• Nenhum resultado encontrado

SISTEMAS DE AVALIAÇÃO: ASPECTOS ESTRUTURAIS DO PROGRAMA QUALISUS.

No documento Avaliação do Qualisus na Bahia (páginas 54-58)

2 POLÍTICAS DE SAÚDE E O MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA

4 SISTEMA DE AVALIAÇÃO

4.2 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO: ASPECTOS ESTRUTURAIS DO PROGRAMA QUALISUS.

A portaria que institui o Programa QualiSUS preconiza como uma das diretrizes desse programa, o “oferecimento de condições tecnológicas aos estados e municípios para que desenvolvam uma efetiva regulação, controle e avaliação de seus sistemas de saúde”[...]. (BRASIL, 2006b)

Fundamenta-se assim com tecnologias que venham priorizar de forma efetiva, dentre outras, a avaliação do sistema de saúde. Para tal finalidade aponta-se para a dimensão estrutura do programa QualiSUS.

A dimensão Estrutura no programa QualiSUS está associada, nesse estudo, aos componentes de condições vinculados à ambiência, à tecnologia e à política de educação permanente.

4.2.1 Aspectos Estruturais do Programa QualiSUS: Ambiência

O sistema de avaliação, na dimensão estrutura do programa QualiSUS, não deve deixar de estabelecer quais as condições ideais de ambiência. Para tal fim, as condições de ambiência englobam como cenário, tanto o espaço social, como o espaço profissional onde

19 A classificação de pacientes nas unidades de emergência baseia-se nos critérios de classificação de risco

será prestada a assistência com acolhimento, humanização e resolubilidade. Nesse contexto estão inseridos o conforto dos usuários desse espaço e a facilidade de fluxo que se pode estabelecer (BRASIL, 2004a).

No que tange a ambiência se quer avaliar, segundo o mesmo autor, é o conforto do usuário e dos trabalhadores que devem atuar como qualificadores dos espaços, onde circulam esses cidadãos. Esse espaço deve agregar equilíbrio e harmonia entre cores, formas, odores, obras de arte, paisagismo e promover privacidade e individualidade do usuário e do trabalhador, facilitando assim, não só os processos de trabalho, como aproximando o usuário do seu cotidiano e desmistificando como aquele espaço de cor branca como sendo o ambiente hospitalar ideal, onde nesse contexto, o foco é apenas tratar de doentes.

Entende-se dessa forma que essa tipologia de ambiente tem como caminho, tradicionalmente, apenas tratar de doentes, e não seria essa a finalidade de se tratar à ambiência.

Para referendar essa questão de avaliação no contexto da ambiência, a padronização das condições de Ambiência referenciadas nesse estudo. Em um primeiro momento essas condições convergem para a separação da unidade de urgência / emergência em quatro espaços. Em um segundo momento, denomina-se esses espaços de forma distinta, ou seja: de área vermelha, área amarela, área verde e área azul. Tem-se ainda a subdivisão de cada área em outros espaços destinados ao atendimento dos usuários, obedecendo a seu nível de gravidade ou grau de sofrimento.

Considerando o grau de detalhamento da regulação, essa na reflexão do mesmo autor traz que a seguinte orientação: A área vermelha se destina ao atendimento dos usuários com risco de morrer, a área amarela está prevista para atendimento de usuários em sofrimento agudo ou com potencial risco de morte, estabilizados na área vermelha. Na área verde serão atendidos aqueles que estão em observação, oriundos da área amarela ou usuários que necessitam de pronto atendimento. Na área azul serão atendidos os usuários sintomáticos que serão referenciados para atendimento ambulatorial.

Como conclusão do estudo da ambiência, na dimensão estrutural, entende-se que esse espaço seja tanto profissional como social em grau de qualificação de excelência dito pelos usuários. Os ambientes destinados ao atendimento dos usuários nas unidades contempladas pelo programa QualiSUS devem ser climatizados, possuir boa iluminação, ser desprovidos de barreiras e conter os seguintes espaços:

b) Recepção sem barreira20

c) Consultório para Acolhimento com Classificação de Risco d) Área vermelha com box para procedimento invasivo e) Área amarela com sala de retaguarda e sala de observação f) Área verde com sala de retaguarda e sala de observação g) Área azul com sala de apoio e sala de procedimentos h) Áreas de apoio: copa, sala de estar para equipe

