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Avaliação da Usabilidade do Módulo Qualidade de Vida Relacionada à Saúde

3. MÉTODOS

3.4 Avaliação da Usabilidade do Módulo Qualidade de Vida Relacionada à Saúde

O termo usabilidade foi inicialmente criado para substituir a expressão subjetiva e vaga user – friendly, cuja tradução se aproxima de interface amigável. A expressão é inadequada, pois sua relevância maior está no sistema, e não nos usuários, e estes podem possuir diferentes conceitos e visões sobre o mesmo.

Usabilidade é, portanto, definida como o entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema(44). A usabilidade é definida em função de múltiplos componentes e é tradicionalmente associada a cinco atributos(40):

• Facilidade de aprendizagem (learnability): O sistema precisa ser fácil de aprender, de forma que o usuário possa, rapidamente, começar a interagir;

• Eficiência: O sistema precisa ser eficiente no uso, de forma que, uma vez aprendido, o usuário tenha um elevado nível de produtividade;

• Facilidade de relembrar (memorability): O sistema precisa ser facilmente relembrado, de forma que, o usuário, ao voltar a usá-lo depois de certo tempo, não tenha novamente que aprendê-lo;

• Erros: O sistema precisa ter apenas uma pequena taxa de erros, ou seja, o usuário não pode cometer muitos erros durante o seu uso e, em errando, a recuperação deve ser fácil, sem perda de trabalho;

• Satisfação subjetiva: Os usuários devem gostar do sistema, ou seja, ele deve ser agradável, de forma que o usuário fique satisfeito ao usá-lo.

Existem princípios de usabilidade direcionados ao desenvolvimento de sistemas computacionais. Os primeiros são: eficácia e eficiência de uso, satisfação subjetiva, facilidade de aprendizado, facilidade de memorização, baixa taxa de erros, consistência e flexibilidade. Considerando esses princípios, bem como a necessidade de realizar a avaliação da usabilidade dos questionários informatizados, foi utilizada a técnica conhecida como thinking-aloud, que permite que o avaliador identifique os problemas de usabilidade através da observação dos pensamentos, sentimentos e opiniões expressos verbalmente pelos usuários. Ou seja, os usuários são incentivados a verbalizar a interação com o sistema(40).

O teste do módulo de QVRS foi realizado, primeiramente, pela equipe de desenvolvimento, que não identificou nenhum erro ou problema de execução. Posteriormente, o teste foi empreendido por quatro mulheres que não integravam a amostra de sujeitos participantes do estudo. O último teste ocorreu em duas etapas: 1ª)

Teste controlado para identificação de erros e problemas de execução: solicitou-se às

mulheres que executassem ações específicas de cadastro de usuário externo no sistema, como preenchimento completo e incompleto dos questionários, bem como interrupção abrupta do preenchimento e posterior retorno ao sistema, e outros; 2ª)

questionários sobre QVRS e realizaram seu cadastro de forma livre, sem a interrupção dos pesquisadores, a fim de se identificar o comportamento do usuário e do sistema em caso de erros.

Destaca-se que os dados de avaliação dessas mulheres não foram considerados para análise, uma vez que se tratava de um pré-teste. Todavia, os resultados dos escores dos questionários de QVRS das mulheres apresentados pelo sistema foram comparados com o cálculo convencional, ou seja, realizado manualmente, com auxílio de uma planilha Excel®, a fim de verificar se apresentava algum erro.

Durante a primeira etapa de testes, os pesquisadores solicitaram que o sistema fosse acessado, ao mesmo tempo, com o mesmo nome de usuário e senha (login) em dois computadores. Como esperado, o sistema encerrou o ambiente quando um dos usuários solicitou qualquer ação. Essa reação do sistema foi apontada como sendo um artefato de segurança.

Após a fase de testes para identificar erros ou problemas de execução, outros trinta sujeitos, mulheres de uma equipe de enfermagem de uma base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de uma cidade do entorno do Distrito Federal, realizaram o preenchimento dos questionários sobre avaliação da QVRS. A avaliação da usabilidade ocorreu em uma entrevista após o preenchimento dos questionários, com base em um roteiro (Apêndice 1) elaborado a partir dos seguintes atributos de usabilidade(40):

1. Desempenho do usuário durante a realização da tarefa

- Conclusão de tarefas (com sucesso, parcialmente concluída, não concluída): tarefas que não são concluídas ou o são apenas parcialmente são um forte indício de que existe um problema de usabilidade;

- Tempo de realização da tarefa: tempo excessivo para que o usuário realize a tarefa significa que o sistema está exigindo dele um grande esforço;

- Ocorrência de erros

2. Satisfação subjetiva do usuário

4. Adequação a padrões

Apesar das desvantagens dessa técnica, a saber, as diferentes habilidades verbais dos participantes, o consumo de tempo e a influência do próprio avaliador durante o processo de coleta e interpretação dos dados, optou-se por aplicá-la, por ser rápida e de menor custo.

Após a finalização dos testes e da avaliação da usabilidade, os resultados do estudo foram analisados e apresentados em tabelas, com a frequência absoluta e relativa. As respostas subjetivas foram divididas em categorias, a partir da ideia central da fala das mulheres. O projeto do estudo foi submetido e aprovado pelo CEP da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde do Distrito Federal, parecer nº 979.387 (Anexo 8).

Ressalta-se que o estudo possui dois pareceres de comitês diferentes, pois o desenvolvimento e avaliação do sistema estão vinculados à Universidade de Campinas, enquanto a avaliação da usabilidade dos QVRS foi realizada por servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Distrito Federal, e, portanto, o projeto foi submetido ao CEP desse órgão.

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