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Sumário Executivo

3.1 PES/OE/PARPA/POA

No PES de 2005, o HIV/SIDA foi tratado de forma um tanto abrangente como uma questão transversal, incluindo uma boa análise e consideração das suas implicações sociais, médicas e macro-económicas mais amplas. Esta foi uma recomendação chave das Revisões Conjunta e Semestral de 2004. Os indicadores do PAF sobre HIV/SIDA estão espelhados no PES, e os dois processos são coerentes e consistentes.

A rubrica sobre HIV/SIDA no orçamento (nomeadamente, o financiamento do OE para o CNCS) é muito pequena e não reflecte uma representação realista dos financiamentos “alocados” a outros sectores como Educação, Saúde, Mulher e Acção Social, etc. Contudo, enquanto o SISTAF e os seus classificadores de programas não estiverem a ser implementados em todos os sectores, será difícil obter uma imagem mais exacta das despesas multisectoriais no combate ao HIV/SIDA. Uma maior contribuição do OE para o CNCS seria um sinal do compromisso em relação ao Conselho como mecanismo nacional de coordenação, juntamente com as contribuições do OE para todos os sectores para reflectir a inclusão das actividades de combate ao HIV/SIDA nos seus planos e orçamentos. Por outro lado, é necessário que os desembolsos do OE para o CNCS sejam feitos de forma atempada para fazer face às despesas correntes.

No PES de 2005 faz-se uma boa análise do impacto, mas a necessidade imperiosa do combate ao HIV/SIDA através de uma abordagem transversal e multisectorial não está bem reflectida no PES de 2005. Onde se faz menção do HIV/SIDA, é apenas uma lista de um pequeno número de actividades e não um conjunto visível de acções prioritárias em todos os sectores do governo. Estão disponíveis e de forma crescente muitos recursos destinados às actividades de combate ao HIV/SIDA em Moçambique. É importante que estes recursos e intervenções relacionadas com o HIV/SIDA sejam coordenados e o seu impacto sobre todo o pacote de recursos seja compreendido.

Considerando o peso da evidência da correlação inversa entre o HIV/SIDA e o crescimento económico, e a correlação directa com a pobreza, é importante que o PARPA II trate o HIV/SIDA (e as suais dimensões do género) como uma questão transversal. Para garantir a aderência aos princípios e lógica subjacentes aos três uns, o PARPA II e PEN II também devem ser coerentes. O plano de implementação do PEN II ainda não foi concluído, por isso, ainda não foram indicadas metas claras para os seus principais indicadores. Esperava-se que este plano estaria disponível até finais de 2004, mas prevê-se que seja concluído nos próximos meses. Neste contexto, os actuais indicadores sobre HIV/SIDA serão revistos durante a Revisão Semestral, tomando em consideração as metas revistas e confirmação (ou não) de dados imediatamente disponíveis e fiáveis. Contudo, com base nas discussões preliminares, podemos recomendar a substituição do indicador do OVC por um indicador que mede o compromisso do governo (isto é, medido pelo financiamento do OE – orçamentado e executado) para o combate ao HIV/SIDA.

Principais recomendações e questões a serem consideradas

ƒ Criar liderança política a todos os níveis (nacional, provincial, distrital e comunitário) e em todos os sectores. Foram feitos alguns progressos, mas a resposta nacional ainda não é proporcional á escala da epidemia. É importante que esta lacuna seja preenchida e que haja uma resposta coordenada, com custos e financiamento, e multisectorial em todo o sector público baseada no PEN II e PARPA II.

ƒ O CNCS deve concentrar-se na sua “actividade principal”. O CNCS deve concentrar as suas atenções na coordenação, liderança, monitoria e análise da resposta nacional. Para que isso seja possível, o CNCS deve estabelecer um plano e

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a capacidade dos interlocutores do sector público e da sociedade civil.

ƒ Os parceiros devem coordenar, harmonizar e simplificar. Considerando que as exigências estão a aumentar cada vez mais e a capacidade é pouca, os parceiros devem fazer esforços para reduzir os custos das transações para as contrapartes do governo através da utilização cada vez mais dos mecanismos e procedimentos comuns, e do alinhamento do diálogo e exigência de relatórios com os sistemas do governo, entre outros.

ƒ A sociedade civil deve ser envolvida. O envolvimento da sociedade civil em todas as fases de determinação e implementação de políticas e estratégias é importante para alcançar as metas do PEN II e do PEN da Saúde.