4.2.2 Aspectos Estruturais do Programa QualiSUS: Tecnológicos

Os equipamentos estabelecidos para essa avaliação, de acordo com os espaços, sejam sociais ou profissionais, assim se determinam:

a) Espaço de acolhimento: telefones com linha direta, aparelhos de fax, microcomputador com internet conectada.

b) Recepção: telefone, microcomputador ligado à rede e com internet conectada c) Sala de espera: dispositivo para entretenimento.

d) Consultório para ACCR: mesa para exame, monitor multiparamétrico, glicosímetro, suporte para soro, lanterna clínica, otoscópio, estetoscópio biauricular, sistema de gases, ventilador por pressão, balança adequada21 a idade do usuário, laringoscópio com jogo de lâminas, desfibrilador com cardioversor e aspirador.

e) Área vermelha: carros maca, monitor multiparamétrico, glicosímetro, suporte para soro, lanterna clínica, otoscópio, estetoscópio biauricular, sistema de

Gases, desfibrilador com cardioversor, ventilador por pressão, aspirador, biombo e mesa auxiliar.

f) Área amarela: carros maca, monitor multiparamétrico, glicosímetro, suporte para soro, lanterna clínica, otoscópio, estetoscópio, sistema de gases, desfibrilador com cardioversor, ventilador por pressão, aspirador e biombo.

20 Barreiras: se referem a presença de vidros, grades ou outro utensílio que seja traduzido como barreira para o

usuário.

g) Área verde: carros maca, monitor multiparamétrico, glicosímetro, suporte para soro, lanterna clínica, otoscópio, estetoscópio biauricular, sistema de gases, desfibrilador com cardioversor, ventilador por pressão, aspirador e biombo.

h) Área azul: maca para exame, glicosímetro, lanterna clínica, otoscópio, estetoscópio biauricular, biombo, mesa de escritório e cadeiras.

As condições de tecnologias supracitadas está focada nos equipamentos, condições instrumentais necessárias ao bom desempenho assistencial hospitalar nas áreas de urgência / emergência. Contudo, a ambiência já tratada no item 3.2.1, e a educação permanente, também estão inseridas como tecnologias leves por se tratarem de condições estruturais para a gestão dessas unidades hospitalares.

4.2.3 Aspectos Estruturais do Programa QualiSUS: Política de Educação Permanente Finalmente, tem-se como objetivo avaliar nos aspectos da dimensão estrutura, a política de educação permanente das unidades hospitalares pactuadas entre o Ministério da Saúde e o estado da Bahia. A primeira dificuldade desse estudo recai na definição dos conceitos de Educação Permanente e Educação Continuada.

Esses conceitos foram debatidos na sua essência quanto ao fato de se tentar traçar diferenças de limites quanto aos seus objetivos. Essas diferenças que promoviam conceitos contrários foram possíveis de ser harmonizadas, segundo Saupe e Massaroli (2005).

Hoje se percebe que os autores entendem que ambas significam igualmente um processo. Contudo, seja qual for a denominação que se dê a esse processo, se pode ter uma atualização cotidiana das práticas, aquisição de novos aportes teóricos, metodológicos, científicos e tecnológicos que contribuem para a construção de relações e processos que insurgem do interior das equipes, com agentes e práticas organizacionais, incluem as práticas interinstitucionais e intersetoriais (SAUPE e MASSAROLI, 2005).

Para essas autoras, aborda-se como entendimento complementar conceitual que a Educação Permanente é uma Educação Continuada que ganhou status de política pública ao se estabelecer na área de saúde e foi denominada de Educação Permanente em Saúde. Seu início ocorreu após a formação básica para atualização e melhoria da capacidade de um profissional ou grupo, frente à evolução técnico-científica e às necessidades sociais.

metodologias tradicionais e sem necessariamente serem demandadas pela organização de saúde.

Como conclusão, na dimensão Estrutura no que se refere ao componente de Política de Educação Permanente, essa se estabelece nesse estudo com os seguintes componentes:

a) Existência de uma política de educação permanente para os colaboradores da urgência / emergência.

b) Equipe multiprofissional que atua na urgência / emergência com treinamento específico de Suporte Básico22 e Suporte Avançado de Vida23.

c) Profissionais que trabalham no acolhimento, treinados para atuar no acolhimento.

d) Profissionais que trabalham no ACCR, treinados para atuar no ACCR.

4.3 SISTEMA DE AVALIAÇÃO: ASPECTOS PROCESSUAIS DO PROGRAMA

No documento Avaliação do Qualisus na Bahia (páginas 54-58)