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Avaliação integrativa dos artigos

No documento Neurociências, educação e saúde (páginas 47-51)

Para atingir o objetivo proposto, Pereira e Ceolim (2011) realizaram uma revisão bibliográfica entre os dias 21 e 30 de setembro de 2009, utilizando os descritores “sleep” AND “falls” AND “functional performance” AND “elderly”

aplicados nas bases de dados Pubmed, Ageline e Scielo. Como critérios de in-clusão, os autores empregaram: artigos completos publicados de 2006 a 2009, estudos retrospectivos, transversais e prospectivos. Como resultado, foram encontrados 52 estudos. Após a análise da amostra, os autores chegaram à conclusão de que os distúrbios do sono podem afetar o desempenho funcional do idoso, além de aumentar o risco de quedas.

Para avaliar as características do padrão de sono dos idosos participantes da pesquisa, Barbosa et al. (2016) fizeram um estudo descritivo e transversal, desenvolvido com uma amostra de 100 idosos. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista com o auxílio de formulário. Após o levantamento dos dados, os autores os analisaram por meio de estatística descritiva e do teste de Qui Quadrado de Pearson. Como resultado, foi observado que 46% dos idosos relataram possuir sono muito alterado, enquanto 57% informaram ter um bom padrão de sono. A pesquisa serviu para salientar a importância de políticas públicas direcionadas para o enfrentamento dos distúrbios do sono da população idosa.

O estudo de Barros et al. (2019) trata de uma pesquisa transversal, de base populacional, desenvolvida por meio de dados de Inquérito de Saúde do município de Campinas. Os autores analisaram os dados de uma amostra de 1.1998 indivíduos. A qualidade do sono da amostra foi analisada conforme

as características sociodemográficas, comportamentos e saúde, morbidades e sentimentos de bem-estar. A prevalência de sono autoavaliado como ruim foi de 29,1%, sendo significativamente mais elevada nas mulheres, indivíduos sem ocupação, em indivíduos de 60 a 70 anos de idade, com algum transtorno mental comum (RP = 1,59), com maiores problemas de saúde (RP = 2,33) e que manifestavam sintomas de depressão. O sono ruim foi associado aos rela-tos de dificuldade de iniciar o sono (RP = 4,17), de manter o sono (RP = 4,40) e com dificuldades em se sentir disposto durante o dia (RP = 4,52).

Silva et al. (2017) utilizaram uma revisão integrativa, com os descritores

“envelhecimento”, “distúrbios do sono” e “qualidade de vida” aplicados nas ba-ses de dados Medline, Lilacs e Scopus. A amostra da pesquisa foi de 10 artigos, que subsidiaram a construção de três categorias: o processo de senescência e as modificações habituais do sono; os distúrbios do sono em função das pato-logias típicas do envelhecimento; e as implicações dos distúrbios do sono na qualidade de vida do idoso. As alterações do sono evidenciadas nas pesquisas evidenciam as necessidades de ações direcionadas à melhor qualidade de vida da pessoa idosa.

O estudo de Santos et al. (2013) se trata de um recorte de um projeto mul-ticêntrico denominado “Fragilidade em Idosos Brasileiros”. No projeto, 878 idosos foram avaliados, por meio de questionário sociodemográfico e ques-tões sobre os distúrbios do sono. Na análise dos dados, foram empregados os testes Mann Whitney e Kruskal Wallis, e a análise de regressão univariada e multivariada, com um nível de significância de 5% (p < 0,05). Os resultados permitiram aferir que os idosos que apresentaram menos escore do MEEM foram aqueles com menor renda familiar e do sexo feminino. Diante dos re-sultados, os profissionais de saúde poderão desenvolver ações preventivas no que concerne à cognição, mantendo a autonomia e independência dos idosos na realização de suas atividades cotidianas. Para atingir o objetivo proposto, Oliveira et al. (2010) avaliaram o padrão de sono da amostra por meio do Mini-Sleep Questionary. Os resultados apontaram que o grupo com menor es-colaridade e as mulheres apresentaram maiores sintomas de insônia, os idosos apresentaram maior frequência de sintomas apnéicos. Com isso, os autores concluíram que o padrão do sono é influenciado pelas características socioe-conômicas, como gênero, idade e escolaridade.

3 – A relação entre o envelhecimento e a qualidade do sono: uma abordagem teórica

Considerações finais

A qualidade do sono está entre as queixas mais frequentes dos idosos. As mudanças morfológicas e fisiológicas provenientes do processo de senescên-cia podem ser observadas na qualidade do sono do idoso. Conforme foi dis-cutido no decorrer da pesquisa, as principais alterações do sono relacionadas ao processo de envelhecimento são a apneia, a insônia e os distúrbios do ritmo circadiano.

O presente estudo nos permite aferir que a qualidade do sono atua na prevenção de agravos à saúde da população idosa, apresentando resultados complementares à literatura do sono, o que contribui para uma melhor com-preensão desses aspectos no envelhecimento. Diante do exposto, fica clara a necessidade de um olhar mais crítico quanto à qualidade de vida do idoso, que, com os problemas do sono, pode sofrer grande interferência.

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Neuroeducação: contribuições das neurociências, psicologia e

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