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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

MÉDIO TIETÊ

4.1.3 Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ)

A área de abrangência das Bacias Piracicaba Capivari e Jundiaí (PCJ), onde estão localizadas as bacias do estudo do Jaguari, Camanducaia e Anhumas, possui 15.303,67 km², sendo 92,6% no Estado de São Paulo (SP) e 7,4% no Estado de Minas Gerais (MG). Localizada entre as coordenadas geográficas 45° 50’ e 48° 30’ de longitude oeste e 22° 00’ e 23° 20’ de latitude sul, apresenta extensão aproximada de 300 km no sentido Leste-Oeste e 100 km no sentido Norte-Sul. Abrange um território integral de 58 municípios paulistas e 4 mineiros, bem como, partes dos territórios de outros 14 municípios, sendo 13 paulistas e 1 município mineiro.

No Estado de São Paulo, as Bacias PCJ, todas afluentes do Rio Tietê, estendem-se por 14.137,79 km², sendo 11.402,84 km² correspondentes à Bacia do rio Piracicaba, 1.620,92 km² à Bacia do rio Capivari e 1.114,03 km² à Bacia do rio Jundiaí. No Estado de Minas Gerais, a área pertencente às Bacias PCJ corresponde, principalmente, a uma parcela da Bacia do rio Jaguari, com uma extensão de 1.125,90 km². (Plano de Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí 2010 – 2020 , 2011).

A Bacia PCJ, está localizada na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos - UGRHI-5 (porção paulista das Bacias PCJ). Faz divisa ao norte com a UGRHI-9 (Mogi- Guaçu), a leste com MG, a sudeste com a UGRHI-2 (Paraíba do Sul), ao sul com a UGRHI-6 (Alto Tietê), a oeste/sudoeste com a UGRHI-10 (Sorocaba - Médio Tietê) e a noroeste com a UGRHI-13 (Tietê - Jacareí), conforme figura abaixo. (Plano de Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí para o quadriênio 2008-2011), conforme mostra a Figura 4.10.

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Figura 4.10 - Localização da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos –

UGRHI 5, Bacia do Piracicaba Capivari e Jundiaí, no estado de São Paulo. Fonte: Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Os principais acessos à área da bacia são as Rodovias dos Bandeirantes (SP- 348), Anhangüera (SP-330), Santos Dumont (SP-75), Dom Pedro I (SP-65) e Fernão Dias (BR-381). A região conta com uma linha-tronco da FERROBAN e com o Aeroporto Internacional de Viracopos, ambos no município de Campinas.

A Bacia do rio Piracicaba apresenta um desnível topográfico de cerca de 1.400 m em uma extensão da ordem de 370 km, desde suas cabeceiras na Serra da Mantiqueira, em MG, até sua foz no Rio Tietê. Na Bacia do rio Capivari, o desnível topográfico é pequeno, não ultrapassando 250 m em um percurso de 180 km, desde as suas nascentes na Serra do Jardim. O Rio Jundiaí, com suas nascentes a 1.000 m de altitude na Serra da Pedra Vermelha (Mairiporã),

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apresenta desnível topográfico total em torno de 500 m, em uma aproximada de 110 km (CETEC, 2000).

Em termos hidrográficos, há sete unidades (Sub-Bacias) principais, sendo cinco pertencentes ao Piracicaba (Piracicaba, Corumbataí, Jaguari, Camanducaia e Atibaia), além do Capivari e Jundiaí.

No Estado de Minas Gerais, a área abrangida corresponde à cabeceira da Bacia do Rio Jaguari, formador do Rio Piracicaba, e de um dos seus principais afluentes, o Rio Camanducaia. Convém ressaltar que existe outro rio no trecho mineiro da bacia, com o nome de Camanducaia, porém de menor porte que o primeiro.

A figura 4.11 mostra a bacia do Piracicaba, com suas bacias e sub-bacias delimitadas.

Figura 4.11 - Área da bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no estado de São Paulo e Minas Gerais.

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A Constituição Brasileira de 1988 definiu os domínios dos recursos hídricos não em função da bacia hidrográfica em que estão inseridos, mas por corpos d’água. A Constituição determinou dois níveis de domínio:

• São bens da União: lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; • São bens dos Estados: as águas superficiais e subterrâneas, fluentes,

emergentes e em depósito, ressalvadas, nesse caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União.

Com base nestes pressupostos e considerando o fato de que as Bacias PCJ ocupam territórios, tanto mineiros quanto paulistas, a Agência Nacional de Águas, pautada nos critérios para definição de dominialidade, elencados na Resolução nº 399 (de Julho de 2004), emitiu a Nota Técnica n. 018/2005/NGI, definindo a dominialidade dos cursos d’água das Bacias PCJ (Novembro de 2005).

Os trechos de rios que compõem os cursos principais das bacias citadas que transpassam ou compõem limites estaduais – Rios Piracicaba, Jaguari, Camanducaia e Atibaia – são de domínio federal, bem como os seus formadores – os Córregos do Campestre, Pitangueiras, do Abel e Guaraiuva.

A área da bacia PCJ, tem quatro áreas assinaladas com I, II, III e IV conforme pode ser observado na Figura 4.12, as quais correspondem à locais com uma problemática específica que merecem destaque, que são:

I - Polo Petroquímico de Paulínia: a sua inclusão no Setor Leste significa que as industriais ali instaladas estão fazendo parte da área de Controle, ou seja, do Setor de sub-bacias e de rios utilizados como mananciais de abastecimento público. A atual captação de Americana encontra-se no rio Piracicaba, logo a

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jusante. A sua inclusão no Setor Centro significaria a necessidade, pelo menos à médio prazo, de realocação da captação de Americana. Embora proposta várias vezes, não foi aprovada por falta de recursos para a sua viabilização;

II - Terrenos de vulnerabilidade do Aquífero Guarani com cultivo de cana: a inclusão desta área no Setor Centro – Uso Intenso ou no Setor Oeste – Proteção precisa ser convenientemente analisada, sob os vários aspectos do seu significado, do ponto de vista da proteção dos lençóis subterrâneos.

III – Região da APA Tietê: Trata-se de uma região já ocupada pelo cultivo da cana-de-açúcar e culturas anuais, mas em conflito com os limites da Área de Proteção Ambiental Tietê.

IV - Região de Jundiaí: Apesar de ser uma região de intensa urbanização e industrialização, há sobreposição com áreas de conservação que se interligam (APA Jundiaí, APA Cabreúva e APA Cajamar), para proteção da Serra do Japi, alguns importantes remanescentes de mata nativa e a sub-bacia do rio Jundiaí- Mirim, manancial de abastecimento do município de Jundiaí.

Figura 4.12 - As Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí divididas em três

grandes setores que são, o oeste, central e leste, onde o setor leste está incluído o estado de Minas Gerais.

SETOR CENTRAL