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Avaliação do desempenho do sector em 2004 1 Avaliação dos indicadores do QAD (PAF) em

Sumário Executivo

2. Avaliação do desempenho do sector em 2004 1 Avaliação dos indicadores do QAD (PAF) em

A taxa líquida de escolarização no EP1 atingiu 75,6% (73,2 % para as raparigas), contra os 72% (69% para as raparigas) planificados, em 2004. A taxa de conclusão só será analisada em Maio porque os dados dos exames ainda não se encontram disponíveis. No entanto, prevê-se que o MEC alcance as metas uma vez que foram tomadas as medidas de caracter pedagógico necessárias para o efeito.

2.2. Avaliação do desempenho global do sector 2.2.1 Progresso

De uma maneira geral os grandes objectivos do sector foram alcançados, embora com alguns constrangimentos. Ao longo de 2004, realizou-se um intenso processo de consulta internamente e com os parceiros do ex-MINED, sobre as políticas do PEE II que levou à elaboração de uma versão melhorada do Plano. Apesar dos progressos alcançados, o PEE II não foi finalizado nos prazos acordados devido às realizações politicas do país, ao atraso no alcance de consensos sobre políticas e estratégias chave.

O Governo de Moçambique deu um passo importante para atingir a Educação Primária para Todos, ao abolir as taxas de Acção Social Escolar16, cobradas pelas escolas do Ensino Primário.

O novo currículo do Ensino Básico foi introduzido, de acordo com o planificado, nas 1a, 3a, e 6a classes em 2004. Para o efeito, o MEC formou os professores e iniciou a

implementação do programa “CRESCER” que neste momento abrange cerca de 30% dos professores.

Está em preparação a implementação do novo currículo da Alfabetização e o programa de alfabetização via radio. O programa de HIV/SIDA foi cumprido parcialmente.

A 3a fase do programa de Apoio Directo às Escolas17 (ADE) que abrangeu todas as EP1 e EPC terminou com sucesso, tendo sido avaliado positivamente pelas escolas, comunidades, MEC e parceiros. A 4a fase do programa está em preparação devendo ser lançado

brevemente. Esta vai abranger todas as escolas do EP1, EPC e EP2 em todo o país.

Foi iniciado o processo de transformação curricular do ESG. O ex-MINED prosseguiu com a implementação do programa piloto de Ensino Secundário à Distância.

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ASE – Taxa de Acção Social Escolar é uma taxa cobrada às familias pelas escolas no momento das matriculas.

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Apoio Directo às Escolas (ADE)– É um programa criado pelo ex MINED que aloca anualmente fundos às escolas em montantes que variam de 200 a 3000 USD por escola dependendo do número de alunos.

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Formação Profissional, tendo culminado com a criação do COREP (Comissão para a Reforma da Educação Profissional).

2.2.2 Desafios

As estratégias de Género, de Construções a Baixo Custo e de Educação Especial foram elaboradas mas ainda não estão aprovadas. Como consequência, o sector não pode evoluir de uma maneira sistemática e sustentável.

O processo de elaboração da carta escolar não registou progressos significativos por falta de recursos humanos e financeiros, o que cria obstáculos à planificação das actividades. A chegada tardia dos livros escolares, agravada pelas quantidades insuficientes destes nas escolas, continua a ser um grande entrave para o cumprimento dos programas de ensino, dificultando a aprendizagem dos alunos.

Ainda não foram revistos os currículos de formação de professores com vista a

incorporarem os aspectos relevantes do Novo Currículo. Como consequência não foram elaborados os materiais para a formação. As capacitações de professores revelam-se insuficientes e não respondem às necessidades do sistema. Este aspecto afecta sobretudo os professores das novas disciplinas (Inglês, Ofícios e Educação Musical), bem como a implementação do currículo local. As Instituições de Formação de Professores não têm materiais de ensino apropriados, incluindo os livros do Novo Currículo.

A supervisão pedagógica é controlada centralmente, o que dificulta o acompanhamento das actividades pedagógicas no terreno. Assim, torna-se necessário descentralizar e fortalecer o sistema de supervisão pedagógica para as províncias, distritos e ZIP’s e Conselhos de Escola de modo a controlar e apoiar eficientemente os processos de ensino e de aprendizagem.

