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IV. PRÁTICA LETIVA

4.2 Avaliação

4.2.1 Avaliação inicial

“O objeto da primeira etapa de trabalho com a turma, no começo do ano letivo, é a avaliação inicial, cujo propósito fundamental consiste em determinar as aptidões e dificuldades dos alunos nas diferentes matérias do respetivo ano de curso, procedendo simultaneamente à revisão/atualização dos resultados obtidos no ano anterior.” (Jacinto et al., 2001).

“Avaliação diagnóstica é a modalidade de avaliação que averigua se os alunos possuem os conhecimentos e aptidões para poderem iniciar novas aprendizagens. Permite identificar problemas, no início de novas aprendizagens, servindo de base para decisões posteriores, através de uma adequação do ensino às características dos alunos. Verifica se o aluno possui as aprendizagens anteriores necessárias para que novas aprendizagens tenham lugar (avaliação dos pré-requisitos) e também se os alunos já têm conhecimentos da matéria que o professor vai ensinar, isto é, que aprendizagens das que se pretendem iniciar (e que se assumem não-conhecidas) são já dominadas pelos alunos (avaliação dos níveis de entrada).” (Rosado, n.d. , p.16).

O processo de avaliação iniciou-se com a avaliação diagnóstica. Este processo tem como finalidade a recolha de um conjunto de informações que permitem ao professor:

37 adaptar as atividades propostas ao nível da turma, estabelecer prioridades, identificar competências dos educandos e formar grupos de trabalho por níveis de aprendizagem (Gonçalves, Albuquerque & Aranha, 2010).

De acordo com Rosado (n.d.), a avaliação diagnóstica ocorre sob a forma de avaliação inicial, quando o processo se realiza no início do ano letivo. Posto isto, designaremos em diante, avaliação inicial pois tem um caráter mais específico.

Jacinto et al. (2001) revelam no PNEF que o professor através da avaliação inicial torna-se capaz de identificar: a) os alunos que vão precisar de maior acompanhamento, que apresentam mais dificuldades; b) as matérias em que os alunos se encontram mais distantes do nível de objetivos do programa, e que deverão merecer mais atenção (no tempo e tratamento a disponibilizar); c) as capacidades motoras que merecem uma atenção especial (em alunos ou grupo de alunos) e d) os aspetos críticos no tratamento das matérias e na organização da turma.

No mesmo documento orientador da prática dos docentes de Educação Física, Jacinto et al. (2001) defendem que a avaliação inicial informará o docente: a) da forma como o aluno aprende; b) do modo como o aprendiz se situa no programa previsto para o ano de escolaridade onde está enquadrado e c) das possibilidades de desenvolvimento na disciplina. Os autores declaram ainda que este processo serve igualmente para: a) rever aprendizagens anteriores, b) consolidar outras, c) relembrar e criar rotinas de aula, d) construir um clima de aula favorável à aprendizagem e e) melhorar a condição física dos alunos.

Gonçalves, Albuquerque e Aranha (2010) acrescentam que a avaliação inicial permite recolher um conjunto de informações que, posteriormente, possibilitam: a) o ajustamento das atividades a realizar pelos alunos; b) o estabelecimento de prioridades; c) a identificação das competências dos educandos; d) a formação de grupos por níveis de aprendizagem.

Silva e Dias (2007) identificam vários objetivos da avaliação inicial que passaremos a revelar:

 Ensinar e aprender ou consolidar rotinas de organização, situações organizativas típicas da Educação Física, normas de funcionamento, etc;

38  Identificar as aptidões dos alunos em cada matéria;

 Identificar os “alunos-expert” e os “alunos-problema” da E.F. em cada uma das matérias;

 Recolher informações que permitam elaborar o Plano de Turma;

 Recolher informações para definir prioridades de desenvolvimento para a primeira etapa, no que respeita aos objetivos;

 Avaliar o nível dos alunos e as suas possibilidades de desenvolvimento no conjunto das matérias da E.F. e, se possível, no domínio dos conhecimentos que se considere necessário e fundamental;

 Definir o grau de exigência para cada matéria;

 Definir as matérias prioritárias de intervenção pedagógica;

 Criar um bom clima de aula e um estilo próprio de aula (isto irá otimizar o tempo útil de aula para as aprendizagens);

 Recolher informações para orientar a formação de grupos dentro da turma, caso a heterogeneidade o justifique.

 Obter informações para em grupo, elaborar ou reformular o plano plurianual, estabelecendo metas por ano e definindo objetivos mínimos. (Silva & Dias, 2007).

Desta feita, para efeitos duma avaliação integral, foram selecionadas sete matérias de ensino que representaram as sete categorias definidas pelo PNEF do 3º ciclo (quadro 4), a saber:

Quadro 4: Especificação das matérias contempladas na Avaliação Inicial relativamente às categorias do PNEF.

Categorias do PNEF Matérias contempladas na AI

Categoria A – futebol, basquetebol, andebol, voleibol

Futebol, basquetebol, andebol, voleibol

Categoria B – ginástica de solo, ginástica de aparelhos, acrobática

Ginástica de solo, ginástica de aparelhos

Categoria C – atletismo Atletismo - corridas Categoria D – patinagem Patinagem

Categoria E – dança Dança Categoria F – raquetas Badmington Categoria G – outras

(orientação, luta, etc.)

39 A seleção destas matérias de ensino não foi feita de forma aleatória. Dado que pertencem a diferentes grupos taxonómicos solicitam, predominantemente, diferentes comportamentos nos alunos, levando ao desenvolvimento de diferentes competências. A avaliação inicial destas matérias permitiu que conhecêssemos as competências dos alunos na abordagem de vários problemas.

Estabelecemos critérios de avaliação com base no PNEF e na bibliografia específica de apoio. Em seguida, elaborou-se o instrumento de avaliação que consistia numa “grade de apreciação” na qual os valores introduzidos variaram entre 1 e 3 (Anexo E). Sendo que as tarefas propostas tiveram por base a solicitação de comportamentos de acordo com o grupo taxonómico da matéria de ensino e as suas especificidades, a avaliação foi composta por 3 níveis, sendo possível identificar diferentes níveis de compreensão e domínio das situações de aprendizagem propostas (quadro 5).

Quadro 5: Caracterização dos níveis de avaliação inicial.

Níveis (de avaliação)

1 2 3

O aluno não evidencia os comportamentos

adequados

O aluno evidencia alguns comportamentos

adequados

O aluno evidencia os comportamentos

adequados

Os resultados obtidos permitiram-nos tomar decisões com base nas necessidades mais evidentes da turma, havendo a possibilidade de investir mais tempo nas matérias de ensino cujos comportamentos solicitados se revelaram pouco adequados à resolução dos problemas propostos.

Também foi avaliada a aptidão física dos alunos através da bateria de testes do FITNESSGRAM (Anexo F). Foram realizados os seguintes testes: “senta e alcança”, “extensão de braços”, “abdominais” e “vaivém”.

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