,Hilliard, Johnson, Shearer, 1992, revisão e adaptação pela Associação Portage Portuguesa pela CESA5 através de NFER- NELSON) foi preenchida pela educadora dos apoios educativos. Este instrumento permitiu-nos obter uma informação organizada acerca da criança no contexto de jardim de infância.

A educadora dos apoios educativos colaborou, igualmente, na recolha de dados com base no instrumento designado por Linhas Orientadoras da Observação do Desenvolvimento Linguístico e Comunicacional do TPBA (Under, 1990) e no registo dos mesmos na grelha sumativa relativa ao desenvolvimento

comunicacional e linguístico proposta pela autora, mas que foi traduzida e adaptada como já referimos anteriormente.

Procedeu-se à realização de entrevistas semi-estruturadas, aos restantes participantes, educadoras de infância e pais, de forma individual e nos contextos eleitos por estes. O guião foi da responsabilidade da autora do estudo, bem como a realização e transcrição das referidas entrevistas.

Os dados obtidos permitiram traçar um perfil de Manuel, no que diz respeito ao desenvolvimento em geral e, em particular, quanto ao desenvolvimento comunicacional e linguístico. Foram ainda obtidos dados quanto à forma como o Manuel era percepcionado, nos dois contextos de intervenção, pelos diferentes intervenientes, pais e educadores.

O programa de intervenção ao nível do desenvolvimento comunicacional/ linguístico teve a duração de quatro meses, ou seja iniciou-se em Janeiro de 2005 e terminou em Abril de 2005.

A intervenção decorreu no cenário da sala de actividades do jardim de infância, frequentada pela criança, bem como em casa. No cenário do pré-escolar a intervenção foi desenvolvida pela educadora de apoio educativo em consonância com o pessoal docente e não docente da sala de actividades e, no contexto casa a intervenção foi desenvolvida pelo casal.

• O Plano Individualizado de Apoio à Família

O PIAF organizou-se no sentido de privilegiar, os interesses da criança e da família, respeitando as suas preocupações, designadamente, com a comunicação e a linguagem do seu filho. As formas de participação e intervenção foram discutidas e aferidas com os pais.

O Plano Individualizado de Apoio à Família apresenta-se como um plano escrito da interacção, colaboração e parceria entre pais, família, e os profissionais. Possibilitou-nos, no estudo em questão, a identificação dos recursos formais e

informais desta família, tal como a recolha e partilha de informação quanto às forças, preocupações, recursos e objectivos dos pais ao longo da intervenção. O PIAF teve por base o Modelo de Intervenção Transdisciplinar centrado no jogo - Transdisciplinary Play Based Intervention (TPBI), na medida em que a meta do referido modelo, é a de ampliar as competências funcionais da criança nos seguintes domínios: cognitivo, socio-emocional, comunicação e linguagem, e sensorio-motor; bem como fortalecer os diversos processos presentes no desenvolvimento do indivíduo.

Importa ressalvar, que o enfoque dado na presente investigação foi na área da comunicação e linguagem. Neste âmbito, tentou-se implementar uma parceria com a família, proceder a uma intervenção em contexto e integrada nas rotinas do Manuel.

As estratégias/ actividades eram definidas em conjunto com os pais e com a educadora de apoio educativo, e seguidamente registadas na grelha de planificação. As estratégias/ actividades foram escolhidas tendo em conta as metas a atingir, mas também com o objectivo de promover uma continuidade ao nível das práticas, nos dois contextos de intervenção.

Através das grelhas de planificação foi possível recolher junto dos pais, e da educadora dos apoios educativos, as suas opiniões e avaliações, acerca das seguintes estratégias/actividades e dos progressos registados.

Na implementação do programa de desenvolvimento linguístico e comunicacional esteve presente, igualmente, o recurso a um meio alternativo e aumentativo da comunicação, como estratégia facilitadora do desenvolvimento da já mencionada comunicação e linguagem do Manuel, o SPC. Esta estratégia foi utilizada nos dois contextos de intervenção.

A observação naturalista foi realizada pela autora do estudo, e funcionou como um outro instrumento de recolha de dados, quer em casa, quer na sala do Jardim- de-infância. Esta técnica teve a seguinte periodicidade: duas vezes por mês, uma em cada um dos contextos enunciados, ao longo de quatro meses.

A avaliação do processo da intervenção foi efectuada nas reuniões de planificação, no final de cada mês, seja através das verbalizações dos pais, educadora de apoio educativo e educadora do ensino regular, seja através de registos elaborados pelos próprios pais, e educadora de apoio.

As informações obtidas eram associadas aos dados resultantes das observações naturalistas efectuadas nos dois contextos, funcionando assim como forma de monitorizar as estratégias e actividades, apontando caminhos para a operacionalização do programa de intervenção, a nível comunicacional e linguístico.

Seguidamente, apresentamos de forma esquemática, o relato dos procedimentos desenvolvidos no âmbito da intervenção:

Quadro n° 3 Procedimentos desenvolvidos no âmbito da Intervenção

Reunião para construção do PIAF: Participantes:

(Tendo como modelo o Transdisciplinary Play Based Intervention)

- intervenção em contexto -intervenção Integrada nas rotinas -intervenção individualizada -intervenção em parceria

- com recurso ao meio alternativo e/ ou aumentativo da comunicação SPC

Pais

Educadora do ensino regular Educadora de apoio educativo Directora da instituição Autora do estudo

Intervenção Intervenção Casa Jardim-de-infância

-planificação quinzenal

• Grelhas de planificação/ avaliação do que é feito

• Planificação

- planificação semanal

• Grelhas de planificação/ avaliação do que é feito • Planificação

Reuniões de avaliação/intervenção mensais • Educadoras

• Auxiliares de acção educativa

• Estagiária da Licenciatura em Educação de Infância

• Autora do estudo Reuniões de avaliação / intervenção trimestrais

• Pais • Educadoras • Autora do estudo

A recolha de dados, do 2o momento de avaliação (Pós-teste) seguiu os mesmos

avaliação (Pré-teste), envolveu os mesmos intervenientes e realizou-se entre Maio e Junho de 2005.

- Análise quantitativa e qualitativa dos dados.

Na análise da avaliação centrada na criança foi utilizada, fundamentalmente, uma abordagem qualitativa. Apesar do recurso a instrumentos com referência à norma, tais como a Escala de Avaliação do desenvolvimento Linguístico Reynell III e Escala de Avaliação do Desenvolvimento Ruth Griffiths, a utilização dos dados foi meramente descritiva. Quanto ao tratamento aplicado aos dados provenientes das entrevistas semi-estruturadas, a abordagem foi mista. Uma vez que foi efectuada uma análise de conteúdo, das entrevistas dos pais e dos profissionais realizando-se ainda uma quantificação, dos indicadores relativos a cada categoria

Documentos relacionados