Os atrasos de pagamento dos subsidios dos alfabetizadores e dos sálarios dos professores que ainda se registam, desmotivam o corpo docente e enfraquecem a deontologia

profissional, devendo ser corrigidas.

A fase piloto do programa de construção a baixo custo não foi iniciada como estava previsto em 2004, o que compromete as metas da Educação Para Todos.

2.3. Análise da execução orçamental de 2004

O sector da Educação recebeu 21,2% do total do Orçamento do Estado, como previsto. Deste, 53,3% foi afectado ao Ensino Básico. Até ao final de 2004, a execução foi de 75%. O orçamento corrente registou um nível de execução de 79,3% de acordo com o Balanço do PES. O grau de realização das despesas com salarios foi de 86,9% e de bens e serviços de 76,4%, sendo as áreas mais afectadas as da Alfabetização e Educação de Adultos e da Formação de Professores. A execução do orçamento de investimento foi de 89% para os fundos internos e de 54% para os externos.

Na componente de salários e outras despesas com o pessoal, os gastos, em algumas províncias, têm sido maiores do que o programado e alocado, devido à realização de despesas não previstas tais como o pagamento do segundo turno, ajustes salariais, exercícios findos, entre outros subsídios.

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baixa execução financeira. Verifica-se uma discrepância nos limites e execução orçamentais nos relatórios do ex-MPF e do ex-MINED.

A execução orçamental do FASE em 2004 foi de 30.2%, originada por deficiências na gestão financeira e prestação de contas em 2003, o que levou os Parceiros de Cooperação (PCs) a suspenderem a alocação de fundos, sensivelmente até ao terceiro trimestre de 2004. Em face desta situação, o ex-MINED contratou um assessor para assistir no

melhoramento da gestão financeira e produção de relatórios. Paralelamente, foi elaborado um manual de gestão financeira, de fácil utilização e realizadas formações nas províncias envolvendo pessoal dos DAF’s.

Uma parte significativa dos fundos externos continua a não estar inscrita no orçamento, afectando o processo de planificação. Esta situação obriga à criação de sistemas administrativos paralelos, enfraquecendo ainda mais a área financeira do MEC. 2.4. Aspectos transversais

O ex-MINED e os parceiros chegaram à conclusão que a fraqueza do sistema de gestão financeira do Ministério continua a ser um factor que dificulta o desenvolvimento do sector. A implementação do SISTAFE, no âmbito da Reforma do Sector Público poderá contribuir para a melhoria significativa do financiamento das actividades do sector. Entretanto, a implementação do SISTAFE exigirá grandes esforços por parte de todos os parceiros (internos e externos) e do MEC de modo a reduzir os possíveis constrangimentos que um processo desta natureza acarreta.

O MEC deverá integrar adequadamente todos os extintos Ministérios (MC e MINED) e a área do Ensino Superior do ex-MESCT. No âmbito da reforma do sector público a estruturação do MEC deve ter em conta as análises funcionais dos extintos ministérios. A experiência positiva do ADE mostrou as grandes vantagens de uma abordagem descentralizada de financiamento das instituições de ensino e permitiu retirar lições importantes de como financiar e gerir adequadamente os fundos, permitindo a chegada destes aos principais beneficiários. Esta metodologia poderia ser recomendado para outros programas como é o caso do programa de Construções a Baixo Custo.

Durante o ano 2004 ficou evidente a importância do MEC no combate ao HIV/SIDA. Os parceiros e o ex- MINED concluiram que a mitigação do HIV/SIDA vai para além do ensino de métodos de prevenção aos alunos. A estratégia deve abordar áreas de prevenção no seio dos professores e outro funcionários da educação, tomar em conta a necessidade de reposição da força de trabalho que será afectada pela pandemia. Portanto, o MEC deveria elaborar indicadores claros sobre aspectos ligados ao HIV/SIDA.

