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Programa de João Kleber volta a liderar o ranking da baixaria na TV

A Coordenação da Campanha Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania divulga hoje (11.07), o terceiro ranking dos programas mais denunciados à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

A Campanha foi lançada em novembro do ano passado e recebeu 1740 denúncias no total. O ranking só apresenta os dez programas mais questionados.

Com um total de 205 denúncias, o apresentador João Kléber, que comanda os programas Eu Vi na TV e Canal Aberto na Rede TV!, lidera o terceiro ranking das reclamações dos telespectadores. São denúncias que vão desde à exposição de pessoas ao ridículo, discriminação sexual, vocabulário impróprio à incitação à violência. Este programa liderou o primeiro ranking da campanha, em fevereiro do ano passado. Os dez programas do ranking somam um total de 871 reclamações.

O programa do Ratinho (SBT) ocupou o segundo lugar com 176 reclamações. As alegações são as mesmas do programa do João Kléber. Por conta da apelação sexual, o programa Big Brother Brasil ocupou o terceiro lugar, com 117 reclamações. Já o Domingão do Faustão (Rede Globo) ficou em quarto lugar com também 117 denúncias, onde a maioria se deu conta do apelo sexual e do quadro vídeo-cassetadas, quando crianças sofrem acidentes. O vocabulário chulo do apresentador Fausto Silva também foi motivo para uma advertência do Ministério da Justiça ao programa.

Em quinto lugar, o Cidade Alerta (Rede Record) ficou com 62 denúncias que o classificaram de sensacionalista. O horário foi considerado impróprio para exibir tanta violência. O programa Hora da Verdade (TV Bandeirantes), apresentado por Márcia Goldshmidt, obteve o sexto lugar com 55 denúncias que o acusa de promover conflitos familiares e por expor as pessoas ao ridículo, quando exibe dramas psicológicos. Estes dois programas estão sendo monitorados pelo Ministério da Justiça, por mostrar estas cenas consideradas impróprias para o horário livre. Em 30 de junho, o Ministério deu o prazo de quinze dias para que o formato dos programas sejam alterados.

A novela Mulheres Apaixonadas, da Rede Globo, ficou em sétimo lugar com 50 reclamações que alegaram que além de apelo sexual, a novela está estimulando à violência. Em sétimo lugar no ranking, o programa da Rede TV, apresentado por Sérgio Mallandro, recebeu 47 reclamações. Todas consideram que o programa usa frases de baixo nível e constrange as pessoas com pegadinhas maldosas.

A novela Kubanacan, da Rede Globo, recebeu 32 depoimentos, sendo que a maioria foi por causa das cenas de sexo, presentes em quase toda a novela, considerada inadequada para às 19 horas. O programa Zorra Total, Rede Globo, ficou em décimo lugar com 30 denúncias. Elas se referem às mulheres seminuas expostas no programa, incitando ao sexo. O programa Domingo Legal, do SBT, não foi incluído no ranking, por estar em processo de análise pelo Conselho de Acompanhamento da Programação (CAP). Outro ponto levado em conta é que o apresentador Gugu Liberato procurou a coordenação da campanha com promessas de alteração no conteúdo do programa.

Hoje, os Conselheiros da Campanha se reúnem para dar pareceres das novelas Mulheres Apaixonadas, Kubanacan e dos programas Domingo Legal e Ratinho. A reunião acontece das 9 às 18 horas, através de teleconferência. Os conselheiros estarão nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Distrito Federal, nas Assembléias Legislativas dos estados. Em Brasília, no sistema Interlegis, que fica ao lado da gráfica do Senado. A Federação Nacional das Agências de Propaganda (FENAPRO) e representante da Radiobrás também participam do evento.

De acordo com o coordenador da campanha, deputado Orlando Fantazzini (PT/SP), todas as manifestações são analisadas pelos conselheiros, mas não significa que os pareceres são totalmente de acordo com as denúncias recebidas. O deputado destaca que, antes da elaboração dos pareceres, as denúncias são enviadas às emissoras para que estas dêem sua opinião, garantindo o amplo direito de defesa. O nosso compromisso é com a valorização dos direitos humanos na televisão brasileira. Qualquer pessoa pode fazer denúncias através do site www.eticanatv.org.br ou pelo tel. 0800-619-619.