ƒ Deve-se resolver a questão da dimensão do género. É necessário desenvolver-se programas apropriados, dirigidos e multifacetados para resolver o problema da ligação inextricável entre a desigualdade do género e HIV/SIDA.

ƒ Há necessidade de uma discussão mais ampla para definir quem tem prioridade no acesso ao tratamento para criar-se consenso e garantir equidade e transparência.

ƒ Devia ser reintroduzido um indicador de antiretrovirais no Quadro do PAF/PES. No Quadro do PAF/PES devia ser reintroduzido um indicador do número de pessoas que vivem com HIV/SIDA que recebem tratamento com antiretrovirais. O indicador foi retirado da matriz de 2005 depois de discussões com o Grupo de Trabalho da Saúde, mas tencionam incluí-lo na matriz de 2006.

ƒ Análise das despesas para HIV/SIDA. Considerando que (i) uma parte significativa de financiamentos é “alocada” aos sectores, (ii) muitas organizações da sociedade civil recebem financiamentos directamente e (iii) muitas iniciativas do sector público não têm orçamento, seria importante haver uma análise das despesas públicas para mapear e avaliar como e para onde é que os financiamentos para o combate ao HIV/SIDA estão a ser canalizados, e para que fins. Também será importante compreender qual é o impacto dos recursos “destinados” ao combate ao HIV/SIDA no pacote de recursos e como é que alteram os padrões das despesas do governo. ƒ Revisão dos Indicadores. No quadro do plano de implementação do PEN II, os

actuais indicadores sobre HIV/SIDA serão revisitados durante a Revisão Semestral, tomando em consideração as metas revistas e a confirmação (ou não) de dados imediatamente disponíveis e fiáveis.

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Ministério de Educação e Cultura

Parceiros de Cooperação

1. Introdução

A análise do desempenho do sector da Educação no âmbito da Avaliação Conjunta referente ao ano de 2004, realizou-se na RAR6, com a participação do MEC e seus

parceiros tendo como base o Balanço do PES, o Relatório de Execução do Orçamento e a matriz do PES/PAF de Abril 2004.

Os indicadores educacionais da matriz do PES/PAF foram atingidos, embora com alguns constrangimentos. Continuam a existir disparidades regionais e de género importantes. Não foi possível avaliar o indicador da taxa de conclusão, uma vez que os dados do

aproveitamento dos exames de 2004 só estarão disponíveis no próximo mês de Maio. Registaram-se progressos importantes no Ensino Primário. O Governo aboliu todas as cobranças compulsivas que vinham sendo efectuadas nas escolas primárias. A

implementação do Novo Currículo do Ensino Básico e da alfabetização e educação não formal, assim como a estratégia do HIV/SIDA constituíram áreas de progresso.

A nível do ensino pós-primário verificam-se importantes transformações. Assim, no Ensino Secundário está em curso a transformação curricular com vista a atender às preocupações da melhoria da qualidade e relevância deste subsistema, bem como à mudanças ocorridas no Ensino Primário. Está em curso a reforma do ETP com a participação do sector privado e dos parceiros nacionais e internacionais.

Contudo, o MEC enfrenta ainda sérios desafios. O PEE II não foi concluído, como estava previsto no PAF, resultado das fraquezas na capacidade de planificação do MEC.

As dificuldades que se verificaram na área da gestão financeira originaram a baixa execução orçamental, dificultaram os desembolsos dos fundos do FASE e criaram atrasos nos

pagamentos de salários dos professores e subsídios alfabetizadores comprometendo os programas do MEC.

A área da formação de professores, incluindo a formação em serviço, e a distribuição do livro escolar ainda não respondem às necessidades do sector. De igual modo, a área do género regista um fraco progresso e continua a constituir motivo de preocupação. O HIV/SIDA continua a ser um grande desafio.

Entre as recomendações da análise destacam-se as seguintes:

• Finalização do PEE II e elaboração do plano de implementação incluindo o plano financeiro e o manual de implementação;

• Criação das condições para a implementação efectiva do SISTAFE; • Reforço do financiamento interno ao sector da Educação;

• Implementação das linhas políticas da Formação de Professores, ETP e das Construções escolares;

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priorizando os distritos com maiores disparidades;

• Melhoria do desempenho dos parceiros de cooperação com respeito aos seus compromissos e abordagens de trabalho;

2. Avaliação do desempenho do sector em 2004