Em relação aos indicadores da participação feminina nas escolas verificaram-se progressos, embora pouco significativos. Nos casos do ES e em algumas províncias, mesmo no EP verificam-se retrocessos em relação a estes indicadores. Considerando as metas do PARPA e do Milénio, esta situação revela-se manifestamente preocupante. As estratégias de género e de construção de baixo custo deveriam priorizar os distritos mais afectados pelos

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O MEC deverá finalizar o PEE II de modo a que este esteja aprovado até Julho de 2005. Imediatamente deverá ser elaborado o plano e o manual de implementação, considerando a real situação do país em termos de recursos humanos e financeiros. Esta actividade deverá ser realizada a tempo de o PEE II ser usado no processo de planificação de 2006. O centro da implementação do PEE II deverá ser a escola.

O MEC e os parceiros deverão realizar todas as suas acções dentro do quadro e indicadores deste. Para o efeito, os orgãos conjuntos de implementação, assim como o sistema de monitoria e supervisão deveriam ser revistos e revitalizados com a maior brevidade, para responder às exigências do Plano. Paralelamente, a coordenação entre as instituições do Estado relacionadas com a implementação do PEE II deverá ser melhorada. Para assegurar a execução plena e efectiva do PEE II, o Ministério deverá concentrar seus esforços no melhoramento da capacidade institucional, priorizando a gestão financeira e a gestão de recursos humanos. Estas acções têm em vista resolver, entre outros, os atrasos de salários, atrasos na aquisição e distribuição dos livros escolares e para a criação de um sistema de financiamento ao programa de construções a baixo custo. A elaboração da Carta Escolar deverá ser acelerada para fortalecer a capacidade de planificação do MEC.

O MEC deverá preparar-se para a implementação do SISTAFE de modo a evitar possiveis constrangimentos decorrentes deste processo de mudança. Paralelamente, o MEC deverá utilizar o SISTAFE e outros instrumentos, como o PETS18, para analisar os fluxos de fundos para assim avaliar o seu impacto nas actividades do sector.

Os programas CRESCER, ADE e Construção a Baixo Custo, devem ser incorporadas na planificação e orçamentação anual do MEC a partir de 2006.

A Formação de Professores e a área das Construções deverão acelerar a implementação das linhas políticas já definidas no Plano.

Os programas de implementação do Novo Curriculo do Ensino Básico e ADE deverão ser devidamente acompanhados no terreno. Assim, torna-se necessário criar um o sistema de supervisão pedagógica descentralizado de modo a controlar e apoiar eficientemente os processos de ensino e de aprendizagem.

O MEC deverá desenvolver acções para acelerar o progresso na área do género,

priorizando os distritos com maiores disparidades, no sentido de assegurar que, até 2009, o equilíbrio de género esteja garantido, pelo menos no EP1.

Os direitos de educação das crianças com necessidades especiais deverão ser adequadamente atendidos.

As várias medidas introduzidas nos últimos anos com vista a melhorar a qualidade do Ensino Primário, resultarão no aumento de graduados deste nível o que vai aumentar a pressão sobre o Ensino Pós-Primário. Neste contexto, o MEC deverá acelerar a reforma do Ensino Secundário e Técnico Profissional assim como do Ensino Superior, tendo em conta as prioridades no contexto do desenvolvimento do país.

Os parceiros deverão trabalhar no sentido de, até ao final de Maio de cada ano, apresentarem os seus compromissos financeiros ao MEC para permitir uma melhor planificação do OE. Excepcionalmente, esta informação ao MEC deverá ser enviada ao

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implementação do SISTAFE, todos os parceiros deverão rever os seus compromissos e abordagens de trabalho para acelerar o processo de harmonização e alinhamento dos procedimentos.

Para garantir as metas estabelecidas no PEE II o esforço financeiro do Governo deverá continuar crescer de modo a financiar as actividades essenciais do sector.

Considerando os possíveis impactos negativos da nova política da educação gratuita no Ensino Primário relativamente aos recursos disponíveis nas escolas, o MEC e os parceiros de cooperação deverão desenvolver uma estratégia para assegurar e sustentar o

financiamento e funcionamento adequado das escolas.

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