Globo e SBT querem negociar ética na TV

Inicialmente desprezada pelas principais redes do país, a campanha Quem Financia a Baixaria É contra a Cidadania, lançada no final do ano passado pela Câmara dos Deputados, começa a receber atenção especial das emissoras. Dispostas a negociar, Globo e SBT procuraram os líderes da campanha. Nesta quinta, diretores da Globo, entre eles Evandro Guimarães, principal articulador político/institucional da emissora, terão encontro em Brasília com o deputado federal Orlando Fantazzini (PT-SP), coordenador da campanha. O SBT deve fazer o mesmo na próxima semana.

A campanha virou prioridade dessas emissoras porque, além de publicar rankings de programas considerados de baixo nível, gerou um subproduto, um projeto de lei, do próprio

Fantazzini, que cria um código de ética para a programação de TV. O projeto é uma adaptação do código de princípios da campanha.

Apresentado no último dia 31, o projeto divide a programação em familiar (até 21h) e adulta (das 21h às 5h). Entre outros aspectos, define procedimentos jornalísticos (uso de câmera escondida só para flagrantes de crimes, notícias de suicídios apenas de forma genérica) e proíbe sexo explícito, incentivo à violência e ao preconceito e propaganda de produtos para crianças em programas infantis.

Para as emissoras, o projeto de lei engessa a programação e restringe a liberdade de expressão.

Daniel Castro

Campanha contra baixaria na TV já recebeu 2 500 reclamações Iolando Lourenço

A campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, lançada em 2002, já recebeu mais de 2500 reclamações de programas de TV. Os maiores alvos são Eu vi na tv, de João Kleber, Programa do Ratinho, Big Brother, Faustão e Cidade Alerta, principalmente devido a cenas com apelação sexual, exposição de pessoas ao ridículo e pegadinhas maldosas.

O balanço da campanha foi apresentado nesta segunda-feira pelo deputado Orlando Fantazzini (PT/SP) aos integrantes do Conselho de Comunicação Social do Congresso, que conheceram também o projeto de lei do deputado que cria o código de ética para a televisão brasileira. Segundo Fantazzini, a campanha tem como objetivo melhorar a qualidade dos programas televisivos e também está abrindo um canal de diálogo entre os integrantes da comissão e as direções das emissoras.

As reclamações podem ser feitas através dos sítios: www.eticanatv.org.br ou pelo telefone 0800.619619. A partir daí, os integrantes da comissão fazem uma análise de seus conteúdos e entram em contato com as emissoras para que elas tomem providência no sentido de alterar a programação.

Em relação ao projeto do Código de Ética para a Televisão, os conselheiros propuseram um amplo debate para elaboração de uma proposta alternativa a fim de melhorar a programação das emissoras de TV. Fantazzini afirmou que participará do debate, para que certas cenas não sejam levadas ao ar. Ele defende a participação das emissoras de forma propositiva e crítica para aprimorar o projeto. Pela proposta, Fantazzini pretende impedir a

veiculação de determinadas cenas e situações que chocam e agridem os telespectadores. Segundo o deputado, não se trata de volta da censura e nem se pretende tirar programas do ar, mas sim estabelecer parâmetros para as programações.

Fonte: Agência Brasil

Crise faz Ratinho cortar exames de DNA

DANIEL CASTRO colunista da Folha

A crise que atinge a TV brasileira está levando um dos ícones da baixaria, os exames de paternidade (DNA), à agonia. Seu maior promotor, o Programa do Ratinho, do SBT, deixou nos últimos meses de encomendar a laboratórios até três exames por dia para apenas três por semana.

Carlos Massa, o Ratinho, conseguiu até agora manter sua equipe ilesa aos cortes de pessoal promovidos desde fevereiro pelo SBT (foram cerca de 400 profissionais), mas vem sofrendo cada vez mais pressões por redução de custos de produção.

As atrações mais afetadas foram os exames de DNA (que custam entre R$ 1.500 e R$ 2.000), as dramatizações (que passaram a ser feitas com o próprio elenco, em cenários e figurinos reciclados) e as reportagens/externas. Com os cortes, o programa está ascendente: deixou de ser deficitário e começou a ser rentável.

Desde a semana passada, todas as áreas do SBT estão revendo seus orçamentos, para preparar a empresa para 2004. Até agora, foram 20 novas demissões. A produção de Ratinho estuda onde cortar. O apresentador estuda pagar do próprio bolso a viagem do cantor Morris Albert (de Feelings) da Itália ao Brasil.

Ratinho, cujo contrato vence em 2005, afirma via assessoria que os exames de DNA (que continuam dando Ibope) saturaram e que seu programa está se tornando mais circo e musical.

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