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4. Resultados e discussão

4.2. Descrição dos entrepostos

4.2.4. Avaliação das instalações no entreposto sem certificação

Por já ser um entreposto bastante antigo, são verificadas não conformidades, em termos de instalações, controlo de pragas, rede de incêndios, higienização e limpeza, documentação e registo e controlo de qualidade e segurança alimentar.

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4.2.4.1. Instalações

Foi visível ao longo de todo o armazém que o chão se encontrava bastante degradado, com fissuras e buracos o que permite a acumulação de sujidade. Por outro lado, encontravam-se diversas poças de água em diferentes áreas do armazém: na zona de trocas, na zona de armazenamento (debaixo de paletes carregadas com produto) e debaixo de mercadoria pronta para expedição. A água encontrada ao longo do armazém é essencialmente proveniente de canos rotos, que necessitam de reparação e pinturas urgente. Esta água constitui um foco de contaminação, proporcionando meios para a proliferação de microrganismos e aparecimento de pragas no armazém.

Verificou-se derrame de diversos produtos (como açúcar, feijão e sumo) e acumulação de materiais estranhos como vidro, plásticos e bocados de madeira, o que constitui um risco físico não apenas para a mercadoria armazenada ou manipulada, mas também para os trabalhadores. Existem contentores em número deficiente para colocar estes materiais, o que possibilita a acumulação destes nas diferentes áreas do armazém, evidenciando falta de higiene e limpeza e havendo contaminação cruzada devido ao derrame dos diversos produtos.

A porta principal de entrada para o armazém encontrava-se frequentemente aberta, o que permite a entrada de pragas e pássaros, que são visíveis muitas vezes a sobrevoar as áreas do armazém.

Junto ao cais de recepção, no rodapé, encontrava-se material de madeira, desfeito e inapropriado e uma vez que é de difícil higienização permite a acumulação de sujidade. O mais conveniente seria retirar este material, ou se necessário, utilizar material de fácil higienização e limpeza.

Verificou-se que as portas do cais de recepção se encontravam regularmente abertas, possibilitando a entrada de pragas para o interior do armazém. Estas portas possuem as borrachas gastas, sendo visíveis pequenas aberturas que facilitam a entrada de contaminantes exteriores.

Ao longo de toda a área do armazém foram visíveis condensações nas paredes e tectos, muita humidade e mesmo bolor, evidenciando falta de higiene e limpeza.

As paredes encontram-se gastas e a necessitarem de pintura e remodelação urgente, sendo visíveis teias de aranha.

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Na zona de trocas existiam tiras de plástico que tapavam janelas e que se encontravam em mau estado, rasgadas e com sujidade evidente, permitindo uma fácil entrada a insectos, pragas, poeiras e outras contaminações exteriores. Ainda nesta zona os portões encontravam-se com ferrugem e eram de material inadequado uma vez que a superfície não é lisa, impossibilitando uma eficiente limpeza.

4.2.4.2. Iluminação

O armazém não apresenta janelas, pelo que a iluminação presente neste local é apenas artificial e é feita com o auxílio de lâmpadas fluorescentes. A não conformidade verificada na iluminação deve-se ao facto de as lâmpadas se encontraram desprotegidas contra a quebra de vidros.

Embora seja apenas artificial, a iluminação é suficiente para conduzir eficientemente os trabalhos e as lâmpadas encontram-se em número satisfatório.

4.2.4.3. Controlo de pragas

Uma empresa contratada assegura o controlo de pragas, existindo iscos ao longo do armazém. Não estão, no entanto, devidamente identificados.

Inexistência de insecto-caçadores para eliminar possíveis insectos presentes no armazém.

4.2.4.4. Rede de incêndios

Embora existam mangueiras de incêndio, extintores e botões de alarme espalhados por todo o armazém, muitas vezes não se verificam sinaléticas, nem instruções de uso.

Foram ainda encontradas sinaléticas onde não constava o equipamento a que correspondiam e extintores com acesso difícil ou mesmo impossível, uma vez que se encontravam por trás de mercadoria arrumada.

Outra das situações encontradas foram extintores no chão e não nos locais apropriados.

4.2.4.5. Formação

Os operadores de armazém e todos os funcionários da empresa não recebem formação a nível de qualidade e segurança alimentar, podendo-se afirmar que esta é uma das necessidades mais urgentes.

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4.2.4.6. Sanitários/ Vestiários

Os sanitários apresentam-se em mau estado, muitas vezes sem detergente e secadores higiénicos para as mãos. Tanto as torneiras como os autoclismos são accionados pela mão e não existe instruções de lavagem de mãos.

Os vestiários foram improvisados em local separado, existindo cacifos para os colaboradores. Não existem, no entanto, condições para os colaboradores poderem trocar de roupa, pelo que os colaboradores utilizam a farda dentro e fora das instalações.

Não existem também balneários equipados com chuveiros.

4.2.4.7. Vestuário

Os operadores apresentam farda fornecida pela empresa constituída por umas calças azuis, um pólo azul e uma t-shirt azul. Para os que operam nas zonas de refrigeração, são ainda fornecidos casacos.

A higienização das fardas é da responsabilidade de cada operador, sendo o seu dever mantê-la limpa e em boas condições.

Não são fornecidos sapatos de biqueira de aço aos colaboradores da área do armazém.

4.2.4.8. Sala de refeições

Não existe uma sala separada para refeições, existe uma zona delimitada por estruturas metálicas que não dão directamente para as áreas de manipulação de mercadorias.

4.2.4.9. Instalações exteriores

O pavimento exterior encontra-se com quebras que potenciam a acumulação de água, acumulação de muita vegetação e paletes fora de uso.

4.2.4.10. Limpeza e desinfecção

A limpeza é efectuada por uma empresa externa e apenas realizada por duas pessoas, o que é insuficiente para toda a área do entreposto.

Não existe um plano de limpeza formalizado, bem como as fichas técnicas e dados de segurança dos produtos utilizados.

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Não existem registos das operações de limpeza do entreposto, com excepção dos sanitários.

4.2.4.11. Plano HACCP

A unidade não possui plano HACCP, não cumprindo o Regulamento CE nº 852/2004 e não existe um código de boas práticas documentado nem aplicado.

Não existe uma equipa de controlo de qualidade para avaliação e validação dos produtos recepcionados e armazenados, controlo de pragas, avaliação da higiene das instalações e boas práticas de manipulação, e outros factores que influenciem a qualidade e segurança alimentar, no armazém.

Inexistência de uma equipa de controlo e gestão de riscos, nem planos de acção para quando ocorrerem incidentes, no armazém.

4.2.4.12. Manutenção

Inexistência de plano de manutenção preventiva, bem como de registos, sendo que a única manutenção realizada é correctiva.

4.2.5. Avaliação das instalações no entreposto em desenvolvimento para obter

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