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AVALIAÇÃO DE ESTRUTURA

No documento Avaliação do Qualisus na Bahia (páginas 89-92)

6 ASPECTOS METODOLÓGICOS

7.4 AVALIAÇÃO DE ESTRUTURA

No componente avaliação da estrutura, conforme descrito no capítulo três, analisamos aspectos referentes a Política de Educação Permanente, Aspectos Tecnológicos, e a Ambiência.

7.4.1 Política de Educação Permanente

34 Foram utilizados quatro roteiros de entrevistas: roteiro de entrevistas para comitê gestor local e gestor do

Tanto no hospital “E” como no hospital “J” não existe uma política de educação permanente estabelecida. O processo de educação se dá mediante ações pontuais. No hospital “J” existe uma programação semanal de sessões clínicas para os trabalhadores da urgência emergência, que foi comprovado com a apresentação das listas de freqüência assinadas, e segundo o gestor do hospital existe uma proposta de implantação de uma política para todo o hospital, que não foi apresentada.

“Existe núcleo de educação permanente coordenado pela coordenadora de RH. Estamos em fase de implantação para todo hospital, mas não é específico para emergência, mas há reuniões com discussão de casos na emergência toda quarta feira” (gestor HJ).

Quanto às enfermeiras que realizam ACCR no hospital “E”, todas informam ser especialistas, nenhuma informa ter realizado curso de suporte básico ou avançado de vida além de não ter feito curso de capacitação em ACCR como pode ser percebido na fala da enfermeira quando questionada sobre a realização de alguma capacitação sobre ACCR.

“Tivemos apenas um treinamento assim... muito básico, mas curso mesmo, que ia ser dado, ainda não foi agendado pela Secretaria” (enf.1 HE).

Nenhuma das informações das enfermeiras do hospital “E” quanto à educação permanente foi documentalmente comprovada.

No hospital “J” todas as enfermeiras relatam ser especialista e apenas uma delas relata ser especialista em emergência, porém nenhuma comprovou documentalmente. Todas informam não ter feito curso de suporte avançado de vida e apenas duas realizaram curso de suporte básico, o que também não foi comprovado documentalmente.

Com relação à capacitação para ACCR todas foram unânimes em informam que não fizeram curso ou outra capacitação para essa função, como pode ser percebido na fala de uma das enfermeiras.

“Só participei de um seminário do HumanizaSUS”(enfa3 HJ).

Ao analisarmos as informações quanto ao contexto da Política de educação permanente observamos, por parte dos gestores locais, uma disposição em realizar um projeto

de educação permanente nos hospitais, entretanto não se evidenciou nenhum documento que pudesse revelar essa atividade.

Dentro da proposta do programa QualiSUS está contemplada a capacitação inicial em urgência / emergência, bem como nas práticas de ACCR, para depois implantar com segurança técnica essa ferramenta que requer tal habilitação.

7.4.2 Aspectos Tecnológicos

No hospital “E”, do ponto de vista tecnológico, a área vermelha possui os equipamentos indispensáveis à monitoração das condições de gravidade do indivíduo, bem como para realização de manobras de reanimação, quais sejam: monitor multiparamétrico, sistema de gazes, laringoscópio completo, desfibrilador com cardioversor e aspirador, o mesmo acontecendo na área amarela, como foi possível comprovar durante a verificação dos dados e estão transcritos no apêndice F. A sala de ACCR, entretanto não dispõe das mesmas condições tecnológicas, da área vermelha, conforme preconizado pelas diretrizes de implantação do programa.

Ainda na recepção ou no espaço de acolhimento do usuário na unidade, do hospital “E” não existe relação dos serviços da rede pactuados para, quando necessário, referenciá-lo seguramente.

No hospital “J” a unidade de emergência ainda não sofreu reforma para adequação dos espaços, entretanto na prática foi delineado cada espaço preconizado na portaria do QualiSUS nos espaços já existentes, quais sejam: No eixo vermelho, a sala vermelha corresponde à sala de reanimação, a sala amarela corresponde a sala dos médicos35 , a área verde corresponde aos consultórios e o eixo azul não existe . Os pacientes considerados como Azul são referenciados.

A sala vermelha, ou sala de reanimação, é composta de equipamentos indispensáveis à reanimação e monitorização do usuário, quais sejam: Monitor multiparamétrico, sistema de gazes, laringoscópio completo, desfibrilador com cardioversor e aspirador (Apêndice F).

Na sala de ACCR, ainda no hospital “J” não foram encontrados equipamentos indispensáveis para a avaliação de um usuário, nas cores amarela e verde ou ainda aqueles que não demonstrarem em um primeiro momento a situação de emergência que se determina

após uma avaliação, quais sejam: monitor multiparamétrico, sistema de gazes, laringoscópio completo, desfibrilador com cardioversor e aspirador, nem mesmo outros mais simples, e de menor custo utilizados para realizar um exame físico, quais sejam: mesa para exame, lanterna clínica e otoscópio.

Os aspectos tecnológicos nos hospitais pesquisados contemplam apenas os equipamentos básicos para atendimento de apenas um usuário em situação de parada cardiorrespiratória, diferentemente do preconizado, que além de ter equipamentos para atendimento de mais de um usuário em condição de parada cardiorrespiratória, ainda deve ter estrutura tecnológica para mantê-lo monitorizado após sua estabilização e admissão em unidade de complexidade exigida para cada caso.

7.4.3 Aspectos de Ambiência

No hospital “E” existe o espaço da emergência com reforma recente, para que seja possível melhorar os fluxos assistenciais e implantar as ações de Acolhimento e ACCR. Esta é constituída de eixo vermelho, que contempla as áreas vermelha, amarela e verde, e não possui eixo azul. No contexto da ambiência, esses espaços, assim como a recepção, estão em conformidade com o preconizado pelo programa QualiSUS no que se refere a climatização, iluminação, decoração e entretenimento, entretanto apresenta barreira na recepção.

No hospital “J”, ainda sem reforma programada, mas com fluxos adaptados, encontramos na recepção duas barreiras: uma de vidro e um portão, separando usuários do atendimento, diferentemente do que preconiza o programa QualiSUS. Ainda nesse hospital, as cadeiras da pequena recepção são em número insuficiente, não há objetos de decoração e nem entretenimento.

Em ambos os hospitais estudados o acesso da unidade de atendimento pediátrico e de adulto se dá no mesmo espaço. Também existe computador ligado à internet e telefone com linha direta.

A ambiência, nesse sentido, reflete também como facilitador na organização dos processos de trabalho. Nas unidades pesquisadas esse componente, mesmo já tendo sido melhorado, ainda está muito aquém do preconizado pelo programa QualiSUS

No documento Avaliação do Qualisus na Bahia (páginas 89-92)